Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 25
Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é dedicados a todos que já leram Faith. Quem comentou, quem acompanhou, quem favoritou, quem recomendou, e até mesmo quem abandonou. Se eu escrevi até aqui, foi por causa de vocês.
Nos falamos nas notas finais, leiam lá!



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Hermione odiava viajar no tempo. Não que ela fizesse isso com frequência, mas das duas vezes que viajara ficara extremamente mal, e essa segunda viagem acabara com ela.

Ela se sentia morta.

Queria estar morta.

Ela se lembrava da maldição quase a acertando, assim como se lembrava de alguém a segurando. Lembrava-se da dor.

Hermione tirou a cabeça da penseira com força, perdendo o equilíbrio e caindo de costas no chão. A última coisa que viu foi um velho barbudo com olhos azuis cintilantes, ele sorria e ela acreditava que tinha conseguido fazer a coisa certa.

Então por que doía tanto, e ela não conseguia respirar?

Hermione desmaiou.

Abriu os olhos devagar, mas logo os fechando pela claridade excessiva. Estava deitada, reparou, e era uma cama muito confortável. Queria dormir ali para sempre.

– Oh querida, finalmente acordou - a voz era conhecida, embora não soubesse de onde. Era doce, suave e profunda ao mesmo tempo.

Hermione abriu os olhos novamente, tomando cuidado para não machuca-los com a luz forte, mas não precisou, agora estava em uma cabana e perto do fogo havia uma mulher loira.

– Onde estou? Quem é você? - perguntou enquanto se sentava na cama.

Ela estava dolorida, e sentia um aperto esquisito no peito.

A mulher loira se virou, aparentava quase quarenta anos, mas era jovem. Os cabelos loiros eram compridos e presos em um estilo princesa, usava roupas bruxas azuis escuras e que ficava em um ótimo contraste com os olhos azuis cintilantes. Sua pele branca tinha leves manchas azuladas.

– Não deveria se esforçar, querida. Acabou de passar por um trauma muito grande.

Ela não se acalmou. Tinha dúvidas de moças bondosas em um lugar desconhecido. E sua volta para casa, tinha dado certo? Ou ela morrera?

Sentiu uma pontada forte na cabeça e piscou com a dor.

– Quem é você? - perguntou novamente. A mulher com sorriso bondoso se sentou na beirada da cama de Hermione e a castanha a achou terrivelmente familiar.

– Como ousa não reconhecer sua própria mãe, Hermione Dumbledore? - a loira perguntou, fingindo irritação.

A castanha arregalou os olhos.

– Mas como... você... eu vi... - não conseguiu bolar uma frase eficiente. A loira compadeceu.

– Oh, querida, sim, eu morri. Mas isso é apenas um reflexo seu. Eu não sou real, e você está sonhando - passou a mão no rosto da filha, em sinal de carinho.

Hermione meneou a cabeça, tentando se convencer de que não estava morta. Ela já tinha visto muitas coisas desde que descobrira que era bruxa, então se a mãe morta dela dizia que ela estava tendo um sonho, ela acreditaria.

– Então por que você não está com dezoito anos? Era essa a idade que tinha quando morreu.

– Eu sou fruto da sua mente, e você quis me imaginar assim, a idade que eu teria se ainda estivesse viva.

– Você sempre tem que ser tão técnica em tudo? - perguntou. Ela estava feliz por estar com a verdadeira mãe, mesmo que em sonho, mas ela falava tudo tão tecnicamente.

Parecia tanto com... ela!

Ariana riu.

– Desculpe querida, é que sou uma Corvinal, não consigo evitar. E quando fico nervosa falo mais ainda.

– Por que está nervosa, Ariana? - ela notou que a loira franzira o nariz para o nome, mas não dissera nada.

– Eu estou conhecendo minha filha, finalmente. Minha menininha. Ela me disse que você faria grandes coisas, mas foi muito mais do que eu esperei.

Ela... Hermione se lembrou das loucuras de sua mãe, de como a magia falava com ela. Por mais que parecesse lúcida nesse encontro, sabia que a mãe ainda era louca.

Ela só está lúcida porque você a imagina assim, pensou.

– Eu morri também? - perguntou, entrando em desespero - E Tom? E o mundo? Tio Alvo e Gellert?

Ela sabia que a ideia original era se sacrificar, e estava pronta para aceitar a morte. Entretanto, depois que viu que poderia sobreviver e salvar o mundo, a ideia de morrer lhe assustava novamente. Ela não queria morrer!

– Acalme-se filha, todos estão bem, você conseguiu, é uma heroína. Mas tenho que adverti-la que sua situação no mundo é um pouco instável. Você pode morrer se achar que já fez muito. É só querer descansar. Porém pode voltar se achar que tem assuntos inacabados.

Ela tinha, tinha milhões de coisas para resolver. Mas também estava cansada, ela saíra quase morta de duas guerras, com o coração partido e com milhões de coisas na cabeça, quem sabe o que poderia acontecer? Nunca se sabia se outra guerra estava a caminho, se com Tom saindo do caminho do mal, outro bruxo apareceria.

Ou até mesmo se Tom tivesse tido uma recaída nos anos 40 e toda sua missão tinha se desandado.

– Filha, independente da escolha saiba que eu estou muito orgulhosa de você, e que eu te amo - Hermione não aguentou e se jogou nos braços de sua mãe. A mãe que só tivera a oportunidade de conhecer por sonho.

– Eu te amo, mamãe. - falou com a voz embargada.

Quando elas se separaram, Hermione viu que Ariana estava chorando, mas ela também estava.

Hermione deitou-se na cama de novo, e fechou os olhos enquanto a mãe lhe dava um beijo na testa. Adormeceu novamente, e esperava acordar no mundo real.

(...)

– Saíam vocês dois daqui, a garota acabou de passar por um trauma gigantesco e quase morreu uma penca de vezes.

Hermione reconheceu a voz, embora não associasse a pessoa. Ainda estava de olhos fechados, aproveitando os resquícios de sono. Tivera o melhor sonho se sua vida, sentia isso, embora não se lembrasse.

– Ela é minha sobrinha, Madame Pomfrey, acho que isso me dá algum privilégio.

Ela ouviu alguém suspirar irritado, provavelmente a enfermeira.

– E você, garoto?

Garoto...

– Eu sou o no... não sou nada, mas não vou deixar Hermione.

A voz... TOM!

Hermione abriu os olhos de supetão, soltando o ar que não notara que estava segurando. Se sentou depressa na cama, ignorando os olhares que lançaram a ela. Assustados com o ato repentino dela.

Seu olhar cruzou com o de Tom, e ela não conseguiu desviar. O que ele estava fazendo ali? Por que estava no futuro? O que tinha acontecido?

Ela viu que o olhar dele respondia todas as perguntas, “conversamos depois”. Ela esperava ver algo além em seus olhos, mas eles estavam vazios e frios. Seu coração se encolheu um pouco mais. Passou um dos dedos em torno do anelar e viu que a aliança de noivado ainda estava ali.

Ela nunca tirara.

– Não se esforce, menina. Sofreu um trauma muito grande. Sofreu mais de uma Parada Cardiorrespiratória, como dizem os trouxas. Tivemos muito trabalho para ver se você sobrevivia.

Ela ainda encarava Tom, mas a noticia fez seu foco mudar.

– Eu... o que? O que aconteceu?

– Acho que isso eu posso explicar.

Ela olhou para o velho ali, e demorou a reconhecê-lo. Tinha se acostumado a ver seu tio novo, e não com a barba longa e grisalha, assim como os cabelos. Parou para refletir... Se ele estava vivo, então tudo tinha dado certo?

– Na viagem que você e o jovem Tom fizeram, você teve algumas complicações. Acho que o pó de flu não lhe fez muito bem, e você sofreu um pouco com a chegada brusca. Seu coração parou de bater muitas vezes, querida. Quase não sobreviveu, e Tom ficou realmente assustado.

Tom revirou os olhos, mas Hermione notou pela postura dele que seu tio falara a verdade.

– Eu ainda não entendo algumas coisas. - ela não entendia nada.

– É claro que não entende, está traumatizada! - Madame Pomfrey exclamou - Eles parecem não entender isso também. Mas eu não me responsabilizo, seu tio é o diretor e sabe o que é melhor. Se me dão licença - ela se retirou, indo para um escritório.

Dumbledore riu, mostrando nenhuma preocupação com o que a enfermeira dissera.

– Vou deixar vocês dois conversando, Tom explicará melhor que eu, querida. Vivi muitas coisas desde 1946, mas Tom chegou junto com você. Vou buscar umas pessoas que mostrarão o castelo para os dois.

E saiu da ala hospitalar, deixando os adolescentes sozinhos. Hermione ficou nervosa na hora, não conversava com Tom desde que ele descobrira toda a verdade e não sabia como o moreno ia reagir agora. Ela prestou atenção em tudo em sua volta. Parecia com 1997 e a ala hospitalar que ela visitava com frequência, tanto para Harry quanto para Ron.

Ela estava de volta para 1997, e parecia tão estranho, tão fora da realidade. Ela tinha se adaptado a 1945 e feito do passado seu lar. Voltar para o presente, com as coisas tão mudadas era estranho. Tom estar ali era estranho.

– Então... estamos de volta a ala hospitalar - falou, tentando amenizar o clima. Tom não riu.

– Eu vi você morrer duas vezes, Hermione. Duas vezes. A primeira foi quando você cometeu a burrice de se meter entre Dumbledore e Grindewald, e a segunda foi quando a gente chegou aqui, estávamos no gabinete do seu tio. Eu caí e logo depois foi você, e você tinha os olhos arregalados e não respirava. Seu coração parou de bater. Eu vi você morta ali. Seu coração parou de bater sete vezes desde que chegamos.

Hermione tivera sete paradas cardíacas? Como ainda estava viva?

– Quando chegamos? - perguntou baixinho.

– Duas semanas atrás. Não saí ainda daqui, mas parece que ainda é o começo do ano letivo, e Dumbledore é o diretor agora - revirou os olhos. - Esse ano é esquisito.

Hermione abaixou a cabeça. Esperava que ele a beijasse e se reconciliassem, mas é claro que aquilo não aconteceria. Ela estragara todo bom futuro que Tom poderia ter em seu tempo.

A pergunta era: como ele fora parar em 1997?

– Eu segurei você e te joguei no chão - ele falou, a voz ainda sem sentimentos. Seus olhos se encheram de lágrimas, ela odiava a indiferença de Tom - Eu te vi lá no meio, e então você falou aquelas abobrinhas sobre morte. Seu tio olhou para mim, sinalizando que era para eu te tirar do caminho. Eu te segurei e caímos no chão, mas em vez de continuarmos lá, e vermos Dumbledore atingir Grindewald, tudo ficou escuro e eu senti uma pressão horrorosa no estômago. Então eu tirei a cabeça de uma penseira e caí no chão, você fez o mesmo. E quase morreu.

Hermione estava com os olhos arregalados, nunca imaginaria que teria sido aquilo.

– Mas não morri - disse, a voz tão seca quanto a dele - E quanto a Grindewald?

– Pelo que Dumbledore me contou ele foi preso, junto com os soldados que estavam lá no dia. Os aurores o levaram. E tem mais - ele hesitou - Parece que Dumbledore deu um jeito de nos apagar dos anos quarenta, é como se nunca tivéssemos existido lá.

Hermione franziu o cenho, não fazia sentido.

– Mas você não vai querer voltar?

Ele a olhou, e era aquele olhar que a deixava apaixonada. Era intenso e profundo, parecia ler tudo o que ela era. Ela corou inconscientemente.

– Quando eu te vi na linha de fogo de Gellert, eu fiquei desesperado. Eu fiquei com medo de nunca te ver de novo, e de viver a vida inteira me remoendo por não ter te perdoado e você estaria morta. Eu tinha medo de ficar sem você, e isso é como morrer para mim. E talvez tenha sido isso que me motivou a pular em cima de você quando seu tio me instruiu. Eu cansei de guardar tanta mágoa e rancor dentro de mim.

Hermione sentiu seu estômago se contrair. Ele a perdoaria, ela tinha certeza.

– Não estou dizendo que te perdôo totalmente, ainda é difícil pensar que você mentiu para mim desde o começo - ele complementou, acabando com metade da felicidade da castanha - Mas eu estou trabalhando nisso. Quero começar de novo, sem mentiras dessa vez. Prazer, Tom Riddle. - sorriu e estendeu a mão que faltava um dedo.

Hermione sorriu, sabendo que ela aproveitaria muito bem aquele começo. Pulou em seu pescoço, pegando o moreno desprevenido.

– Hermione Dumbledore - falou em seu ouvido.

Ele a abraçou de volta com força, os dois acabando com a saudade do tempo separados e das quase mortes com aquele gesto. Ainda se amavam, e seria estão de tempo para que se acertassem de vez. Hermione tinha fé que as coisas ficariam bem

Ouviram um pigarro e se separaram. Dumbledore estava de volta e acompanhado por duas pessoas. Hermione quase chorou de alívio.

Sua felicidade só aumentava.

– Eu trouxe esses dois alunos para acompanharem os dois. Acho que vocês serão bons amigos.

– Sou Harry Potter - disse o moreno de olhos verdes. Ele ficava muito parecido com Charlus sem a cicatriz.

– Ronald Weasley - disse o ruivo alto. Ela sentiu Tom se enrijecer do seu lado, mas ela afagou seu braço.

Não tinha motivos para ele ficar preocupado. O coração dela era apenas de Tom.

Hermione sentiu o coração ficar leve, passara o ano pensando no que deixara para trás e agora via seus dois melhores amigos ali, felizes e perto dela. Harry tinha os pais vivos e Ron os irmãos. Tom estava a salvo e perto dela, a perdoando aos poucos.

Tudo ficaria bem.

(...)

– Como eu ia dizendo - Dumbledore anunciou naquele dia. Os alunos não entendiam porque o banco do chapéu seletor e o próprio estavam ali - Minha sobrinha e seu amigo chegaram de viagem há um tempo, uma viagem longa e conturbada e agora estudarão conosco. À seleção, por favor.

Tom e Hermione estavam com os uniformes ainda sem o complemento das casas, mas sabiam no fundo qual que seria a resposta do chapéu.

– Riddle, Tom - Minerva McGonagall o chamou. O menino se sentou no banquinho e o chapéu mal encostou em sua cabeça antes de anunciar alto Sonserina.

Ele sorriu presunçoso para Hermione, que negou rindo.

Tom se sentou com Draco Malfoy, e logo começaram a conversar. Draco parecia mais feliz, o que fazia pensar que a falta de magia das trevas na família ajudou bastante. Ela estava feliz por ele.

– Dumbledore, Hermione.

O chapéu foi colocado em sua cabeça, e aquele frio na barriga a consumiu.

“Ora, ora", a voz do chapéu falou em sua cabeça. "Terceira vez, senhorita. Da primeira,eu fiquei em dúvida se Corvinal seria a escolha certa, da segunda eu disse que teria um caminho tortuoso pela frente, e que a magia em mim era atemporal.”

Hermione estremeceu, lembrava-se de como queria vomitar quando ele dissera aquelas palavras.

“Mas tenho a casa certa para você dessa vez, a mesma de todas as outras. GRIFINÓRIA.”

Ela retirou o chapéu, se dirigindo a mesa que a aplaudia. Sentou-se com Harry e Ron, que estavam acompanhados por Gina.

Os três pareciam como antes das viagens, amigos inseparáveis. Hermione não sabia o quanto sentiu saudades até poder ser amiga deles novamente.

Passara o dia com os meninos, e quase não viu Tom. As aulas que compartilhavam juntos ela ficou com Harry ou Ron. Ele pareceu incomodado, mas ela não podia fazer nada a respeito. Os meninos fizeram questão que ela se sentasse com um deles, e Tom acabou ficando com umas meninas da Sonserina, que acharam o moreno muito atraente.

Hermione estava com ciúmes, e isso era fato.

– Quem é o seu noivo? - Ron perguntou do nada, no meio de uma aula do Binns fantasma.

– Como? - perguntou confusa. Estava prestando atenção em outra coisa, Pansy estava dando descaradamente em cima de Tom.

– Você usa um anel no dedo, parece de noivado.

Hermione suspirou, e olhou novamente para Tom. Ele olhou para ela, cerrando os olhos para a aproximação de Ron.

– Entendi - ele falou, se afastando da castanha - Ele é seu noivo, e vocês estão brigados. Dava para ver a tensão entre os dois, e eu espero eu vocês se acertem logo. Poderíamos marcar um encontro triplo, você e Tom, Harry e Gina e eu e Lilá Brown, bem se um dia eu tomar coragem e chamá-la para sair.

Hermione riu, Ron sempre seria Ron afinal.

A aula acabou e logo todos foram saindo. Até o fantasma deixara Hermione sozinha. Bem, não tão sozinha.

– Acho que eu mudei de ideia - a voz de Tom a fez pular de susto. - Devendo, Dumbledore?

Hermione riu, sendo acompanhada por Riddle. Merlin, como ela o amava!

– Mudou de ideia sobre o que, Tom?

– Sobre perdão e tudo o que eu te falei - o coração dela se apertou, ele não a perdoaria, ele iria pedir o anel de volta.

Seus olhos lacrimejaram na mesma hora.

– Não chore antecipadamente, Hermione, por Salazar! - exclamou - É só que eu estou morrendo de ciúmes de você com Ronald.

– Só com Ronald? - abriu um leve sorriso.

– Vi Harry com a irmã de Ron, e sem contar que Ronald foi seu namorado!

Revirou os olhos, mas por dentro estava soltando fogos. Talvez eles finalmente ficassem juntos.

– Foi, mas não é mais. E ele nem se lembra disso, é como se nunca tivesse existido. Você sabe que é o único para mim.

Ele riu arrogantemente, um sorriso que Hermione amava.

– Sei, e você é a única para mim. Eu te amo.

E beijou Hermione da forma mais apaixonada possível.

Ela correspondeu a altura, envolvendo os braços na nuca de Tom. Como sentira falta daquele beijo! Como sentira falta dele! Lágrimas de felicidade que escorriam dos olhos dela se misturavam no rosto dos dois. Estavam completos novamente.

– Eu te amo, Tom - falou quando se separaram. Tom sorriu e a beijou novamente, um beijo melhor que o anterior.

E ficariam assim para sempre, tinha fé nisso.

(...)

DEZENOVE ANOS DEPOIS.

Os quatro Riddle estavam em um carro, que Hermione dirigia, já que Tom se recusava a aprender uma maneira trouxa de se locomover. Velhos preconceitos nunca mudariam, e Hermione aceitava isso. Aceitava Tom porque o amava.

– Eu espero que eu vá para Sonserina - a menina de onze anos e cabelos negros falou.

– Eu não me importo para que casa eu vá, contanto que eu esteja em Hogwarts - a outra menina, idêntica a primeira, mas com os cabelos castanhos e mais rebeldes falou.

Tom riu, enquanto Hermione assentia com orgulho. Os dois tinham orgulho das filhas que tiveram, as gêmeas Ariana e Mérope. A segunda levara o nome em homenagem a mãe de Tom.

Ele visitou o cemitério e vu a lápide simples de sua mãe, e a perdoou por morrer, a perdoou por tudo e se desculpou pelos erros que cometeu.

– É por isso que você não vai para Sonserina - Ariana rebateu, prendendo os cabelos negros como o do pai - Não tem a astúcia e a vontade suficientes.

– Ariana - Hermione repreendeu, odiava quando a filha tinha pensamentos estranhos em relação a poder, tinha medo que ela seguisse o caminho errado - Claro que não é nada disso. Quem te falou isso?

– O papai.

Hermione fuzilou Tom, que se fez de inocente, e saltou do carro junto com o resto da família na estação de King’s Cross. O homem foi pegar o carrinho, enquanto as meninas ficaram com a mãe.

– Escutem bem o que eu vou dizer, não importa a casa de vocês. Ariana, pare de pensar que a Sonserina é a melhor, porque não é, e Mérope se posicione, defina suas metas. Vocês são Riddle, e uma Riddle não é fraca, nem tem muita sede de poder. Somos perfeitas na medida certa. Amo vocês duas.

– Também te amamos, mamãe.

As meninas se abraçaram e Logo Tom chegou.

– Acredita que o Weasley tentou me roubar o carrinho, aquele sacana?

As três reviraram os olhos. Tom e Ron passaram os últimos dezenove anos discutindo e competindo um com o outro, porém eram bons amigos. Assim como Harry.

Hermione beijou suavemente os lábios do marido e as meninas fizeram caretas e barulhos de nojo.

– Foi assim que vocês nasceram - e Hermione riu da frase dele.

– Então Ariana logo vai ter um bebê ruivo - Mérope soltou, e Tom ficou vermelho na hora.

– Como assim, Mare? - Hermione perguntou.

– Eu vi Ana e Hugo se beijando na festa de doze anos dele.

Hermione bateu com a mão na testa e Tom fechou as mãos em punho.

– Vou matar aquele pivete. Minha menininha só tem onze anos!

– Não foram beijos papai! - Ariana rebateu - Foi só um selinho, de presente de aniversário.

– Vá com Mare, Tom, vocês na frente - Tom e a castanha mais nova atravessaram o a parede e desapareceram.

– Você quer matar seu pai, Ana? - perguntou.

– Gosto de Hugo, oras - revirou os olhos e Hermione riu.

Ariana era exatamente como o pai. Atrevida, reservada e com um senso de humor um tanto duvidoso.

As duas atravessaram e logo estavam em meio a bagunça que era a plataforma nove e três quartos. Hermione sentia saudades da época de aluna, mas estava feliz do rumo que sua vida levou.

Era mãe, casada com o homem que amava e tinha um bom emprego. A vida de guerras passara e ela podia descansar todos os dias sabendo que a manhã seguinte seria igualmente calma.

As meninas embarcaram, e Tom abraçou a cintura da mulher, enquanto ambos davam tchau para as meninas.

As vezes Tom se perguntava o que teria acontecido se tivesse ficado sem Hermione ou se ele tivesse ficado como Voldemort. Ambas as perguntas tinham a mesma resposta.

Ele morreria.

– Vou descontar uns bons pontos do Weasley por beijar nossa filha.

– Não abuse do poder, Riddle - riu.

– Para que ser professor, se não puder ser tirano?

Hermione beijou Tom, não se importando com as outras pessoas e com o barulho de partida do trem. Ela precisava dele, precisava sentir os lábios dele.

– Eu te amo, Riddle - sussurrou.

– Eu sei - ela revirou os olhos - Eu também te amo, Hermione.

– Qualquer sentimento menor que esse seria burrice - afirmou a castanha.

Há dias em que eles brigam muito, outros que nem se falam, mas todos os dias que estavam bem era possível ver o amor mais puro e sincero do mundo.

Ambos fizeram inúmeras concessões na vida para ficar com o outro, e não se arrependiam, porque se amavam e tinham fé que era a escolha certa.

E qualquer coisa diferente disso seria um crime.

FIM.


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Notas finais do capítulo

Ai meu Deus, finalmente eu terminei. Queria agradecer do fundo do meu coração a todos vocês que leram e se manifestaram, de verdade. Obrigada a quem recomendou, e quem comentou! Jesus, não consigo parar de agradecer.

Terminar Faith foi muito difícil para mim, porque me apeguei, e talvez o final não tenha ficado tão bom quanto o esperado, e eu já peço desculpas por isso. Já chorei tanto por esse fim, que talvez tenha ficado um pouco inacabado. Acontece.

Faith acabou, mas eu decidi que escreverei outra Tomione. SIM! Mas não será agora, porque eu preciso me acertar com minhas ideias e com meu tempo. Então como vocês vão saber quando eu postar? Me favoritem como autora, que quando eu postar, vocês receberão a notificação.

E é isso, comentem esse capítulo e me digam o que acharam.

Até outro dia!