A Bella e o Monstro escrita por Leprechaun


Capítulo 22
Último Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Quando alguém escreve uma historia, deixa os agradecimentos no começo, para mostrar as pessoas que ama que pensou nelas antes mesmo de escrever o primeiro paragrafo. No meu caso foi totalmente diferente, pensei em vocês a cada palavra, cada vírgula, ponto, exclamação e interrogação desajeitadamente colocados. Escrevi essa fic para mim, por acaso, em meio uma overdose de pensamentos, mas terminei para vocês:
• Tininha
• Luana
• ThaisAndrade
• Ju
• Giovanna Vicentini
• Rukia
• Juaassaid
• Mary Hyuuga
• Dnz Graffitty
• Novacullen
• Izzi
• Annejay
• melloale98
• Bianca Rocker
• RoseSunset
• JaNeves
• Ana Luisa
• Scarlett_Cullen
• Geovana Sena
• MiIla Cullen
• debora
• Gisele Alvares
• beatriz
• pechi
• prilovetwilight
• GiihMore
• Enya
• bibi star
• Guilherme Silva
• Nathalia Winchester
• Queen Of Darkness
• KJ Masen
• Oo cereja oO
• Ariela Gonçalves
• Anna Prior
• carolineblack
• Nanda Boinne
• Isabella
• Sophia Cullen
• Lady Laysla Cullen
• Ilaísa
• Camarotti Cullen
• Kelly
• BabyDool
• Nessie Swan
• Mia
• agt
• Raquel Cullen
• Lalinha
• Rosemary
• Iza1DSalvatore
• Rosie Leal
• Susa Santos
• Dany Cullen
• Julia Cullen
• catiaeu
• Beth Carvalho
• A todos as 234 pessoas que estão acompanhado
• As 63 que favoritaram
• Às 7 que recomendaram
• 35.895 que deram uma espiadinha ;)
Leiam:



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Corri os dedos pelas palavras gravadas na lápide de mamãe:

Em memória de Renée Higginbotham Swan, esposa de Charlie Swan, desta paróquia, que partiu desta vida a dezoito de julho do ano do Senhor de 1802, com a idade de vinte e nove anos. Esposa e mãe terna e amorosa..

— A senhora o amou? — sussurrei, as palavras marcadas pela dor.

As lembranças me atingiam. Discussões que tinha escutado. Palavras que uma criança não entendia, e que agora adquiriam novos e sombrios significados. Ainda assim, lembrava-me do luto de papai pela morte da esposa.

A única resposta que ouvi foi o uivo do vento.

Quieta, as mãos geladas sobre a pedra, o senti. Edward.

Virando-me, deixei os braços caírem ao lado do corpo. E o vi debaixo do olmo morto, separado de mim pelo muro de pedra, o vento levantando a barra do seu casaco preto.

Uma vez eu o vi como um homem da névoa e dos sonhos. Agora, sabia que ele era uma criatura da neblina e das sombras escuras.

Edward abriu o portão e entrou, o som de suas botas sobre as folhas mortas caídas no chão. Parou a três passos de mim. Seu rosto lindo estava marcado por linhas tensas que fizeram com que eu tivesse vontade de chorar. O belo Edward Cullen. O que ele me dissera um dia? Que seu coração era seco e preto como carvão.

— Ephraim Blanck — comecei a dizer.

— ...foi levado sob custódia por Billy e seus homens — Edward terminou a frase. Ele tão frio, distante.

Respirei profundamente, encontrando um pequeno conforto na resposta dele. A claridade da lua iluminava seu rosto que parecia esculpido na pedra.

— O que meu pai disse a você? — perguntei, com voz trêmula. — Suas últimas palavras. Diga-me.

Edward demorou tanto para começar a responder que eu duvidei que fosse fazê-lo. Foram segundos agonizantes.

— Ele disse que pagou na mesma moeda. Olho por olho. Que foi um homem da minha tripulação que atacou você e que matou sua mãe. — O tom de voz era frio e impessoal.

Senti o coração bater mais forte. Tinha que haver um fim para tudo aquilo e eu teria que ser corajosa para ouvi-lo.

— E foi isso mesmo, Edward?

Novamente, um angustiante silêncio.

— Não sei, Isabella. Talvez. — Ele passou a mão pelo cabelo. — Não me recordo exatamente da data em que vim a Forks pela primeira vez à procura de Charlie Swan, o primeiro dia do meu plano de vingança. E nem sempre posso saber onde estão meus homens.

Meneei a cabeça. Sempre honrado, ele não mentiria. Mesmo que a verdade não lhe fosse favorável.

— Bella, se eu pudesse matar o homem novamente por você, eu o faria.

Sim, eu sabia, mas aquilo não servia de conforto.

— Meu pai... — Olhei-o fixamente. — Ele disse mais alguma coisa?

Edward respondeu sem hesitar.

— Que a amava de todo o coração.

Não... Meu pai não dissera aquilo, mesmo eu desejando muito que o tivesse. Queria chorar, jogar-me no chão e socar a terra para tentar desabafar a aflição que dominava minha alma. Mas nada fiz. Em vez disso, perguntei:

— Como é possível que um mentiroso tão ruim seja um pirata e um ladrão?

— Bella, eu...

— Não. Não diga nada. — eu precisava fazê-lo entender. — Meu pai foi um excelente mentiroso. Muito bom, mesmo. Eu ouvia quando mentia aos comerciantes e fregueses e até para o irmão de sua esposa. — Dei uma risada nervosa.

— Mas fui tola por não ter percebido que ele também mentia para mim. Como também para minha mãe, durante muito tempo. Lembro-me das lágrimas que ela vertia por causa dele.

O olhar de Edward era agora de dor. Ele sofria por mim.

— Diga-me quando seu pai morreu, Edward. Qual é a data da morte dele?

— O que isso tem a ver com tudo que aconteceu?

Ele estava diante de mim, tenso e infeliz, e, apesar de sentir seu tormento, insisti:

— Diga-me.

— Em vinte e cinco de julho de 1802.

— Você disse que seu pai morreu um dia antes de você pôr os pés em solo inglês, um dia antes de bater à porta dele. Isso é verdade? Seu navio não aportou antes de vinte e cinco de julho?

— Sim, é isso mesmo.

Apenas algumas palavras, e o meu coração foi libertado.

— Então, eu também vou lhe dizer a verdade. — Me aproximei e pus a mão sobre o seu coração — Sei que você mentiu ao dizer que meu pai confessou sou amor por mim — disse suavemente. — Fez isso para me confortar. Ele nunca me amou. Estranho como as coisas parecem tão diferentes quando finalmente as compreendemos.

Eu tinha entendido, por fim, as admoestações de minha mãe para que cuidasse de papai. Ela nunca dissera aquilo com a intenção de que eu tomasse conta dele, mas no sentido de ser cautelosa em relação a ele. Como fui ingênua.

Aproximando-se mais, levei a mão do peito para o ombro de Edward e, em seguida, acariciei seus cabelos.

— As últimas palavras dele foram puro veneno, Edward. Uma acusação contra você para me causar dor. E ele conseguiu.

— Bella, carinho...

Meneei a cabeça e pus os dedos sobre os lábios dele.

— Foram palavras terríveis porque sei que ele as pronunciou com maldade no coração, com a intenção de destruir qualquer felicidade que pudéssemos encontrar juntos. — Meus olhos se encheram de lágrimas e me controlei antes de prosseguir: — Você mentiu para abrandar meu coração, ao dizer que ele me amava. Mas quem abranda meu coração é você. O que você sacrificou...

Edward tinha um brilho de esperança no olhar e eu deixei as lágrimas correrem pelo rosto, livremente. Ele beijou-me na palma da mão.

— Billy e seus homens não encontraram os barris — eu disse com voz trêmula. — Onde estavam os barris?

— Na carruagem. — Apontou o veículo parado perto da igreja. — Eu os coloquei ali, certo de que ninguém os procuraria na minha carruagem. Nenhum homem de Billy iria pensar em vistoriá-la.

— Você desistiu da sua vingança por mim.

Edward deu um sorriso, ao mesmo tempo belo e triste.

— Bella, meu amor, quando pensei em escolher entre minha vingança e você, não hesitei. Escolhi você. Eu morreria por você, Bella. Eu apenas pensava em você enquanto punha meu plano em prática. Seu rosto. Seu sorriso. Sua coragem. E até o ódio que alimentei durante tantos anos não conseguiu competir com a força do meu amor por você.

— Oh... — consegui apenas balbuciar, emocionada. Edward aproximou-se.

— Menti quando disse que a amava da melhor maneira que podia. Eu a amo mais do que a minha vida. Sua luz guia meu caminho.

Oh, Deus. Eu o amava também. Com meu coração, minha mente, meu corpo, e minha alma.

— Nunca desejei vê-la magoada — Edward declarou com voz embargada. — Não você. Nem sua mãe. Sei que é uma desculpa pobre, mas, se foi um dos meus homens quem fez aquilo, foi sem minha instrução ou conhecimento. Eu juro, Bella. Eu juro.

— Eu sei, Edward. Seu navio chegou dia vinte e seis de julho e minha mãe morreu dia dezoito de julho. Uma semana de diferença. Não foi um de seus homens.

Edward gelou, e em seguida riu, aliviado. Era inacreditável.

— Minha Bella, corajosa e inteligente. — Ele ergueu-me do chão e me girou no ar, antes de me pegar nos braços e levar-me até a carruagem.

Pude apenas me agarrar a ele, tentando respirar, tão caótico estavam meus pensamentos.

— Você me ama? — ele perguntou, pondo-me no chão. — Meu Deus, Bella, você me ama?

Sem esperar pela resposta, ele me beijou com um ímpeto selvagem, abraçando-me com força.

— Sim, sim eu te amo — sussurrei de encontro aos lábios dele, apoiando as mãos em seu peito. — Não sabe disso?

Edward fitou-me durante um longo momento, sério e atento.

— Eu sei — ele disse, por fim. — Meu amor, meu coração — murmurou, antes de beijar-me novamente. — Case-se comigo. Ao amanhecer. Acordaremos o vigário. Não posso esperar mais.

— Ao amanhecer? — ri.

— Ou no crepúsculo. — Edward tornou a beijar-me. — Ou ao meio-dia ou à meia-noite. A hora que mais lhe agradar.

Eu quase escolhi meia-noite, pois me acostumara a amar a mais negra das sombras.

Então, afastei-me e o olhei nos olhos, dourados sob a luz da lua. Sob o sol, teriam o brilho verde-alaranjado do oceano, a cor da esperança e da cura e dos sonhos. A cor do amanhecer no inverno.

— Escolho o amanhecer — disse. O começo de um novo dia.

Pressionei o corpo ao dele e dei-lhe um sorriso sensual. Nas pontas dos pés, beijei o pescoço de Edward, mordisquei seu queixo e seu lábio inferior.

— E tenho ótimas ideias de como poderemos preencher as horas até lá — sussurrei.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por tudo. E até à próxima!