Scorpius & Rose (vol. 1) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 29
Capitulo 28 - O universo é uma droga


Notas iniciais do capítulo

Hey, galera! E aí? Preparados pra mais um capitulo?

Desculpinha pela demora! Beijocas e boa leitura! Amo vcs!



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Scorpius & Rose

Capitulo XXVIII - O Universo é uma droga

Já se passara três dias. Três longos e malditos dias que ela não o encarava direito. Três dolorosos dias que ele não podia sentir seu cheiro nem tocá-la nem beijá-la...

Scorpius estava em constante mal humor no qual nem mesmo Albus conseguia ficar perto dele por muito tempo, embora ainda o entendesse e o perdoasse. Não estava sendo fácil para ninguém a perca de memória de Rose, ela tinha dores de cabeça constante, sempre confusa em relação a algum evento e os outros tinham sempre que está quebrando a cabeça para revelar o que devia e o que não devia ser revelado, mas apesar de tudo os outros ainda podiam falar com ela, está com ela, ajudá-la. O que Scorpius tinha? Ele fazia parte de tudo aquilo que ela havia esquecido, a parte principal e delicada de todo um semestre no escuro.

O que diria a ela? Que eles eram namorados? Ela piraria com toda certeza e nada jamais seria o mesmo. Al o tinha convencido a esperar e lhe dar um tempo, Scorpius concordou no primeiro momento, seu pesadelo era que Rose passasse a ama-lo por obrigação ou se afastasse dele... Mas ele a queria de volta, Merlin como ele a queria no seu abraço novamente. Nada poderia machuca-lo mais do que o pensamento de que Rose nunca mais recuperasse suas lembranças.

– Você ainda está aqui? – Al tirou Scorpius dos seus devaneios ao entrar no Salão Comunal da Sonserina. – Sabe que horas são?

O loiro não respondeu, só continuou a encarar as labaredas da lareira. Ele não queria conversar, nem ser incomodado. Ele só queria passar o resto da sua vida idiota naquele sofá.

– Scorpius você não pode deixar que sua vida passe diante dos seus olhos, cara. – Albus tentou sentando-se em uma das poltronas próximas. – Ela vai lembrar, amigo. Mas até lá pode demorar um pouco e enquanto isso você tem que se ocupar em outra coisa.

O silêncio continuou, as íris mais cinzas do que nunca refletiam o fogo da lareira.

– É sério, cara. Já passa das 4h da manhã e temos treino na manhã inteira para o jogo de sexta. – o moreno tentou mais uma vez, sem sucesso, Scorpius nem mesmo se mexeu. Albus se levantou e seguiu em direção ao seu dormitório, mas não sem antes dizer uma última coisa: - Só espero que quando ela lembrar, quando ela lembrar de você e de vocês, eu espero que não seja você a esquecer tudo.

– Do que diabos está falando? – O loiro finalmente questionou sentando-se. – Como ousa dizer que vou me esquecer dela? Ou da gente? Do que a gente viveu e do quanto mudamos? Eu sei de tudo isso seu babaca! – Scorpius quase gritou de pé desta vez, seus olhos ardiam. – Saber dessas coisas e ter as lembranças que ela não tem é o que me mantem sã! Vocês que me afastaram dela, você que me convenceram a lhe dar espaço! E se ela precisar de mim para lembrar, ein?

– Abaixe o tom de voz comigo, babaca! – Albus virou-se, ainda com o tom controlado, mas a cada palavra seguinte o som ia aumentando. – Nós nunca impedimos de você ser amigo dela! A única coisa que pedidos foi pra que desse um tempo a ela de todas as notícias pesadas! Não foi só o namoro de vocês que está no escuro para ela! Mas o do irmão! O meu! O acidente da minha irmã! Poxa! Ela ainda está eufórica pela presença do meu pai como professor... – Ao perceber que gritava demais, o moreno se controlou e voltou a falar mais baixo – Então, por favor, diminua seu tom de voz comigo!

– Você fala como se eu fosse um bebê chorão...

– E não é?

– Se coloque no meu lugar, porra! Eu mudei, Potter! Mais do que ninguém você sabe que eu mudei porque eu nunca amei alguém como ela e duvido que vou amar e quando eu acho que finalmente estamos na mais perfeita paz o caralho do universo vem e tira dela todos os momentos bons que vivemos! – Scorpius falava com raiva, seus olhos já ardiam tanto que as lágrimas teimaram em cair. – Rose se tornou tudo! Ela é tudo para mim e eu faria tudo para mantê-la comigo... Oh Merlin! Isso tudo é uma grande merda!

Albus engoliu em seco ao ver o melhor amigo chorar pela primeira vez. É claro que já tinha se colocado em seu lugar e o entendia por isso mesmo que ele passasse dos limites, mas vendo sua dor tão estampada agora, Al não sabia se poderia ser tão forte quanto Scorpius.

– Acho que nós sabemos o que você tem que fazer... – O moreno disse por fim encarando a lareira atrás do amigo.

– Hm? – Scorpius franziu as sobrancelhas ao passo que limpava as lágrimas.

– Ela é sua garota, cara. Vá pegá-la. Mostre a ela mais uma vez que o que você roubou dela é a coisa mais preciosa pra você.

– E o que eu roubei dela?

– Seu coração, idiota. Porque não se esqueça você que ela sempre fora apaixonada por você e disso ela ainda se lembra.

.:x:.

A mesa da grifinória estava animada. Horários vagos pela manhã sempre deixava o pessoal aproveitar o café da manhã até um pouco mais tarde. Pelo menos pra pequena minoria de familiares sentados conversando nada mais nada menos que besteiras.

– Temos que preparar alguma coisa, pessoas! E tem que ficar pra história desse lugar! – Dominique anunciou para os outros três presentes.

– Claro! Porque uma festa de despedida ilegal já não basta para esse quesito – Rose ironizou massageando suas têmporas, a dor de cabeça matinal ainda não tinha passado.

– Eita! – Rox disse. – Você tá com aquele mal humor dos diabos... Só considere a ideia da galera.

– É, Rose... É o último ano deles e vamos ser sinceros, ninguém nunca aprontou tanto quanto James Potter e Fred Weasley II desde nossos tios... – Louis exclamou – Eles merecem sim uma última visita memorável a Sala Precisa.

– E o meu papel seria omitir essa festa da escola toda enquanto ela estivesse rolando? – Rose ergueu sua sobrancelha ruiva em descrença. - Não parece nada divertido para mim.

– Isso aí, prima! Você saca rápido! Não tem que ser divertido pra você, tem que ser divertido pra eles. – Dominique piscou.

– E qual é o problema de convencer a McGonagall de nos deixar dar essa festa?

– Porque ela concordaria, Rose! Você ainda não sacou isso?

– Bom, na verdade não... Não seria bom se ela concordasse? Meio caminho andado não acham?

– Claro que não! – Louis apoiou os cotovelos na mesa segurando a cabeça entre as mãos. – Nunca seria uma festa digna de Fred e muito menos de James se fosse do conhecimento dos professores... Tem que ser omisso, na adrenalina! Sacou?

A ruiva parou um pouco e encarou os primos. Eles tinham razão, nada seria melhor do que uma festa por debaixo dos panos em Hogwarts, caso a diretora descobrisse ela ficaria furiosa e todos estariam ferrados e esse era o tipo de clima que a comemoração exigia, estarem sujeitos a encrencas por cada louco segundo. O silêncio estava ficando intragável, mas Rose finalmente suspirou com aceno de cabeça negando-se a acreditar que estava mesmo fazendo parte daquilo.

– Agora que vocês tem o que querem... – ela disse se levantando, arrumando a mochila em um dos ombros – Eu tenho que ir, procurar algo de útil para fazer. Recomendo que façam o mesmo.

Ela caminhou para fora do Salão Principal sem pressa, seu objetivo era ir em direção a biblioteca, mas ao virar dois corredores uma dor insuportável lhe abordou desprevenida no fundo da sua cabeça. A primeira pontada foi tão forte que quase a tira do ar. Se encostando numa parede, Rose tentou respirar devagar e profundamente, rezando para que a dor passasse.

– Você está bem? – uma voz urgente quis saber a sua esquerda.

Sem saber quando ou de onde ele tinha surgido, Rose ficou muito surpresa ao ver Scorpius ao seu lado, com um ar bem preocupado. O loiro por outro lado, estava aliviado por encontra-la sozinha, mas logo apreensivo pelo estado em que a ruiva se apresentava. Queria segurá-la, carrega-la no colo até a enfermaria, queria tocá-la, mas não sabia como e muito menos se podia.

– Rose, - ele chamou de novo com suas mãos a centímetros da cintura dela. – Precisa me responder, o que está havendo?

Ela queria responder algo, mas não sabia o que, de repente haviam muitas respostas disponíveis, muitas delas estranhas para o momento ao mesmo tempo que era mais aceitáveis. A confusão só lhe causou mais dor e ela apertou os olhos com força. Era uma merda sua cabeça está oscilando entre uma página em branco e um filme borrado.

– Eu só preciso de um minuto... – foi o que ela conseguiu dizer.

– Tem certeza? A enfermaria não fica tão longe, podemos chegar lá num instante.

– Não precisa se preocupar. É só que desde que o acidente tem sido muito confuso na minha cabeça e isso causa alguns desconfortos.

– Você tem se lembrado de algo? – Scorpius não pode se conter, ainda muito próximo de Rose, pronto para segurá-la se ela se desequilibrasse novamente. A esperança em sua voz provavelmente a assustou.

Ela se endireitou colando as costas na parede e abrindo os olhos, encarando o teto. Scorpius se afastou um pouco mais, porém, não o bastante para se descuidar se ela ameaçasse cair novamente.

– Não. – Foi a resposta. – As coisas só vem e vão sem nexo algum, fleches estranhos, nada com o que se ligar.

– Entendo. – Foi impossível de controlar a decepção na voz do loiro também, o que não passou despercebido pela ruiva.

– Escuta. Eu posso está um pouco desmemoriada, mas isso não quer dizer que sou idiota. – Rose encarou Scorpius com determinação.

– Não ousaria dizer tal coisa sobre você, acredite.

– O caso é que eu sei que “perdi” um semestre e nessa escola muitas coisas podem acontecer num semestre. Não querem me dizer muita coisa, insistem que está tudo bem, mas duas cicatrizes monstruosas nas costas de Lilian não parece nada bem para mim. Eles não vão me contar nada até acharem que devem, mas quem deve achar as coisas aqui sou eu, então deixe-me apelar a você. O que diabos aconteceu aqui que parece que está todo mundo constantemente pisando em ovos comigo, incluindo você?

Scorpius baixou a cabeça e riu pelo nariz, ele tinha que admitir, ela não era nem um pouco idiota, nunca pensou isso, idiotas eram todo o resto que achavam que esconder tudo faria alguma diferença. Talvez alguns fatos ainda devessem ficar omissos, era difícil concordar com isso, mas ele sabia que era o melhor. Embora, ao contrário dos outros, Scorpius nunca considerou o silêncio de Rose diante desse clima estranho, ela sabia que algo estava errado. Ela sempre sabia.

– Você vai acabar descobrindo e se não, vai lembrar... Acho que essa informação não vai fazer diferença se vazar pra você.

– Então?

– Lilian sofreu acidente em um dos jogos do campeonato. Ela ficou semanas internada no St. Mungus, quase desacreditada... – E de repente a vontade de compartilhar aquilo lhe faltou, pensando bem a informação não faria diferença, mas o jeito que seria contada e o que mais seria incluído faria uma baita diferença. Contaria que o pai dele manteve contanto em particular com os dois sobre a saúde da pequena Potter? Ou que o relacionamento deles surgiu ali? Ou que existiu um relacionamento? – Bom, as coisas foram caminhando, a família se manteve informada e graças aos esforços de todo ela se recuperou. Meu pai lamenta apenas pelas cicatrizes nas costas, foram as mais difíceis de tratar...

– Seu pai cuidou de Lílian? – Rose arregalou os olhos, surpresa.

– Sim... – Scorpius não sabia o que aquela surpresa significava.

– Merlin, então foi de fato sério! Sim porque só se procura seu pai quando os casos são quase irreversíveis! Seu pai é o melhor do mundo nesses casos...

– Sim, ele é...

– Por que eles não me contaram?

– Porque já está tudo bem, Rose... Não há mais com o que se preocupar, na época você teve privilégios em informações, não vai fazer diferença quando se lembrar...

– Privilégios? – A ruiva o interrompeu.

– Hm... – Idiota! Custava ter se mantido calado só um pouco?! – Eu tenho que ir... Treino! Nos vemos por aí!

Scorpius passou a caminhar tão rápido que Rose teve que gritar pra ser ouvida antes que ele dobrasse o corredor.

– Mas eu tenho mais perguntas! – ela disse tentando segui-lo. – Por que era você comigo na cabine no dia do acidente?

Ele parou e sua espinha gelou, mas não se virou para ela, o que a fez parar onde estava a alguns passos de distância. Scorpius queria gritar o porquê, estava na ponta da língua, mas sabia que não devia, não queria o amor dela por obrigação ou o seu afastamento, ele deveria está fazendo como Al sugeriu, conquista-la novamente, mas com todas as lembranças era quase impossível estar perto dela e não tocá-la.

– Preciso mesmo ir, Rose. – Ele disse por fim sem se virar, seguindo em frente. – Nos vemos no jogo de amanhã.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam!!! E não perca o jogo!



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