Scorpius & Rose (vol. 1) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 12
Capitulo 11 - A pior forma de quebrar, amando


Notas iniciais do capítulo

Oie meus queridos, acho que não demorei tanto assim, mas foi mal por ter postado só no finzinho do fim de semana.

Aqui mais um capitulo para vocês, mas antes... Quero dedicá-lo WeasleyMont por sua linda e estimulante recomendação, obrigada... Obrigada mesmo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/501617/chapter/12

Scorpius & Rose

Capitulo XI - A pior forma de quebrar, amando

– Você vai me explicar ou não, que porra aconteceu aqui?

– Potter, não faça escândalo na frente de todo mundo! Você não tem nada a ver com isso!

– O que foi que eu te mandei fazer, Zabini? – Albus tinha o tom de voz controlado, mas sua expressão era assustadora – Ou você cala essa boca, ou eu mesmo faço isso!

A loira se encolheu.

– Albus, ela tem razão – Scorpius disse, mas logo se corrigiu – Quer dizer, apenas na parte do escândalo... Está todo mundo olhando.

– Que se dane! Você pensou nisso quando quase engole essa daí? Pensou pelo menos em Rose, quando quase tira a roupa da garota que ela mais odeia na frente da escola toda? – o moreno perguntou grave, rígido no lugar.

A cena continuava do mesmo jeito desde a saída da ruiva em questão, que foi há uns dois minutos atrás. Severus estava de pé ao lado da mesa da Grifinória, com ódio mortal explícito em todo o seu ser. Scorpius não tinha saído do lugar desde que se separou de Felícia e ela também não. Ninguém, além deles três, ousava dizer uma palavra.

– Potter, pare! Deixe-me explicar, se é isso que tanto quer – o loiro tentou.

– Explicar o que, querido? – Amanda Zabini perguntou com um biquinho – Não devemos satisfação a nenhum deles.

Malfoy focou a loira a sua frente e a olhou com profunda indiferença. Albus estreitou os olhos tentando entender o que realmente estava acontecendo ali, na verdade, todos do salão estavam batalhando incansavelmente na mesma tarefa. James estava preste a se pronunciar diante aquela confusão, quando uma garota Lunfana de cabelos claros e olhos estreitos entrou correndo no salão. Ela parou um pouco depois da entrada e mesmo arfando muito, conseguiu pronunciar o necessário.

– A Weasley... Ela está, está... Está... O lago, ela não saiu... O Lago Negro...

Então tudo passou a rodar em câmera lenta, lentíssima por sinal. Enquanto os dois melhores amigos sonserinos se entreolhavam apavorados, tentando digerir corretamente a informação pouco detalhada, James e Hugo já corriam para fora do castelo. Foi questão de segundos para todo resto acompanhá-los e por mais que todos corressem o máximo que suas forças permitiam, o caminho até o Lago Negro parecia sem fim.

James, Hugo, Albus e Scorpius foram os primeiros a chegar até as margens, onde encontraram o par de tênis de Rose largado, mas só os três últimos demoraram no calçado, pois o mais velho dos Potter já tentava a adentrar o mais rápido possível nas profundezas da água. Hugo se jogou logo em seguida, um pouco a esquerda de onde o primo tinha mergulhado, para facilitar a busca. Scorpius não demoraria para ser o próximo, mas Albus o conteve.

– O que você está fazendo?! – o loiro perguntou frustrado quando o moreno lhe segurou e o empurrou para dentro do grupo de alunos que os tinha acompanhado.

– Você só iria atrapalhar!

– Atrapalhar no que, seu babaca? Quanto mais gente melhor, seu estúpido idiota!

– Ei! Não é uma boa hora para discussões! – Dominique gritou se metendo entre os dois.

Albus cerrou os punhos tentando controlar a tremedeira da raiva, olhou bem para Scorpius por cima dos ombros de Nick e pronunciou em uma voz severa sem um pingo de compaixão:

– Você vai ficar aqui sim, só rezando. Porque tudo isso é culpa sua e se por acaso, ela morrer, eu acabo com você!

Se não foi a mesma sensação de levar uma Maldição da Morte, então foi quase isso que Scorpius sentiu. Ele instantaneamente saiu de orbita com imagens torturantes de uma Rose fria, molhada e sem vida rondando na sua mente. Severus se virou e logo em seguida mergulhou, mas segundos depois que sumiu na imensidão negra, ela surgiu.

Hugo segurava a irmã enquanto saia das águas como se sua vida dependesse disso. James vinha logo atrás, mas quando viu que o irmão estava seguindo a direção já errada, foi atrás dele. O ruivo depositou Rose com todo carinho no gramado. Ele tremia muito e não era de frio, mas sua expressão era rígida e determinada. Todos os alunos os rodearam e Dominique e Louis, apesar de preocupados precisaram conte-los, para que houvesse mais ar ao redor da prima.

Scorpius continuava largado no meio da confusão. Ainda olhava sem realmente ver, com seus olhos atordoados, a paisagem.

Rose estava fria e mais pálida do que de costume. Seus cabelos longos e ruivos, agora sem vida, tomavam conta de sua face. Hugo começou a fazer massagem cardíaca freneticamente, pausando apenas para respiração boca a boca. James e Albus já derrapavam para o seu lado, ajoelhados e sem ação, apenas pediam a quem quer que fosse para que ficasse tudo bem. Não havia mais murmúrios, todos tinham se calado e cruzado as mãos, torcendo para o bem de Rose. Dominique, Louis, Fred, Ellen e Roxanne (que havia chegado a pouco tempo, tão atordoada quanto os outros ali) se livraram dos casacos para deposita-los em cima da prima, no objetivo de aquece-la. Lágrimas solitárias passaram a escapar dos olhos de Hugo diante a resposta negativa da irmã, Albus já soluçava e Nick se jogou aos prantos ao abraço de James, que se esforçava para continuar firme.

– Vamos, vamos! Eu não posso perder você – Hugo sussurrava em meio as forças investidas no tórax da irmã.

Então veio a tosse, que expeliu toda a água dos pulmões de Rose. Ela arqueou as costas no meio de uma respiração boca a boca, já quando as forças de Hugo se esvaia. O ruivo sentou a irmã para que ela não se engasgasse e quando toda a água já havia sido colocada para fora, ele a pôs de volta no chão. Scorpius finalmente acordou ao som daquilo e abriu passagem entre os alunos do círculo e um peso, que não estava só em seu coração, mas também no de todos ali, sumiu ao ver que a ruiva se mexia. Rose não abria os olhos, mas parecia consciente. Balançava a cabeça lentamente de um lado para o outro e fazia careta, não estava nada bem.

– Rose? Rose, fale comigo! – Hugo pedia com a voz tremula – Por Merlin, diga alguma coisa!

– Estou... c-com-m... fr-frio-o – ela o respondeu – Mui-muito...

Hugo e o resto ao seu redor trocaram um suspiro longo e pesado. Sem pensar mais, o ruivo ergueu a irmã e com a expressão séria, não precisou dizer nada para que uma passagem fosse aberta a sua frente. Ele passou por Scorpius com Rose nos braços e o olhou com indiferença. Ela agarrava o irmão como uma criança agarra seu ursinho de pelúcia na hora de dormi, a cabeça apertada contra a camiseta molhada, já se sentindo levemente segura e aquecida. Sua cabeça estava livre de qualquer coisa que a atormentasse, ela só queria uma cama quentinha e dormi um pouco e talvez se não conseguisse isso tudo, ficaria de bom grado nos braços de Hugo.

Enquanto os telespectadores os seguiam até a entrada do castelo, o Professor Longbottom corria da direção oposta até eles.

– Eu soube do que aconteceu – ele disse ao se aproximar – Ela está bem?

– Mais ou menos – Hugo respondeu parando, James e Albus ao seu lado.

– Precisamos leva-la a enfermaria – o mais velho avisou – O mais rápido possível.

– O que levou a fazer isso? – Neville quis saber erguendo os braços para que a ruiva fosse entregue a ele.

– Com todo respeito, Professor, mas poderíamos deixar as perguntas para depois? – Severus pediu com a voz controlada, seu queixo tremia, de frio e de raiva, mas não descontaria isso em quem só queria ajudar.

– Certo – respondeu o professor de Herbologia – Os parentes venham comigo até a enfermaria e o resto pode voltar aos seus afazeres.

Hugo, James, Dominique, Fred, Roxanne, Louis e Albus seguiram seu mestre mais ou menos nesta ordem. Scorpius ameaçou a também fazer parte do grupo, mas o último da fila já estava cheio demais para isso, se virando com um olhar assassino para o “amigo” e dizendo:

– Acho melhor você voltar para a boca da Zabini, se eu não me engano, era o seu antigo afazer, não é?

– Albus, não faz isso... – o loiro tentou argumentar.

– Tente se dirigir a enfermaria pelo menos uma vez ou a Rose de novo e você vai ver o que vou fazer. – E dizendo isso, o filho do meio dos Potter se virou sem nenhuma cordialidade deixando o melhor amigo para trás.

~x~

Madame Pomfrey chegou bem perto da loucura quando viu o estado de Rose Weasley. Nunca em todos os seus anos na escola mais famosa de magia e bruxaria do mundo ela tratou de tal caso. Ninguém queria explicar o verdadeiro motivo de Rose ter sido encontrada nas profundezas do Lago Negro e isso dificultava muito no trabalho que ela ia ter para escrever uma carta aos pais da menina, o que era extremamente necessário diante esse comportamento. Rose, depois de receber os primeiros socorros, tais como ser secada, trocada e remediada, queimava em febre e já não dizia nada com coerência. Apenas gemia e murmurava sons indecifráveis.

– Alguém não quer mesmo me contar o que levou esta criança a cometer essa loucura? – insistia a velha enfermeira – Não me façam recorrer a McGonagall!

– Ela já deve estar sabendo disso, Madame Pomfrey – Dominique respondeu com paciência – Caso contrário, o Professor Longbottom já está se encarregando disso.

– A senhora nunca entenderia os motivos de uma adolescente na flor da idade, Madame. – Fred tentou sorrir enquanto falava.

– Isto eu tenho que admitir, meu filho. Nunca entenderei vocês de maneira alguma. Crianças malucas – Pomfrey resmungou – Pois bem, não posso fazer mais nada por ela agora. Terá uma noite em observação e amanhã verei mais poções úteis para sua recuperação. Mas fiquem tranquilos, ela está fora de perigo. Você devem estar fora da minha enfermaria antes do sol se pôr, ouviram?

Após todos os jovens ali presentes assentirem, a Madame se retirou para sua salinha a se trancou por lá.

Hugo, ainda molhado, velava a irmã em pé ao lado da cama dela, seu olhar não se desviava por nada e nenhuma palavra tinha saído da sua boca desde a chegada a ala hospitalar. Albus estava sentado em um banquinho do outro lado, acariciando a mão da prima, seus olhos estavam levemente marejados. James e Dominique estavam abraçados a frente da cama da ruiva, compartilhava de uma expressão preocupada que ia levemente sendo vencida pelo alivio. Os irmãos, Fred e Roxanne, estavam sentados em uma cama vazia, ao lado da de Rose. Louis estava um pouco afastado de todos, posicionado quase no meio da sala, com os braços cruzados e uma expressão confusa.

– Acho que nem eu entendo os motivos de um adolescente a flor da idade – disse.

– Ela o ama. – Roxanne falou sem rodeios – É simples.

– Rose não é menina de cortar os pulsos por uma paixonite de colegial – Fred argumentou.

– O caso que não é uma paixonite de colegial – Dominique interrompeu, olhando fixamente para a prima – É o primeiro e grande amor dela. Isso não vem de hoje, isso tudo existe desde o primeiro ano.

– Mas ela nunca mostrou nada, Nick... Ela nunca demonstra nada. E logo por Scorpius Malfoy? Logo ele?– James falou com pesar.

– É exatamente isso que preocupa, mano – foi a vez de Albus – Um dia ela tinha que desmoronar, mesmo que seja por quem é. Rose é o tipo de garota que ajuda todo mundo nesses problemas, mas não quer ou não consegue pedir ajuda a ninguém quando ela arruma os seus próprios.

Fez-se silêncio.

– Por que vocês mulheres são tão complicadas? – Louis questionou por fim.

Ninguém respondeu, ninguém estava afim de entrar em uma guerra dos sexos ali. Hugo parecia não prestar muita atenção nas coisas ao seu redor, o seu único assunto ali era o rosto, agora um pouco mais corado, da irmã.

– Ela está quebrando devagar – sussurrou.

– Hãm? – James, Fred e Louis disseram juntos.

– Todos quebram um dia, é normal sabe? Mas minha irmã arranjou a pior hora e pior jeito para fazer isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?

Eu sei que ainda falta uma boa explicação para o que Scorpius fez, mas relaxem, proximo cap já resolve as curiosidades!

Beijocas e até o próximo! Bay!