Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 24
Sacrifício


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo.



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Hermione levantou em um salto assim que escutou a primeira explosão. Agarrou a varinha de qualquer jeito, e não se importou se ainda estava com seu pijama de bolinhas.

– Ande, Minerva, levante! - gritou para a companheira, enquanto as outras meninas faziam o mesmo que ela.

As cinco correram, mas apenas Minerva continuou com Hermione. Elas podiam ouvir feitiços sendo lançados enquanto ambas desciam as escadarias da torre em toda velocidade.

– Hermione, abaixe-se - a castanha se jogou no chão de qualquer jeito, enquanto Minerva agia - Estupefaça.

O bruxo de preto caiu da escada, sendo lançado andares abaixo. Hermione estremeceu, não queria entrar em outra guerra, não queria ver seu lar sendo destruído outra vez.

– Ande, Hermione - Minerva pulou os últimos degraus, acompanhada de Hermione.

Um soldado surgiu em sua frente, e ela lançou o primeiro feitiço que veio em sua mente, fazendo-o desmaiar. Bufou quando viu que tinha se perdido de Minerva.

Tinha uma missão agora: achar Tom, e essa ela cumpriria.

Expelliarmus.

Desarmou o soldado, estuporando-o logo em seguida.

Pode avaliar a situação. Apenas os alunos mais velhos estavam na linha de combate, e apesar das tropas de Grindewald terem a surpresa como aliada, os alunos não estavam muito atrás.

Ela pode ver Charlus dando um murro em um soldado com o bastão do quadribol. Quase riu.

Estupore.

Um sextanista ao seu lado caiu, e ela sem pensar, atingiu o soldado.

Correu em direção às masmorras, sendo arrastada pela quantidade de gente que tinha ali. Sentiu o cheiro de queimado e viu que algo estava pegando fogo. Viu por uma janela que era uma parte da Floresta Proibida.

– Ora, ora, o que temos aqui? - ouviu a voz insossa e se virou, dando de cara com a varinha de Abraxas pressionada em seu pescoço.

– Você trabalha para Grindewald? - perguntou, chocada - E sua lealdade a Tom?

– Baboseira, depois que ele se envolveu com você - a voz de Abraxas era perigosa, e ele pressionou a varinha no pescoço de Hermione com mais força. - Ele se perdeu. Meu mestre ficou muito contente quando eu levei uma foto sua para ele.

O sangue de Hermione ferveu, e a mente dela começou a trabalhar em uma maneira de sair da situação em que se encontrava.

– Abraxas, você não precisa seguir nesse caminho. Gellert não vai ganhar - argumentou.

Antes que Abraxas pudesse falar, Hermione viu algo atingi-lo com força na cabeça. Olhou para a poça de sangue no chão e para Charlus, que observava a cena, apavorado.

– Acho que eu bati com força demais.

Hermione pulou no pescoço dele, dando um abraço apertado. Amava aquele garoto, tão parecido com Harry que chegava a doer.

– Obrigada - agradeceu. Não só por ter a salvado de Abraxas, mas por ele ter sido um bom amigo. Se ela morresse hoje, ele saberia o quanto ela era grata apenas por ele estar ali.

– Hey Dumbledore, vá chutar umas bundas desses seguidores de Grindewald.

E ele saiu dali, sacudindo a varinha e o bastão de batedor, gritando palavrões que fariam Molly Weasley lavar a boca dele com alvejante.

Hermione riu em maio ao caos, mas logo parou, quando levou um tapa forte de um dos soldados. Sentiu o sangue saindo de um corte e viu estrelas.

Expelliarmus – gritou, mas o soldado se esquivou.

Avada...

Estupefaça– gritou antes que ele concluísse o feitiço.

Mudou de ideia sobre a direção, Tom ao deveria mais estar nas masmorras, e seguiu em direção a saída do castelo.

Precisava achar seu noivo.

(...)

Tom estava irritado.

Tentara usar as maldições imperdoáveis naqueles malditos seguidores de Grindewald, mas nenhuma saía. Ele queria do fundo do coração usar as maldiçoes, eles estavam destruindo sua escola, sua casa!

Hermione tinha o estragado de vez.

Agachou quando a parede do seu lado explodiu, fazendo escombro na estrutura e pedaços de concreto voarem em cima dele. Tossiu por conta da poeira e estendeu a varinha, apontando para a parede oposta.

Bombarda.

A parede explodiu, levando junto alguns soldados. Corria para cima das masmorras, buscando pelo ar. Sentiu o cheiro de queimado conforme subia as escadas que levavam corredor principal. Estavam tacando fogo na Floresta Proibida.

Queria achar Hermione. Ele ainda estava furioso com ela, e não tinha a perdoado pelas mentiras que ela contara, mas queria vê-la, garantir que não ia morrer sem ver o rosto da castanha que tanto amava.

Mas a prioridade era matar todos os soldados inúteis de Gellert.

Viu Lestrange voar com um feitiço e bater com a cabeça na parede. Com certeza morreria. Sentiu um pesar esquisito, nunca pensaria que Lestrange seria um amigo para ter a morte pesada.

Expulso - gritou para o soldado, que se explodiu ali mesmo. Alguns olharam para ele, assombrados.

Não gostou daquilo. A sensação de matar não lhe dava mais prazer.

Viu que aurores já intervinham na situação, e viu também muitos feridos. Todos eram alunos. Nunca um bando de adolescentes conseguiriam deter treinados bruxos das trevas.

Tom se perguntou se no futuro onde Hermione vivia foi do mesmo jeito, um massacre.

Impedimenta. – ouviu um aluno gritar e quase bufou. Onde um feitiço paralisante iria parar um soldado de Grindewald?

Pelo menos os alunos estavam lutando, mostrando que se importavam com a escola tanto quanto ele. Mas eles tinham que ser mais eficientes, desmembrar no mínimo.

Então um barulho quase o deixou surdo, e os ataques foram suspensos. Não tinha mais muitos soldados de Grindewald para desmembrar.

Se desviou de uns últimos feitiços e pessoas se esbarrando até chegar ao hall principal, e estacou ao ver a cena.

Hermione iria morrer.

E não seria ele a matar a maldita sangue-ruim.

(...)

Alvo não tentava fortalecer as barreiras, porque não adiantava mais tentativas de defender o castelo da entrada de mais soldados. Gellert não queria isso, ele não precisava do máximo de suas tropas para alguns alunos.

Ele tinha piedade das crianças, imaginava.

Alvo passava lançando feitiços silenciosos em cada soldado. Ele viu os outros professores lutando bravamente, defendendo a escola.

Por mais que muitas vezes se perguntasse como seria se tivesse ido para o mesmo lado de Gellert, não se arrependia. Se arrependia de muitas coisas, suas desavenças com a família, todas as vezes que foi negligente, de sua sede de poder e de Gellert, mas não se arrependia de ter virado professor em Hogwarts.

Amava o que fazia.

E agora ele teria a chance de se redimir de todos os seus erros.

Só precisava achar Gellert.

Não foi difícil, entretanto. Gellert assistia tudo dos jardinha do castelo, em frente a entrada principal. Ele parecia ter prazer em ver os alunos batalhando para sobreviver. Pela primeira vez, Alvo cogitou a hipótese de matar Gellert.

– Alvie, você finalmente apareceu! - exclamou feliz.

Alvo ficou com o coração partido ao ver o quão louco Gellert ficara.

– Suspenda o ataque, Gellert, eu já estou aqui! - falou o mais fortemente que conseguia.

Gellert revirou os olhos, mas lançou um feitiço barulhento no céu. Logo, o barulho dos feitiços foi diminuindo até que cessaram, e suas tropas se instalaram perto de seu mestre. A chuva que caia era fraca e não impedia o incêndio na Floresta Proibida de se alastrar.

A professora de Herbologia correu para dentro da floresta acompanhada de Slughorn, e logo o incêndio estava sendo controlado.

– Onde está a garota, Alvo?

– Você nunca vai achar Hermione, o castelo é muito grande.

Gellert meneou a cabeça, e Alvo ficou alarmado.

– Então acho que não verá problemas se eu mandar minhas tropas em busca dela no castelo, não?

Dumbledore estendeu a varinha, e então uma luz azulada saiu de sua varinha. Gellert escapou do feitiço com facilidade.

Então Alvo reparou na varinha de seu adversário, a Varinha das Varinhas! Grindewald reparou no que Dumbledore notara e riu com escárnio.

– Oh, Alvie, passamos muito tempo procurando por ela, não? Eu a consegui em muitas das minhas andanças. Quer ver como é poderosa?

E lançou um feitiço, que Dumbledore repeliu com dificuldade. Conseguia sentir o poder da varinha saindo, assim como a intensidade do feitiço. Era uma varinha poderosa, e perigosa demais para estar com alguém como Gellert.

Alvo revidou, e seu feitiço se chocou com o de Grindewald. Faíscas vermelhas que em contato quase explodiam.

Alvo tirou a pressão da varinha e o feitiço foi interrompido. Gellert sorriu, ainda mais louco. Mas Alvo conseguia ver a preocupação no olhar dele.

Então atacou. A postura perfeita a cada golpe com a varinha do qual Gellert tinha que revidar e se defender. Alvo tinha fé que ganharia aquela disputa e Hermione ficaria segura, assim como o resto dos alunos.

Dumbledore estacou, assim como Gellert. Alguém surgira no meio dos dois. Alguém que, com certeza, não deveria estar ali.

(...)

Hermione sempre se orgulhara de sua inteligência, mas talvez aquele tivesse sido seu plano mais idiota.

Quando viu que os feitiços cessaram, correu para ver o que estava acontecendo e viu seu tio e Gellert duelando. Sabia que Alvo ganhara, mas não sabia como. Claramente Gellert levaria a melhor.

Tinha a varinha melhor, e não estava nem um pouco cansado. Seu tio lutara com outros soldados e sua varinha era fraca em comparação com a Varinha das Varinhas.

Não iria se perdoar nunca se algo acontecesse com seu tio. Sua verdadeira família, aquilo que ela realmente era.

Ponderou. Grindewald queria a ela, e iria embora depois que a conseguisse morta. E sua missão já estava cumprida, Tom estava a salvo e, além disso, a odiava depois das mentiras.

O mundo bruxo ficaria salvo de qualquer jeito. Ela faria como sua mãe, se sacrificaria por algo maior e faria isso com gosto. Tinha fé de que iria para um bom lugar.

Sentiu-se como Harry, ela nunca tivera a chance de contar e ele que ele carregava um pedaço de Voldemort consigo. Ele estava evitando a morte por tanto tempo sem saber que no fim teria que se sacrificar. Secou uma lágrima, impediria isso.

Harry não seria mais uma horcrux porque Tom se regenerara. E Gellert acabaria ficando louco de qualquer jeito. Dumbledore poderia se aproveitar da aparente vitória de Gellert e acabar com a guerra.

E ela esperava que Tom a perdoasse no fim das contas.

Quando Dumbledore lançou o último feitiço ela se laçou entre os dois, ficando exatamente no meio.

– Essa festa familiar só fica melhor! - Grindewald disse, ao mesmo tempo que duas vozes falaram:

– Hermione, não!

Uma voz era de Alvo, a outra era de Tom. Ela procurou entre a multidão, e o viu perto dos outros alunos, na entrada do castelo. Sinto muito, sinto muito, sinto muito.

Ela torcia para que ele visse o quanto ela estava arrependida e o quanto ela o amava.

– Você se parece com sua mãe, mas tem muitos traços diferentes. Qual dos trouxas imundos deveria ser seu pai? Não importa, os dois eram imundos.

O coração de Hermione doeu, ela tinha ignorado esse tempo todo que era fruto de um estupro, apesar de ter pesadelos com as cenas. Grindewald conseguia acabar com ela apenas com palavras.

– Não fale de Ariana - a voz de Dumbledore era perigosa e ameaçadora, estava furioso - Hermione, saia daí, vou matá-lo agora.

A castanha negou com veemência, se mantendo onde estava. Era o que ela tinha que fazer.

– Acabe logo com isto, Grindewald. Mate-me logo e vá embora de Hogwarts. Olhe o que você fez! Destruiu o meu lar, o lar dessas pessoas, o lugar que foi seu lar por anos, e por um motivo tão banal e estúpido. Então me mate e vá embora aproveitar sua loucura! - não chorou, pelo contrário, sua voz era firme.

De repente outra ideia lhe passou pela cabeça, em um momento de desespero.

Tocou o vira-tempo em seu pescoço. Ficaria sem Tom, e isso era como morrer, para ela.

– Será um prazer - sorriu malignamente.

Olhou uma última vez para Tom, o olhar dele era triste, pesaroso, desesperado, e furioso. Eu te amo, falou, mas sem sair som algum dos lábios.

Cronos agiu novamente, desacelerando o tempo.

Ela viu Grindewald murmurar o feitiço e a luz verde começar a sair, viu seu tio estendendo a varinha e murmurando um que emanava uma luz estranha. Fechou os olhos.

Hogwarts, 1997, pensou, e virou o objeto uma única vez.

Abriu os olhos e viu a luz terrivelmente perto, e sentiu mãos a segurando e envolvendo seu corpo, embora não conseguisse ver quem era. A única coisa que conseguia ver era a luz verde quase a tocando.

Então tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?