A Filha de Severo Snape escrita por supremealways


Capítulo 10
Capitulo 9 - Maldições Imperdoáveis


Notas iniciais do capítulo

Fiquei muito feliz em ver que tive mais comentários no capitulo anterior! Espero que gostem. Boa leitura!



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Decidi que hoje irei até a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, seria a primeira aula de Moody com a Sonserina e a Grifinória. Coloquei meu uniforme e me dirigi até as masmorras onde ficava a sala de DCAT assim que entrei na sala, quase todos os alunos já estavam lá, peguei meu exemplar de As Forças das Trevas: Um Guia Para Sua Proteção, e me sentei ao lado de Amber.

— Achei que você não viria! — Falou ela.

— Eu? Faltar à aula de Mody? Nunca! — Ri.

Ficamos quietos logo se escutara passos vindos do corredor, ao entrar na sala, parecia mais estranho e amedrontador que nunca. Seu pé de madeira em garra aparecia ligeiramente por baixo das vestes.

— Podem guardar isso — rosnou ele, apoiando-se na escrivaninha para se sentar — esses livros. Não vão precisar deles.

Guardamos nossos livros na mochila. Moody apanhou a folha de chamada, sacudiu sua longa juba de cabelos grisalhos para afastá-los do rosto contorcido e marcado, e começou a chamar os nomes, seu olho normal percorrendo a lista e o olho mágico girando, fixando-se em cada aluno quando ele respondia.

— Certo, então — concluiu ele, quando a última pessoa confirmara presença. — Tenho uma carta do Professor Lupin sobre essas turmas. Parece que vocês receberam um bom embasamento para enfrentar criaturas das trevas, estudaram bichos-papões, barretes vermelhos, hinkypunks, grindylows, kappas e lobisomens, correto?

Houve um murmúrio geral de concordância.

— Mas estão atrasados, muito atrasados, em maldições — disse Moody. — Então, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros. Tenho um ano para lhes ensinar a lidar com as forças das...

— Quê, o senhor não vai ficar? — deixou escapar Rony.

O olho mágico de Moody girou para se fixar em Rony, o garoto ficou extremamente apreensivo, mas, passado um instante, o professor sorriu. O efeito foi entortar mais que nunca o seu rosto muito marcado, mas de qualquer forma foi um alívio saber que ele era capaz de um gesto amigável como sorrir. Rony pareceu profundamente aliviado.

— Você deve ser filho do Arthur Weasley? — disse Moody. — Seu pai me tirou de uma enrascada há alguns dias... É, vou ficar apenas este ano. Um favor especial ao Dumbledore... Um ano e depois volto ao sossego da minha aposentadoria.

Ele deu uma risada áspera e então juntou as palmas das mãos nodosas.

— Então... Vamos direto ao assunto. Maldições. Elas têm variados graus de força e forma. Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contra-maldições e parar por aí. Não devo lhes mostrar que cara têm as maldições ilegais até vocês chegarem ao sexto ano. Até lá, o Ministério acha que vocês não têm idade para lidar com elas. Mas o Professor Dumbledore tem uma opinião mais favorável dos seus nervos e acha que vocês podem aprendê-las, e eu digo que quanto mais cedo souberem o que vão precisar enfrentar, melhor. Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretenda lançar uma maldição ilegal sobre vocês não vai avisar o que pretende. Não vai lançá-la de forma suave e educada bem na sua cara. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes. A senhorita deve guardar isso, Srta. Brown, enquanto eu estiver falando.

Ela levou um susto e corou. Aparentemente o olho mágico de Moody podia ver através da madeira, tão bem quanto pela nuca.

— Então... Algum de vocês sabe que maldições são mais severamente punidas pelas leis da magia?

Ergui meu braço, outros braços se ergueram hesitantes, inclusive os de Rony e Hermione.

Moody apontou para Rony.

— Hum — disse Rony sem muita certeza — meu pai me falou de uma... Chama Maldição Imperius ou coisa assim?

— Ah, sim — disse Moody satisfeito. — Seu pai conheceria essa, certa vez, deu ao Ministério muito trabalho, essa Maldição Imperius.

Moody se apoiou pesadamente nos pés desiguais, abriu a gaveta da escrivaninha e tirou um frasco de vidro. Três enormes aranhas pretas corriam dentro dele.

Moody meteu a mão dentro do frasco, apanhou uma aranha e segurou-a na palma da mão, de modo que todos pudessem vê-la. Apontou, então, a varinha para o inseto e murmurou "Império!" A aranha saltou da mão de Moody para um fio de seda e começou a se balançar para frente e para trás como se estivesse em um trapézio. Esticou as pernas rígidas e deu uma cambalhota, partindo o fio e aterrissando sobre a mesa, onde começou a plantar bananeiras em círculos.

Moody agitou a varinha, e a aranha se ergueu em duas patas traseiras e saiu dançando um inconfundível sapateado. Todos nós rimos, exceto Moody.

— Acharam engraçado, é? — rosnou ele. —Vocês gostariam se eu fizesse isso com vocês?

As risadas pararam quase instantaneamente.

— Controle total — disse o professor em voz baixa, quando a aranha se enrolou e começou a rodar sem parar. — Eu poderia fazê-la saltar pela janela, se afogar, se enfiar pela garganta de vocês abaixo...

— Há alguns anos, havia muitos bruxos e bruxas controlados pela Maldição Imperius — disse Moody — Foi uma trabalheira para o Ministério separar quem estava sendo forçado a agir de quem estava agindo por vontade própria.

— A Maldição Imperius pode ser neutralizada, e vou lhes mostrar como, mas é preciso força de caráter real e nem todos a possuem. Por isso é melhor evitar ser amaldiçoado com ela se puderem. “VIGILÂNCIA CONSTANTE!" — Vociferou ele, e todos nós nos assustamos.

Moody apanhou a aranha acrobata e atirou-a de volta ao frasco.

— Mais alguém conhece mais alguma? Outra maldição ilegal?

A mão de Hermione voltou a se erguer, a minha também, Neville levantou a mão, mas parecia surpreso com a própria ousadia.

— Qual? — perguntou Moody, seu olho mágico dando um giro completo para se fixar em Neville.

— Tem uma, a Maldição Cruciatus — disse Neville, numa voz fraca, mas clara.

Moody olhou o garoto com muita atenção, desta vez com os dois olhos.

— O seu nome é Longbottom? — perguntou ele, o olho mágico girando para verificar a folha de chamada. Neville confirmou nervoso, com a cabeça, mas o professor não fez outras perguntas.

Tornando a voltar sua atenção à classe, ele meteu a mão no frasco mais uma vez, apanhou outra aranha e colocou-a no tampo da escrivaninha, onde o inseto permaneceu imóvel, aparentemente demasiado assustado para se mexer.

— A Maldição Cruciatus — começou Moody. — Preciso de uma maior para lhes dar uma ideia — disse ele, apontando a varinha para a aranha. — Engorgio!

A aranha inchou. Estava agora maior do que uma tarântula. O professor tornou a erguer a varinha, apontou-a para a aranha e murmurou:

— Crucio!

Na mesma hora, as pernas da aranha se dobraram sob o corpo, ela virou de barriga para cima e começou a se contorcer horrivelmente, balançando de um lado para outro. Não emitia som algum. Moody não afastou a varinha e a aranha começou a estremecer e a se debater violentamente...

— Pare! — gritou Hermione com a voz aguda.

Olhei para Hermione. Ela estava com os olhos postos não na aranha, mas em Neville, ao seguir a direção do seu olhar, vi que as mãos do garoto se agarravam à carteira diante dele, os nós dos dedos brancos, seus olhos arregalados e horrorizados. Moody ergueu a varinha. As pernas da aranha se descontraíram, mas ela continuou a se contorcer.

— Reducio — murmurou Moody, e a aranha encolheu e voltou ao tamanho normal. Ele a repôs no frasco.

— Dor — explicou Moody em voz baixa. — Não se precisa de alicates nem de facas para torturar alguém quando se é capaz de lançar a Maldição Cruciatus... Ela também já foi muito popular. Certo... Mais alguém conhece alguma outra?

Ergui minha mão, olhei para o outro lado da sala Hermione erguia a mão tremula.

— Sim! — disse Moody me olhando.

— Avada Kedavra — Falei em voz baixa.

— Ah — exclamou Moody, outro sorrisinho torcendo sua boca enviesada. — Ah, a última e a pior. Avada Kedavra... A maldição da morte.

Ele enfiou a mão no frasco e, quase como se soubesse o que a esperava, a terceira aranha correu freneticamente pelo fundo do objeto, tentando fugir aos dedos de Moody, mas ele a apanhou e a colocou sobre a escrivaninha. O inseto começou a correr desvairado, pela superfície de madeira. Moody ergueu a varinha.

— Avada Kedavra!— berrou Moody.

Houve um relâmpago de ofuscante luz verde e um rumorejo, como se algo vasto e invisível voasse pelo ar, instantaneamente a aranha virou de dorso, sem uma única marca, mas inconfundivelmente morta. Várias alunas abafaram gritinhos inclusive Amber, avistei Rony que se atirara para trás, quase caindo da cadeira, quando a aranha escorregou em sua direção. Moody empurrou a aranha morta para fora da mesa.

— Nada bonito — disse calmamente. — Nada agradável. E não existe contra-maldição. Não há como bloqueá-la. Somente uma pessoa no mundo já sobreviveu a ela e está sentada bem aqui na minha frente.

Moody olhou com os dois olhos em direção a Harry e os fixou. Harry por sua vez parecia corar... Um milhão de pensamentos passou pela minha cabeça... Sei da história de Harry e pensar que seus pais morreram assim... Deve ser horrível...

Moody parou de encarar Harry e voltou a falar...

— Avada Kedavra é uma maldição que exige magia poderosa para lançá-la, vocês podem apanhar as varinhas agora, apontá-las para mim, dizer as palavras e duvido que consigam sequer que o meu nariz sangre. Mas isto não importa. Não estou aqui para ensiná-los a lançá-la.

— Ora, se não há uma contra-maldição, por que estou lhes mostrando essa maldição? Porque vocês precisam conhecê-la. Vocês têm que reconhecer o pior. Vocês não querem se colocar em uma situação em que precisem enfrentá-la. “VIGILÂNCIA PERMANENTE!" - berrou ele e a turma inteira tornou a se sobressaltar.

— Agora... Essas três maldições, Avada Kedavra, Imperius e Cruciatus, são conhecidas como as Maldições Imperdoáveis. O uso de qualquer uma dela em um semelhante humano é suficiente para ganharem uma pena de prisão perpétua em Azkaban. É isso que vão ter que enfrentar. É isso que preciso lhes ensinar a combater. Vocês precisam estar preparados. Vocês precisam de armas. Mas, acima de tudo, precisam praticar uma vigilância constante, permanente. Apanhem suas penas... Copiem o que vou ditar...

Passamos o resto da aula tomando notas sobre cada uma das Maldições Imperdoáveis. Ninguém falou até a sineta tocar, mas quando Moody nos dispensou, assim que saíram da sala, explodiram em um falatório irrefreável. A maioria dos alunos discutia as maldições em tom de assombro: "Você viu ela se contorcendo?", e “quando ele matou a aranha, assim!”

Comentavam a aula, como se ela tivesse sido um espetáculo fantástico, mas não achei nada divertida, vi que tampouco Hermione e Harry.

— Achei que você não viria nessa aula! — Falou Thomas ao meu lado.

— Pensei melhor e vim!

— Não gostei muito dessa aula... Sinceramente me assustou. — Falou Amber no outro lado.

Avistei Neville que estava em pé sozinho, no meio do corredor, de olhos fixos na parede de pedra oposta, com a mesma expressão horrorizada e pasma que fizera quando Moody demonstrara a Maldição Cruciatus. Rony, Harry e Hermione estavam com ele conversando então resolvi não interromper.

— Estou com uma fome. — Falou Thomas — O que será que terá de jantar hoje? – Falou ele pensativo.

— O dia que você não tiver fome será o dia do milagre! — Falou Amber rindo.

Nós dirigimos ao Salão Principal. Amber e Thomas passaram o jantar inteiro falando sobre as maldições e sobre outras aulas que tiveram, olhei para a mesa dos professores e o professor Snape olhava para mim, seus olhos negros eram sóbrios e frios, chegava a me arrepiar, passei o jantar inteiro meio ausente das conversas, pensava comigo mesmo como seria minha aula de poções.


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Notas finais do capítulo

Como será a próxima aula de poções? Descubra no próximo capitulo! Comentem!