Libera Me escrita por SakuraHimeT


Capítulo 3
Capítulo 3 - Amor Paterno


Notas iniciais do capítulo

Oiee!!! Tudo bem? Há algum tempo que nao posto nada, pois estive com umas pequenas férias, longe do computador, ehehe, mas agora venho com mais um novo e emocionante capítulo de Libera Me! Espero que gostem! Boa leitura! ^^



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Seis meses se passaram. Seis meses após o acidente. Após o nascimento de Syaolin... seis meses depois do funeral de Sakura.Quem diria que o tempo passava a correr de uma maneira inesplicável.

Voltamos para a nossa casa, na praia. Não havia mais conversas desde o sucedido. O meu sogro apenas acompanhou-me no hospital até ter alta e no funeral dela.Ele estava inesplicavelmente atordoado com tudo e assim que pretendi voltar com Syaolin, cortámos os laços. Contudo ele seria sempre o avô do meu filho.

Toda familia Li também lamentaram pela tragedia. Eu nada argumentava. Desde que peguei no meu filho pela primeira vez e chorei, prometi a mim mesmo que aquelas seriam as ultimas lágrimas pela morte de Sakura. Certamente ela nao iria querer que eu chorasse por ela. Detestava quando via pessoas a chorar, por isso não era o seu marido, lutador de artes marciais, que faria isso.Mas a mágoa e o rancor ficaria para sempre na minha alma.

Nada me faria mudar os meus pensamentos assombrosos, depois de a ver linda, como um anjo, no altar da igreja. Deitada numa pequena cama de linho branco, coberta com lençois de seda transparentes, que a aconchegavam de forma protectora para dar boas vindas ao paraíso. Os seus cabelos ruivos arranjados na suave e pequena almofada , os lábios antes carmim, agora pálidos, juntamente com o resto da sua linda face. Curvara-me para ela, onde depositei um delicado beijo mortal, extremeçendo com a temperatura dos meus lábios nos dela, gelados. Pequenas lágrimas caíram na direção das palperas dos seus olhos, que não abriam mais.Senteria falta daqueles olhos. Daquele tom esverdeado , que ela passara para o nosso filho.

Nas suas mãos estava um pequeno ramo de flores de cerejeira brancas, acompanhando todo o resto do cenário à sua volta, por entre outras flores pálidas e velas acesas em um único ambiente triste e funebre. Olhei para a aliança que pedira para não a tirarem. Parte de mim iria com ela para o paraíso e parte dela, ficara comigo. E era isso que me faria forte.

Ela agora estava num lugar melhor que nós. Ao lado da minha sogra, Nadeshiko Kinomoto.

Ouvi um choro vindo do meu quarto. Subi as escadas e fui ao encontro de Syaolin.

–Olha quem acordou..- observei-o no berço ao lado da nossa cama de casal.- Lindo menino, fez um sono grande.- comentei pegando-o ao colo. Os seus grandes olhos verdes pediam-me alimento.- Vamos preparar o puré.-afirmei.

Voltei para a cozinha e coloquei-o na cadeira de bebé colada à mesa. Preparei o leite e um puré de legumes.

Não era um profissional em cuidar de crianças, porém ja eram seis meses neste ritmo diario e com isso senti que o meu amor de ser pai era intenso e crescia cada vez mais. Aprendi a fazer tudo sozinho, desde mudar as fraldas até ir com ele ao médico, regularmente.

Meiling ligava-me de vez em quanto perguntando se precisava de ajuda, eu negava sempre. Mesmo ela sendo mulher, Meiling era um icon na nossa familia. Muitas das vezes era desajeitada e tinha receio se, caso ela viesse cá morar connosco, além de estar apaixonada por mim, seria o fim do mundo se cuidasse do meu filho.

–Meu deus, era um manicómio cá em casa.Tia Meiling é uma louca.-falei servindo o puré a Syaolin. Ele deu uma gargalhada aguda e achei que iria derreter pelo seu riso. Era um bebé perfeito.- Estás a rir,é verdade! Conheço-a melhor que ninguém... mas nunca permitia isso.

Dei-lhe o puré devagar enquanto ele proprio brincava com um brinquedo qualquer.Depois quase no final do prato, negou-me o resto do puré.

–Não senhor, vais ter de comer mais um pouco, está quase no fim.-exigi.

Ele ajeitava a cabeça dizendo que não queria mais.

–Só mais três colheres, vá filho...- hesitei e enfiei-lhe uma na boca.
Não durou cinco segundos, cuspiu tudo para a minha cara. -Oh! Syaolin!-exclamei surpreso com a sua atitude.

Ele deu uma gargalhada ainda mais alta.

–Não rias de mim, seu maroto!- com o dedo passei um pouco de puré na pontinha do seu nariz. Ele riu ainda mais e com as suas maos muito pequeninas , meteu-as no prato e depois colou-as novamente na minha cara. No final estavamos os dois cobertos de puré verde, rindo às gargalhadas. -O que tu fazes... às vezes pareces ela...- sussurei, olhando para uma moldura de Sakura no movel à frente da mesa.- Tenho imensas saudades...

Como queria.

Como desejava.

Como implorava.

O menino parou de rir e depois olhou para cima, para o tecto e esticou a mao direita coberta de puré.

–O que estás a fazer?- perguntei.

Ele não olhou para mim e continuava com a maozinha no ar, como se quizesse tocar em algo invisível.

–Que tal se tomarmos um banho, estamos ridiculos depois desta guerra de comida.- peguei-o ao colo e voltamos para o quarto. Enchi a banheira com espuma e coloquei o patinho amarelo dele, boiando sobre a água. Sentei-o no colchão para lhe mudar a fralda e tirar-lhe as roupas. Despi-me também e entramos os dois nus na banheira.
Lavei-lhe o cabelinho igual ao meu, suavemente, com o seu champoo. Adorava aquele cheiro. Cheiro de bebé.

Por vezes, pensava como fui um covarde em nao ser pai mais cedo? Era algo inesplicavel. Desde que o vira, eu senti-me apaixonado por ele. Um amor diferente daquele que tenho por Sakura. Um amor de pai. E Syaolin era tudo o que tinha na minha vida. Sakura foi para o céu, mas deixou-me um belo rebento, feito por nós os dois. E eu agradecia, dia após dia, por ela ter concebido um bebé. Gostava de acreditar que ela estava ali conosco.Que ela estava a ver e a ouvir tudo o que dizia. Gostava de voltar a senti-la. Como queria... como faria de tudo para voltar a sentir a sua presença.

O menino largou o patinho amarelo e encarou um ponto fixo à frente da banheira. Depois esticou as mãos como se pedisse colo. Observei tudo, pasmatico. O que se estava a passar?

–Nh...nhe...- gemeu.

–Fica quieto.- pedi e virei-lhe para mim.-Vou contar até três e vais ao fundo.

O bebé remexeu-se nas águas contente. Ele ja sabia o que iria fazer.

–Um...dois...tres!- mergulhei-o na água e voltei a traze-lo para cima. Ele ria e queria outra vez. Fiz e tirei-lhe o sabão todo do champoo. Mergulhei-o mais duas vezes e depois parei. Ele fez beiçinho. - Então e eu, também preciso me banhar.- o bebé sorriu.

Minutos depois, voltamos para o quarto, ambos de toalha no corpo. Deitei-o na minha cama, secando-o e passando os cremes hidratantes na sua pele sensível. Syaolin brincava com as pontas dos meus cabelos rebeldes, enquanto curvava-me diante dele, para lhe colocar uma fralda fresca.Depois deslizava as mãozinhas percorrendo toda a minha face, como se quizesse descobrir cada detalhe. Beijei os dedos pequenos, e dei-lhe um beijinho esquimó com o nariz.

Ele gargalhava sempre que fazia isso. Cada sorriso dele, era uma luz para mim.

Vesti-o com uma roupa fresca de Verão e sentei-o no berço, para me vestir também.

Saímos para o jardim da casa, onde havia um pequeno parque com um baloiço. Coloquei-o lá e balançei. Depois sentamo-nos na relva, debaixo do guarda sol e fomos brincando e construíndo com Legos, diversas formas engraçadas.


E os dias se passavam. A rotina era sempre a mesma. Mudar fraldas, dar banho, dar comida, levar com comida... ir ao médico, passear de vez em quando pela cidade e pela praia. Todos os dias pela madrugada eu já nao ia treinar para a areia, ficava na varanda do quarto. Caso se o bebé chorasse estaria ali. E deixa-lo sozinho era coisa que eu nunca faria. Ele era agora a minha única responsabilidade. A minha nova vida.


Num sábado à tarde, fomos passear a um shoping. Pecisava comprar mais fraldas e também roupas novas para ele, pois ele crescia dia a dia e algumas já nao lhe serviam.

Entramos numa loja própria para bebés. Procurei por alguns bodys, calçinhas, camisolas e sapatinhos. Mais uns meses e Syaolin deixaria de gatinhar pela casa.

A gerente da loja chamou as colegas e todas vieram adorar o bebé, deitado no carrinho.

–Oh, que menino lindo!- disse uma, aproximando-se dele.

–Adoro os olhos! É um verde lindissimo.- comentou outra.

–E os cabelos! Parecem cor de chocolate.

Eu aceitava os elogios, impaciente, enquanto pagava a conta.

–Como é o nome dele?- perguntou outra.

–Ah.... Syaolin.- comentei meio seco.

–Oh! Chines? É raro encontrarmos chineses aqui no Japão!- confessou a senhora da caixa.

–Mas ele é lindo, Mihaka. Olhe só esses olhos!-exclamou a mulher encantada.

–Mesmo! Parecem duas esmeraldas!

E eu revirei os meus. Já estava cansado de ver mulheres babando para o meu filho ( e quando não babavam para mim também) .Era sempre assim em todo o lado que íamos.

–É seu irmão?- perguntou Mihaka.

Eu respirei fundo,irritado,senti uma veia pulsante na minha testa. Peguei no saco com as roupas e preparei para sair com ele.

–Não, é meu filho.-respondi seco.

Empurrei o carrinho do bebé e virei as costas para as quatro mulheres,ouvindo os seus espantos e perguntando como um rapaz tão jovem, já era pai.

Fim do Capitulo


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Notas finais do capítulo

Confesso que no lugar delas, eu não ficava babando mas sim rastejando pelos pés do Syaoran e claro do filho dele! ahahhaa quem não? Espero que tenham gostado, por favor nao hesitem em deixarem comentários, pois há imensos leitores fantasmas e eu queria saber se estão gostando ou não... é importante para mim saber o que preciso melhorar, etc!
Próximo capitulo dentro de alguns dias! Obrigada, beijinhos ;)