Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 7
Memórias


Notas iniciais do capítulo

Sinceramente, eu odeio dizer isso, mas esse capítulo ta muito blergh, ta bem ZzZzZz, e confesso que o ponto alto dele foi o final, e mesmo assim não tá lá muita coisa. Infelizmente é necessário (eu acho). Enfim, chega de ladainha, aproveitem o capítulo.

Eu queria agradecer a Kaline Bezerra que recomendou a fanfic, um beijão pra ti! Queria agradecer a Ella, que desde que começou a comentar, me faz ter crises horrorosas de riso. E obrigada a todas que comentam, vocês me incentivam cada vez mais!



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Mesmo sabendo que era totalmente errado, Hermione rodeou seus braços em torno do pescoço de Riddle e aprofundou o beijo. Seus lábios eram quentes e desajeitados contra os dela; ela quis rir com isso, mas seria extremamente deselegante.

Eles se moviam em um ritmo lento que Hermione descobriu adorar e queria que durasse para sempre. Era totalmente diferente de Ron, que tinha os lábios frios e duros contra os dela.

Santo Gryffindor, Ronald!

Ela se afastou de Riddle, deixando o moreno com uma expressão interrogativa no rosto. Ela queria chorar. Estava fazendo tudo errado!

— Eu... Riddle... Eu — ela não sabia o que dizer, sua mente era um turbilhão de pensamentos — Preciso ir.

E saiu correndo da torre, sem dar a chance de Tom de falar algo. E aquilo o irritaria, com certeza. Hermione tinha noção disso, mas, no momento, seus pensamentos estavam em toda a bagunça que estava criando.

Correu com todas as suas forças até o dormitório, onde Minerva a esperava pacientemente. As outras meninas estavam na festa de Slughorn, ela tinha as visto.

— Mione, o que aconteceu? — franziu o cenho, preocupada com a amiga — Você parece abalada.

— Eu só preciso dormir, Minnie. Amanhã estarei bem.

A morena ainda parecia meio desconfiada, mas concordou, deixando Hermione sozinha no quarto.

Ela andava de um lado para o outro, passando as mãos pelos cabelos curtos. Ela se arrependia tanto agora por ter cortado suas madeixas. Com os cabelos curtos não podia se descabelar com facilidade; se descabelar sempre pareceu ajudar.

Ela não planejara beijar Tom. Claro que não. Mas pela primeira vez viu o menino ser sincero e aquilo clareou sua mente como nunca antes.

Antes Hermione tinha certeza que Tom e Voldemort eram a mesma pessoa, que Voldemort já tinha controlado a mente de Tom Riddle e destruído quaisquer chances do menino seguir um bom caminho; isso era o que ela tinha visto e todas as atrocidades que ela sabia que ele tinha cometido.

Era como em seu sonho, Tom Riddle cruel com os olhos vermelhos. Frio e belo, mas cruel. Torturando-a sem pena nenhuma. Estremeceu. Era um sonho que ela queria a todo custo esquecer.

Quando viu Tom falando de Mérope Riddle, ela viu que ele ainda podia ser salvo de Voldemort. Que Tom Riddle ainda era Tom Riddle e não um monstro ofídico.

Ela queria salvá-lo.

O beijo foi totalmente um acidente. Ela queria apenas consolar Tom, não beijá-lo. Ela realmente amava Ronald.

Ela planejava um futuro com ele. Ela ainda podia se lembrar de como as coisas aconteceram com os dois. Os sete anos de implicância, até que a falta dele abriu um buraco tão grande em seu peito que ela pensou que não iria aguentar. E agora eles estavam separados de novo. E não por uma simples distância. Eram décadas de diferença.

Hermione se lembrava perfeitamente de como Ronald a ajudara, de como ela estava destruída e ele a fizera sentir importante de novo.

Ela se olhava no pequeno banheiro de chalé das conchas. As bolsas debaixo de seus olhos eram roxas, mas ela não conseguia dormir. Sempre que fechava os olhos voltava imediatamente para a mansão Malfoy, para a dor que sentira quando ela a marcara.

Sangue-Ruim.

Aquela cicatriz ainda não curada doía mais na alma de Hermione do que fora dela, afinal, Hermione sempre se orgulhara de ser uma nascida trouxa, mas sofrera muito nos primeiros anos. E agora com a dilaceração dos trouxas, ela tinha medo do que aquela marca representava.

Ela se sentia suja, humilhada. Olhou-se de novo, seus cabelos grandes e desleixados eram tão... Irritantes agora. Ainda conseguia sentir os puxões de Bellatrix neles. Ela não podia deixar que aquilo pudesse acontecer de novo.

É claro que ela podia ter usado magia para aquilo, mas se ela era uma trouxa, uma sangue-ruim, ela tinha que acabar com suas madeixas do jeito certo. Revirando as gavetas de Gui e Fleur, achou uma tesoura meio cega. Perfeita.

Cortou cada mecha com uma lágrima nos olhos, mas na guerra em que vivia não se podia ter luxos. Quando acabou, retirou os cabelos que estavam no chão e jogou fora. Voltando a se olhar, viu que tinha cortado torto, mas não se importou. Olhando em torno do pequeno banheiro, viu uma fita azul, provavelmente de Fleur, e colocou em seus cabelos. Ficava bem melhor.

Com um suspiro, saiu do banheiro, onde viu Harry e Rony esperando por ela. Eles levaram um choque ao vê-la com os cabelos curtos, mas Harry foi o primeiro a se pronunciar.

— Você está muito bonita, Mione.

— Obrigada, Harry.

— Agora... hm... — ele coçou a nuca, sem saber direito como se pronunciar — Será que pode sair da porta do banheiro? Estou realmente apertado.

Ela riu, e se espantou com sua risada. Há quanto tempo não ria assim, de verdade e sem preocupação nenhuma? Teria abraçado Harry se ele não tivesse passado por ela e batido a porta do banheiro.

— Vai usar o banheiro também? — perguntou e Ron soltou um riso pelo nariz.

— Na verdade não, queria falar com você.

O coração de Hermione afundou no peito, desde que Ron os achara ela estava sendo grossa com ele, mas no fundo o perdoara. Ela o amava e sempre o perdoaria, com todas as burradas que ela sabia que Ronald Weasley faria.

Eles foram caminhando para perto da duna onde Dobby fora enterrado. Eles se sentaram onde o mar poderia ser visto e onde eles poderiam ser vistos também, caso algum morador do chalé se preocupasse.

— Eu estou me sentindo meio mal, Mione. Eu ando preocupado com você.

— Não precisa, Rony. Eu estou bem — mentiu — Eu ficarei bem.

— É só que... eu não sei como dizer isso — ela olhou nos olhos azuis de Ron, que expressavam toda a confusão que ele devia estar sentindo. — Eu gosto de você, ‘tá legal? Eu gosto da sua inteligência, gosto de ficar com você. E eu vou me sentir realmente mal se algo nessa guerra maluca em que estamos sair errado e eu não poder mais olhar em seus olhos todos os dias. Eu sei que eu sou um mané e que eu tenho a tendência a fazer tudo errado com você. Mas eu te amo e isso não é algo que eu possa mudar assim de uma hora para outra. Eu estou me embolando todo — resmungou. Hermione queria ria, mas ele poderia entender errado — Eu só estou querendo dizer que eu gosto de você. E se você quiser, poderia ser minha namorada.

Ela piscou aturdida. É claro que ela queria. Queria isso desde que poderia se lembrar. Ela se inclinou na direção de Ron, que entendeu o recado. Seus lábios se chocaram e um beijo foi iniciado. Era rápido e constante, os lábios de Ron eram frios e duros, mas ela não se importava. Ela o amava e agora poderiam ficar juntos, mesmo com a guerra acontecendo.

Ela acreditava nisso.

— Eu te amo, Ron. Espero que tudo dê certo — suspirou, tentando mandar as lembranças de seu namorado para longe.

Ela tinha novos problemas agora. Sua lista de problemas crescia exponencialmente.

Dar um jeito em sua situação com Tom era o maior no momento.

Suspirando novamente, se deitou. E antes de dormir, esperava não ter sonho nenhum.

(...)

Se tinha uma coisa que Tom não gostava era a confusão interna. Pensamentos desordenados o irritavam, e era nessas horas que Voldemort aparecia e dava a ideia de matar.

E secretamente, tinha medo do abandono. Sua mãe o abandonara, as pessoas do orfanato sempre o abandonavam. E agora tinha Hermione. E ela tinha acabado de abandoná-lo.

Não que ele quisesse a companhia da sangue-ruim Granger, mas ele estava começando a criar ilusões bobas e infantis sobre ela.

Ele cogitara a hipótese dela se tornar sua lady! Em que mundo Hermione Granger se tornaria a lady das trevas? O sangue dela representava a vergonha do mundo bruxo e ele precisava acabar com ela.

Ele não queria fazer isso, não de verdade.

Sua mente nunca esteve em um impasse antes. Era como se Tom Riddle e Voldemort não fossem mais a mesma pessoa, como se Voldemort fosse um alter ego de personalidade assassina e Tom Riddle fosse o garoto imbecil que queria ficar com a garota impossível.

Tom suspirou, estava agindo como um idiota. Não existia espaço para Hermione Granger em sua vida. Ele tinha que acabar Hogwarts e, depois disso, acabar com a raça suja que infectava o mundo bruxo. Seu anel em sua mão pareceu pesar mais, ele riu com escárnio.

Como ele poderia ter se esquecido? Tinha que se tornar imortal também. Porque só aqueles que são imortais conseguem o poder. E que poder maior que vencer a morte?

Ele abandonou a torre de astronomia logo depois que Hermione foi embora. Ele se sentia perdido, embora conhecesse todos os caminhos de Hogwarts.

Como em uma semana Hermione poderia ter tirado o menino de tudo que ele entendia?

Quase se arrependeu ter não ter concluído o serviço em Hogsmeade.

Ele estava com muitos problemas. Hermione Granger era o seu maior.

Infelizmente era um problema que ele não queria ver longe.

Chegara em seu dormitório e Abraxas se encontrava lá, lendo um livro. Abraxas Malfoy sabia ler? O loiro o olhou e ele se incomodou com o olhar, parecia quase preocupado com ele.

— Algum problema, mestre? — Malfoy perguntou.

— Cuide de sua vida, Malfoy.

— Tom — o loiro ignorou o olhar mortal que Tom lançou — Eu não sou burro, sei que você acha que eu e os outros somos só seus servos imbecis — revirou os olhos — Somos seus servos sim, mas porque acreditamos em toda essa merda que você fala. E além de tudo, eu gosto de você. Você é meu amigo, mesmo que eu não seja o mesmo para você. Espero que se lembre disso.

Tom olhou torto para Malfoy. Ele não precisava de amigos. Não amigos como seus servos sonserinos.

— Boa noite, Tom — o loiro completou.

Tinha sido o dia mais esquisito da vida de Tom. Para começar, torturara Hermione e depois apagara sua memória. Ele não fazia isso porque gostava de ver o temor nos olhos das pessoas sempre que elas se lembravam do que ele era capaz.

Depois, ele beijara Hermione. Fora seu primeiro beijo e Tom gostara mais do que podia admitir.

E para completar, o discurso estranho de Malfoy.

Tom só queria dormir e esquecer esse dia. Felizmente, conseguiu rapidamente.

(...)

Viagens no tempo não só podiam ser perigosas. Elas eram perigosas.

Entretanto, tudo que Dumbledore queria às vezes era viajar no tempo e acabar com toda a confusão que ele havia metido sua família.

Se é que ele podia considerar que tinha alguma família ainda. Sua mãe morrera, seu pai fora preso há anos, Aberforth não falava com ele. E a pequena Ariana... ela merecia algo mais digno do que tivera.

Ele queria ter a pedra da ressurreição, então a traria de volta e mostraria para a loira que no fim ele se importava, que ele queria o melhor para a irmã sempre.

No momento, as viagens no tempo eram o que importava para Alvo.

É claro que ele sabia que a menina era vinda do futuro; não que ela tivesse contado, mas porque ele saberia reconhecer Hermione. Ela tinha todos os traços de uma pessoa que não era daquela época. Ela tinha todos os traços de...

Um barulho interrompeu os pensamentos de Dumbledore. Uma coruja bicava a janela incessantemente. Ele abriu a mesma e o pequeno animal pousou, com um bilhete amarrado na pata. Ele o retirou e a coruja voou livremente noite a fora.

Dumbledore abriu o bilhete, reconhecendo a caligrafia. Gellert outra vez.

Ainda tem tempo de se juntar a mim, Al. Pense no que conquistaríamos juntos.

Alvo jogou o bilhete longe: poderia amar Gellert Grindewald, mas perdoá-lo pelo que fizera anos atrás era algo que não conseguia fazer.

Suspirando, resolveu encerrar a noite, embora tivesse quase certeza que não conseguiria dormir. Coçando sua cicatriz no joelho esquerdo, uma marca de nascença de todos os Dumbledore e que parecia com as linhas de metrô de Londres ele caiu no sono.

Todos os seus sonhos foram sobre Gellert e Ariana. Como eram todas as noites, há mais de quarenta anos.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Podem me bater e reclamar, mas eu juro que o próximo vai ser muito melhor. Comentem e me digam o que acharam.
bjss