Scorpius & Rose (vol. 1) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 26
Capitulo 25 - Emoções a flor da pele


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo bastante fofo e grande para vocês, seus lindos que me manda os comentário mais best de todo o ever!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/501617/chapter/26

Scorpius & Rose

Capitulo 25 - Emoções à flor da pele

O jardim tomava toda a extensão do terreno mais próximo que cercava a Mansão Malfoy. As flores eram dividas por cores e tonalidades, formando um arco-íris circular se visto de cima. Havia caminhos de pedra por todo ele, desenhando flores gigantes, para que todas as espécies fossem acessíveis e a iluminação não poderia ter sido mais bem pensada para um jardim daqueles. Era tudo tão majestoso e vivo, totalmente diferente do que aquela Mansão tinha alguns anos atrás. Os dois jovens que andavam quase que em completo silêncio, mal sabiam que aquele jardim simbolizava a mudança da família Malfoy, a esperança que a salvou e, principalmente, a felicidade que por muito tempo a havia abandonado.

– Scorpius estava certo... – disse Lara, encantada com toda a harmonia ao seu redor. – É um belo jardim e eu adorei!

– A Sra. Narcisa Malfoy dedica todo seu tempo a esses jardins. – Albus informou sem graça.

Os dois andava pelos caminhos floridos, lado a lado, mas sem se encostar de verdade. Lara olhava para tudo que não fosse o garoto ao seu lado, e estava funcionando porque o jardim era de tirar o fôlego. Já Sirius caminha olhando para os próprios pés. O silêncio que se estabeleceu estava intragável, mas não vinha nada na cabeça dos dois para ser dito, o que era uma mentira, porque cada um queria falar um monte de coisas, mas lhe faltavam coragem.

O salto de Lara acabou perdendo o apoio numa das pedrinha que ditavam por onde podia andar fazendo-a perder o equilíbrio e quase cair de cara no chão, mas isso só se a agilidade e o reflexo de Albus não o fizesse segura-la no meio do caminho. A morena ficou instantaneamente vermelha com a aproximação dos dois, os braços dele a seguravam pela cintura e quando Albus buscou de volta o equilíbrio de ambos, eles pareciam abraçados. As respirações de um era sentida pelo o outro, Lara se negava a erguer o queixo e não esperava que ele fizesse isso por ela.

– Por que você não ergue mais o rosto? – o moreno quis saber, sem conseguir evitar o ar galanteador – Se tem uma coisa que me encanta em você são os seus olhos...

Estavam próximos demais, os lábios quase se encostando. Lara fechou os olhos esperando pelo beijo, mas ele não veio. Merlin sabe o quanto foi difícil para Albus libera-la e se afastar um pouco, ele queria experimentar aquela boca mais uma vez, porém, não podia mais adiar aquela conversa.

– Por que fez aquilo logo depois que eu lhe beijei? – Ele questionou a encarando, enquanto ela se recuperava dos segundos atrás.

– Acredite, não fiz aquilo por ter sido ruim. – Ela rebateu.

– Sabe muito bem que não foi isso que quis dizer.

– Você quer mesmo saber sobre isso? Não podemos só esquecer tudo e sei lá...

– Não, Lara! Não podemos esquecer! – Sirius foi duro. – Não podemos esquecer porque eu estou prestes a entrar no primeiro relacionamento sério da minha vida, mas eu adoraria fazer isso sem ter que me preocupar com uma namorada suicida... – Parando abruptamente de falar, quando viu que as palavras que tinha escolhido para dizer fez o rosto de Lara se contorcer – Desculpe, eu não devia ter dito isso.

– Está tudo bem – mentiu olhando para os lados, unido as duas mãos com força.

– Não está tudo bem, Lara! Nada disso está bem! – Ele respirou fundo, fazendo o maior esforço para dizer o certo agora. – Você é a primeira garota em seis anos que me faz olhá-la como estou olhando agora! Quando eu olho pra você, a única coisa que me vem à cabeça é a palavra “Proteja-a!”, uma ordem minha a mim mesmo. Afinal é isso não é? É assim que as pessoas se sentem quando estão apaixonadas, ela olham pra aquela pessoa e a necessidade de estar ao lado dela surge instantaneamente, estar lá pra cuidar, amar... – Albus parou por um minuto recuperando o folego, mas ele não conseguia respirar direito – Quer dizer, é isso que eu sinto quando olho pra você! É isso que me dá a certeza de estar louco e apaixonado por você. Eu tenho essa necessidade de mantê-la sempre a salvo e eu sinto que posso fazer isso entende? Sinto que posso poupá-la da maldade das pessoas, de mim mesmo e de muitas outras coisas. Mas eu entro em desespero porque a única coisa que pode destruir você é a única coisa que eu não tenho certeza se consigo deter. – Mais uma pausa para ele encontrar algo nos olhos arregalados de surpresa dela, aquilo não era só uma revelação para ela, mas pra ele também, a espontaneidade que Albus dizia cada palavra era surreal. – Eu não sei se consigo protege-la de você mesma, Lara. E se não conseguir, não é só você que morre... Será eu também...

Era a vez dela de falar, o fato ter se calado e passado a encará-la desesperado por alguma coisa lhe dizia claramente isso. Mas o que dizer? O que dizer quando tudo que ela mais sonhou desde de os onze anos de idade estava se concretizando na sua frente? O que dizer quando o fato do cara da sua vida está se declarando para ela de uma forma totalmente surreal, de uma forma melhor que esperava, mas que sempre acreditou que jamais aconteceria?

Era verdade que Lara sempre fora apaixonada por Albus desde que passaram a se ver com mais frequência em Hogwarts do que nas festas sociais da Armada de Dumbledore, mesmo que não se falassem em nenhuma das ocasiões. De início ela julgou ser uma paixonite boba de criança pelo astro do momento, já que Albus sempre se destacou em tudo na escola de magia e todas a meninas estavam aos seus pés, sem falar dele ser um Potter. Porém, com o tempo o desejo não foi sumindo como ela esperava e em meio aos seus conflitos internos que a faziam cometer insanidades contra o próprio bem estar, Lara suspirava e sonhava com momentos em que ele faria exatamente aquilo que ele estava fazendo naquele momento. Ela sempre imaginou várias versões de como ele poderia dizer que a admirava e estava apaixonado por ela, mas isso era tanta perda de tempo que no final nunca se imaginava ou ensaiava uma resposta, afinal, quem olharia par uma garota invisível?

– Lara, você precisa falar alguma coisa. – Albus quase implorava, o silêncio dela estava o matando.

– Eu fui criada muito bem, sabe? – Ela começou tentando organizar os próprios pensamentos, um sentimento de autoconfiança tomaram conta dela. Lara ergueu os olhos e encarou o moreno a sua frente com imparcialidade. – Tudo começou quando eu ingressei em Hogwarts, porque (a) o chapéu seletor me pôs na Sonserina, dos sete bruxos (eu, meu pai e meus cinco irmãos mais velhos) que moram na minha casa, eu sou a única que não foi pra Grifinória. Mas não termina por aí porque não bastava não ir pra casa que meu pai sempre sonhou pra mim, eu tinha que ir para aquela que ele tinha nojo. Como? Eu são sei! – Havia amargura em sua voz. – Eu não sou esperta, nem ambiciosa e nem um pouco engenhosa. Nem má eu sou! Não tenho nenhum talento. Um dos meus irmãos é o melhor no time do Pegas, o outro tem um nome enorme no mundo das poções e eu? Eu não sou boa em nada. Não sou monitora, nem jogadora, nem mesmo tiro boas notas! Sabe a única coisa que eu só boa, Albus? Chorar por você! Em ser inútil! Porque nem pra colocar um fim na minha própria vida eu consigo!

– Lara! – Albus avisou se aproximando.

– Não! – Ela ergueu o braço fazendo o para onde estava – Deixe eu terminar! Por favor, me deixe terminar! Porque eu nunca falei isso pra ninguém e você não sabe o quanto preciso. – Ela puxou o ar por um momento. – Eu sei que pode ser a coisa mais ridícula do mundo cortar os pulsos, mas acredite, eu não estava fazendo isso há quase um ano... Então você me beija na frente de todos e a única coisa que eu consigo fazer depois é correr de você! Foi a coisa mais estúpida que eu já fiz. Desde os meus onze anos eu sou apaixonada por você, Albus, desde que eu tinha onze anos eu fantasio coisas com você e há seis anos eu vejo você com uma garota diferente a cada dia e isso me deixava tão destruída porque eu não era uma delas, o que elas tinham que eu não? Aquela vez que Rose me encontrou numa poça do meu próprio sangue foi a terceira que eu tentei me matar. A primeira foi logo na minha primeira semana na escola de magia, eu era uma vergonha por ser sonserina, apesar do meu pai nunca ter dito nada eu sei que ele não estava de todo feliz. A segunda foi no quinto ano, no baile de inverno. E a terceira você já sabe...

– Lara...

– Nem eu me entendo sabe, Albus? – Então ela enfim deixou as lágrimas que tanto segurava caírem – Nem eu sei porque tenho esse sentimento negativo quanto a mim mesma. Mas poxa! Por que eu não consigo orgulhar meus pais? Por que eu não consigo nem mesmo ser convidada pra porcaria de um baile? Por que eu não me sinto feliz? Por que mesmo o mundo...

Lara parou de falar quando ficou impossível controlar os soluços. Albus quebrou a distância entre eles quando ela passou a chorar compulsivamente e a abraçou com força. Ele estava tão agoniado como ela. Frustrado também, e confuso.

Não conseguia entender como Lara nutria sentimentos tão ruins em relação a si mesma. Ele não conseguia vê-la como ela se descrevia, desde que passou a nota-la a achava uma garota incrível. Tímida, mas encantadora, com um sorriso lindo. O frustrava por Lara não notar a gentileza que possuía, o carinho para com os outros, a facilidade que tinha de fazer as pessoas gostarem dela e o cuidado que ela tinha com os amigos. Apesar de só vê-la a pouco tempo do jeito que a via agora, ele sempre soube que ela era uma ótima amiga para Lily, foi quem ajudou Rose quando esta se afogou.

De má vontade, mas seguro, ele a afastou segurando em seus ombros e depois descendo as mãos pelos braços dela e alcançando os pulsos, os estendendo para que ambos encarassem as cicatrizes.

– Não vou permitir que faça isso consigo mesma nunca mais, está me ouvindo? – Seus olhar profundo a fez parar de chorar – Não percebe que tudo isso é coisa da sua cabecinha, princesa? Não vê que você é encantadora? Uma menina linda também? Desculpe por não ter visto você antes, mas agora eu vejo e não vou mais deixar que você se machuque de novo! Mas você precisa me querer ao seu lado pra isso.

Lara soluçou por um tempo, tentando conter as lágrimas, tentando se controlar enquanto encarava aqueles olhos verdes tão expressivos.

– É muito mais do que sonhei. – Ela disse com os olhos marejado, libertando uma das mãos e passando pelo rosto dele. – Quem diria que Albus Potter finalmente repararia em mim?

– Ow, cale a boca... – Ele disse enfim unindo os seus lábios.

Foi diferente do primeiro beijo, claro, não tinha aquela surpresa, voracidade e animação de quem acaba de ganhar um jogo. Aquele beijo era definitivamente diferente, havia calma, cautela, cumplicidade. Era doce como da última vez de todo modo, mas havia algo mais. Albus largou os pulsos de Lara passando os braços pela cintura dela e a pressionando mais contra seu corpo. A morena não resistiu e emaranhou suas mãos nos cabelos espetados dele. Ficaram ali por minutos, ou será horas? Não sabiam. Só sabiam que naquele momento eles estavam em um universo particular em que só viviam eles dois, cercados de brilho e sensações maravilhosas. Mal ouviram os primeiros trovões, mas sentiram a chuva que começava a cair e não demorava muito para engrossar. Riram com os lábios ainda encostados, logo depois olharam para o céu e voltaram a olhar um para o outro.

– Precisamos entrar! – ela lhe avisou.

Mas Albus fez que não a escutou e tornou a beijá-la, levando-a nas nuvens. Beijar na chuva era uma das fantasias que ela tinha com ele e vejam só, estava se realizando. A dança das línguas nunca foi tão perfeita para ele e a cada caricia ele tinha ainda mais certeza que Lara era diferente e especial. Faria o possível e o impossível para mantê-la segura.

– Agora podemos ir. – Ele disse se afastando um pouco, segurando bem sua mão direita e a puxando atrás de si numa corrida de volta a porta dos fundos.

.:x:.

Ela pulou da cama com o barulho estridente de um trovão, mantendo o lençol de seda preso debaixo das axilas. Por um momento ela não soube onde estava, até focar o quarto nos tons verdes e prateados ao seu redor e a cama dossel em que se encontrava sentada e nua. Passou a mão pelos cabelos desalinhados e desceu para pôr a ponta do mindinho na boca. Não sabia o que estava sentido no momento, mas sabia o que tinha feito. Olhou com olhos confusos sobre os ombros e encarou o perfil suave do anjo loiro que dormia tranquilamente ao seu lado. Os cabelos de ouro estavam bastantes crescidos e caiam sobre suas pálpebras fechada, os lábios estavam em uma linha reta e ele respirava pesadamente, parecia não ter se abalado com o susto que ela tomou ou o movimento brusco que fez por causa disso.

Lá fora a chuva caia pesadamente, mas a noite ainda tinha alguma luz e de vez em quando o céu se acendia como um flash nos relâmpagos.

Scorpius estava tão sereno.

E o admirando ali, Rose viu que tudo estava certo. O que ela fez era absolutamente a coisa mais certa que já tinha feito. O medo se esvaiu depressa enquanto ela o velava. Não, ela não estava arrependida, muito menos com dúvidas, afinal, ela havia entregado seu bem mais precioso ao homem certo. Um dos momentos mais importantes de sua vida tinha acontecido exatamente da forma que queria: quando estivesse segura de si, junto com o homem que amava, na intimidade deles. Ela o amava afinal! Tinha certeza disso, assim como tinha certeza que amava... Bom, para aquele amor não havia comparações.

Rose nunca se sentiu tão feliz em perder algo, principalmente algo que guardava com tanto cuidado: sua virgindade. Sentia que agora, nada mais os abalaria.

E como se soubesse que estava sendo observado, Scorpius abriu os olhos devagar, ainda tomado por um pouco de sono. Sorriu quando viu Rose o olhando por sobre os ombros com as costas nuas viradas para ele.

– Admirando a paisagem, ruiva? – Ele perguntou a surpreendendo, Rose o olhava, mas só percebeu que ele acordara quando ele falou.

– Fui pega! – Ela riu virando o rosto e encarando as próprias mãos no colo, com um sorriso bobo no rosto.

– Está tudo bem? – Scorpius se sentou, abraçando Rose por trás, um tanto preocupado.

– Está sim...

– Conte-me. – pediu ele perturbado, engasgando em seguida. – Rose? Eu te machuquei?

– O que? – ela se virou em seus braços, o olhando nos olhos, bem de perto. A luz era baixa, mas ainda conseguia ver aquele cinza nitidamente. – Não!

– Então o que há?

– Eu só estou feliz, anjo. Só isso...

Scorpius a beijou ternamente, apertando seu corpo contra o dela, aquecendo-os em meio ao frio da tempestade. Quando se afastaram, Rose tornou a olhá-lo profundamente.

– No que está pensando? – Quis saber ele.

– No que acabamos de fazer. – Ela disse simplesmente, inexpressiva. Isso assustou Scorpius.

– Está arrependida? – Havia urgência na pergunta dele.

– Jamais irei me arrepender do que fizemos, Scorpius. Foi um dos momentos mais felizes da minha vida.

– Então você gostou?

– O que você acha?!

Ele apensa sorriu orgulhoso.

– E você? – Rose questionou, de repente uma ponta de preocupação e medo a incomodaram.

– Oh, Rose... – O loiro começou. – Sabe que eu não fui nenhum santo, mas de todas às vezes, nenhuma delas foi com amor. É a sua primeira vez, mas de certa forma é a minha também, é a primeira vez que faço amor. A primeira vez que amo alguém de verdade e o fato desse alguém ter sido você fez dessa noite a melhor de toda a minha vida.

A ruiva, sem querer, deixou uma lágrima escapar. Scorpius sorriu torto com aquele sentimento e beijo o canto da bochecha sardenta dela em que a lágrima escorria. Rose riu pelo nariz fechando os olhos e apenas se deliciando com o toque, mas não demorando erguer o rosto naquele ângulo para que seus lábios tocassem nos dele.

– O que acha que Albus e Lara estão fazendo? – perguntou depois de separarem os lábios mais uma vez.

Rose se virou e apoiou as costas no peito de Scorpius, ambos encaravam a janela.

– Acho que essa chuva deve ter estragado a apresentação ao jardim... – disse.

– Não sei se eles ficaram por muito tempo ali, - Scorpius opinou com malicia.

– Não acho que vá acontecer, é cedo demais para os dois, principalmente para ela. – Rose disse pensativa. – Só espero que ela tenha conversado com ele.

– Sooobre?

– Ah! Não sei, Scor... É só que ele mais do que qualquer um de nós precisa de uma explicação dela sobre como a encontrámos naquela noite.

– Não estava me lembrando desse detalhe.

– Espero que eles consigam se entender e que não sejam nada graves os motivos dela. Não sei se meu primo teria peito pra tudo isso.

– Não acho que uma menina que corta os pulsos na intenção de tirar a própria vida tenha motivos leves para fazê-lo, baby. – Scorpius comentou sem sarcasmo ou julgamento em seu tom de voz, o que fez Rose suspirar pela seriedade. – Mas também acho que Albus pode segurar a barrar. Ele pode ser o anjo dela, afinal.

– Como você é o meu? – Rose ergueu a cabeça buscando o olhar do namorado.

– Não – ele lhe sorriu. – Como você é o meu.

Beijaram-se mais uma vez, com ternura e carinho. Aproveitando e explorando cada milímetro da boca um do outro.

– Eu amo você, Scorpius Malfoy. – Rose disse sorrindo nos lábios dele.

– Não tanto quanto eu amo você, Rose Weasley. – Scorpius lhe disse no fundo dos olhos azuis dela, acendendo uma faísca ali, no oceano misterioso.

– Quero ver, então!

Amaram-se o resto da noite inteira.

.:x:.

– Por que estamos no seu quarto? – Lara quis saber tremendo, abraçando a si mesma enquanto Albus vasculhava o closet.

– Porque é aqui eu sempre fico quando venho pra cá, por isso eu sei onde estão as coisas. – Ele disse se dirigindo a ela com uma toalha branca e grossa nas mãos. – Aqui, – ele a enrrolou – E quanto mais rápido eu arranjar uma forma de te aquecer, menos chances você ficar resfriada.

– Obrigada. – Ela sorriu se agarrando a toalha. Seus dentes batiam com violência um nos outros.

– Você precisa de roupas mais quentes. – Albus se afastou até sua mala e de lá tirou uma muda de roupas no tecido moletom. – Vou sair enquanto você se troca.

Foi o que fez. Estava nervoso, mas calmo ao mesmo tempo, como se tivesse certeza do que fazer no segundo seguinte, mas ainda assim continuasse assustado. Ela abriu a porta novamente apôs um minuto ou dois, pondo a cabeça timidamente para fora, ele se desencostou da parede e caminhou até ela.

– Suas roupas são bem maiores do que eu. – Lara corou olhando para as próprias vestes.

– Assim você pode ficar mais confortável.

– Minha vez de ficar aqui fora. – Ela disse passando por ele e se jogando de braços cruzados na parede oposta. – É sua vez de se trocar.

Albus sorriu e entrou no quarto ainda com a imagem de Lara com um de seus pijamas, de fato, ele era bem maior que ela, mas a deixava belíssima. Encostou a porta atrás de si e voltou ao closet atrás de algo, já que sua única roupa de dormir que tinha trazido havia sido emprestada, agradeceu por achar um pijama de flanela, reconhecendo como seu. Provavelmente havia esquecido ali em uma das suas estadias. Vestiu-se e abriu porta do quarto, revelando uma Lara pensativa o aguardando. Ela estava de fato muito linda naqueles trajes.

– Hey, venha! – Ele chamou num sussurro. – Vou por você pra dormir.

Lara ficou visivelmente nervosa e tensa, descolando as costas da parede imediatamente, ficando com a coluna ereta.

– Ei, fique calma, princesa. – Albus se aproximou com um sorriso gentil, tocando o rosto dela com a mão. – Não vou nem dormir neste quarto, mas antes quero me assegurar que você descansou.

– Por que não vai dormir aqui? – A pergunta saiu sem querer, mas querendo.

– Você quer que eu fique? – O moreno estava surpreso.

Lara apenas assentiu, baixando a cabeça.

– Tudo bem, mas pare de fazer isso – ele advertiu erguendo seu rosto para o encarasse – Não a nada de mal em encarar as pessoas. E eu já lhe disse que adoro quando posso ver seus olhos?

Lara sorriu e num impulso colou seus lábios nos dele, por um momento outra vez interminável.

– Você não gosta de encarar as pessoas, mas adora beijá-las de surpresa! – Albus debochou a levando para dentro do quarto e trancando a porta.

– Não caçoe de mim, Sr. Potter. – A morena o advertiu se adiantando em se esconder debaixo das coberta. – Podemos só dormir agora, estou cansada...

– Como deseja, princesa. – Ele se enfiou nas cobertas ao lado dela e a trouxe num abraço para que a cabeça dela se apoiasse em seu peito. – Boa noite.

– Boa noite...

Lara logo pegou no sono abraçada a Albus, mas ele demorou um pouco a ir pelo mesmo caminho. Tinha um braço segurando a cintura dela junto a ele e o outro apoiando a cabeça dele enquanto encarava o teto. Nunca havia sentido o que estava sentido, se surpreendia a cada dia com aquilo que vinha nutrindo pela garota que agora dormia em seus braços. Ele enfim tinha achado aquela que o domaria, aquela que o colocaria nos eixos. Como havia conseguido? Disso ele não tinha ideia. Mas ela estava ali, e algo lhe dizia que aquilo iria durar.

E foi pensando num futuro muito além que Albus adormeceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, jujubas de morango? O que acharam? Espero pelo comentários, blz?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Scorpius & Rose (vol. 1)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.