The A Team escrita por Clarice Reis


Capítulo 5
Realidades


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e muito obrigada a todos que estão comentando, saibam que é muito importante para mim.



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Capítulo 4

" Eu te achei fascinante."

Ela me encarava incrédula, seus olhos se fixaram nos meus e eles pareciam me estudar.
– Quem é você? - Questionou.
– Meu nome é Scorpius Malfoy, sou escritor e estou em Londres em busca de uma inspiração para o meu novo livro.
– E o que te leva a pensar que eu posso ajudar de alguma forma? - Perguntou arqueando as sobrancelhas.
– Eu não sei, eu pensei que talvez pudéssemos conversar e você me contava um pouco sobre sua vida.
Seus olhos de repente se tornaram frios e a mesma adquiriu uma postura séria.
– Não tem nada sobre a minha vida que eu queira compartilhar.
– Então não precisa falar nada, só por favor aceite tomar um café comigo.
– Não posso, eu estou com pressa. - Disse olhando para os lados.
– Não precisa ser agora. - Insisti. - Pense a respeito,esse é o meu telefone, qualquer coisa pode me ligar.
Ela assentiu, me encarou uma ultima vez e voltou a seguir seu caminho.
– Espere. - Gritei. - Me diga ao menos seu nome.
Ela parou e sem se virar respondeu.
– É Rose.
Ela partiu e parei para refletir, alguma coisa naquele olhar gélido me dizia que eu estava certo. Aquela garota tem uma história e pelo visto é algo muito trágico e que somente a mera lembrança é capaz de causar sofrimento, eu precisava descobrir, desvendar cada memória e pensamento.
– Scorpius! - Ouvi alguém gritar e me virei.
– Anthony?
– Por que saiu correndo daquele jeito? - Questionou confuso. - Eu achei que tinha acontecido alguma coisa.
– Eu a vi, Anthony. - Falei com um largo sorriso estampado no rosto.
– Quem? - Indagou.
– A ruiva, aliás, eu descobri que o nome dela é Rose.
– É sério? Cara, que sorte. - Disse animado. - E então, marcou de se encontrar com ela?
– Bom, eu tentei explicar, disse que era um escritor e que estava interessado em conversar, mas ela não pareceu muito animada com a ideia de falar sobre sua vida. Eu a convidei para tomar um café, mas ela disse que estava com pressa, então entreguei um cartão com o meu número.
– E se ela não ligar?
– Eu definitivamente não vou desistir tão fácil.

Rose Weasley:

Eu encarava o pequeno papel na minha mão ainda sem acreditar. Qual a probabilidade de um homem que só te viu uma vez na vida e ainda por cima de mascara te reconhecer no meio da rua e dizer que quer sua ajuda para conseguir inspiração para um livro? Tudo aquilo era muito estranho, eu sei que qualquer pessoa ficaria feliz em poder dizer que serviu de inspiração para uma história, mas quando se tem um passado como o meu, tudo que se deseja é enterrar todas as lembranças. Caminhava distraída quando ouvi o aviso de mensagem do meu telefone.

" Mon ami, assim que sair da faculdade irei para sua casa. Tenho algumas coisas para te contar.
Beijos"

Sorri ao ler o texto. Cordélia sempre foi minha melhor amiga, desde os tempos de colégio éramos inseparáveis, mas depois que eu fui obrigada a deixar a escola e ela foi terminar seus estudos na França, perdemos um pouco o contato. Quando recebi uma ligação sua dizendo que estava de volta e que iria fazer faculdade aqui, não pude conter minha felicidade. Fui buscá-la no aeroporto e desde então quase todo dia nós nos encontramos. Ela ficou surpresa ao saber o que eu estava fazendo da minha vida, tentou argumentar dizendo que esse não era o tipo de vida que eu merecia, mas que escolha eu tinha? Olhei para a sacola na minha mão e não pude conter um suspiro. O preço dos remédios estava aumentando cada vez mais.

Assim que cheguei no prédio cumprimentei o porteiro e subi até o sétimo andar. Quando cheguei perto da porta comecei a ouvir alguns barulhos vindos do apartamento. " Droga, não era para ela estar acordada" pensei. Assim que entrei encontrei Marge descascando a tinta da parede com as unhas enquanto falava sozinha.
– Por que está acordada tão cedo? - Questionei.
– Não estava com sono. - Falou sem me encarar. - Eles me disseram que tinha alguém nos observando, Rose.
Deixei a bolsa e a sacola na mesa e fui até onde ela estava.
– Não se preocupe, não tem ninguém nos observando. - Eu disse pegando em sua mão. - Vai ficar tudo bem, mas agora você tem que tomar o seu remédio.
– Mas eu não gosto, ele me faz sentir mal, Rose.
– Eu prometo que se continuar tomando, logo vai se sentir melhor.
– Você promete?
Eu assenti e fui buscar um copo com água. Peguei a cartela e tirei uma pílula, voltei para a sala e encontrei Marge sentada no sofá com um porta-retrato em mãos.
– Lembra dessa foto? Eu tirei alguns dias depois de você chegar.
– Eu me lembro. - Disse sorrindo.
Eu quase não me reconhecia naquela imagem, uma garota com duas tranças no cabelo, que apesar do sorriso eu sabia que estava completamente infeliz.
– Você não vai sair hoje, não é? Quero que me faça companhia. - Ela disse segurando minha mão.
– Infelizmente, eu tenho que trabalhar.
– Eles me dizem que você não deve sair, você deve ficar em casa, Rose.
– Mas eu tenho que ir. - Falei com um tom gentil.
– Você não pode ir! - Gritou. - Eles avisaram, você corre perigo.
– Por favor, se acalma. Vai ficar tudo bem. - Entreguei o copo em suas mãos e a fiz engolir a pílula.
– Você não pode ir Rose, não pode sair do meu lado, caso contrário coisas ruins vão acontecer.
– Eu não vou sair, vou ficar com você hoje, ok? - Ela sorriu. - Vem, vou te levar até o quarto.
Depois que a coloquei na cama não demorou muito para que a mesma caísse no sono. Saí do ambiente na ponta dos pés e fui até o meu quarto.
– Por que tem que ser tão difícil? - Questionei me jogando na cama.

Cordélia Blanc:

Faltavam exatamente 5 minutos e 53 segundos para a aula acabar, e sim, eu estava contando. Fiquei balançando a caneta entre os dedos quando algo me chamou atenção. Alvo Potter passava um papel por debaixo da mesa para a garota que eu pensava ser sua namorada, se não me engano seu nome é Holly. Observei ela abrir e ao ler seu conteúdo ela sorriu. Por um instante eu tive pena daquela garota, estava claro que ela era apaixonada por Alvo e só ele não era capaz de ver isso.

Pensei no quanto deveria ser difícil sufocar todo o sentimento, ter que assistir ele ficar com várias mulheres e ouvir seus relatos sobre cada uma. Deveria ser uma tarefa árdua se contentar com o título de "melhor amiga", sendo que você quer ser algo mais. Mas eu definitivamente não a culpo, Alvo Potter pode até ser um filhinho de papai, cafajeste e mau-educado, mas não negar que ele é um dos homens mais bonitos que eu já vi.

Perdida em meus devaneios, acabei nem percebendo que o sinal havia tocado. Recolhi meu material, guardei na bolsa e segui pelos corredores em direção ao estacionamento. Estava quase chegando quando de repente senti meu corpo ir de encontro ao chão.
– Me desculpe. - Uma voz feminina falou. - Eu tenho que prestar mais atenção por onde ando.
Quando levantei o olhar, percebi que se tratava de Holly. Ela pegava suas coisas que haviam caído e eu resolvi ajudá-la pegando um livro que estava ao meu lado.
– Obrigada. - Ela disse de forma gentil.
– Allen Ginsberg? É um bom escritor. - Comentei.
– Você conhece suas obras? - Indagou animada.
– Sim, minha mãe é professora de literatura e tem muito apreço pela geração beat, ela tem vários livros e eu já li alguns.
– Nossa, isso é incrível, nunca encontrei uma pessoa da minha idade que gostasse desse tipo de leitura.
– Holly, vamos logo. - Ela se virou e assim que percebeu era Alvo, tratou de se despedir.
– Bom, eu tenho que ir, foi um prazer conhecê-la....
– Cordélia.
– Que nome bonito, bom, eu me chamo Holly.
– Também foi um prazer conhecê-la. - Falei.
– Até qualquer hora. - Eu a observei se afastar e assim que se juntou a seu amigo, os dois seguiram até a área externa, mas antes, aqueles olhos verdes se encontraram com os meus. Foco,Cordélia, lembre-se, ele é um idiota.


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