Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 14
Ariana Dumbledore


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas, capítulo fresco no ar. Estou dando essa mensagem nas notas iniciais porque não sei se vocês conseguiram ler quando terminarem o capítulo. Eu pelo menos teria essa reação se lesse (me desculpem se estou me sentindo um pouco presunçosa).

Eu postei uma pequena one-shot Tomione, e adoraria que vocês passassem lá e dessem uma lida. E AGORA PARA COMPLETAR, algumas coisas que acontecem lá, podem ou não acontecer em Faith.

O link é esse http://fanfiction.com.br/historia/528879/Apaixonada/

Comentem lá, e nesse capítulo de hoje também.

Aproveitem

AAAAH, ainda estou a procura de alguém que faça uma capa para Faith, me falem nos comentários quem pode fazer isso pela pobre autora que mal sabe usar o Paint, obrigada



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Na mitologia grega havia um titã chamado Cronos. Cronos era um tirano realmente mal, que podia controlar o tempo. O titã costumava desacelerar o tempo para conseguir vantagens contra suas vítimas.

Hermione sentia com se Cronos tivesse desacelerado o tempo. Ela via as pessoas no Três Vassouras rirem em câmera lenta, via Tom a olhar preocupado e via Batilda levemente intrigada.

Uma Dumbledore?

Então Cronos voltou com o tempo ao normal e a consciência a arrebatou. Hermione fez a única coisa lógica.

Começou a rir.

— Não, Sra. Bagshot. Sou mestiça — mentiu, sustentando a história que contava a todos que perguntavam. Sua cicatriz escondida parecia coçar.

— Ora criança, pode ser sim, mas isso não quer dizer que você não seja uma — Batilda fez um gesto displicente com a mão — Eu reconheço um Dumbledore de longe.

Essa mulher está surtando, Hermione e Tom pensaram juntos.

— Como assim?

— Querida, essa sua cicatriz no joelho esquerdo. Alvo sempre disse que era uma marca de todos os Dumbledore. Ele tinha, os irmãos tinham, o pai tinha. E você tem.

Hermione olhou para seu joelho. Aquela cicatriz engraçada do metrô de Londres a acompanhava desde que nascera, ela se esquecia dela sempre. Todas suas fotos de quando era pequena levavam essa cicatriz. Era uma marca de nascença engraçada.

Mas ser uma marca dos Dumbledore? Batilda surtara, com certeza.

— Então Sra. Bagshot, voltando a família. Será que pode me dar mais informações sobre a família Grindewald? — Tom perguntara, já que Hermione entrara em um estado de torpor esquisito.

Eles ficaram conversando até um professor avisar que as carruagens sairiam em breve. Os dois se despediram da bruxa, prometendo que se veriam assim que possível. Tom colocou o sobretudo de Hermione quando voltaram para o frio que fazia fora do pub.

Hermione suspirou, ainda parecendo distante. Tom daria tudo para ler a mente dela, mas ela era oclumente e ele não estava a olhando nos olhos.

— Hermione... — começou.

— Eu sei — suspirou novamente — Vamos falar com Dumbledore.

(...)

Dumbledore viu de sua sala quando as carruagens chegara e viu a menina de touca grifinória saltar de uma com o menino com o gorro sonserino. Quase sorriu, eles faziam um belo par.

Quase, pois sabia o que esperava. Em menos de dez minutos uma batida soou na porta e ele preparou o necessário: a penseira, as memórias certas.

Estava na hora da menina saber a verdade.

Tom acompanhara Hermione até a porta da sala do professor, tentando esconder que ele estava tão curioso quanto ela. Se ela fosse de fato uma Dumbledore, não teria problema nenhum em namorá-la, pois ela seria no mínimo mestiça. Seus comensais também não reclamariam. Ele já estava fazendo todos os planos quando as batidas na porta cessaram e Alvo Dumbledore apareceu, sem o eventual brilho nos olhos e o sorriso brincalhão.

O assunto realmente é sério, pensou.

— Senhorita Granger, estava lhe esperando. Entre, por favor.

Hermione olhou apreensiva para Tom, mordendo o lábio. A situação não era favorável, mas Tom achou aquilo muito... sexy.

Ele se adiantou para acompanhar Hermione, que já entrava na sala. Mas Dumbledore o parou antes que conseguisse.

— Acredito que seja melhor a senhorita Granger ficar sozinha, em breve ela falará com o senhor.

Tom assentiu de cara fechada e Dumbledore fechou a porta. Ficara sozinho no corredor.

Hermione já passara das mordidas, mastigava os lábios com fúria. Na mesa do professor, havia uma penseira. Ela se lembrou na hora da penseira com líquido vermelho que ela afundara a cabeça.

— Sei que a senhorita é do futuro, Hermione. Sei desde que chegou — Hermione arregalara os olhos, ela não contara a ninguém de sua condição — Sei de muitas coisas ao seu respeito na verdade. As respostas para o que procura estão nessa penseira — Dumbledore passou as mãos pelo objeto de pedra — Aqui contém memórias minhas, de Aberforth e da própria Ariana.

— Senhor, não sei se estou entendendo. Do que está falando? A senhora Bagshot... — não conseguiu terminar, pois Alvo a interrompeu.

— Por favor, srta. Granger, estarei logo depois de você.

Assentindo ainda receosa, Hermione mergulhou, sabendo que suas respostas estariam ali,e logo se viu sugada pelas lembranças.

Ela estava em uma rua vazia e escura, não sabia que lugar era, mas então viu uma garotinha loira de mais ou menos sete ou oito anos, ela fazia um gato levitar, e parecia chocada com isso.

— Essa é Ariana com oito anos, estava descobrindo a magia — ela pulou de susto ao ver Dumbledore do seu lado.

A menininha colocara o gato no chão, e nessa hora, alguns adolescentes vestidos como em um filme antigo apareceram e viram a menina praticando magia.

“Ei aberração, o que é isso?” um gordinho falou.

“Mostre-nos o que estava fazendo. Agora!” o segundo, moreno, ordenou.

“Eu... eu não sei” a voz infantil falou. Assustada com os meninos.

“Pare de mentir” um terceiro, de boina, gritou.

Os meninos correram para perto da garota, a cercando. Ela estava encolhida no chão, assustada. Quando o primeiro, o gordinho, levantou a mão para acertá-la, uma grande luz se acendeu, e os meninos olharam assustados.

Um bruxo de meia idade de cabelos acaju apareceu, estava furioso.

“Deixem minha filha em paz, seus pivetes imundos” e esticou a varinha na direção deles.

Os três adolescentes correram e a menininha ficou encolhida no chão, chorando.

“Você está bem, querida?” o bruxo perguntou, pegando a loira no colo.

“Estou, papai” fungou levemente.

A lembrança então mudou, e Hermione se viu em Godric’s Hollow. Estava mais rústica do que se lembrava, mas era o mesmo local. Parecia ser verão, e varias crianças corriam, brincando de alguma coisa. Ariana, agora já maior, brincava com um adolescente de cabelo castanho quando uma coruja deixou uma carta cair em sua cabeça.

Assim que ela viu quem era o remetente, começou a pular e a gritar, feliz.

“Olha Abby, minha carta de Hogwarts!” abraçou o irmão Aberforth.

“Agora sabemos que você não é uma inútil, irmãzinha” ela mostrou a língua para o irmão mais velho e correu para casa, provavelmente para avisar os pais.

Hermione estava apreensiva. Onde Dumbledore queria chegar com aquelas lembranças de Ariana? O que tudo aquilo significava?

— Como pode ver, Hermione — Dumbledore começou, depois de um bom tempo de silêncio — O incidente com os meninos foi evitado por meu pai Percival, e as habilidades mágicas de minha irmã não se descontrolaram. Como toda criança bruxa, quando fez onze anos foi chamada para Hogwarts.

— Onde está querendo chegar com essas lembranças, professor?

— Já estamos chegando lá, Hermione.

A lembrança mudou novamente e teorias começaram a rodar na cabeça de Hermione, a deixando terrivelmente enjoada. Ela não sabia se queria continuar vendo as lembranças.

Agora estava em um salão comunal em tons de azul e bronze, e uma adolescente de dezessete anos estava debruçada na lareira, perto da estátua dedicada a Ravenclaw. Ela conversava com alguém pela lareira, e parecia estar discutindo.

“Não vou voltar, papai. Passarei o natal aqui em Hogwarts mesmo”.

“Mas, querida” o rosto de brasas falava “Você não vem para casa nunca, estamos morrendo de saudades”.

A menina suspirou, parecia cansada da conversa.

“Papai, Gellert vai estar lá e o senhor sabe muito bem que eu não aprovo a amizade dele com Alvo”.

“Ariana, seu irmão já é maior de idade, ele pode falar com quem ele quiser, não podemos impedir isso. Se já não bastasse seu irmão Aberforth se entocando naquele bar sujo de Hogsmeade, minha princesa ainda vai ficar na escola por causa de uma inimizade?” Percival parecia realmente triste.

“Papai, enquanto Alvo deixar Gellert Grindewald influenciá-lo desse jeito, não voltarei para casa”.

“Você quem sabe, Ariana”.

Percival sumiu na lareira, e a corvinal ficou sozinha, uma lágrima solitária cair.

A lembrança então mudou novamente. Hermione ficara ainda mais confusa.

— Eu realmente não estou entendendo nada, professor — se virou para o transfigurador.

— As respostas estão prestes a serem reveladas, Hermione. Tenha calma. Como pode ver, Ariana não aprovava meu relacionamento com Grindewald e exigia que nosso pai tomasse providências. — Hermione assentiu — Ela decidira que voltaria para nosso antigo lar, o mesmo em que quase fora atacada, eu acho que ela esperava que eu mudasse minha mente. A casa ainda era nossa propriedade e ela decidira que começaria sua maioridade ali, viraria jornalista do Profeta Diário — o professor suspirou.

Hermione estava receosa, milhões de teorias passavam pela sua cabeça, todas improváveis, todas a deixavam aterrorizada. Só havia um motivo para Dumbledore estar lhe mostrando as lembranças de Ariana, contando com o fato de ela ter a marca de nascença dos Dumbledore.

Só que Hermione era de 1997. Ariana, pelas contas dela, era de 1900. Era ilógico.

Ainda assim, seus olhos se encheram de lágrimas pela possibilidade que se formava em sua cabeça.

— Professor — fungou — não quero mais ver isso.

Mas o professor a ignorou.

Agora Ariana, ainda com uns dezessete anos estava acenando com a varinha no mesmo beco que quase fora atacada anos antes, ela olhava receosa para os lados, mas ainda tentava consertar a iluminação com a magia.

“Que merda é essa?” uma voz grossa soou atrás dela, e Ariana arregalou os grandes olhos azuis. Se virou com calma, e viu cinco homens grandes e brutos tampando a entrada do beco.

“Do... do que está falando?” Ariana gaguejou, tentando soar mais corajosa do que de fato se sentia.

O sangue de Hermione, que se encontrava no final do beco com Dumbledore, começou a gelar, e ela estava com medo do que se seguiria.

— Me tire daqui, professor — pediu novamente.

— Ainda não, Hermione.

— Por favor — suplicou, a voz embargada.

“Que porra é essa que você está fazendo, loirinha?” um ruivo sujo e grande, que estava do lado do primeiro, perguntou.

Ariana respirou fundo, tinha a vantagem da varinha e a inteligência, sairia dali. Lançou o primeiro feitiço silencioso, derrubando o ruivo. Os outros quatro olharam para o amigo desmaiado no chão e nesse meio tempo, Ariana tentou correr, pulando por cima deles.

Um loiro sujo foi mais rápido, e a agarrou enquanto ela tentava escapar. Ariana soltou um grito, que logo foi calado pela mão do mesmo. Um terceiro, um moreno, pegou a varinha de sua mão enquanto a menina se debatia, e jogou longe da vista da mesma. O loiro a jogou no chão, fazendo a cabeça de Ariana se chocar.

“Socorro!” a menina gritou. Sua cabeça latejava.

— Professor — Hermione agora chorava compulsivamente. Dumbledore ainda estava indiferente, como se já tivesse visto a mesma cena milhares e milhares de vezes.

“Cala a boca, vagabunda” um negro cuspiu nela, enquanto a chutava. Ariana arfou de dor, e parou de gritar, agora chorava alto, suplicando para que os homens parassem.

“Ela é bem gostosa, Miles” O primeiro, o moreno, falara para o loiro sujo.

“Podemos tirar um bom caldo dela” sorriu malicioso, um dente faltava na boca.

Os quatro homens se revezavam em tirar a roupa da loira. Hermione assistia as agressões dos homens, gritando inutilmente para que parassem.

— Me tira daqui, me tira daqui — sacudia o professor — Não posso mais ver isso, ME TIRA DAQUI — gritou.

Dumbledore fez um aceno e Hermione tirou a cabeça da penseira, chorando copiosamente.

Estava em pé, de volta a sala do professor de transfiguração.

— Hermione, sei que é difícil ver essas coisas. Me dói também, mas é necessário. Você precisa saber da verdade! — os olhos azuis cintilantes do professor estavam duros, sérios.

Mas Hermione não se importava.

As paredes pareciam apertá-la, ela se sentia suja. Queria ir embora de Hogwarts, daquele ano, do mundo. Suas lágrimas embaçavam sua visão, mas ela não se importava também.

— Eu não tenho que saber de nada! Não tenho que saber da sua família, nem de nada! Eu quero... quero sair daqui. — gritara contra Dumbledore.

Alvo suspirou cansado, mas não rebateu. Sabia, entendia o que a garota estava passando. Hermione correu para a porta, se adiantando em abri-la.

Tom estava nervoso do lado de fora. Ele escutara os gritos de Hermione, mas sabia que não podia entrar. Isso o deixava muito nervoso. Mesmo assim, foi um choque quando a porta se abriu em um supetão, e seu olhar se cruzou com o de Hermione. Estava desesperado, choroso, nervoso. O olhar de Hermione era um misto de sensações.

Hermione se chocou contra seu peito, abraçando-o com força. Sem saber o que fazer, a abraçou de volta.

— Preciso de você, me tire desse lugar — sussurrava nervosamente. As vestes de Tom já se encontravam molhadas.

O olhar de Tom encontrou o de Dumbledore, que assentira para o menino. Ele entendera o recado.

— Vamos Hermione, tudo vai melhorar.

Não sabia o que acontecera com a garota, mas em hipótese nenhuma a deixaria chorar daquele jeito novamente.


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