Bad Boys escrita por Luah


Capítulo 29
Capítulo 29




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Nos últimos quatro meses, sair com Caine tornou-se uma das minhas atividades mais prazerosas. Ele me levava para restaurantes variados, a sessões de cinema e muitas vezes me fazia companhia no apartamento. Não era um relacionamento exaustivo, não tínhamos definido algo sério ainda mas a presença dele preenchia lugares que eu achava que nunca mais iria ser preenchido.
–Pizza ou hambúrgueres?- Caine perguntou, debruçado sobre o balcão da minha cozinha.
Tiro os olhos do meu livro e inclino a cabeça em sua direção.
–Pizza.- digo.
Ele sorri e começa a fazer os pedidos pelo celular. Me levanto do sofá e me encosto na porta que liga a sala para a cozinha, observando Caine.
Ele tinha um porte atlético, os ombros largos e cabelos desgrenhados. Estava de costas para mim, o celular encostado no ouvido enquanto fazia a encomenda. Parei pra pensar nos últimos meses em que o conheci, e depois de alguns segundos, notei que Bill não era um pensamento contínuo que se permutava na minha mente. Não. Não era mais. Mas quando notei que, por mais que raras as vezes, eu me encaminhava até minha caixa de correios embusca de algo que não me permitia admitir, ou quando checava a data em hora e hora pra saber quantos minutos teria que sobreviver até se passar dez anos, eu sabia que em todas essas minhas ações, eu estava procurando indícios de Lancaster.
E quando a ficha caiu, percebi que sair com caras legais, que cursam engenharia e tem um cabelo macio, não iria fazer meus sentimentos mudarem. Eu estou com quase vinte anos , estou prestando estágio num ótimo escritório de advocacia e tinha certeza que seria efetivada. Tenho uma vida social regada a boa conversa e uns drinks nos sábados após o trabalho, costumo manter meu corpo em forma graça às corridas matinais , mantenho um cupom de café grátis numa das melhores cafeterias de Seattle ,tenho um cara legal e gostoso pedindo pizza na minha cozinha, e provavelmente iríamos transar em cima desse balcão mesmo. E o fato de eu trocar tudo isso, tudo o que eu montei minuciosamente durante esses anos, apenas por uma brecha que Bill permitisse, me assustava a cada segundo.
Encarei Caine mais uma vez e senti o peso da culpa. Eu estava enganando-o. Gostava dele, isso sem dúvidas. Mas não na mesma proporção que ele. Por meses me enganei e, consequentemente, a ele também, na tentativa inútil de esquecer Lancaster.
–Você está bem?- Caine estava parado na minha frente, os olhos azuis me avaliando com certa preocupação.
Isso só me fez me sentir pior.
–Sim, claro.-menti, me desvincilhando dos pensamentos.
–A pizza vai demorar, estão com falta de pessoal para as entregas.-ele disse me puxando pela cintura.- Tem algo em mente que possamos fazer para matar o tempo?
Não, não tinha. Eu queria dizer. Mas minha mente mandava eu calar a boca, e , com medo de estragar tudo mais uma vez, apenas sorri e deixei-me ser levada.
Caine me levantou facilmente, me fazendo sentar no balcão. Afastei minhas pernas passando-as envolta de sua cintura, puxando-o contra mim. Seus lábios traçaram leves beijos no meu pescoço até chegar a minha boca. Deixei um gemido baixo escapar e meus dedos vagaram livremente entre seus cabelos macios. Sua mão apertou minha coxa enquanto com a outra subia por debaixo da minha camiseta, dedilhando minha barriga levemente até alcançar meu seios, onde ele os apertou gentilmente, depois voltou a traçar o cós do meu shorts, até conseguir tirá-lo do meu corpo. Ele se afastou alguns centímetros para me encarar, mordendo o lábio sutilmente.
–Você è linda.-sussurrou antes de voltar a me beijar.
Puxei o zíper de sua calça e o ajudei a se livrar do restante de suas roupas enquanto ele afastava lentamente minhas pernas uma da outra, se posicionando entre elas. Gentilmente, passou o pênis pela extremidade apertada da minha vagina já úmida, me fazendo soltar um gemido curto em sinal de consentimento. Com a deixa, Caine foi dando leves estocadas enquanto fazia eu ir de encontro a ele, me puxando pela cintura. Fechei os olhos e mordi levemente sua orelha.
–Ah, Bill... Eu o amo tanto.- Percebi meu erro poucos segundos depois, quando Caine se afastou rapidamente de mim, separando nossos corpos.
–O que? Você me chamou...-Ele começou a dizer mas foi interrompido pelo bipe do meu celular, indicando que acabara de receber uma mensagem.
Saltei do balcão e cacei meu shorts , o vestindo em seguida. Enquanto isso, Caine já estava e vestindo e pude notar que estava se controlando.
–Ei, Caine. Espere, precisamos conversar.-eu disse com a voz trêmula.
–Pra quê? Pra me confundir com esse tal de Bill?- ele perguntou se direcionando para a porta.
Eu o segui, tentando juntar palavras pra me desculpar. Ele parou na porta e se virou para mim.
–Não vá.- foi a única coisa que consegui dizer.
–Esse tal de Bill... Você realmente o ama?- Ele me perguntou, abrindo a porta.
Encarei os olhos azuis dele e tentei imaginar passar o resto da vida do seu lado, nós dois já velhos e com nossos netos ao redor. Só que não era ele quem meu cérebro via. Não era ele quem meu coração queria.
–Eu o amo mais que tudo.-murmurei, surpresa com o fato daquilo ser a mais pura verdade. Dizer aquilo em voz alta me encheu de alívio e gratidão.
Caine deu um sorriso amarelo.
–Então não deveria se preocupar com a minha partida.-disse, deixando um beijo na minha testa.- Não sou o cara pra você. Nós dois sabemos disso agora.
Ele sorriu mais uma vez antes de sair, fechando a porta silenciosamente . Fechei os olhos com força tentando digerir os últimos acontecimentos quando meu celular toca mais uma vez. Distraidamente, abro as mensagens. Eram de Jhon. Uma reportagem estava em anexo, com a seguinte matéria a mostra: " São encontrada as provas de que Lockart havia traído o departamento de polícia e ameaçado Lancaster.Juízes reabrem caso e inocentam Bill pela morte do ex-detetive, decidindo que o mesmo havia agido em própria defesa. De tal modo que sua pena diminui oito anos da sentença de assassinato, como já cumpriu dois anos, Lancaster será solto na próxima semana, graças ao bom comportamento."
Minhas pernas bambearam e um sorriso afrouxou meus lábios.
Meu babaca estava livre.


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