Embriagado de Chá escrita por Gabriela Cristina


Capítulo 11
Capítulo 11 - Angus e fogos de artifício


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus! Vocês são tão amorzinhos! Obrigada pelos comentários! >.



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– Rápido Marydith! Traga alguma coisa pra essa garota! - Bayard sorria e gritava para Marydith que saiu correndo para a cozinha.

– Alice! - O Chapeleiro empurrou Mirana do lado de Alice e se atirou em seus braços - Que bom que você acordou! Está bem? Tem alguma dor? Marydith, corra com esse lanche, Alice está pálida de fome! - Ele tinha um misto de felicidade e ansiedade em sua expressão

Sorrindo e meio atordoada, Alice disse:

– Eu estou bem ok? Estou só com dor de cabeça, e fome... É sério, eu preciso comer alguma coisa.

Marydith chegou com uma trouxinha de pãezinhos e um de seus filhotes carregava uma xícara no focinho. A cadela colocou a trouxinha roxa no chão em frente ao sofá, e com um pequeno tropeço o filhote soltou a xícara. Chapeleiro pegou o bule que estava perto, pediu para Alice sentar-se no sofá, encheu a xícara e entregou a garota junto com uma pãozinho.

– Coma Alice, vai te fazer melhorar... - Mirana disse, de repente, se sentando ao lado da menina no sofá. Seu vestido tomava mais da metade do pequeno móvel e Alice ficou um pouco apertada.

Ela comia rápido e terminou o chá em menos de um minuto. Enquanto comia, sentia vários pares de olhos pequenos e grandes sobre si, esperando alguma coisa que ela não fazia ideia do que era. Quando terminou seu pão, começou a falar:

– Olha, eu não me lembro de muita coisa. Eu estava tonta, com fome – todos olhavam pra ela prestando a maior atenção – Mas tinha uma mulher, de cabelos negros, ela falou algo sobre o Chapeleiro, e eu desmaiei. Depois disso eu senti um cheiro de chá, mas eu não podia acordar, não conseguia. Ouvi vozes em algum lugar bem longe, uma história de 3 líderes ou algo assim. Não ouvi muito, até que chegando a superfície de um mar de escuridão, eu pude acordar. Meu estômago doía demais, eu precisava comer...

– Bem Alice, as vozes que ouviu eram minhas e de Bayard conversando. Preste bem atenção- - disse o Chapeleiro, segurando as mãos de Alice – Vou te contar tudo que aconteceu ok?

Ele explicou tudo á ela e á Rainha que também não sabia de tudo que havia acontecido. No fim, as duas se entreolharam e Mirana levantou:

– Precisamos ir, preparem a carruagem agora. Alice, Chapeleiro, precisamos ir para o castelo agora. Preciso ter uma conversa séria com vocês dois! Bayard querido, – ela falava apressada se dirigindo á Alice, á Bayard, aos seus cavaleiros, ao Chapeleiro – Obrigada pela hospitalidade. Marydith, o chá estava maravilhoso. Vamos queridos? – Ela sorria, nervosa e suando frio.

Alice levantou com ajuda do Chapeleiro, e ele levou-a até a porta de onde deram seus agradecimentos e despedidas.

A carruagem saiu á toda, Mirana preferiu ir à frente junto com o cocheiro, queria fazer os cavalos irem mais rápido. Ela tinha certo jeito com os animais.

Alice sentada em um dos lados de bancos estofados da condução branca em forma de abóbora observava o Chapeleiro que sentado do outro lado, apertava as almofadas prateadas do banco. A garota sentara perto da porta e podia ver de perto os detalhes em fios de prata encaixados em vincos na madeira branca. A maçaneta de cristal reluzia e tão limpa.

– Ahn, obrigada... – dizia ela, corada, ao “seu herói”.

– Não foi nada! – ele olhou fundo em seus olhos e sorriu, aquele sorriso que fazia os dias de Alice mais felizes e que ela nunca esquecera, mesmo durante o tempo em que esteve afastada – Alice, quero te contar algo. Eu não saio falando isso por aí, mas quero que você saiba porque acho que vai gostar...

A garota olhou para ele com uma expressão curiosa, o que só aumentou sua vontade de contar seu segredo.

– Conte, conte logo, por favor! – Agora ela estava ansiosa e vermelha de curiosidade.

– Meu nome verdadeiro, que recebi ao nascer, não era Chapeleiro Maluco. – ele sorria ao ver o rosto chocado da garota – Quer dizer, eu amo essa nomenclatura, combina muito comigo sabe? – ela riu – Mas meu verdadeiro nome é Angus... Uma vez alguém me disse que significa único, e eu gostei disso. Talvez por isso eu não conte pra muita gente... Por ser único.

A carruagem balançava, Alice levantou e sentou ao lado de Angus/Chapeleiro.

– É um nome lindo! Bom, eu me chamo Alice mesmo... – os dois riram.

Bruscamente a condução passou por uma pedra ou algo bem grande e Alice caiu em cima de Angus que perdeu o equilíbrio e desabou no chão. Ele segurava Alice pela cintura e suas mechas loiras e compridas caiam em volta do rosto do Chapeleiro, encostando-se ao piso da carruagem. Os dois se olhavam nos olhos, sentiam a respiração ofegante um no rosto do outro. Alie sentia o coração dele batendo forte, prensado ao seu peito. Ele sentia o cheiro de chá de amora que Alice tinha tomado pouco tempo atrás e ela sentia o perfume dele de limão e canela.

Eles trocavam olhares e alternavam entre os olhos e a boca um do outro, os dois estavam corados e sabiam que não conseguiriam levantar dali nem se quisessem.

Alice foi aproximando sua boca da dele, olhando sempre em seus olhos verdes e enormes. Ele fixava seus olhos na boca rosada da garota, ela era pequena e tinha um leve formato de coração.

A carruagem parou, ouviram-se passos e esquecendo-se de tudo lá fora, a boca de Alice encontrou a do Chapeleiro.

Em meio aos fogos de artifício que estouravam imaginariamente em seus ouvidos, havia passos de botas grossas de soldados, cascos de cavalo se acostumando á terra, relinchos de cansaço, e uma maçaneta abrindo uma porta.

Eles não se importavam. Haviam esperado tanto por isso, era um sonho.


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Notas finais do capítulo

Beijo! AH, comentem! ;3