Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 3
Perguntas


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu queria agradecer pelos comentários que vocês mandaram e queria mandar um beijão para a LoveLittleThings, que foi super FOFA e corajosa para recomendar a fic ainda no segundo capítulo. Vocês são demais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/502083/chapter/3

Hermione sempre gostara de ler. Um dos estilos que ela mais gostava, mesmo que secretamente, eram os clichês. Aqueles clichês em que o garoto mau via algo em especial em uma menina desconhecida e, por ela, ele mudaria.

Não que ela quisesse que Voldemort se apaixonasse por ela. Não, longe disso. Mas, secretamente, esperava que quando o futuro lorde das trevas colocasse os olhos nela e em sua nova cicatriz, ele pudesse ver algo de bom e decidisse que toda sua crença sobre purificação do sangue e submissão dos trouxas fosse algo estúpido.

Se eles soubessem o que Hermione andava idealizando, provavelmente seria condenada a queimar na fogueira.

Mas é claro que ele não se compadeceu. A reação fora mais do que a esperada por um sonserino, e pior, por Voldemort. Ele riu, riu de gargalhar. Sua cabeça fora jogada para trás de tanto rir.

Hermione notou, porém, que não se tratava de uma risada de humor, Voldemort tinha tudo menos senso de humor. Era algo frio, ele estava humilhando a castanha por ela ser nascida trouxa.

— É claro — ele riu mais — Você é uma sangue-ruim. Uma nojenta de sangue sujo.

A grifinória já havia se acostumado com ofensas do tipo, ela era marcada com uma ofensa. Ainda assim, estufou o peito com mais coragem do que sentia e enfrentou o moreno na sua frente, que ainda a segurava.

— Como se seu sangue fosse muito melhor que o meu, Riddle! — ela sibilou — Ou pensa que eu não sei que nessas suas veias corre o sangue de um pai trouxa? — ela marcou cada palavra com ironia, vendo a expressão do sonserino mudar de risonha para aterrorizada e furiosa.

— Como... Do que está falando, Granger? - Há muito Hermione aprendera que falar como sabe? era admitir culpa. E também sabia que Voldemort precisava manter a pose de perfeito demais para admitir algo do gênero.

— Solte-me, Riddle, creio que nossa conversa já acabou. — Hermione puxou o braço e foi em direção a estufa, onde a aula de Herbologia aconteceria, deixando Tom com uma cara no mínimo engraçada.

Não é todo dia que você deixa o Lorde das Trevas com a cara no chão.

— Hermione, você está bem? — Minerva perguntou assim que a menina chegou esbaforida da corrida até a sala.

— Claro, Minerva, estou ótima. — sorriu.

Ela não estava, mas fazia tempo desde que ficara realmente bem com algo. Nos últimos meses, Hermione não tivera nenhum momento bom. O colar que carregava no pescoço e que poderia mudar muito as coisas concordava com ela.

(...)

Tom Riddle dificilmente mostrava que tinha alguma outra face além de exemplar na frente de todos durante as aulas. Claro que com seus comensais, os quatro desmiolados e eficientes “amigos”, ele mostrava quem era de verdade, mas, no geral, exemplar era sua única face.

Naquele dia, as coisas estavam diferentes. Primeiro, chegara atrasado à aula de Dumbledore – Tom nunca chegara atrasado na vida. Segundo, sua face de melhor aluno sumira e a de consternado tomara o lugar.

Como Hermione sabia de sua família trouxa? Era um segredo que ninguém sabia! Tom olhou para Dumbledore, imaginando que o valho caduco poderia ter contado algo para a maldita sangue-ruim, mas o mesmo estava concentrado demais sorrindo e explicando algum feitiço transfigurador que, pela primeira vez, Tom não estava nem um pouco interessado em saber.

O professor de Transfiguração notou que Tom não exibia a mesma face curiosa que tinha nas aulas. A única coisa em que Tom nunca fingira.

Era a mesma face que o menino de onze anos demonstrou quando o professor contou que Tom era um bruxo.

— Tom, posso falar com você um instante? — o professor perguntou assim que a aula acabou e os alunos começaram a se retirar.

— Claro, professor — Tom sorriu educadamente.

O que esse velho quer? Perguntou-se.

— Meu jovem, creio que te devo algumas explicações — o homem de cabelos cor de cobre começou - Te peço desculpas pela Srta. Granger, ela vem passado por muitas provações e descontou isso na pessoa errada.

Eu sei, aquela maldita de sangue sujo.

— Senhor, eu já não me importava mais com aquilo — mentiu — O que me deixa realmente intrigado é o fato de terem mentido sobre ela ter vindo de Beauxbatons, quando eu mesmo a resgatei no corredor desse mesmo castelo. E não quero mentiras, por favor.

— Tom, não pretendia mentir, tampouco contar a verdade. O que Hermione Granger veio fazer em Hogwarts não é algo que me diz respeito, é algo dela e somente dela. E infelizmente, também não sei como ela conseguiu chegar ao castelo, mas estou trabalhando nisso. Posso contar com sua discrição, senhor Riddle? — os olhos azuis cintilaram por baixo dos óculos.

— Claro — Tom respondeu de má vontade.

— Magnífico — Dumbledore sorriu como uma criança — Era somente isso, Tom. Está dispensado.

O moreno fez uma pequena reverencia ao professor e quando já estava saindo, o mesmo o chamou mais uma vez.

— Aproxime-se de Hermione, Tom, pode se surpreender com o que ela pode te trazer.

O menino assentiu e saiu da sala.

Como se eu fosse me aproximar de uma sujeitinha como a Granger, resmungou internamente.

Mas no meio do caminho para a próxima aula, um plano começou a se formar na mente brilhante do moreno.

Se eu me aproximar dela, posso descobrir a resposta para todas as minhas perguntas, pensou.

E ninguém vai desconfiar de mim quando eu acabar com ela.

Dando um sorriso perverso pela genialidade de seu plano, Tom seguiu para a próxima aula, crendo que em breve o controle da situação seria novamente seu.

Porque Tom Riddle nunca perdia o controle.

(...)

Tom estava irritado quando convocou a reunião naquela noite. Ele passara o dia irritado, desde a conversa com Dumbledore, e o fato de agora ver Hermione andando sorrindo e sem o blazer para esconder sua vergonha o irritava mais ainda.

Em que mundo uma pessoa sorriria ao exibir por ai que é uma sangue-ruim?

De qualquer maneira, ele esperava que os seus seguidores ainda não tivessem visto a marca da castanha, e ele nem mesmo sabia o porquê.

E isso o irritava mais, porque desde a vinda de Hermione ele perdera sua capacidade de ter resposta para tudo.

— Lorde — Avery começou — Por que nos convocou hoje?

— Porque eu acredito que nós andamos um pouco desleixados em relação à nossa causa — respondeu, frio e sucinto.

— Mas, milorde — Abraxas tomou o lugar de Avery, jogando os cabelos longos e platinados para trás — Pensamos que depois do ataque a sangue-ruim da Corvinal pararíamos um pouco, para evitar suspeitas. Além do mais, o gigante da Grifinória já foi expulso, um ataque agora acabaria com a culpa dele.

— Sim — Tom meneou, se punindo mentalmente por não ter considerado aquilo — Até que você pode pensar, Malfoy, desconfiava que isso não fosse possível. Proponho algo melhor então.

— O que?

— Vamos investigar sobre os sangues ruins, vocês descubram quem são, e eu agirei cautelosamente.

— E além disso, milorde - Nott se pronunciou - O que o senhor vai fazer?

— Vou investigar alguém que parece ter muito a esconder, Nott.

— Quem?

— Hermione Granger.

— Ela é uma sangue-ruim, milorde?

— Ainda não sei — mentiu, sem saber ao certo o porquê — Mas se ela for, eu descobrirei.

Sorriu com tanta crueldade que até seus comensais ficaram assustados. Estavam acostumados com a frieza e o calculismo de seu mestre, mas mesmo assim, era aterrorizante vê-lo em ação.

— E se ela for, ela não viverá muito para contar a história.

Tom dispensou os seus seguidores, explicando que se aproximaria de Granger para conseguir o que queria, não que ele tivesse que dar satisfações para aqueles imbecis, mas não queria abrir margem para especulações. Depois, fez a ronda noturna, parando para apreciar o vento pelas arvores da Floresta Proibida.

Quando voltou ao dormitório que partilhava com os seus seguidores, todos já dormiam e ele os imitou, tendo novamente um sonho estranho, e novamente com Hermione Granger no meio.

Era uma manhã ensolarada, e Tom estava no gramado da escola, perto do lago, lendo um livro, era um dia calmo, e Tom estava sentindo uma paz estranha. Nunca se sentira assim.

Ele viu uma menina com uns cinco livros debaixo do braço e um colar engraçado, parecido com um vira-tempo, se aproximar, ela sorria lindamente e o sonserino pensou que nunca tinha visto nada tão belo.

— Hermione, por Salazar, para que tantos livros? ele riu da força que ela fazia para carregar todos.

— Preciso estudar para os NIEMs, Tom, não estou com a vida feita, senhor futuro ministro ela zombou.

— Pensei que você estivesse estudando desde o seu quinto ano ela mostrou a língua e Tom riu do ato infantil.

— Cale a boca, Riddle ela franziu o nariz.

Tom riu novamente e a beijou nos lábios, saboreando o ato singelo e apaixonado.

— Por você, eu poderia ficar mudo, Granger.

Tom acordou ofegante, tocando nos lábios que beijara em sonho. Lábios de uma impura.

O moreno, apesar de muito belo, nunca namorara ninguém, nem mesmo beijara. Sua única paixão era o poder, e somente com ele se relacionava.

Repreendeu-se por estar sonhando com Hermione Granger, e pior, a beijando.

Voltou a dormir, e quando acordou novamente, tinha se esquecido de que sonhara.

(...)

Tom caminhava pelos corredores, procurando por uma menina de cabelos curtos, cortados irregularmente. Era o segundo dia pós Hermione, e ele já ouvira muita coisa sobre a menina.

A única que realmente o interessava era que ela era muito inteligente, e que já arrecadara muitos pontos para Grifinória. Estavam comparando Hermione a Tom, e isso não o agradava.

Ele não tinha o sangue imundo que Hermione tinha.

Então ele a viu, andando apressada para alguma aula, com um lacinho vermelho e dourado no cabelo, tinha vários livros na mão e, estranhamente, aquilo era familiar para Tom.

— Ei, você! — ele exclamou, e ele viu Hermione retesar o corpo, a mão livre indo para dentro das vestes — Abaixe a guarda, Granger, quero conversar com você.

— Vai me ofender mais, Sr. Riddle? — ela, ao contrario do que Tom pensava, parecia calma, como se estivesse acostumada a receber ofensas diariamente — Mil perdões, mas tem várias pessoas que fazem isso e eu não quero que o senhor perca seu valioso tempo com uma mera sangue-ruim.

Tom olhou para o braço dela, que estava enrolado em um curativo novamente.

— Vejo que escondeu sua cicatriz, isso é bom. Tem muita gente ruim aqui em Hogwarts — ele disse suavemente, e ela lançou um olhar puramente sarcástico para ele.

— Como o senhor, não?

— Srta. Granger, para que aula a senhorita vai? — Tom pegou Hermione desprevenida e sorriu com isso.

— Poções — murmurou.

— Ótimo — mentiu — Eu também, vamos.

Eles caminharam em silêncio, mantendo distância um do outro. Alguns olharam para os dois. O aluno modelo de Hogwarts e a novata prodígio. Tom revirou os olhos para a indiscrição das pessoas que estudavam ali.

O moreno escutou a castanha bufar, e olhou para a mesma.

— Algum problema?

— O que você quer comigo? Tipo, de verdade, Riddle? — perguntou a grifinória.

Tipo? Que tipo de gente fala assim? Tom pensou.

— Quero virar seu amigo, Granger, ou algo próximo a isso.

Para a surpresa de Tom, Hermione riu.

— Amizade com uma sangue-ruim? Poupe-me de mentiras, Tom Riddle.

Tom bufou, aquilo seria mais difícil do que ele imaginava.

— E quanto ao trabalho do Binns, Granger? Creio que a nova aluna perfeita de Hogwarts não quer ficar sem nota, e também creio que para consegui-la, terá que se aproximar de mim, Srta. Granger — apelou para o lado acadêmico da castanha.

Hermione parou de caminhar, virando-se para encarar Riddle. Ele não deixou de notar que ela era mais baixa que ele, mas tinha muita presença, o que a tornava quase igual em estatura. Tom admirava meninas assim, que se faziam para aparecer em um mundo tão machista. Elas eram fortes e determinadas e, no geral ambiciosas, assim como ele.

Ela é uma sangue-ruim, Tom, e uma grifinória. Você não pode admirar Hermione Granger, resmungou.

— Tem razão, Riddle — disse por fim — Podemos nos comunicar mais para o maldito trabalho de Binns, mas isso não nos torna amigos. Agora vamos, Riddle, senão chegaremos atrasados.

A castanha virou-se e voltou a caminhar, dando as costas para Tom, que a acompanhou logo atrás.

O primeiro passo já foi dado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?

Primeiro: aquele pequeno ponto de vista da Hermione foi necessário porque eu queria que a reação do Tom fosse contada por outra pessoa, a mais afetada com isso. Eu sempre imaginei que ele riria com escarnio por saber que Hermie é nascida trouxa.

Segundo: Dumbledore também shippa Tomione.

Terceiro: Abraxas pode pensar às vezes sim, eu amo os Malfoy, menos o Lucius.

Quarto: O SONHO DO TOM!!!!!!! meu dedo tava coçando para escrever algo fofo, embora não tenha sido real (chorosa). Só deus sabe quando Tom se renderá para os encantos de nossa bruxinha.

Acho que só, deixem suas opiniões, digam do que gostaram, do que odiaram, do que pode ser melhor. Suas opiniões conta, muito