Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Queria super agradecer a Isa B. que deixou uma recomendação em Faith, um beijão para você, sua linda!
Eu entendo como é ler fanfics pelo celular (eu só faço assim), mas por que não aproveita o capítulo novo e deixa um comentário fofo aqui, eu vou super adorar ver!!!

Quero agradecer a todos que vem comentando, o apoio é super importante para mim! OBRIGADA, SEUS GATOS!

agora, aproveitem o capítulo!



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Hermione sempre se sentiu errada.

Não por ser a mais inteligente de Hogwarts, ou por ser a única menina do trio, ou até mesmo por causa de seu sangue trouxa. Hermione sempre se sentiu errada em seu tempo, como se não pertencesse aos anos noventa. Ela odiava computadores, o excesso de carros e o barulho; aquela nova invenção, a internet e celulares.

Ela amava Hogwarts e a magia porque era atemporal, não parecia evoluir e virar algo monstruoso e moderno. Era antigo.

Para ela, o mundo perfeito seria Ronald e Harry ali com ela, em 1945. Ela amava a suavidade das coisas, a volta no tempo.

No entanto, desde os últimos acontecimentos, ela tentava desesperadamente voltar para seu ano, para seu tempo. Ela preferia lutar na guerra que se travava em Hogwarts a ficar naquele ano presa com Tom Riddle.

Só que ela tinha um pequeno problema...

Ela pegara sua réplica de vira-tempo, rodara uma vez e mentalizou com todas as forças Hogwarts de 1997, mas não funcionou. Ela tentou vinte e quatro vezes. Nenhuma funcionou.

Então ela entrou em um leve estado de desespero. Se o vira-tempo estivesse quebrado, como ela voltaria para casa? Para Ronald? Ela estaria presa no passado para sempre?

Hermione fora para o único lugar que nunca faltara com ela. A biblioteca.

Ela pegara todos os livros de viagem no tempo para achar informações sobre uma magia específica. Tempore sacrificium.

Depois de procurar exaustivamente, perder o jantar e ser interrompida por Tom, ela finalmente achou em um livro de capa vermelha empoeirado com runas de tempo estampadas.

Dizia: Tempore sacrificium, ou sacrifício temporal, é um feitiço tão complexo, que muitos bruxos dizem que é um ritual. Trata-se de um bruxo que deseja viajar no tempo por uma distância de anos muito grande. É considerado magia negra por muitos na área por ter um sacrifício de outro bruxo. O sacrifício se dá pelo fato de mexer com o tempo, uma magia poderosa tem seu preço. O bruxo sacrifício tem que colocar um pouco de seu sangue em dois objetos, que funcionarão como chave de portal para o bruxo viajante.

 

O bruxo sacrifício então realiza o ato com sua morte, e é assim – e somente assim, que o bruxo viajante pode mentalizar com vontade a época desejada. Para voltar a sua época a mesma coisa, entretanto o sacrifício já foi realizado.

 

O feitiço tem um porém, o bruxo viajante não consegue voltar a sua época se ele tiver pendências no passado.

Hermione detestou o feitiço. Ela se lembrava das palavras de Minerva na sala de Dumbledore.

Snape cumpriu com o combinado, o sangue dele está na penseira e nesse vira-tempo. Vire uma vez e mentalize a volta. Estaremos te esperando, Hermione. Volte logo.

Ela ouvira um grito rouco e distante, e Minerva assentira para ela. Ela mergulhara a cabeça na penseira e mentalizara Hogwarts, 1945. Ela estava cansada e ferida. Vira amigos morrendo e deixara Ronald sozinho na batalha. Ela estava exausta de lutar.

Mas não podia desistir.

Então ela aterrissara no meio do corredor e Tom Riddle a achara.

Ela entendera tudo e, ainda sim, queria voltar para 1997, estava desistindo daquela missão impossível.

O bruxo viajante não consegue voltar a sua época se ele tiver pendências no passado.

Que pendências seriam essas? Ela já tentara cumprir sua missão; mesmo tendo amizades, ela não se sentia presa aos amigos; então por que ela não conseguia voltar?

Ela não tinha pendência nenhuma!

Suspirando irritada, guardou todos os livros, reservando apenas a anotação que fizera do feitiço e colocara dentro do livro que carregava para todos os lugares. A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore. Era arriscado andar com esse livro por ai, mas ela não conseguia evitar. Sentia um fascínio muito grande pela família Dumbledore.

Ajeitando as vestes, saiu da biblioteca, notando que era a única que ainda estava ali e que a bibliotecária cochilava tranquilamente em cima de um livro. Hermione suspirou, sentindo falta de Madame Pince e seus ataques.

A grifínória sabia que estava encrencada assim que pôs os pés para fora da biblioteca. O castelo estava escuro e vazio e ela notou que tinha passado bastante do horário. Se alguém a pegasse ali, ela estaria bastante encrencada.

Ela andava silenciosamente, os pés leves em direção às escadas para a torre de sua casa quando ela sentiu uma mão a segurando. Seu sangue gelou e ela segurou um grito, estava apavorada. A mão a empurrou para a parede e ela pode ver os olhos negros e o cabelo da mesma cor. O olhar de Tom Riddle estava intenso contra o seu, ela não sabia o que esperar, mas se sentia ansiosa por algum motivo. Ela esperava alguma coisa dele.

— Me solte, Riddle — sua voz falhou uma oitava e ela se puniu por isso.

— A senhorita ultrapassou o toque de recolher, Srta. Granger. Temo que tenha que lhe dar uma detenção.

— Ou pode me torturar de novo — falou seca, ignorando a dor que sentia ao falar disso — Não seria a primeira vez, não?

Um lampejo de dor e arrependimento estamparam os olhos do moreno por alguns segundos. Ela pensou estar enlouquecendo.

—Já pedi para esquecer isso Hermione, que merda! — exclamou. Ele estava muito próximo dela. Ela podia sentir o hálito dele. Era algo doce, como morangos.

— Eu tenho marcas, Riddle — seus olhos se encheram de lágrimas — Marcas de dor que você piorou. Afaste-se de mim, agora.

Ela não falou as palavras com firmeza, estava inebriada com o cheiro de Tom e sua proximidade. Ela queria se afastar dele?

Provavelmente não.

— Hermione, me dê uma chance — Tom quase implorava — Eu... acho que consigo mudar. Por você. Tenha fé em mim, Hermione.

Ela queria acreditar. Queria voltar com sua amizade com Tom e salvá-lo de si mesmo. Entretanto, ela não conseguia acreditar em nada que saia da boca dele. Ela não conseguia ter fé nas palavras dele.

— Não consigo.

Mas Tom não a ouviu, ele estava hipnotizado pelos olhos castanhos e a boca convidativa da castanha. Quando ela menos esperava, ele roubou os lábios dela.

Era sempre a sensação de estar completo. Era lento como um córrego, mas delicioso. Os lábios de Hermione pareciam ter sido feitos para ele e a castanha sentia o mesmo.

Ela por ser mais experiente, pediu passagem com sua língua e Tom cedeu, aprofundando o beijo. Ele explorava cada canto da boca de Hermione, aproveitando a sensação de tê-la para ele. Era um beijo calmo e lento, com muitos sentimentos refreados e que nenhum dos dois conseguia entender direito.

O segundo beijo dos dois parecia ter sido ainda melhor que o primeiro.

Mas a razão atingiu Hermione. Ela não podia ficar dando amassos em Tom Riddle no corredor no meio da noite. Ela empurrou o moreno, que ficou confuso com a reação.

— Isso não muda nada entre nós, Riddle. Não se aproxime mais de mim.

Algumas lágrimas já caíam quando ela se afastou dele, correndo em direção ao seu dormitório, com um pensamento angustiante.

Seria Tom sua pendência no passado?

(…)

Horas antes de seu segundo beijo, Tom tinha desistido completamente de Hermione. A garota não valia a pena e não queria vê-lo nem pintado de ouro. Ela tinha muita raiva e dor no olhar.

Entretanto, ele não queria se afastar dela, de jeito nenhum. Depois do jantar – Hermione ficara na biblioteca, ele resolvera um problema que ele e ela tinham sobre o trabalho de Binns. Ele mandara uma carta para Batilda Bagshot.

“Cara sra. Bagshot,

 

Eu e minha namorada somos grandes fãs do seu trabalho e, por causa de um trabalho de História da Magia, gostaria de saber se a senhora nos concederia uma entrevista. Poderia ser no final de semana em Hogsmeade? Estarei aguardando sua coruja com a resposta. Obrigado desde já.

 

Atenciosamente,

 

Tom Marvolo Riddle”.

Ele achara que estava muito bom, ele ocultara o fato de que a entrevista era sobre Grindewald e não o trabalho da bruxa. Também mentira sobre o namoro com Hermione, mas quando Tom não era mentiroso e manipulador?

Então o beijo acontecera e Tom esquecera toda a ideia de desistir de Hermione. Ele... ele a amava. Certo?

Tom não entendia toda a baboseira de amor, mas ele sentia algo pela Granger. Ele não queria ficar longe dela, ele adorava cada detalhe nela, e podia beijá-la todas as horas do dia. E, quando ele estava longe dela, sentia como se estivesse faltando algo.

Não que ele já tivesse amado alguém antes, mas... aquilo era amor, certo?

De qualquer maneira, ele tinha que sentir os lábios dela de novo.

A resposta demorou mais do que ele pretendia. O segundo mês de Hermione passou e entraram no terceiro. O inverno ficou ainda mais rigoroso e os estudos também. Ele cochilara na biblioteca estudando sete vezes.

Mas um dia a resposta veio, ele estava sentado no café da manhã, tomando um suco de abóbora enquanto seus comensais falavam da temporada de Quadribol e do jogo que se aproximava, Sonserina e Corvinal, quando uma coruja pequena e desengonçada chegava e caía em cima do pudim de Abraxas. A pequena coruja se sacudiu pra tirar os restos de comida, e esticou a pata para Tom, que pegou o bilhete.

Caro Sr. Riddle, dizia, a letra cursiva meio disforme, como se estivesse tremendo.

Eu teria a honra e o prazer de falar com o senhor e com a sua namorada, qualquer coisa pelo dom do conhecimento! Estarei aguardando os senhores no Três Vassouras daqui a duas semanas. Espero ansiosamente.

 

Batilda Bagshot.

Tom quase vibrou de comemoração, mas se limitou a ver a coruja alçar vôo para longe.

Quando desceu o olhar, cruzou com o de Hermione, que além da raiva tinha as bochechas coradas de vergonha.

Isso é bom, pensou, isso quer dizer que ela leva o beijo em consideração.

Ele esperou até a aula de Slughorn para jogar o bilhete no lado de Hermione da mesa. Ele a viu ler e franzir o cenho. Mordeu o interior da bochecha, esquecera completamente que apresentara Hermione como namorada dele!

—Tirando a parte da mentira, agiu muito bem, Riddle.

— Obrigado, Hermione. Acho que temos um encontro, não?

Hermione abriu a boca para responder algo malcriado, mas o professor apareceu, silenciando-os.

Riddle conseguiu lançar um sorriso vencedor. Talvez as coisas estivessem voltando ao normal. E se tudo desse certo, teria um rumo muito melhor.

(…)

Dumbledore observou atentamente a pequena coruja chegar para Tom Riddle e partir.

Ele conhecia aquela coruja, ela chegara para ele algumas vezes também. Era de Batilda Bagshot. Sua antiga vizinha.

Ele sabia dos planos dos jovens para o trabalho de História da Magia e sabia das consequências de seus atos. Mas a coruja de Batilda exigia medidas drásticas. Ele não podia deixar que Hermione soubesse. Não agora, não por outra pessoa.

Então quando suas aulas acabaram, ele fora até os portões de Hogwarts e pegara uma carruagem. Ele conseguia ver os Testrálios conduzindo e aquilo o entristecia. Ele vira a morte de perto.

E ainda sonhava com ela todas as noites.

Toda a confusão com Cassandra, profecias e Ariana rondavam sua cabeça. Eram muitos problemas para resolver sozinho, tinha que admitir.

Detida do poder temporal, aquela que pode livrar o mundo bruxo do caos. Nascida quase no fim do ciclo, por meio de violência...

Sacudiu a cabeça, tentando tirar a profecia da mente, mas Cassandra tinha razão quando falava que a pessoa que recebia uma profecia dava um jeito de nunca se esquecer.

Ele ainda tinha na mente a nevoa verde a cobrira e seus olhos vidrados e, quando falara, a voz modificada, quase asmática. Era uma visão que ele não conseguia esquecer nem se quisesse.

Ele andou pelas ruas cheias de neve em Hogsmeade, até parar em frente a um bar de aspecto sujo. Cabeça de Javali. Suspirou, há quantos anos não entrava naquele bar? Há quantos anos não via seu irmão?

Entrou no bar, observando a sujeira e a falta de clientes. No fundo, um quadro de Ariana brilhava limpo. Aberforth estava sentado olhando uma revista de cabras. O Dumbledore mais novo levantou os olhos e quase pulou de susto ao ver seu irmão mais velho ali.

A raiva lhe subiu no peito, como em toda vez que ele via Alvo, o homem que praticamente destruíra sua família e tudo por causa do nojento do Gellert Grindewald.

— O que está fazendo aqui? — vociferou, embora já tivesse noção do que poderia ser.

A menina dos cabelos curtos. A que parecia com sua falecida irmã.

Alvo suspirou, seria uma longa noite.

— Acalme-se Ab, precisamos conversar.


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