Scorpius & Rose (vol. 1) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 5
Capitulo 4 - No fundo sabemos como lidar com ela


Notas iniciais do capítulo

Ufa! Depois desse tempo todo desativado, o Nyah! finalmente voltou a funcionar. Graças a Merlin! Galera, confesso que fiquei apreensiva por todos esses dias com medo de perder minhas histórias, porque não tenho nenhuma delas completa no meu pc, mas já estou guardando tudo.

Pois bem, mais um cap para vocês! Espero que gostem e boa leitura!



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Scorpius & Rose

Capitulo IV – No fundo sabemos como lidar com ela

Não, isso não poderia acontecer de novo. Ele não poderia fazer aquilo com ela. Jamais o permitiria se aproximar assim de novo. Afinal, o que realmente estava acontecendo com Rose Weasley esses dias?

Ela não sabia ao certo o que sentia, mas sentia e sempre sentiu. Nunca agiu como uma idiota nos anos anteriores. Muito pelo contrário, as conversas que mantinha com Scorpius, apesar de curtas, eram bastante divertidas, ela nunca precisou mais ou menos que isso. Mas agora estava tudo tão diferente, não porque ele mudou ou coisa parecida, mas porque Rose mudou e nem ao menos sabe como isso aconteceu. Será que agora ela queria um algo mais? Mas com que direito? A ruiva sabia das vezes que Scorpius tentou investir nos dois e agora ele tentava fazer isso de novo. Antes, ela também sabia como lidar com a situação, era só ignorar que ele desistia. Agora, Rose não fazia idéia de como fugir.

Talvez porque você não queira fugir, disse uma voz na sua cabeça.

Antes que a ruiva começasse mais uma guerrinha interna, alguém fora dela a interrompeu.

– Posso? – Lysander Scamader quis saber.

– Claro – Rose sorriu.

Os dois dividiam agora a mesa localizada exatamente no meio da sala de DCAT. Poucos alunos haviam chegado, pois o horário ainda pertencia ao café da manhã e o profº Potter ainda nem tinha dado o ar da graça.

– Ansiosa, Z?

Rose riu pelo nariz antes de responder, aquele apelido que os irmãos Scamader lhe deram era o seu favorito.

– Acredito que sim, Ly.

– Nós o conhecemos há tanto tempo – o garoto de cabelos cor de mel e olhos azuis esverdeados comentou – Mas agora, parece que nunca o vimos na vida.

– Isso não deixa de ser verdade – a ruiva disse – Nunca vimos o tio Harry como um professor de Hogwarts.

Rose e Lysander são grandes amigos, afinal cresceram juntos. Enquanto iam conversando e matando o tempo até a aula começar, Rose ia conseguindo esquecer da cena na qual se envolveu mais cedo. Outros alunos finalmente iam chegando a sala e se acomodando. Os amigos nem se desligaram tanto quando o movimento a sua volta começou a aumentar. Outras pessoas também conversavam freneticamente. Uma coisa interessante na sala de DCAT era que a lendária disputa entre Sonserina e Grifinória não existia, todos trocavam ideias sem se importar com o brasão que levavam no peito.

Rose e Lysander conversavam sobre isso quando Scorpius apareceu, ao lado de Albus. O loiro congelou no batente da porta quando viu a ruiva tagarelando e apertando o moreno ao seu lado, os dois pareciam felizes na conversa. Albus percebeu que o amigo quase teve um troç, ele segurava os livros com força ao lado do corpo e a mão livre estava tão cerrada que os nós dos dedos estavam ainda mais brancos que o normal.

– Ei cara! É só o Ly – Severus sorriu dando tapinhas nas costas de Scorpius.

– Como ela pode agir assim? Como se nada tivesse acontecido? – o loiro perguntou incrédulo para o amigo.

– O quê? Você quer que ela fique sonhadora feito uma boba, babando na carteira por um beijo que ganhou do cara que ela mais quer longe de si? Sério, amigo? Achei que você conhecesse as mulheres.

– Eu também achei.

Albus e Scorpius seguiram conversando baixinho até seus lugares, que ficava duas carteiras atrás de Rose. A sala estava tão envolta em conversas paralelas que nenhum aluno percebeu quando a porta do escritório particular do professor foi aberta e por ela passou um homem alto, com uma eterna expressão marota no rosto e um passo tão silencioso que não nos deixava culpar os adolescentes ali presentes por não terem o percebido. Harry Potter andou despreocupado até o seu lugar na frente da sala e ficou observando sua turma. Pareciam estar em uma festa.

Os primeiros a perceberem a sua presença foram Rose e Lysander, que se ajeitaram na cadeira e se calaram, sem avisar ninguém da sua descoberta. Quando viu que nenhum aluno ia se aquietar enquanto não se pronunciasse, o profº Potter pigarreou. O seu som grosso e autoritário fez todo mundo se sentar tão rápido que ele se surpreendeu. Pareciam um monte de criminosos pegos no ápice do crime.

– Bom dia, alunos – Harry sorriu timidamente, sem mostrar os dentes. Um sorriso pequeno, mas sincero.

– Bom dia – o couro rugiu.

– É um grande prazer estar nessa sala com vocês. Conheço a ficha de alguns aqui, mas como pai e tio. Então, para não haver constrangimento ou restrição, dentro da sala de aula eu sou apenas o professor, sem nenhum laço de sangue com ninguém aqui, okey? Apenas o professor mais legal de todos que vocês já tiveram, combinado? – o moreno sorriu um pouco mais na última frase, apesar de ter uma grande habilidade de manter uma expressão severa, mesmo sorrindo. Os alunos assentiram – Agora, na nossa primeira aula, decidi que não vou tomar muito o tempo de vocês. Acredito que se eu fizer isso, alguns aqui vão morrer do coração. Sem necessidade, porque eu não mordo e estou até desarmado – algumas risadinhas podiam ser ouvidas agora – Vou fazer apenas uma única pergunta e quero que todos me respondam, depois de feito vocês estarão liberados, tudo bem?

As cabeças jovens voltaram a assentir. Enquanto o profº Potter se virava para escrever uma pequena interrogativa no quadro negro, Rose se perguntava como Albus devia estar se sentindo agora. A ruiva olhou por cima do ombro para o melhor amigo e o encontrou largado na cadeira, com cara de quem ia vomitar. Ela rio baixinho daquilo e por um momento seus olhos cruzaram com o de Scorpius Malfoy. O sorriso de Rose sumiu instantaneamente. O loiro penetrava tanto no olhar dela, que ela pode sentir um frio assustados subir pela espinha.

– Você está bem? – Lysander a resgatou do transe com a pergunta.

– Estou. Estou sim – Rose respondeu em um sussurro se ajeitando na cadeira.

– Está tremendo...

– Estou legal. Não foi nada, obrigada – ela disse encerrando o assunto.

Harry voltou a se virar para a sua turma, ficando do lado da pergunta que escrevera no quadro.

– Então – ele disse – “Qual é o maior medo de vocês?” – nenhuma resposta – Vamos, galera! São todos amigos aqui, nada de timidez! Severus?

– Am... Am... – Albus tentava dizer – O senhor deveria saber, já que é meu pai, não é?

– Opa! – Harry advertiu brincalhão – Eu sou seu professor, não seu pai e mesmo que eu estivesse assumindo esse papel, até sua mãe sabe menos coisas que deveria sobre você.

A sala gargalhou e o filho do meio de Harry Potter viu que não estava em solo inimigo. O homem à frente da turma ainda era o seu velho pai, o cara que lhe ensinou a voar.

– Não acho que nesse momento tão mágico da minha vida eu deva ter um grande medo, senhor – Albus disse por fim, mas acrescentou, com um sorriso bem safado que só ele sabia fazer – Acho que só tenho medo do senhor, mas não se preocupe... Só vai durar este ano!

Harry não pode deixar de rir, nem o resto da turma resistiu.

– Você é um palhaço, filho – o profº Potter comentou ainda rindo, Albus piscou para o pai – Continuando... Vejamos, Srta. Thomas?

– Os meus medos? – Marina quis confirma enquanto arrumava um detalhe insignificante do seu uniforme da Sonserina – Bem, acho que um sapo faria mais estragos no meu psicológico do que um trasgo.

– Boa! Sabem que o professor de Herbologia de vocês adora sapos não é? Fica dica para presente de natal... Então, Scorpius, você tem algum medo?

– De cair – Malfoy foi rápido e direto na resposta. Harry não insistiu com palavras, apenas inclinou a cabeça e estreitando os olhos com dúvida. O loiro continuou – Não no sentido literal da palavra ou talvez... É só que... Subir tão alto e cair deve ser muito chato e pavoroso. Você constrói muitas coisas e simplesmente vem alguém, algo ou até você mesmo e bam! Acabou.

A sala foi consumida pelo silêncio. Scorpius não se incomodou com o fato de todo mundo – menos Rose, que estava perdida nos próprios pensamentos – está olhando intensamente para ele, seu foco era apenas no auror à sua frente. Aquele pensamento era comum nos adolescente, era como o medo bobo do futuro, mas o olhar que Scorpius transmitia era um olhar seguro do que dizia, Harry sabia disso. Aquele medo acompanharia o jovem Malfoy por muito tempo.

– Acredito que quando se é capaz e responsável pelo que se constrói, uma grande rede te impede de cair, Sr. Malfoy – foi o que o professor respondeu, adicionando um aceno discreto e amigo, percebido apenas por Scorpius e Rose – E você Srta. Weasley?

Rose engoliu em seco. Talvez o maior medo dela fosse aquela pergunta, mas era muita idiotice, havia algo bem maior. Sabia que não era obrigada a responder e olhando de relance para toda a sala ela tentava ganhar tempo para decidir. De repente a sua primeira noite em Hogwarts passou em questão de segundos na sua mente. Ela foi selecionada para Grifinória, não é mesmo? Teria a escolha de não responder se fosse para a casa das cobras, mas os leões... Bem, para os leões aquela pergunta era fichinha. A ruiva abaixou a cabeça por um instante e riu de si mesma pelo nariz, depois a ergueu bem para responder.

– De cair, Sr. Potter – Rose foi tão segura quanto Scorpius. Chega de brincar, agora chega! – Diferente de Albus, acredito que o senhor saiba muita coisa sobre mim, inclusive até o fato de eu não estar brincando neste momento.

O professor levantou as mãos a cima da cabeça em sinal de rendição e apenas disse:

– Bem-vinda de volta, ruiva.

Só Rose e Albus entenderam.

A aula seguiu. Todos responderam à pergunta, uns hesitaram e outros até fizeram um discurso, mas no fim todas as respostas foram dadas. Quando viu que já tinha chegado em seu objetivo, Harry deu fim a primeira aula da manhã, que terminou mais tarde do que muitos esperavam de uma primeira aula do ano.

Lysander beijou a bochecha esquerda de Rose rapidamente em despedida e sumiu. Scorpius ficou muito vermelho com a cena que flagrou sem querer e se odiou por esta agindo assim. Albus e ele ainda tentaram se aproxima da ruiva e marcar de sentarem juntos no almoço, mas ela saiu da sala em um piscar de olhos sem falar com ninguém.

– Acho que não foi uma boa ideia você tê-la beijado – Severus comentou enquanto andava com o amigo pelos corredores da escola, em direção a sala comunal da Sonserina. Ainda tinha um tempo antes do horários de almoço para repor as energias.

– Cara! Nunca beijei uma boca como aquela! – Scorpius exclamou.

– Como se você tivesse beijado muitas bocas – Albus ironizou.

– E tenho até uma pontinha de orgulho por não sair pegando todo mundo que nem você – o loiro rebateu – Mas ainda não entendo! Ela podia ter pelo menos amolecido um pouco, não podia?

O moreno revirou os olhos e bufou, mas não respondeu. Continuaram andando em silêncio. Scorpius poderia ser tão experiente quanto ele com as mulheres, mas não era o bastante para lidar com Rose. Se nem Albus, que cresceu com a ruiva, sabia como ela funcionava. Quem dirá o pobre Malfoy.

– Escute, Scorpius. Se quiser mesmo estar do lado da minha prima, pare de agir como se ela fosse igual a todas as outras, só que mais difícil.

– Eu não acho isso...

– Acha sim! Mas ela não é. Não é um simples amaço que a fará se render pra você...

– E como você acha que eu devo agir, Senhor Especialista? – o loiro desafiou o amigo parando e cruzando os braços.

Albus andou mais um pouco e se virou.

– Eu não sei, mas você sabe – respondeu.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Não demorem muito a comentar por favor, o próximo cap já esta pronto, mas não posso postá-lo agora porque esta no meu pen drive, o qual não faço ideia onde deixei!

Beijocas, até o próximo!