The A Team escrita por Clarice Reis


Capítulo 2
Sept Péchés


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, queria agradecer pelos reviews do último capitulo e me desculpem qualquer erro, não tive tempo de revisar o capitulo. Espero que gostem e por favor comentem.



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Capítulo 1

Alvo estacionou o carro perto de um parque e nós seguimos andando por uma rua que estava praticamente deserta.
– Já estamos chegando. - Ele comentou.
Depois de mais uns três minutos de caminhada avistei uma entrada onde se lia em letras néon "Sept Péchés"
Alvo me encarou e disse:
– Aproveite a noite.
Assim que ele abriu a porta constatei a grandiosidade do lugar. Um lustre de cristal pendurado no teto, todas as paredes pintadas em vermelho sangue e várias mesas em volta de um grande palco que era ocupado por uma mulher loira que dançava sensualmente enquanto ia tirando a roupa. Os homens assobiavam, jogavam dinheiro e gritavam obscenidades. Sept Péchés nada mais era do que um cabaré, conheci vários em Paris, bordeis famosos e considerados os melhores, mas tenho que reconhecer que esse ganha de todos em que já estive. Me virei para falar com Alvo e percebi que ele não estava mais lá. " Que ótimo, me deixou sozinho" pensei. Assim que encontrei uma mesa vazia não demorou muito para que uma morena aparecesse.
– Deseja alguma coisa para beber? - Eu a analisei minuciosamente. Cabelos negros cacheados que iam até a metade das costas, olhos ônix que carregavam em si certa malícia e um corpo cheio de curvas. Definitivamente uma mulher muito bonita.
– Um Whisky.
– Mais alguma coisa? - Ela perguntou mordendo os lábios.
– Por enquanto só isso. - Respondi. - Mas quem sabe mais tarde.
Ela piscou para mim e se retirou. Fiquei avaliando o lugar e as pessoas que ali estavam, eu tinha certeza de que a maior parte daqueles homens eram casados e que suas esposas deviam estar os esperando voltar do "trabalho" em casa com seus filhos. Meu Whisky chegou e eu tomei alguns goles quando de repente as luzes se apagaram.
– Agora é a melhor parte. - Ouvi o homem da mesa ao lado falar.
Um holofote se acendeu no palco revelando uma mulher ruiva de cabelos cacheados que usava uma mascara. Meus olhos se prenderam aquela figura de uma maneira que eu não consigo explicar. Ela era incrivelmente bela e quando a música começou a tocar e ela iniciou a dança em volta do poste que tinha sido colocado no centro do tablado, eu fiquei simplesmente em transe.
– Quem é? - Perguntei para um homem que estava sentado próximo.
– Ninguém sabe seu nome, mas se apresenta aqui todas as noites.
Eu a encarava sem conseguir desviar o olhar, quando de repente ela desceu do palco e começou a andar pelas mesas. Os homens jogavam dinheiro e todos tentavam passar a mão pelo seu corpo, quando para minha surpresa ela parou na minha frente. De perto eu conseguia ver seus olhos, eles eram azul celeste, mas algo me chamou atenção, não havia neles qualquer tipo expressão, eram vazios. Ela sentou em meu colo e depositou um beijo em meu pescoço, senti uma sensação estranha como se o local estivesse pegando fogo. Olhei no fundo de seus olhos e naquele instante uma conexão tinha se estabelecido entre nós. Eu sei que pode parecer exagero, mas como escritor eu passei a olhar o mundo de uma forma diferente, criei a capacidade de desvendar as pessoas e foi isso que me trouxe até onde estou hoje, meus livros tem personagens complexos e todos foram inspirados em pessoas que eu de fato conheço. Mas essa garota, esses olhos... Eu tenho um pressentimento sobre ela, um pressentimento de que eu devo saber mais a seu respeito.
Tão rápido quanto chegou ela se foi, voltou a circular e depois subiu ao palco somente para recolher o dinheiro. " Eu preciso ao menos saber seu nome" pensei, mas era tarde demais, a ruiva de olhos de ressaca já tinha partido.

Alvo Potter:

Desde os meus 18 anos freqüento o Sept Péchés, me lembro como se fosse hoje a primeira vez em que estive nesse local, meu irmão James me trouxe e depois disso me tornei presença assídua por aqui.
– Oi Al. - Melanie me cumprimentou. - E então, quer companhia esta noite? - Perguntou maliciosa.
– Eu adoraria. - Disse beijando sua mão.
– Como sempre muito cortês. - Comentou.
Dei meu típico sorriso de lado e a arrastei até o quarto que eu sempre usava.
Aos olhos da sociedade e da minha família eu era o filho perfeito, estudante de medicina, muito inteligente e educado, ninguém nunca imaginaria me encontrar em um lugar como esse, mas a verdade é que eu sou o que chamam de "galinha", já tentei namorar sério, ser homem de uma mulher só, mas eu rapidamente me canso e acabo voltando até aqui. Eu mantenho a aparência de bom moço perto das pessoas, mas a verdade é que todo esse teatro me cansa. Todos esperam que eu seja perfeito por ser filho de quem sou (o grande político, Harry Potter) e a verdade é que de perfeito tenho muito pouco, na verdade quase nada, e para piorar a situação,agora que minha irmã caçula está noiva meus pais estão me pressionando mais ainda para casar. Já tentei argumentar, disse que não tinha encontrado a pessoa certa, mas mesmo assim eles continuam com essa ideia na cabeça.
– Você está muito tenso. - Melanie disse fazendo uma massagem nas minhas costas.
– Tive uma semana difícil.
– Então vamos te fazer relaxar. - Ela me empurrou para que eu deitasse na cama e começou a puxar o zíper da roupa que vestia.
Foi tudo muito rápido, em um momento estávamos nos beijando e quando me dei conta já estava sem roupas. A melhor parte desse lugar é que no fim das contas tudo é um negócio, eu não tenho obrigação nenhuma só preciso pagar e obter o que eu quero, simples assim.
– Você vem de novo essa semana? - Ela perguntou enrolada nos lençóis. - Sabe, você é um dos meus melhores clientes.
– Ainda não sei, mas prometo que vou pensar. - Disse calçando os sapatos. - Aqui está seu dinheiro. - Falei puxando algumas notas da carteira.
– Bom, até outro dia. - Ela depositou um beijo em meus lábios e logo depois eu me retirei. Andei pelo corredor completamente alheio as pessoas que se agarravam por ali e ao barulho que vinha do palco, estava tão distraído pensando em toda a minha situação que acabei trombando com alguém.
– Por acaso você é cego? - Uma garota loira de olhos mel perguntou.
– Me desculpe, foi um acidente. - Estendi a mão para ajudá-la a levantar, mas ela recusou e o fez sozinha.
– Da próxima vez,preste mais atenção por onde anda. - Falou ríspida.
– Sabe, você deve ser nova por aqui então vou lhe dar um conselho, nunca desrespeite os clientes, você tem sorte de eu ser calmo, mas se fosse qualquer outro podia muito bem ir reclamar de você para o dono do estabelecimento.
Ela me encarou com desdém.
– Bom saber que eu tenho cara de prostituta.
– Você é uma mulher e está em um bordel, o que eu deveria pensar? Ou é prostituta ou é lésbica.
Minha resposta a fez arquear as sobrancelhas.
– Para a sua informação não sou prostituta e muito menos lésbica.
– Então o que faz aqui? - Questionei.
– Nada que seja do seu interesse, se me dá licença tenho coisas mais importantes para fazer. - Disse me virando as costas e voltando a caminhar.
– Garota louca. - Comentei.
Fui procurar Scorpius e o encontrei sentado no bar.
– E aí? O que achou?
– Aqui é legal. - Ele comentou meio distraído.
– Legal? Cara, esse é o melhor lugar da cidade.
– Alvo, você conhece muita gente aqui?
– Sim, por que?
– Tem uma garota e...
– Me descreva.
– Ela é ruiva, tem olhos azuis, se apresenta aqui todas as noites e usa uma máscara.
Dei uma risada.
– Scorpius, ninguém sabe nada sobre ela, garanto que já tentei descobrir alguma coisa, mas ninguém parece saber.
–Hmm.
– Por que? Ficou interessado? Lamento lhe informar que somente em raras ocasiões ela faz programas.
– Não é isso...
– E então o que é? - Perguntei.
– Nada, esquece. Vamos embora?
Eu assenti e fizemos nosso caminho de volta até o carro. Durante todo o percurso até a casa de Anthony permanecemos em silêncio. Scorpius parecia perturbado, mas eu preferi não perguntar. Assim que chegamos eu o desejei boa noite e segui para o meu quarto.

Scorpius:

Assim que entrei no quarto peguei meu caderno e uma caneta e sentei na bancada. Pela primeira vez em meses eu tinha uma inspiração e definitivamente não ia deixá-la ir tão facilmente. Eu iria encontrá-la de qualquer forma, aquela ruiva de olhos azuis, precisava saber seu nome, sua história.... Precisava conhecê-la.

" Nos teus olhos
Azuis como do oceano
Velejarei sem planos"


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