In Purple Eyes escrita por Caramelkitty


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Como o título indica esta é apenas uma introdução, é por isso que é tão pequena.
O episódio é narrado pela Cristaly, a personagem principal da história e neste excerto ela é ainda muito pequena terá por volta de uns 6 ou 7 anos.
No próximo cap. haverá um avanço temporal e ela terá 18 anos.



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Corria entre as ervas e flores selvagens. Toda a vegetação ao meu redor era quase da minha altura. Muitas crianças se queixariam, de não poderem enxergar quase nada entre as folhas cujos interstícios eram iluminados pela luz do sol. Mas eu não! A pequenez era a minha vantagem. Sabia que se eu quisesse, ninguém me encontraria. Porém, o meu coração insistia em bater veloz, como o coração de um colibri ou de um jovem coelho. Não sabia se era medo de ser encontrada, se era a adrenalina da fuga. Nunca tinha estado fora das vedações da aldeia.

Os pais ameaçavam os filhos, diziam horrores sobre o mundo exterior, sobre os monstros terríveis que habitavam na floresta. Monstros esses que não hesitariam em matar-nos. As outras crianças da minha idade, corriam para debaixo da saia das mães, escondiam-se dentro das quentes cobertas, tremendo. Geralmente tinham pesadelos sobre esqueletos com grandes espadas de metal ou Creepers fazendo explodir as suas casas. Mas eu sou diferente! Eu era a única que ficava a ouvir as histórias da minha avó até ao final, com os olhos do tamanho de duas luas cheias.

Tinha medo? Não! Tinha curiosidade! E eu bem sei que a curiosidade matou o gato, mas o que posso fazer se me está no sangue? No ADN?

Era por isso que eu estava agora a correr entre o mato. Queria ver com os meus próprios olhos, todos os perigos que a minha avó mencionara. Era pequena, ingênua e presunçosa. Morrer parecia-me uma impossibilidade. Achava que iria encontrar um monstro e que iria voltar tranquilamente para casa, sendo venerada pelas outras crianças como a mais corajosa da aldeia.

Ao fim de algumas horas já estava com o vestido completamente enlameado. O suor escorria-me pelo rosto e os cabelos estavam desgrenhados com as folhas e sementes de dentes de leão a intercalarem os fios de cabelo. Tirei os sapatos apertados e atirei-os para um canto qualquer. Descalça sentia-me um pouco melhor, não era como as outras raparigas que só por andarem num caminho de pedra começavam logo a queixar-se da dureza do chão, dos espinhos que as faziam sangrar.

Afastei um maço de ervas e foi então que o vi.

Um rapaz estava calmamente encostado a uma árvore, de olhos fechados, apreciando o sol. Ele parecia ser da minha idade, mas, se parecia semelhante a mim em alguns aspetos, noutros era a diferença total. Vestia de preto da cabeça aos pés e ao seu redor faíscavam fagulhas roxas que me atraíam por demais. Não, decididamente o rapaz não era humano. E se não era humano então só podia ser um mob.

«Já viste, Cristaly! Agora volta para a aldeia!» Avisava-me a consciência interior.

Eu ignorei-a e aproximei-me mais, sem fazer barulho. Os pés descalços ajudavam. O rapaz tinha um sedoso cabelo preto iluminado pela luz branca do sol. Ele parecia... não, não inofensivo, parecia triste! Devo ter-me inclinado demais sobre ele, porque o mob notou a minha presença e despertou do seu transe.

Antes que ele abrisse os olhos e me visse, consegui fugir e escondi-me adentrando no mato de onde viera. Fiquei ali, agachada, com medo. Pela primeira vez o sentia. Era desesperante, se eu tivesse ali os meus pais, decerto correria para me esconder atrás deles. Não era um aglomerado de verde que iria me proteger de um mob. Ele ia encontrar-me. Ia matar-me, turturar-me, talvez me comesse.

Os minutos passavam e eu continuava escondida. Por fim, quando me achei segura, fiz a minha cabeça elevar-se e observei o local onde antes estava o monstro. Monstro? Não, monstrinho, pois ele parecia uma criança como eu. Algumas fagulhas arroxeadas ainda se desvaneciam mas o mob parecia ter desaparecido.

E eu nem sequer o ouvira caminhar para longe!

Essa foi a primeira vez que vi um mob, criaturas que os humanos tentam exterminar. Mobs também exterminam humanos, pelo que contam nas histórias. Os adultos dizem que eles são apenas monstros que não têm consciência, que tem prazer em matar e que não hesitam em trucidar qualquer coisa viva. Pessoalmente, eu não acredito nisso! O que impediria aquele rapaz-mob de me matar? Eu estava sozinha, indefesa, com medo...

Se a minha curiosidade ficou satisfeita? Oh, não, aquele episódio apenas me deixou mais curiosa! Sobre a guerra, sobre os mobs, sobre o mundo fora da aldeia, sobre o misterioso rapaz que eu mal conhecera.

Meu nome? Cristaly Denally, muito prazer.


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Notas finais do capítulo

Posso dizer-vos que não faço a mínima ideia do tamanho que a fic vai ter, mas é capaz de ficar grandinha.



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