Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 17
Aceitação


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu estou com um pouco de medo de que fique confuso, se estiver, me falem que eu voltarei a explicar em outros, ok?
Ah, estamos com a campanha (de brincadeira) chamada "Rumo aos 300", que é para Faith atingir os 300 comentários. Então vamos comentar, divulgar, fazer com que o ship Tomione seja mais popular!!! (preciso de boas tomiones para ler )):)
Sem mais delongas, curtam o cap



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– Isso é loucura - Hermione refutou a ideia.

Sim, ela imaginava que seria isso, mas também pensou que era neta de Ariana, que ou seu pai ou sua mãe fora um aborto, justamente pela magia de Ariana não se controlar, e que tivesse se manifestado nela.

Agora, ser filha de Ariana era algo completamente surreal, e ela não conseguia aceitar isso com tanta facilidade.

– Creio que não, senhorita.

– Olha, mesmo que isso fosse possível, o que eu tenho quase certeza que não é - se apressou em corrigir - Como eu fui parar no futuro? Sou de 1979. Filha de dois trouxas!

– Hermione, tem mais algumas lembranças para te mostrar, se puder me acompanhar...

– Não! - soltou um grito estridente. - Professor, eu acho que já estou farta de lembranças por hoje. Eu não quero saber de nada agora. - tentou se convencer com suas palavras - Eu preciso dormir, tenho aula cedo, e não quero me atrasar. Boa noite.

Ela se retirou da sala, deixando Dumbledore sozinho.

Igualzinha a mãe, Dumbledore soltou um riso pelo nariz. Mas a menina estava certa, devia saber aos poucos, para poder assimilar melhor.

Hermione andava sozinha pelos corredores de Hogwarts, ela podia ver pelas janelas que já estava amanhecendo. Suspirou, estaria acabada para as aulas.

– Bonito, Granger. Andando pelo castelo de madrugada - uma voz soou em seus ouvidos. Quase sorriu quando reconheceu.

– Ora, Sr. Riddle, creio que esteja cometendo a mesma infração que eu.

– Privilégios de monitor.

Hermione reparou que ele ainda não estava usando uniforme, e sim um pijama preto. Seus pés estavam com pantufas pretas e gastas. As olheiras em seus olhos eram profundas. O anel que anos depois ficaria com Dumbledore reluzia em seu dedo direito.

Seu coração afundou sabendo que Tom já matava ainda tão jovem.

– Vamos à torre de astronomia comigo, Tom? - pediu gentilmente - Vamos ver o nascer do Sol, senhor monitor.

Os dois riram e seguiram para a torre mais alta. Hermione se lembrou da imagem de Dumbledore caindo da torre.

Hermione estava se sentindo melancólica demais.

Os dois se apoiarem na amurada da torre. O sol se pintava de laranja, rosa e vermelho. Hermione sempre achou que o nascer do Sol era a melhor hora do dia para se pensar. E ela precisava mesmo pensar sobre tudo.

Quando sua missão se tornara algo tão mais complexo e profundo que isso? Era simples, voltar no tempo, salvar Tom, e voltar. Agora ela se via em meio a um drama familiar, se via em um mundo que não era dela.

Estava perdida.

– Hermione, o que aconteceu? - o olhar dela se fixou com o do moreno, e o estômago dela deu um nó.

Ela vinha sentindo uma coisa engraçada por ele, toda vez que o via. Mas com tanta coisa acontecendo, não ligou. Ela podia ver, agora, que com o cabelo despenteado, as olheiras grandes e pijamas, Tom parecia ser mais bonito do que nunca.

– Aparentemente, eu sou uma Dumbledore mesmo - falou, uma parte do peso que estava em seus ombros se dissipou.

– Que? Como assim? - os olhos do moreno se arregalaram.

– Tem muita coisa que eu ainda não entendo, mas aparentemente, Ariana Dumbledore teve uma filha... minha mãe. Um aborto - mentiu. Não sabia o porque, mas sentia que Tom não podia saber da verdade, não naquele momento.

– Oh, então...

– Sim, é aquilo que eu te falei, lembra? Magia é genética. Ela não se manifestou no gene da minha mãe, mas se manifestou em mim - não conseguiu olhar para Tom enquanto mentia, então se fixou no horizonte ficando azulado, a neve começando a cair.

Tremeu de frio.

– Mas então, como sua mãe era considerada trouxa? Por que você precisou apagar sua memória?

Hermione praguejou internamente. Detestou Tom por ser tão esperto.

– Ela foi dada para a adoção quando nasceu. Nunca soube que era bruxa - sua voz foi seca, mas os olhos marejados.

Ela soltou umas lágrimas, mas antes que conseguisse secá-las, tom passou o polegar suavemente pelo rosto dela.

Ela quis beijá-lo.

– Não importa. Continuo gostando de você, Granger. Dumbledore é um lunático.

Ela riu suavemente. Quis acreditar que Tom gostava mesmo dela, independente do sangue. E quis contar a verdade para ele. Toda. Desde sua viagem até seu verdadeiro parentesco com Ariana.

Mas suspirou, e voltou a fitar o horizonte. Tom a imitou.

Depois que saíram de lá, cada um foi para o seu dormitório sem trocar nenhuma palavra.

Nenhum dos dois acordou para as aulas do dia.

(...)

– Vejo que já está de volta.

Hermione não sorriu quando entrou na sala de Dumbledore, novamente de madrugada. Queria dar um fim definitivo a toda história envolvendo sua antecedência.

– Sim, desejo acabar logo com isso.

– Sim, querida, sei que deve estar sendo muito difícil para você, mas tudo vai se acertar - Dumbledore sorriu amavelmente, e Hermione retribuiu com um sorriso morto - Falando nisso, creio que ninguém ficará incomodado com suas faltas de hoje, assim como as do Sr. Riddle, ficou bem claro que vocês ficaram até tarde concluindo seus trabalhos.

Hermione assentiu, entendendo o que ele queria dizer. Fora a história que Alvo inventara para terem perdido as aulas. Ela queria ter levantado, mas estava em um sono tão bom, coisa que ela não tinha há dias.

– Está pronta? - perguntou. Ela assentiu novamente. - As lembranças que eu vou te mostrar agora são definitivas. Eu já soube que a profecia se tratava de você, e Ariana piorara consideravelmente. Ficava imaginando formas de te livrar do que te aguardava.

– E o que supostamente me aguardava? - perguntou, ainda descrente de que de fato fosse ela.

– Grindewald.

Hermione franziu a testa. A profecia em nenhum momento falara de Gellert, era sobre Voldemort, Tom. Ainda assim, a menina concordou com o que ele dizia.

A castanha respirou fundo e mergulhou, sendo sugada para uma memória. Agora estavam em uma casa velha, e dois homens estavam sentados em um sofá desgastado. O de cabelos acaju estava de cabeça baixa, sendo consolado por um loiro magro e alto.

“Alvie, vamos. Me conte o que está havendo” a voz dele era calma, mas Hermione notou que também era muito manipuladora.

Lembrava a de Tom.

“É Ariana. Desde os ataques dos trouxas ela não anda bem. A magia a sufocou, ela enlouquecera. E ainda tem a criança que ela espera, mamãe está surtando. E ainda a profecia...” Alvo mais novo se calou, percebendo que falara demais. Gellert retesou.

“Que profecia, Alvie?” Alvo levantou a cabeça, encarando Gellert. Hermione olhara para Dumbledore, e esse mostrava uma face sofrida.

Devia ser horrível estar revivendo esse momento.

“Não quero falar sobre isso”.

“Anda, querido. Somos parceiros, não?” Gellert sorriu para Alvo, incentivando Dumbledore a falar.

Com um suspiro, Alvo contou toda a história, toda a profecia. Gellert arregalara os olhos. Quando acabou, Grindewald falou, com um suspiro.

“Precisamos matá-la”.

“Como?” Alvo levantou em um pulo. Gellert o acompanhou.

“Sim, a criança. Ela nos atrapalhará, Alvo, não consegue ver? O que nós fazemos é considerado magia negra, coisa ilegal. Mesmo sendo correto. A criança impedirá que nós façamos a justiça no mundo bruxo, Alvo” Gellert colocou as mãos no rosto de Alvo, fitando-o com muita intensidade.

“Não... isso não é certo. É minha sobrinha, minha família. Ariana nunca me perdoaria”. Gellert bufou e revirou os olhos.

“Sempre essa garota! Ela está maluca, Alvo. Nunca entenderia o que aconteceu.” Levantou as mãos para o ar, se afastando do parceiro.

“Pare com isso, Gellert. Não fale da minha irmã” Alvo levantara a voz. “Eu não sei como pude me enganar com você. Você disse que respeitaria minha família. E agora está sugerindo que eu mate um membro dela. Você que é o louco” acusou.

“Saia daqui, Alvo” Gellert não discutira. “Nos vemos em novembro, quando essa menina nascer”.

A lembrança mudou, e agora Hermione e Dumbledore estavam na casa dos Dumbledore, em Godric’s Hollow. Ariana suspirava todo momento, com uma barriga enorme. Hermione desconfiou de que já estivesse para nascer. Os cabelos loiros estavam sujos e o olhar mais amalucado do que nunca. Ela vira Kendra se aproximar, com um olhar de pena.

“Querida, já está a horas olhando para a janela. Vamos para o quarto” Ariana soltou um suspiro dolorido e esfregou a barriga.

“Hoje ela está agitada. Pressinto algo ruim” Kendra revirou os olhos. “Mamãe, onde está Alvo? Preciso falar com ele.”

“Chamarei se você sair dessa janela. Já está escuro e você não pode pegar friagem”. Ariana assentiu, foi para seu quarto. Alvo chegara logo depois.

“Irmão! Precisava vê-lo. Descobri um jeito para aquele homem horrível não se aproximar de minha menininha. Falando nisso, o que você acha de Hermione?”

Hermione ofegou. Dumbledore afagou seus ombros levemente. A ficha estava caindo.

“Um belo nome, Ariana. O que planeja?” Hermione pode ver que o olhar de Dumbledore era atento, mas descrente.

Ariana se levantou da cama com dificuldade, fazendo uma careta de dor. Hermione viu que o calendário marcava dezoito de novembro. Estremeceu. Seria naquele dia.

Ariana pegou dois objetos. Um colar relicário, e um anel. Entregou os dois a Alvo.

“O que é isso, irmã?”

“Um feitiço que eu andei pesquisando” Hermione notou que o olhar da menina ficara mais sério, a lucidez tomando conta. “Se chama sacrifício temporal”.

“Isso é magia negra, Ariana” Alvo falou, a voz séria.

“Não importa, qualquer coisa para Hermione sair daqui” suspirou, sentando-se na cama. “Você mentaliza um lugar em qualquer época do futuro. Ela, a magia, me diz para ser em 1979. Um bom ano não?” o olhar se perdera por um momento “Então, aperte a trava do relicário e viajará no tempo, e deixe minha filha em um lar trouxa. Depois, para voltar, gire a pedra desse anel, mentalizando nosso ano.”

Alvo olhou assombrado para a irmã.

“Querida, isso não faz sentido. E o sangue aqui. E o sacrifício necessário.”

“Estou com um pressentimento ruim, irmão. O sangue ai dentro é meu. Você sabe o que fazer”.

“NÃO! Não farei isso, Ariana. Não te matarei.”

“Não é uma escolha, irmão” então soltou um grito de dor, e um liquido desceu por suas pernas.

Kendra surgiu no quarto, esbaforida, e viu a filha entrando em trabalho de parto. Rapidamente a colocou na cama, posicionando suas pernas. A menina gritava e ofegava. Uma luz esquisita emanava de Ariana. Hermione não gostou nada nisso.

“Chame seu irmão, ele está lá fora. E traga água quente. Rápido, Alvo!”.

O homem acordou do transe, e colocou os objetos que a irmã lhe dera. Voltou logo depois com Aberforth e a água. Sua mãe recitava feitiços para acalmar Ariana, mas a mesma ainda chorava, com dor.

“Não aguento mais!” fez mais força, Hermione não aguentava mais ouvir os gritos de Ariana.

Aberforth segurava uma das mãos da menina, assim como Alvo. Ambos falavam coisas reconfortantes para a menina, tentando acalmá-la.

Então Ariana soltou um ultimo grande grito, e a luz ficou cegante por um minuto. Quando parou, Kendra jazia no chão desacordada; Ambos os homens olhavam para a cena. Alvo tomou a dianteira e voltou a fazer o parto de Ariana, que agora chorava pela mãe.

“Está morta, Alvo” Aberforth falou por cima do ombro, checando a mãe. O choro de Ariana se intensificou. Aberforth saiu do quarto com o corpo da mãe nos braços e logo retornara.

Então um choro foi ouvido, e Ariana suspirou aliviada, o rosto coberto de suor. Os meninos limparam as coisas e a criança, e a entregaram para Ariana, que chorava silenciosamente.

“Minha menininha, minha menininha. Não deixarei nada acontecer, ela já me disse que você tem um futuro brilhante” fazia carinho na cabeça da pequena bebê. Hermione se apiedou de Ariana, devia ser horrível estar louca e ainda passar por toda a pressão da filha estar sobre ameaça.

Ariana não, sua mãe. Ela conseguia admitir isso. Conseguia ter orgulho de ter a mãe que não conhecera. Ela fora corajosa ao extremo a fazer o que fez.

Os meninos terminaram de limpar tudo, assim como a pequena Hermione, que jazia com uma roupinha rosa cheia de estrelas. Hermione ficou completamente chocada quando reconheceu a roupinha, sua mãe falava que era a que usara quando saíram do hospital.

Sua vida inteira fora um punhado de mentiras.

Hermione queria sumir.

Então, sequência de batidas foram ouvidas na porta da frente. Aberforth trocou um olhar preocupado com Alvo e fora ver quem era. Hermione ouviu a porta ser aberta de supetão, e gritos altos, assim como barulho de socos e chutes. Um feitiço foi ouvido e Aberforth gritou. Hermione quis ver o que era, mas como era uma memória de Dumbledore mais novo, tinha que ficar onde ele estava.

O bruxo de cabelos acaju acalmava Ariana, que delirava com a criança no colo.

Na porta surgiu Gellert, com os cabelos maiores e o olhar tão maluco quanto o de Ariana, Hermione sentiu o clima ficar três vezes mais frio. Alvo mais novo fora até ele, tentando impedir a passagem de Grindewald.

“Saia da minha frente, Alvo. Não quero te machucar”.

“Saia você da minha casa, Gellert” Alvo empurrou Gellert, mas o mesmo desferiu um soco no nariz de Alvo.

Hermione olhou para Dumbledore, que estava quieto do seu lado, o nariz levemente torto. Como se já tivesse sido quebrado.

Alvo caiu no chão, e Ariana desviou da investida de Gellert, pulando da cama com a criança nos braços. Desviou de alguns feitiços e alcançou Alvo, que tentava se levantar, o sangue pingava do nariz retorcido. Ariana colocou desajeitadamente a criança nos braços do irmão, e se pôs na frente de Grindewald.

“Saia da frente, sua louca” berrou. Ariana engoliu as lágrimas, e estendeu os braços.

“Não! Alvo, vá!” Ariana fechou os olhos, Gellert estendeu a varinha.

Alvo apertou a criança e apertou a trava do relicário. Uma luz branca foi vista, os dois sumiram.

Avada Kedavra” A voz fria de Gellert e a luz verde que acertava Ariana foram as últimas coisas que Hermione viu.

Ela tirou a cabeça da penseira em um supetão. Dumbledore já se encontrava sentado em sal mesa. Ela chorava silenciosa e copiosamente, e Alvo respeitou o momento de aceitação da menina. A ficha de que as coisas nunca foram como ela pensava que fossem.

– Hermione, sei que é difícil, mas temos que conversar. Agora sabe porque tem que se manter segura, Gellert está lá fora atrás de você por causa da profecia.

– Mas senhor - a voz ainda estava embargada, mesmo que já não chorasse mais - O que Gellert Grindewald tem a ver com... minha profecia?

Expressou a confusão que sentia, Dumbledore a olhou complacente.

– Você viu a memória, ele ameaça o mundo bruxo, provocando o caos. Você...

– Não, senhor. - interrompeu seu professor, sorrindo torto. - Essa profecia não é sobre Gellert.

Agora a confusão se estampava no rosto de Dumbledore. Hermione achou aquilo extremamente engraçado, não estava acostumada a ver seu professor confuso.

– Como assim, Hermione?

– Professor, está na hora de você ver algumas das minhas lembranças.

Ele assentiu, e ela se preparou. Agora que tinha noção de tudo, sabia que não poderia desistir, não era só uma simples missão. Era sua vida que estava ali no passado.

Agora mais que nunca ela precisava concluir sua pendência no passado.

Mais que nunca precisava salvar Tom.


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Notas finais do capítulo

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