Scorpius & Rose (vol. 1) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 18
Capitulo 17 - As margens do Lago Negro


Notas iniciais do capítulo

Oi meu amores! Mais um capitulo para vocês saindo do forno! Está aqui um pouco de "paz" para esse casal no quesito entendimento e cumplicidade...

Um beijo e boa leitura ;)



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Scorpius & Rose

Capitulo XVII - As margens do Lago Negro

O campo de Quadribol tinha sido liberado na semana em que Lily saiu do hospital e foi para casa, todos os times já estavam treinando para os últimos jogos antes do natal desde então, exceto a Grifinória. Ninguém da equipe tinha gás ou animação suficiente para subir em uma vassoura, muito menos treinar em um time que não tivesse Lílian Potter. Porém, estando de volta e sem nenhum trauma ela resolveu que naquela noite de terça-feira o time deveria treinar e assim fizeram.

Foi como se ela nunca tivesse parado. Mesmo depois daquele acidente gravíssimo que deixou muitos alunos com pé atrás em relação ao Quadribol, Lily não sentiu medo ou qualquer coisa parecida quando pôde tocar em uma vassoura novamente, muito pelo contrario, ela sentiu uma energia muito boa quando sentiu o cabo na sua nova Firebolt por entre as mãos.

O treino ocorreu como qualquer outro, mas de certa forma especial. Os jogadores mantinham a mesma harmonia no passe das bolas, nas defesas e nas caças. Jogavam como um verdadeiro time deveria jogar e o mais importante, se divertiam e muito, especialmente com Lily de volta, famosa por suas piruetas engraçadas no ar. Aos adultos que a viam brincando com os primos nos gramados d’A Toca lembrava muito as travessuras de Fred I encima de uma vassoura e muito Luna Lovegood quando tentava voar em uma.

Ao final do treino, já estavam todos suados, porém, revigorados e com largos sorrisos nos rostos. Foi quase como se nunca tivessem voado antes para todos ali. Foram juntos ao vestiário, mas se dispersaram ao sair dele. Lílian, Hugo e Rose foram os últimos a deixarem o espaço em direção ao castelo.

– O clima está esfriando mais tarde esse ano, não acham? – Lily perguntou se abraçando ainda mais com Hugo.

– Já está bastante frio, Luna. Você ainda quer mais? – Rose intrigou-se.

– Falta a neve, prima! Adoro quando começa a nevar! É um verdadeiro espetáculo a forma que as montanhas ficam cobertas... Tão branquinhas.

– Sabe a única coisa que eu curto no inverno? – Hugo disse – O natal, porque a vovó Molly não mede esforço para cozinhar...

– Por falar na avó Molly, vamos todos pr’A Toca esse ano no natal, não é? – a ruivinha quis saber com uma certa ansiedade.

– A ideia era ir pra Austrália... Mas Rose conseguiu convencer a mamãe em uma de suas cartas para ficarmos n’A Toca e trazer o vovô e a vovó Granger para passar o natal conosco.

– Em muitas cartas, você quis dizer Hugo. Mamãe diz que nossos avós não vão durar tanto sendo trouxas, por isso insiste em passar todos os feriados com eles e eu até entendo... Eu amo meus avós... Mas tem o resto da família, seria muito mais fácil e divertido juntar todo mundo.

– Fico aliviada em saber que vocês vão ficar, as reuniões de família nunca são a mesma coisa sem os Granger/Weasley.

A conversa continuou por entre os gramados que levavam ao castelo, mas foi interrompida quando Rose avistou uma cabeleira loira brilhando a luz do luar, parada a beira do Lago Negro.

– Acho que aquele ali é o Scorpius – avisou aos outros parando – Parece tão pensativo...

– Que tal você ir lá – Lily sugeriu - Ele pode está precisando... Scorpius nunca foi de ficar assim. Parece deprimido.

– É, vocês continuam sem mim... Encontro-os daqui a pouco no Salão.

E se afastaram. O casal de ruivo seguiu para o castelo e Rose seguiu até o lago. Era mesmo Scorpius que estava parado com as mãos nos bolsos mirando a paisagem.

– O que faz aqui sozinho? – a ruiva perguntou se aproximando.

Scorpius teve um pequeno sobressalto, um pouco assustado com a nova presença. Não era comum ficar tão desligado, mas havia um lago de pensamentos confusos que tomava a sua cabeça, parecia tão escuro quanto o Lago Negro a luz da lua.

– Só pensando – ele terminou por sorrir pra ela.

– Tão concentrado... – ela comentou se pondo ao seu lado.

O silêncio que se passou não foi constrangedor, apesar de um tanto estranho. Rose percebeu que o namorado ainda não tinha deixado sua linha de raciocínio mesmo com a sua presença, porém, não o interrompeu, o questionando sobre o que se tratava.

– Meu pai quase nunca me envia cartas sabe? E não é porque ele não queria ou algo parecido. É só por falta de tempo mesmo... Por isso que toda vez que a coruja dele me procura, não parece ser bom sinal – Scorpius quebrou o silêncio com uma voz distante. Rose nada disse, esperando que ele continuasse – Minha avó não está nada bem... Apesar de tudo que meu avô fez, ela o amava e com sua morte, a saúde dela vem de mal a pior.

– Você é muito apegado a ela, não é? – Rose quis saber.

– Você não sabe o quanto... Ela é uma guerreira pra mim, entende?

– É claro... A Sra. Malfoy sempre me pareceu uma mulher muito simpática nas poucas vezes que a vi nos eventos sociais do Ministério ou no Beco Diagonal para fazer as suas compras de ano letivo. Eu a admiro, se quer saber. Mesmo com todo o passado dela e o preconceito que sofre por causa dele, seu avô, ela não se esconde.

– Acho que se não fosse por ela, meu pai não teria conseguido seguir... As coisas que minha mãe me conta e as coisas que eu fico sabendo por outras pessoas mal intencionadas são dolorosas demais para ele.

– As guerras nunca são fáceis, Scorpius. Elas deixam marcas, independente da vitória do bem ou do mal... Eu sei de todas as coisas que a sua família fez, minha mãe foi vitima de Belatrix Lestrange na sala da Mansão Malfoy. Seu pai poderia ter aderido ao mal, ele tinha todas as influencias necessárias para isso, mas ele escolheu ser bom. Escolheu o que ele queria, escolheu ser ele mesmo, porque ele tem a mãe que tem. Sua avó salvou o meu tio por amor a família dela, por isso eu a admiro de verdade, porque ela sabia que se Harry Potter derrotasse o Lord das Trevas, sua família poderia ter outra chance...

Rose parou de falar quando percebeu que a face de Scorpius estava molhada. Ele fungou baixinho virando-se pra ela. A ruiva não pode deixar de envolve-lo em um abraço apertado, no qual ele chorou com um bebê em seu ombro. Ela nunca o tinha visto assim, tão vulnerável, tão pequeno.

– Acho que o Natal a fará bem com você lá – ela sussurrou quando o choro dele cessou um pouco. Os dois ainda se mantinham abraçados.

– Sinto tanto medo dela não aguentar até o Natal – ele confessou.

– Não vamos ser pessimistas, tudo bem? Acredito que o que ela precisa é de um pouco de carinho, compreensão e atenção. Seus pais são médicos, vão cuidar bem dela e são só duas semanas para você poder vê-la.

Scorpius se afastou um pouco enxugando o rosto e passou a olhar para Rose com uma expressão inelegível. O que a deixou muito vermelha, principalmente as orelhas.

– Pare de me olhar assim – pediu envergonhada.

– Obrigado – foi só o que ele disse.

Então devagar, ela passou os dedos para enxugar melhor as lágrimas naqueles olhos acinzentados, tão doces e tão frágeis. Por fim o beijou ternamente, com muito carinho, passando o exatamente o efeito que ela queria. Ele não precisava agradecer, ela estaria sempre ali se ele deixasse.

– Gostei de saber que você é uma pessoa aberta... – ela riu um pouco.

– Acho que nem eu sabia – ele a acompanhou na risadinha - É você entende? Nunca compartilho minhas coisas a ninguém, mesmo tendo Albus como um grande amigo... Mas só por você se posicionar ao meu lado que minha boca começou a falar.

– Fico ainda mais feliz por ter feito de mim sua única confidente.

– Você tem ideia do quanto eu gosto de você, ruivinha? – ele perguntou enlaçando a cintura de Rose.

– Acho que não – ela fez biquinho.

– Pois fique sabendo que você me faz muito bem, entendeu? E que você não poderia ter entrado na minha vida na hora mais perfeita.

– O que quer dizer com isso, Sr. Malfoy? – a ruiva ergueu uma sobrancelha.

– Quero dizer que eu estou preparado pra você, Rose. Antes talvez, com a minha personalidade que conhecemos bem, não teria dado certo.

– Ora, ora. Não seja precipitado, Sr. Malfoy. Ainda temos muito pouco tempo juntos...

– E você não seja pessimista, Srta. Weasley. Estamos indo muito bem, obrigado. E qualquer tempo com você será pouco demais para mim.

– Sabe que eu penso o mesmo...

Os lábios se uniram novamente, bem apaixonados dessa vez. Nossa, como era bom aquele beijo, a luz do luar, envolvido pela brisa fria que o lago trazia e cheio de cumplicidade, gratidão e muito, muito amor. Quando o ar faltou, não se soltaram, ficaram abraçadinhos sentidos as batidas dos corações em sintonia, pareciam um só. Foram apenas alguns minutos assim, grudados, mas para os dois, o tempo havia parado como sempre faz para presentear casais assim.

– Precisamos ir. O jantar já deve ter começado – Rose avisou sem vontade.

– Mas está tão bom aqui – Scorpius resmungou.

– Eu sei – ela gruniu – Mas não podemos ficar fora do castelo depois que escurece.

– Você é muito chata, sabia? O que é que custa quebrar uma regrinha besta pra ficar namorando?

– Muita coisa, bebezão. E você devia agradecer por eu não ser monitora... Agora vamos!


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Notas finais do capítulo

Bom, o que acharam? No próximo teremos jogo, festinha e ciúmes! Beijocas :*

Comentem!



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