The A Team escrita por Clarice Reis


Capítulo 10
Questionamentos


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada quero me desculpar pela demora, mas é que eu realmente estava com dificuldade de escrever esse capitulo. Espero que gostem e sinto muito por ter ficado curto.



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Capítulo 9

Pov: Alvo

Por um instante questionei minha sanidade mental. Aquilo seria algum tipo de alucinação? Rose Weasley estava morta. Eu estive em seu funeral e passei meses lamentando sua perda. Permaneci em silêncio apenas observando a garota ruiva. Estava em completo estado de choque quando ouvi a voz de Scorpius.
– Vocês se conhecem? - Inquiriu.
– Ela... - Comecei a falar ainda perplexo com o que estava acontecendo. - É minha prima.
– Prima? - Holly questionou. - Alvo, você só tem uma prima chamada Rose e ela morreu.
– É ela. - Afirmei. - Eu tenho certeza.
– Alvo, não é possível. - Holly tentou me acalmar. - Deve ser só uma pessoa parecida.
– Não. - Caminhei até onde a ruiva estava e percebi que ela estava chorando. - É você, não é? Eu tenho certeza que você é a Rose.
– Eu... - Ela tentou falar.
– Achei que estivesse morta. - Interrompi. - Todos pensamos que estivesse morta.
– Alvo, eu...
– Por que não nos procurou? Por que não disse a ninguém que estava viva? - Eu me encontrava bastante alterado.
– Calma. - Scorpius falou. - Não vão conseguir resolver nada dessa forma.
– Você tem muito o que explicar. - Disse me dirigindo a Rose. - Você tem noção do quanto a sua mãe sofreu? De tudo que ela passou depois da sua "suposta" morte? E eu, Lily, James, meus pais, toda a família, todos ficamos arrasados depois do que aconteceu.
Rose soluçava e parecia devastada depois do que acabara de ouvir.

Eu não conseguia compreender. Por que ela se escondeu durante todo esse tempo? O que aconteceu realmente naquela noite?

Flashback:

"Eu aguardava sentado em uma das cadeiras do hospital. Meu pai estava ao meu lado e de vez em quando ele me olhava e dava um sorriso. Estávamos esperando minha mãe sair da sala de cirurgia quando o celular do meu pai tocou. Ele se levantou e saiu para atender me deixando sozinho.

Aqueles corredores tinham se tornado de certa forma familiares para mim. Durante os últimos dois anos minha mãe vinha freqüentemente por conta do tratamento contra um tumor. Nesse exato momento ela estava na sala de cirurgia e apesar de estar tentando disfarçar, eu sabia que meu pai estava bastante tenso. Reparei que ele parecia apavorado e me perguntei com quem estaria falando ao telefone. A princípio pensei que fosse Lily ou James, mas algo me dizia que não era nenhum dos dois. Estava prestando atenção em cada um de seus gestos e fiquei surpreso ao perceber que meu pai estava chorando.

Fui devagar até ele e fiquei esperando até que terminasse a ligação. Depois de uns 5 minutos ele tirou o telefone do ouvido e parecia tentar absorver as informações que acabara de ouvir.
– Papai? - Chamei. - Está tudo bem?
Apesar dos olhos marejados ele me lançou um pequeno sorriso.
– Vai ficar tudo bem, Al. - Falou me abraçando. - Vai ficar tudo bem.
– Quem era no telefone? - Indaguei.
– Era o seu tio, mas não vamos falar sobre isso agora, tudo bem?
– Eu quero saber o que está acontecendo. - Afirmei. - Você está escondendo alguma coisa.
– Alvo, não é a melhor hora...
– Eu quero saber, papai. - Insisti.
– Espere sua mãe sair da cirurgia e depois nós conversamos.
– Pai, eu já tenho 13 anos, não sou mais uma criança, você pode me contar.
– Tente entender, é uma situação muito complicada, filho.
– Quer saber? Eu vou perguntar para a Rose, garanto que ela sabe de alguma coisa. - Peguei meu celular, que havia ganhado uma semana antes de presente, e disquei o número da minha prima.
Eu sabia que estava fazendo birra e que se meu pai não estivesse tão abalado provavelmente estaria me dando uma bronca, mas eu tinha o direito de saber.
– Alvo, não adianta... A Rose não vai atender. - Suspirou.
– Por que não? - Questionei.
Ele me encarou e pude perceber o quanto responder minha pergunta estava sendo difícil.
– Teve um incêndio na casa do seu tio. - Falou tentando conter as lágrimas.
– Todos estão bem, certo? - Eu o interrompi.
Um silêncio se estabeleceu e comecei a entrar em desespero.
– Pai? - Chamei sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
– Vai ficar tudo bem. - Falou me abraçando."

Aquele foi um dos piores dias da minha vida, tentei durante anos apaga-lo das minhas lembranças, mas nunca consegui. E agora ela está aqui. Na minha frente. Viva.
– Precisamos conversar. - Afirmei.
Rose suspirou e se levantou.
– Tudo bem. - Disse bastante séria.
– Não precisa fazer isso agora - Scorpius falou. - É uma situação delicada e você está muito abalada...
– Não se preocupe. - Ela disse dando um pequeno sorriso. - Eu estou bem.
Fomos em silêncio até a cafeteria do hospital e assim que chegamos sentamos em uma mesa mais afastada.
– O que quer saber? - Ela perguntou.
– Por que deixou todos pensarem que estava morta? - Inquiri. - Por que nunca nos procurou?
– Eu não podia, Alvo. Não podia voltar.
– Por que? - Insisti.
– Eu não conseguiria conviver com a minha mãe com a culpa que carrego. Ela me odiaria se soubesse, toda a família me odiaria se soubesse... Eu achei melhor ir embora e eu sei que isso pode parecer egoísta, mas tenho certeza que se a verdade viesse à tona todos sofreriam muito mais. - Falou sem conseguir conter as lágrimas.
– Rose, nada que você possa ter feito faria sua mãe sofrer tanto quanto ela sofreu com a sua morte. Tia Hermione entrou em uma depressão muito séria depois do acidente. Durante meses ela ficou trancada no quarto sem querer ver ou falar com ninguém. Nos os últimos dois anos ela vem tentando seguir com a vida, mas nunca mais foi a mesma. A dor de perder os dois filhos foi muito grande.
– Eu faria qualquer coisa. - Rose falou entre soluços. - Qualquer coisa para vê-la feliz. Se eu pudesse de alguma forma tirar toda a dor que ela sente de seu coração eu o faria.
– Volte para casa. Volte para ela, Rose. Não importa o que você tenha feito, sei que sua mãe será capaz de perdoa-la.
– Não, Alvo, ela não será capaz de me perdoar. - Disse cabisbaixa. - Eu fiz algo horrível e que não merece perdão.
– Você não pode ter certeza disso.
– Eu posso sim. - Falou erguendo o olhar e me encarando fixamente. - Eu causei o acidente daquela noite, Alvo. Por minha culpa o meu irmão está morto.


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