Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 4
Amortentia


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a fofa e LOUCA da ianevskiQ, que teve a ousadia de recomendar ainda no terceiro capítulo, você é demais!
Queria agradecer também aos comentários de vocês, isso me ajuda muito a melhorar e continuar com Faith.
Gente, se alguém quiser fazer uma capa bem legal para Faith, estou aceitando, falem comigo por MP, por favor!
Aproveitem.



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— Tom, meu rapaz, vejo que já está fazendo amizade com a nossa nova aquisição! — Tom fez um esforço e colocou uma das mãos na cintura de Hermione, conduzindo-a para o lugar onde se sentava. Ele viu que a castanha não gostara nada de sua atitude, mas ele não se incomodara.

— Oh, professor Slughorn, eu estou ajudando a Srta. Granger com o que ela precisa. É um dever para o monitor chefe.

— Claro, claro — ele sorriu. Tom notou que os olhos do professor brilharam com um pouco de desagrado e o moreno se perguntou se era porque Hermione pertencia a Grifinória.

Slughorn sempre deixara claro sua preferência pelos sonserinos de sangue-puro. Era a única coisa que Tom achava que era bom no professor de poções.

Enquanto o professor terminava de preparar as coisas para aula e os alunos entravam e tomavam seus lugares, Hermione surpreendeu Tom novamente, como fazia desde que chegara. Tom odiava surpresas.

— Ele está mais magro — Tom notou que a garota não falara com ele especificamente, como na última aula em que sentaram juntos. Parecia perdida em pensamentos e possuía um sorriso singelo em seus lábios.

Tom reparou que as olheiras estavam diminuindo e que a pele estava ficando mais corada, mas se olhasse bem, veria finas cicatrizes de arranhões. Ela devia ter sofrido muito na vida.

Definitivamente, o que Tom sentia pela garota era estranho e inusitado; diferente de tudo que já sentira na vida por qualquer pessoa.

Mas o moreno olhara para o professor. Ele era gigante de gordo! Tinha os cabelos loiros meio achatados na cabeça e um bigode. Parecia, para Tom, um personagem daquele desenho trouxa, como era o nome mesmo?

Ah, claro! Leôncio do Pica-Pau.

Tom odiava esse desenho, mas o assistira algumas vezes quando a tevelisão, ou coisa assim, chegou ao orfanato trouxa, doada por algum empresário rico.

— Ele é tudo menos magro, Granger — ele sussurrou de volta para ela.

— Senhor Riddle, não creio que eu tenha me dirigido ao senhor. — falou arrogante.

Tom meneou a cabeça, mas não retrucou. Enquanto isso, Slughorn ia cumprimentando os alunos que chegavam, instruindo-os a sentar em casais.

Aquilo era inédito. O que ele estaria aprontando?

— Oh, bom dia, meus jovens, Charlize, como vai sua mãe? — ele se dirigiu a uma lufana cuja mãe era do alto escalão no ministério.

Tom não ouviu a resposta da menina, mas se concentrou no caldeirão borbulhante na mesa do professor. Tentou sentir algum cheiro que ajudasse a identificar, mas não sentiu nada.

Tentou se lembrar das poções que não tinham cheiro: Veritasserum, Felix Felicis, qualquer coisa que o deixasse em vantagem em relação aos outros alunos.

— Bom dia, meus queridos — Leôncio começou — A proposta que eu tenho para fazer é algo no mínimo... Inusitado — seus olhos brilharam — Com os NIEMs se aproximando, eu bolei uma ideia para a avaliação de vocês. Mas, primeiro, alguém pode me dizer qual a poção que se encontra aqui? Uma dica: já trabalhei algo com ela aqui com vocês.

Antes que Tom pensasse em levantar as mãos, Slughorn já tinha dado a vez para a menina do seu lado. Hermione.

— É Amortentia, professor. A poção de amor mais forte que existe, mas ela não cria o amor verdadeiro, isso é algo impossível de ser criado com poções.

Tom quase falou que Hermione era uma burra, porque a Amortentia tinha o cheiro da pessoa que se amava, mesmo que ainda não se soubesse do sentimento. E Tom não sentira nada. Entretanto, a cara sorridente que Slughorn fizera demonstrava que a poção era exatamente a que Hermione Granger dissera.

Então por que ele não sentira cheiro nenhum?

— Excelente, srta. Granger, dez pontos para Grifinória — a menina sorriu satisfeita — Agora, venham até aqui e me digam os cheiros que sentem.

Pouco a pouco as duplas se dirigiam para a mesa principal e diziam algo como “sândalos, suco de abóbora e penas de beija-flor”, era o exercício mais imbecil que ele já presenciara. Ele e Hermione foram os últimos e a grifinória já foi sabendo o que sentiria.

— Grama recém cortada, pergaminho novo e pasta de dente de menta — ela olhou cabisbaixa para os próprios pés e voltou para seu lugar. Tom viu que ela tocou de leve nos lábios e não gostou nada disso.

Então ele abaixou o rosto para a poção perolada e cheirou, não sentindo nada. Cheirou novamente e nada sentiu.

— Então, Tom?

— Hm... Livro novo, jasmins e xampu de limão — inventou a primeira coisa que viera em sua mente, porque não queria se passar por diferente.

Voltou para seu lugar e não olhou para Granger, que escrevia pequenos RW pelo canto do pergaminho.

Quem seria RW? Tom se perguntava, com uma fúria sutil que ele não sabia explicar porque acontecia.

— A Amortentia produzida normalmente cria a paixão involuntária, e que passa se não for tomada novamente, mas isso depois de um tempo, até que a poção saia do organismo do bruxo ou bruxa que a tomou; minha proposta é criar uma fórmula da poção da qual os efeitos sejam momentâneos. Algo que dure cerca de meia hora, mesmo que tomada em quantidades exorbitantes, como um tônico de paixão. Creio que será algo produtivo e satisfatório. E a melhor noticia é que o NIEM de poções será na dupla que vocês se encontram, assim como o projeto da Amortentia. Seu parceiro será sua dupla e um terá que tomar para se “apaixonar” pelo outro.

Tom olhou chocado para Hermione, que retribuía o olhar de desgosto. A ideia de tomar qualquer coisa para se sentir atraído por Hermione Granger era absolutamente nojenta para ele. Ele estava com bastante raiva daquele leão marinho.

— Por enquanto, vamos fazer uma simples Wiggenweld. Podem começar.

Enquanto fazia sua poção, Tom observava a maestria com qual Hermione cortava os ingredientes e preparava sua poção. Ela e Tom acabaram no mesmo instante, se olhando raivosamente enquanto entregavam a poção para Slughorn. Ele avaliou os dois jovens e depois abriu um largo sorriso.

— Srta. Granger, eu costumo fazer uma pequena reunião, só para alguns poucos alunos, e nesse final de semana farei uma festa de boas vindas aos alunos. Ouvi sobre sua excelência acadêmica nesses dias e de seu histórico em Beauxbatons e adoraria que comparecesse.

Histórico? Tom se indagou. Pelo que sabia, a garota nem da França era! Como conseguira histórico?

Dumbledore, claro. Tom revirou os olhos internamente, ainda com a face de bom aluno indiferente.

— Oh, prof. Slughorn, eu ficaria honrada — Tom reparou no timbre da mentira, mas Leôncio não pareceu notar - Entretanto minha saída da França fora um tanto conturbada, e eu não tive a oportunidade de trazer muitos vestidos de festa.

Tom viu as orbes do professor piscarem e olharem para ele. Essa não...

— Essa semana os alunos do último ano também irão a Hogsmeade, que é o vilarejo completamente bruxo das redondezas. Não acredito que o nosso monitor chefe recusará acompanhá-la.

Tom olhou para Hermione, seria uma boa ideia para se aproximar mesmo da garota.

— Seria um prazer, srta. Granger. — ele lançou seu melhor sorriso para a castanha.

Ele viu que ela não queria, mas o olhar ansioso de Slughorn a convenceu.

— Tudo bem, depois me mande uma coruja com os horários. — e arrebitando o nariz, passou em disparada pela porta, deixando um aroma para trás.

Tom escolhera os aromas por alguns motivos: Ele amava o cheiro de livros novos, embora nunca tivesse dinheiro para comprar livros. Jasmins eram flores muito comuns nos terrenos de Hogwarts. Mas ele não fazia ideia do porque escolhera xampu de limão. Até àquela hora.

E se antes ele tinha raiva de Hermione por mexer tanto com ele, agora ele estava furioso com a castanha.

O cheiro de xampu de limão vinha dos cabelos dela.

(...)

Tom lia compulsivamente o livro de feitiços, tentando a todo custo memorizar todos. Não que ele precisasse mesmo daquilo, já se lembrava da maioria. Ele precisava de qualquer coisa que o distraísse da Amortentia sem cheiro e o fato de ter citado o cheiro do xampu da sangue-ruim Granger.

Ele nunca passara por nada daquele tipo, e aquilo o irritava muito.

Sempre focara no que era importante. Conseguir chegar ao auge do poder que sempre cobiçara. E estava no caminho para o que queria. Só tinha seu mais novo problema, um empecilho castanho e que pertencia à casa dos leões.

Hermione Granger.

Foi com raiva que ele largou o livro na mesa que tinha do Salão Comunal sonserino e foi em passos duros em direção à biblioteca. As prateleiras abarrotadas de livros sempre o fazia se sentir melhor.

Não foi com surpresa que ele viu Hermione Granger praticamente engolindo as palavras de um grande livro.

— O que anda lendo, Hermione? — assustou a menina, que colocou a mão no coração.

— Nada que seja da sua conta, Riddle.

Ela fechou o livro e ele pode ver a capa de relance, antes de ela colocar entre os outros que carregava. A única coisa que pode ver era um “vidas e mentiras” na capa. Que titulo estranho, pensou.

Por cima dos livros tinha uma edição do Profeta Diário com uma grande foto do ministro Búlgaro, a manchete dizia: “ATAQUE A CINCO TROUXAS NA BULGÁRIA - MINISTRO AFIRMA QUE MENIDAS ESTÃO SENDO TOMADAS PARA DETER OS ATAQUES DE GRINDEWALD”

Hermione olhava para a imagem com um olhar tão derrotado, que Tom começou a reformular ideias para a vinda da garota. Ela era nascida trouxa e Grindewald, a maior ameaça do mundo bruxo no momento tinha atacado vários lugares nas redondezas.

Hermione podia muito bem ter fugido e conseguido burlar as leis de aparatação nos terrenos do colégio.

Tom concordava com Grindewald exceto em um ponto. O bruxo das trevas evitava atacar o Reino Unido, pois Dumbledore estava aqui para intervir, ele preferia tacar os países em volta, na tentativa de desestabilizar o professor de Transfiguração.

Ele pensava que quando ele fosse grande, atacaria logo o Reino Unido, para usar a surpresa de seus inimigos como aliada. Tom já pensara em tudo.

— Fugiu de Grindewald, não, Granger? Explica muita coisa — ele falou arrogante.

Hermione olhou nos olhos negros de Tom e o mesmo viu toda a desolação que eles carregavam, toda a tristeza. Existia tanta dor nos olhos dela! Ele queria confortá-la, embora aquela fosse uma ideia completamente ridícula.

— Primeiro que eu não fujo das coisas, Riddle. — seus olhos brilharam com a ousadia tão comum nos grifinórios — E não, de onde eu venho, Grindewald não é o problema.

Tom contraiu as sobrancelhas. Quem seria pior que Grindewald?

— Quem então?

— Não falamos o nome dele. Se me der licença, tenho que ir.

Hermione partiu, deixando o jornal para trás. Tom o pegou, analisando a foto do ministro, e uma pequena foto de Gellert Grindewald no canto.

Quem seria a ameaça que fizera Hermione ir parar em Hogwarts? Pelo que Tom percebera, era alguém pior que Grindewald.

Tom queria ser como ele, independente do que fosse.

Mas olhando para a foto do bruxo louro que aterrorizava seu mundo, ele teve uma ideia para o seu trabalho de História da Magia, só esperava que Hermione concordasse.

Ele a faria concordar.

Revigorado com suas ideias, Tom saiu da biblioteca, voltando para o Grande Salão, onde o jantar já estava sendo servido.

Viu Hermione conversando delicadamente com Potter e McGonagall e seus olhares se cruzaram, pela primeira vez, Hermione não o olhou com uma fúria mortal, mas inclinou a cabeça para frente, em sinal de saudação. O sonserino repetiu o ato e se sentou com seus seguidores.

Abraxas Malfoy estranhou o comportamento do seu mestre. Meio risonho e menos tenso. Riddle sempre estava tenso.

— Tom, está bem?

— Estou ótimo, Malfoy.

Mas Tom não reparou que Abraxas o chamara pelo nome e isso era terminantemente proibido.

Talvez Tom não estivesse tão bem assim.

(...)

Já era madrugada quando finalmente Dumbledore foi para seus aposentos. Estava irritado e se sentindo pressionado.

Gellert tinha passado dos limites.

Desde a morte de Ariana ele não se sentia em paz. E ainda tinha tanta coisa escondida por trás disso. Dumbledore odiava guardar segredos e esconder as coisas.

Ele queria ser livre de tudo aquilo.

A manchete do Profeta o deixava aterrorizado, mas não tanto quanto o bilhete que fora trazido por sua fênix naquele dia. A caligrafia da mesma pessoa que dizia anos atrás que sempre estaria com ele e que os dois seriam grandes juntos. Alguém que o abandonara quando tudo dera errado para ele.

Estou chegando, dizia.

Seus problemas estavam só começando.


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Notas finais do capítulo

Primeiro: Sobre o capítulo anterior, não sei se repararam, mas no ponto de vista da Hermione, não foi usado o nome do Tom, apenas Voldemort. Isso porque para ela eles são a mesma pessoa.

Segundo: Sei que a ideia da amortentia ficou meio confusa, mas prometo que isso será explicado mais para frente, nos próximos capítulos.

Terceiro: O que será que há por trás da morte de Ariana Dumbledore?

Até o próximo, e comentem :)