Chapeleiro -

Há muito que não havia alegria. Não naquela mesa.

Todos pensaram que após a queda da Rainha Vermelha, toda a felicidade voltaria, mas foi o contrário. Apenas mais tristeza chegou. Pelo menos para a pessoa de quem mais se esperava felicidade.

– Chapeleiro, ei Chapeleiro! Acorde - gritou Mallymkun cutucando-o com sua espada-agulha

– Cale a boca ratinha irritante! - gritou de volta o Chapeleiro, tacando uma xícara em cima da rata

– Chapeleiro, cale esta boca! Preciso lhe contar uma coisa! Vamos, arrume este chapéu, ajeite estas roupas!

– E por que eu faria isso? Não tenho motivos Mallymkun!

– Alice voltou Chapeleiro! Ela está de volta! Sua menina voltou! Vamos, sorria!

– Alice... - ele tinha perdido o ar, sua cabeça girava - Minha Alice? Minha Alice está de volta? Pare de mentir Mallymkun! - começava a fase da negação e da raiva

– Não estou mentindo seu grandessíssimo idiota! Ela chegou hoje, quase junto de McTwisp! Eu estava pulando entre cogumelos e furando alguns ziridions quando a vi abraçando os Tweeds e saí correndo para te contar!

– Onde ela está Mallymkun? Por que não veio me ver?

– Talvez porque o País das Maravilhas seja enorme e todos que a encontrarem pelo caminho até aqui irão querer matar as saudades? É melhor você mesmo ir atrás dela, antes que a Rainha Miranda a encontre primeiro... - a rata golpeava uma pequena rosca de polvilho - Chapeleiro? Mas onde é que..?

Os galhos partiam com a pisada forte do Chapeleiro, e o vento tocava seus cabelos de forma que ficavam ainda mais bagunçados. Precisava achar Alice. Precisava vê-la. Sua menina estava de volta.

Então viu mechas loiras por entre as árvores.

– Alice..?