Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 11
Apaixonado


Notas iniciais do capítulo

Bem, o titulo do capitulo pode dar uma boa noção do que vai acontecer. Pocahontas, o link do cabelo da Hermione está nas notas finais.
Aproveitem



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— Hermio... —

— Cale essa boca, seu cretino, seu rato nojento. Mestiço imundo! — Tom arregalou os olhos e sacou a varinha assim que viu que Hermione estava prestes a lançar algum feitiço. — Eu devia ter acabado com você no dia em que eu cheguei aqui. Estupefaça!

Tom bloqueou o feitiço com dificuldade, Hermione tinha a surpresa do ataque como aliada.

— Hermione, do que está falando?

Já mandei calar essa boca — lágrimas de fúria escorriam pelos olhos da garota. Ela lançou um feitiço silencioso e novamente Tom bloqueou. Ela estava furiosa e isso de certa forma a impedia de pensar e mirar com precisão. E Tom, mesmo assustado, era um excelente duelista. Some isso e você tem a situação dos dois.

Isso continuou por uns minutos, no mesmo lugar vazio onde Hermione fora torturada da outra vez. Hermione lançava feitiços silenciosos e Tom apenas repelia. Ele não queria duelar com Hermione, queria entender aonde fora parar a garota que estava tendo um encontro muito agradável com ele mais cedo e o que mudara.

Por fim, Hermione estabeleceu metas. Ela nunca conseguiria acabar com Tom se ele estivesse com a varinha na mão. Suspirando, suspendeu o ataque, mas deixou a varinha ainda em posição. Seu olhar era frio, duro, cruel e Tom sentiu calafrios vendo aquela imagem de Hermione. Ela estava perigosa e totalmente distante da garota doce que ele conhecia.

— Hermione, o que aconteceu com você? Enlouqueceu?!

— Eu?! Não fui eu que arrastei uma pessoa para cá. Nessa mesma droga de rua — fungou, passando a mão com fúria no rosto para secar as lágrimas — E torturou uma pessoa. Uma pessoa que se importa com você, seu rato sujo — a pele de Tom ficou mais branca que o possível. Como ela descobrira da tortura? Seu feitiço de memória nunca falhara.

Hermione se aproveitou da surpresa do garoto e tratou de acabar com um de seus empecilhos.

Expelliarmus — a varinha do garoto pulou de sua mão, indo parar na da castanha. Ele olhou assustado para ele, pois pela primeira vez estava completamente desprotegido em um combate. — Silencio.

Hermione lançou uma Azaração Ferreteante, fazendo Tom ajoelhar de dor no chão. Ela queria causar dor a ele como ele causou nela. Como toda a raça estúpida de comensais vinha causando a todos aqueles que, como ela, eram tratados como inferiores. Mas ela queria causar dor a Tom por causa da confiança quebrada.

— Eu confiei em você! — Hermione reverteu o feitiço silenciador, mas Tom não conseguia falar, estava ofegante pela azaração — Eu acreditei que você tinha um coração e que ele podia ser bondoso — a dor nos olhos de Hermione era tão profundo que Tom sentiu mais dor por aquilo do que pelo ataque — Eu confiei em você, seu monstro. E na primeira oportunidade você faz o que? Me tortura? Apaga minha memória? Acha que eu já não fui torturada o suficiente pela sua corja de amiguinhos?! — mal se tocou de que falara algo proibido.

Ela pressionou sua varinha firmemente contra o pescoço do garoto, pronta para o golpe final. Era só pronunciar as palavras e o mundo bruxo estava livre de Voldemort. Era isso que ela tinha vindo fazer em 1945, acabar com a ameaça do bruxo das trevas. Então por que ela não conseguia pronunciar as palavras?

— Hermione, por favor. Eu posso explicar — engoliu em seco, quase vesgo pelo esforço que fazia para fitar a varinha da garota.

— Isso não tem explicação, Riddle — pressionou mais a garganta, fazendo Tom engasgar — Você merece morrer.

Então era assim que seu maior medo aconteceria. Numa rua vazia e suja de Hogsmeade, morto por uma garota furiosa. Que final patético, pensou.

— Mas existem coisas piores que a morte, Riddle — falou seca — Ou melhor, Voldemort. Esse anel em seu dedo mostra o quão sujo pode ser o ser humano e mostra que você merece sim, viver. Viver para sempre sozinho, rejeitado pelas pessoas porque é um ser desprezível. O medo não é a melhor forma de induzir as pessoas respeitarem você e se torturar uma pessoa que realmente gosta de você é a melhor forma de conseguir o que quer, lamento, porém você não é humano. Você é um monstro e merece viver sozinho, Voldemort.

Tom estava catatônico. Ela sabia que ele se chamava de Voldemort? Ela sabia de sua horcrux? Quem era Hermione Granger?

O pior eram as palavras de Hermione. Viver sozinho era normal para ele, o medo foi sua forma de fazer as pessoas o respeitarem. Era assim que se conseguia as coisas. Assim que sempre aprendeu. A morte é o problema, não há coisa pior.

Pelas palavras de Hermione, morrer era quase uma dádiva.

Hermione liberou o pescoço do garoto, que passou as mãos pelo mesmo, se certificando que estava inteiro.

— Se você falar comigo de novo, ou sequer olhar para mim eu te mato. Está me ouvindo? Eu te mato! — Tom assentiu e Hermione deu as costas para ele, ainda com a varinha dele em mãos.

Antes que Tom pudesse pensar, Hermione lançou sua mão em punho direto em seu olho. Ele colocou a mão na mesma hora, ofegando de dor. Com certeza ficaria roxo.

— Foi só para finalizar — sua voz soando dura. Ela largou a varinha do garoto no chão e, agora sim, dando as costas para ele, foi embora, deixando o garoto para trás com as mãos no olho atingido.

O que ele faria agora?

(...)

O olho roxo de Tom durou exatamente três semanas. Todos olharam e comentaram, parecia que Tom fazia questão de andar por ai mostrando a todos a horrenda mancha roxa que aparecera no rosto imaculadamente belo.

Todos notaram também que ele e Hermione nem se olhavam mais, o que era estranho, porque aparentemente eles eram o casal de ouro de Hogwarts. Jason Skeeter jurara que Hermione tinha um namorado búlgaro fortão e que ele vira Hermione aos beijos com o Tom. O olho roxo fora a vingança do búlgaro.

Tom odiava os comentários, mas tinha que admitir que Skeeter tinha uma imaginação fértil.

Mas também era fato de que Tom mudara desde o acontecido, o inverno começara e ele tinha adquirido o costume de observar Hermione do alto de uma torre, enquanto ela andava por ai com um gorrinho vermelho e dourado, que combinava com o cachecol de mesma cor.

Ele também não convocara mais reuniões com seus comensais e eles sentiram a diferença no comportamento de seu lorde. A verdade era que Tom se sentia confuso, dividido. Ele se lembrou de seu sonho, ter que escolher entre o certo e o desejado. Mas o que ele queria afinal? Qual seria o caminho certo a seguir? Eram tantos impasses que ele nem sabia mais quem era.

Outro hábito que ele tinha adquirido era olhar a foto que ele e Hermione tiraram em Hogsmeade. Eles se olhavam profundamente e davam um belo sorriso um para o outro, Tom podia jurar que era a foto mais linda que ele já vira. A Hermione olhara para frente e acenara e o pequeno Tom da foto imitara o gesto, mas logo voltaram a se olhar.

Tom queria que a realidade fosse assim.

Ele chegara a uma conclusão depois que ficara remoendo o que acontecera. Ele fora burro. É claro que Hermione falaria com Aberforth sobre a bebedeira, e é claro que o velho patético negaria. Ele era um Dumbledore afinal, tinha a idiotice no sangue. Então Hermione ligara os pontos, e revertera o feitiço. E o resto já se sabia.

Ele estava arrependido, mas Hermione mal o olhava para ver como ele se sentia. E quando o olhava, exibia uma raiva contida. Parecia que tinham regressado dois meses, quando a garota chegara do nada.

Isso também incomodava Tom, sem a presença de Hermione do seu lado, ele voltara a pensar nos segredos que a rondavam, ela parecia saber de tudo relacionado a ele. Suas horcruxes, sua identidade secreta, seus comensais. Do jeito que ela falava é quase como se já tivesse sido maltratada por eles.

O que era, obviamente, impossível.

Primeiro porque Hermione era cuidadosa e seus comensais barulhentos e desgovernados. Outra: eles contariam para Tom, Abraxas teria orgulho em falar isso para os quatro ventos.

Então, como ela sabia?

Tom resolveu não ficar pensando nisso, Hermione era uma pedra que não podia ser lapidada. Era perfeita em seu estado bruto e inexplorado.

Cansado de não fazer nada, se dirigiu até a biblioteca para ler algo, aquilo sempre o acalmava. Pena que também acalmava Hermione. Tom a vira nos fundos da biblioteca, o gorro na cabeça, com uma pilha de livros e um objeto dourado nas mãos.

Ele tentara resistir, não queria mais ódio dela, nem ataques, mas suas pernas caminharam até ela, e sua boca se abrira, deixando as palavras fluírem.

— Isso é um vira-tempo? - ele vira o pequeno objeto com dois círculos que rodavam entre si e a pequena ampulheta no meio. Hermione tinha um vira-tempo? Por que?

A garota pulara de susto ao ouvir sua voz, e depois, lançara um olhar raivoso para ele.

— Não é da sua conta. Afinal, por que está falando comigo? Achei que tivesse sido clara o suficiente quando disse que não queria que se dirigisse a mim - era seca, fria. Tom não estava acostumado com essa Hermione.

— Sinto muito — ele dissera, finalmente podendo expor o que sentia desde que ele fora atacado pela garota — Eu sei que fiz errado em... Te torturar e apagar sua memória, mas eu sou inconsequente e estava errado. Hermione, me perdoe.

Ele sabia que estava soando desesperado. Ele mesmo queria entender o que estava sentindo. Era algo novo, uma torção desagradável no estômago, e uma sensação de infelicidade profunda. Era um esmago no coração e um peso gigantesco na consciência.

Parecia com fome, mas mil vezes pior e sem vontade nenhuma de comer.

— O que você fez não tem perdão, Riddle. Só me procure quando tiver que me falar do trabalho do Slughorn ou do Binns, me deixe sozinha agora.

Tom foi, mas sem antes ver que todos os livros na mesa eram sobre viagens no tempo.

Por que Hermione tinha tanto interesse em viagens no tempo?

(...)

Leôncio era desagradável, isso era incontestável. Contudo, naquele dia ele estava mil vezes pior. Aparentemente ele era o maior ativista a favor do romance de Tom e Hermione e ele não estava feliz pelo comportamento dos dois em sua aula: frios e distantes, mesmo sentados um ao lado do outro.

É claro que ele tinha que se meter.

— Tom, Hermione, em quantas anda o trabalho de vocês? Meus alunos preferidos não podem me apresentar nada menor que excelente.

— Professor, estamos trabalhando nisso, é que andamos tão ocupados com os outros trabalhos, que acabamos um pouco perdido no seu, não é Mione? — Tom alfinetou.

— Isso mesmo — sorriu forçadamente. — Para o senhor, nada menos que perfeito.

— Isso é maravilhoso! — exclamou, rindo alto — Não se esqueçam do Clube do Slugh, Tom irá acompanhá-la, Mione?

— Não sei se é realmente necessário — ela ficara na defensiva. — Tom deve ter outras coisas a fazer além de me acompanhar para todos os lugares, eu já estou estabilizada no colégio. Ele não tem mais obrigações comigo.

— Seria um prazer te acompanhar, Hermione — Tom fora persuasivo, mesmo sabendo que não funcionaria com a castanha.

Ela bufou de raiva, Slughorn estava radiante.

— É claro que seria — a garota resmungou baixinho.

Eles não conversaram mais e, assim que a aula acabou, Hermione praticamente correu para fora da sala. Tom reparou que o cabelo dela havia crescido bastante e agora batia quase nos ombros.

Tom suspirou, tinha ficado sozinho na sala. Com Slughorn.

Desde que Slughorn começara com essa história de Amortentia, ele deixava um caldeirão com a poção perolada nos fundos da sala, com a intenção de “inspirar” os alunos. Era bem patético na opinião de Tom.

Mesmo assim, ele fora até o caldeirão, observando a poção. Ele não costumava sentir cheiro nenhum porque nunca amara e nem sabia amar. O que era o amor afinal?

— Você e Hermione andaram brigando, Tom? — Leôncio perguntou. Tom quis jogar uma maldição imperdoável nele.

— Desculpe senhor, não entendi.

— Ora Tom, qualquer um pode ver que você e Hermione estão com problemas no namoro.

Tom engasgou com a saliva, tossindo. Demorou uns bons minutos para se recuperar.

— Hermione tem um namorado senhor, provavelmente de Beauxbatons. Eu e ela somos apenas colegas de classe.

— Não perca tempo então rapaz, aproveite que eles estão separados. Hermione é uma garota de ouro, Tom.

Tirando pelo sangue sujo, seu passado misterioso, o fato dela me odiar e o olho roxo que ela me deu, pensou, mas não falou nada. No fundo ele sabia que Hermione era sim uma garota perfeita.

— Trabalharei nisso, senhor — disse para o professor, porque era o que ele queria ouvir.

É claro que Tom não faria nada, Hermione o odiava.

O professor deu uns tapinhas amigáveis no ombro de Tom, deixando-o sozinho na sala. Tom voltou a encarar a poção, sentindo o cheiro que vinha dela.

Ele não costumava sentir cheiro nenhum.

Agora sentia.

O cheiro de livros novos, chocolate, madressilvas e o xampu de limão. Não era mentira dessa vez, ele realmente sentia.

Ele se sentiu ofegante sem motivo nenhum. Era isso? Estava... amando?

Ele estava apaixonado por Hermione Granger?


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Notas finais do capítulo

Tan dan daaaaaaaaaaaaaaaaan

Comentem o que vocês, querem, suas opiniões, suas criticas. Tudo para melhorar Faith.

http://www4.images.coolspotters.com/photos/939571/sam-perks-of-being-a-wallflower-gallery.jpg
o link do cabelo.

Até o próximo gente!