A Filha de Severo Snape escrita por supremealways
Notas iniciais do capítulo
Fiquei muito feliz em ver que tive mais comentários no capitulo anterior! Espero que gostem. Boa leitura!
Decidi que hoje irei até a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, seria a primeira aula de Moody com a Sonserina e a Grifinória. Coloquei meu uniforme e me dirigi até as masmorras onde ficava a sala de DCAT assim que entrei na sala, quase todos os alunos já estavam lá, peguei meu exemplar de As Forças das Trevas: Um Guia Para Sua Proteção, e me sentei ao lado de Amber.
— Achei que você não viria! — Falou ela.
— Eu? Faltar à aula de Mody? Nunca! — Ri.
Ficamos quietos logo se escutara passos vindos do corredor, ao entrar na sala, parecia mais estranho e amedrontador que nunca. Seu pé de madeira em garra aparecia ligeiramente por baixo das vestes.
— Podem guardar isso — rosnou ele, apoiando-se na escrivaninha para se sentar — esses livros. Não vão precisar deles.
Guardamos nossos livros na mochila. Moody apanhou a folha de chamada, sacudiu sua longa juba de cabelos grisalhos para afastá-los do rosto contorcido e marcado, e começou a chamar os nomes, seu olho normal percorrendo a lista e o olho mágico girando, fixando-se em cada aluno quando ele respondia.
— Certo, então — concluiu ele, quando a última pessoa confirmara presença. — Tenho uma carta do Professor Lupin sobre essas turmas. Parece que vocês receberam um bom embasamento para enfrentar criaturas das trevas, estudaram bichos-papões, barretes vermelhos, hinkypunks, grindylows, kappas e lobisomens, correto?
Houve um murmúrio geral de concordância.
— Mas estão atrasados, muito atrasados, em maldições — disse Moody. — Então, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros. Tenho um ano para lhes ensinar a lidar com as forças das...
— Quê, o senhor não vai ficar? — deixou escapar Rony.
O olho mágico de Moody girou para se fixar em Rony, o garoto ficou extremamente apreensivo, mas, passado um instante, o professor sorriu. O efeito foi entortar mais que nunca o seu rosto muito marcado, mas de qualquer forma foi um alívio saber que ele era capaz de um gesto amigável como sorrir. Rony pareceu profundamente aliviado.
— Você deve ser filho do Arthur Weasley? — disse Moody. — Seu pai me tirou de uma enrascada há alguns dias... É, vou ficar apenas este ano. Um favor especial ao Dumbledore... Um ano e depois volto ao sossego da minha aposentadoria.
Ele deu uma risada áspera e então juntou as palmas das mãos nodosas.
— Então... Vamos direto ao assunto. Maldições. Elas têm variados graus de força e forma. Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contra-maldições e parar por aí. Não devo lhes mostrar que cara têm as maldições ilegais até vocês chegarem ao sexto ano. Até lá, o Ministério acha que vocês não têm idade para lidar com elas. Mas o Professor Dumbledore tem uma opinião mais favorável dos seus nervos e acha que vocês podem aprendê-las, e eu digo que quanto mais cedo souberem o que vão precisar enfrentar, melhor. Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretenda lançar uma maldição ilegal sobre vocês não vai avisar o que pretende. Não vai lançá-la de forma suave e educada bem na sua cara. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes. A senhorita deve guardar isso, Srta. Brown, enquanto eu estiver falando.
Ela levou um susto e corou. Aparentemente o olho mágico de Moody podia ver através da madeira, tão bem quanto pela nuca.
— Então... Algum de vocês sabe que maldições são mais severamente punidas pelas leis da magia?
Ergui meu braço, outros braços se ergueram hesitantes, inclusive os de Rony e Hermione.
Moody apontou para Rony.
— Hum — disse Rony sem muita certeza — meu pai me falou de uma... Chama Maldição Imperius ou coisa assim?
— Ah, sim — disse Moody satisfeito. — Seu pai conheceria essa, certa vez, deu ao Ministério muito trabalho, essa Maldição Imperius.
Moody se apoiou pesadamente nos pés desiguais, abriu a gaveta da escrivaninha e tirou um frasco de vidro. Três enormes aranhas pretas corriam dentro dele.
Moody meteu a mão dentro do frasco, apanhou uma aranha e segurou-a na palma da mão, de modo que todos pudessem vê-la. Apontou, então, a varinha para o inseto e murmurou "Império!" A aranha saltou da mão de Moody para um fio de seda e começou a se balançar para frente e para trás como se estivesse em um trapézio. Esticou as pernas rígidas e deu uma cambalhota, partindo o fio e aterrissando sobre a mesa, onde começou a plantar bananeiras em círculos.
Moody agitou a varinha, e a aranha se ergueu em duas patas traseiras e saiu dançando um inconfundível sapateado. Todos nós rimos, exceto Moody.
— Acharam engraçado, é? — rosnou ele. —Vocês gostariam se eu fizesse isso com vocês?
As risadas pararam quase instantaneamente.
— Controle total — disse o professor em voz baixa, quando a aranha se enrolou e começou a rodar sem parar. — Eu poderia fazê-la saltar pela janela, se afogar, se enfiar pela garganta de vocês abaixo...
— Há alguns anos, havia muitos bruxos e bruxas controlados pela Maldição Imperius — disse Moody — Foi uma trabalheira para o Ministério separar quem estava sendo forçado a agir de quem estava agindo por vontade própria.
— A Maldição Imperius pode ser neutralizada, e vou lhes mostrar como, mas é preciso força de caráter real e nem todos a possuem. Por isso é melhor evitar ser amaldiçoado com ela se puderem. “VIGILÂNCIA CONSTANTE!" — Vociferou ele, e todos nós nos assustamos.
Moody apanhou a aranha acrobata e atirou-a de volta ao frasco.
— Mais alguém conhece mais alguma? Outra maldição ilegal?
A mão de Hermione voltou a se erguer, a minha também, Neville levantou a mão, mas parecia surpreso com a própria ousadia.
— Qual? — perguntou Moody, seu olho mágico dando um giro completo para se fixar em Neville.
— Tem uma, a Maldição Cruciatus — disse Neville, numa voz fraca, mas clara.
Moody olhou o garoto com muita atenção, desta vez com os dois olhos.
— O seu nome é Longbottom? — perguntou ele, o olho mágico girando para verificar a folha de chamada. Neville confirmou nervoso, com a cabeça, mas o professor não fez outras perguntas.
Tornando a voltar sua atenção à classe, ele meteu a mão no frasco mais uma vez, apanhou outra aranha e colocou-a no tampo da escrivaninha, onde o inseto permaneceu imóvel, aparentemente demasiado assustado para se mexer.
— A Maldição Cruciatus — começou Moody. — Preciso de uma maior para lhes dar uma ideia — disse ele, apontando a varinha para a aranha. — Engorgio!
A aranha inchou. Estava agora maior do que uma tarântula. O professor tornou a erguer a varinha, apontou-a para a aranha e murmurou:
— Crucio!
Na mesma hora, as pernas da aranha se dobraram sob o corpo, ela virou de barriga para cima e começou a se contorcer horrivelmente, balançando de um lado para outro. Não emitia som algum. Moody não afastou a varinha e a aranha começou a estremecer e a se debater violentamente...
— Pare! — gritou Hermione com a voz aguda.
Olhei para Hermione. Ela estava com os olhos postos não na aranha, mas em Neville, ao seguir a direção do seu olhar, vi que as mãos do garoto se agarravam à carteira diante dele, os nós dos dedos brancos, seus olhos arregalados e horrorizados. Moody ergueu a varinha. As pernas da aranha se descontraíram, mas ela continuou a se contorcer.
— Reducio — murmurou Moody, e a aranha encolheu e voltou ao tamanho normal. Ele a repôs no frasco.
— Dor — explicou Moody em voz baixa. — Não se precisa de alicates nem de facas para torturar alguém quando se é capaz de lançar a Maldição Cruciatus... Ela também já foi muito popular. Certo... Mais alguém conhece alguma outra?
Ergui minha mão, olhei para o outro lado da sala Hermione erguia a mão tremula.
— Sim! — disse Moody me olhando.
— Avada Kedavra — Falei em voz baixa.
— Ah — exclamou Moody, outro sorrisinho torcendo sua boca enviesada. — Ah, a última e a pior. Avada Kedavra... A maldição da morte.
Ele enfiou a mão no frasco e, quase como se soubesse o que a esperava, a terceira aranha correu freneticamente pelo fundo do objeto, tentando fugir aos dedos de Moody, mas ele a apanhou e a colocou sobre a escrivaninha. O inseto começou a correr desvairado, pela superfície de madeira. Moody ergueu a varinha.
— Avada Kedavra!— berrou Moody.
Houve um relâmpago de ofuscante luz verde e um rumorejo, como se algo vasto e invisível voasse pelo ar, instantaneamente a aranha virou de dorso, sem uma única marca, mas inconfundivelmente morta. Várias alunas abafaram gritinhos inclusive Amber, avistei Rony que se atirara para trás, quase caindo da cadeira, quando a aranha escorregou em sua direção. Moody empurrou a aranha morta para fora da mesa.
— Nada bonito — disse calmamente. — Nada agradável. E não existe contra-maldição. Não há como bloqueá-la. Somente uma pessoa no mundo já sobreviveu a ela e está sentada bem aqui na minha frente.
Moody olhou com os dois olhos em direção a Harry e os fixou. Harry por sua vez parecia corar... Um milhão de pensamentos passou pela minha cabeça... Sei da história de Harry e pensar que seus pais morreram assim... Deve ser horrível...
Moody parou de encarar Harry e voltou a falar...
— Avada Kedavra é uma maldição que exige magia poderosa para lançá-la, vocês podem apanhar as varinhas agora, apontá-las para mim, dizer as palavras e duvido que consigam sequer que o meu nariz sangre. Mas isto não importa. Não estou aqui para ensiná-los a lançá-la.
— Ora, se não há uma contra-maldição, por que estou lhes mostrando essa maldição? Porque vocês precisam conhecê-la. Vocês têm que reconhecer o pior. Vocês não querem se colocar em uma situação em que precisem enfrentá-la. “VIGILÂNCIA PERMANENTE!" - berrou ele e a turma inteira tornou a se sobressaltar.
— Agora... Essas três maldições, Avada Kedavra, Imperius e Cruciatus, são conhecidas como as Maldições Imperdoáveis. O uso de qualquer uma dela em um semelhante humano é suficiente para ganharem uma pena de prisão perpétua em Azkaban. É isso que vão ter que enfrentar. É isso que preciso lhes ensinar a combater. Vocês precisam estar preparados. Vocês precisam de armas. Mas, acima de tudo, precisam praticar uma vigilância constante, permanente. Apanhem suas penas... Copiem o que vou ditar...
Passamos o resto da aula tomando notas sobre cada uma das Maldições Imperdoáveis. Ninguém falou até a sineta tocar, mas quando Moody nos dispensou, assim que saíram da sala, explodiram em um falatório irrefreável. A maioria dos alunos discutia as maldições em tom de assombro: "Você viu ela se contorcendo?", e “quando ele matou a aranha, assim!”
Comentavam a aula, como se ela tivesse sido um espetáculo fantástico, mas não achei nada divertida, vi que tampouco Hermione e Harry.
— Achei que você não viria nessa aula! — Falou Thomas ao meu lado.
— Pensei melhor e vim!
— Não gostei muito dessa aula... Sinceramente me assustou. — Falou Amber no outro lado.
Avistei Neville que estava em pé sozinho, no meio do corredor, de olhos fixos na parede de pedra oposta, com a mesma expressão horrorizada e pasma que fizera quando Moody demonstrara a Maldição Cruciatus. Rony, Harry e Hermione estavam com ele conversando então resolvi não interromper.
— Estou com uma fome. — Falou Thomas — O que será que terá de jantar hoje? – Falou ele pensativo.
— O dia que você não tiver fome será o dia do milagre! — Falou Amber rindo.
Nós dirigimos ao Salão Principal. Amber e Thomas passaram o jantar inteiro falando sobre as maldições e sobre outras aulas que tiveram, olhei para a mesa dos professores e o professor Snape olhava para mim, seus olhos negros eram sóbrios e frios, chegava a me arrepiar, passei o jantar inteiro meio ausente das conversas, pensava comigo mesmo como seria minha aula de poções.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Como será a próxima aula de poções? Descubra no próximo capitulo! Comentem!