A captura do tordo escrita por Maga Clari, Katsudon


Capítulo 6
As Exigências do Tordo Lider


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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Katniss está correndo velozmente para frente e também estou correndo atrás dela com um sorriso no rosto. Ela está vestindo um vestido florido que a deixa muito meiga. Minha Garota em Chamas olha por cima do ombro com um sorriso encantador. Finalmente a alcanço e a prendo por sua cintura. Ela olha pra mim com um olhar doce e me beija. Um beijo apaixonado que faz meu coração pulsar em meu peito.

Quando nos separamos, o sorriso dela não está mais ali. Ela está com um olhar desesperado em direção à mão. Sangue. Katniss está sangrando e começo a enlouquecer. Não, não, não. Não agora que estava tudo bem. Procuro a origem do sangramento e percebo que vem de uma flecha cravada em seu estômago. Vejo sangue sair por sua boca e ela despenca no chão sobre os joelhos. Parece que perdi a capacidade de me movimentar porque não consigo me mover para socorrê-la.

– Isso foi pra você, Peeta. – uma voz diz.

Olho em direção à voz e encontro os olhos de serpente de Snow. Ele está segurando um arco enquanto sustenta um sorriso maldoso. Depois do que diz vai embora assobiando. Finalmente meu corpo reage e vai para junto de Katniss.

– Katniss. – choramingo. Lágrimas não param de descer por meu rosto. Tento estancar sangue e acabo me sujando com ele. – Katniss. – chamo-a. Seus olhos estão vidrados e sem vida. Procuro por algum sinal vital em seu corpo e nada. Ela se foi. Está morta. – NÃÃÃO! – debruço-me sobre seu corpo, totalmente desolado.

Acordo sobressaltado de mais um longo sonho ruim por causa da morfina que me deram. Odeio o fato deles me doparem a todo momento. Eu tenho que dar um jeito de tirar Katniss das mãos de Snow. Tenho certeza de que esse pesadelo foi uma premonição do que vai acontecer caso eu não faça alguma coisa.

Ainda estou ofegante e passo a tentar me controlar. Aquele sonho horrível não sai da minha mente e parece que ainda estou com o sangue de Katniss em minhas mãos. Começo a esfregar o líquido vermelho invisível, tentando a todo custo tirá-lo da minha pele sendo que ele está me perturbando na cabeça.

Alguém entra na enfermaria em que me encontro, e me surpreendo em encontrar os olhos verdes de Finnick que carrega uma bandeja em suas mãos. Tem uma cadeira próximo de onde estou deitado e ele a arrasta para mais perto de mim.

– E aí cara? Tudo bem? – ele indaga.

– Estou indo... e você?

– Posso dizer o mesmo. – responde. Vejo que Finnick está abalado com alguma coisa. – Vim lhe trazer o jantar e te contar um segredo. – quando diz isso, ele ri como se tivesse contado uma piada que só ele entendesse.

– Segredo. Que segredo?

– Katniss apareceu na televisão. – o simples toque ao nome de Katniss me alarma.

– E como ela está? – pergunto desesperado. Será que aquele sonho já se tornou realidade?

– Viva. – diz simplesmente. – Ela viu sua briga com Gale, Snow fez um discurso ridículo e depois perguntou se ela tinha algum recado para os rebeldes e ela mandou lutarem. Peeta, isso terá consequências. – fala preocupado. – Só você pode fazer alguma coisa.

– Eu, Finnick? O que eu posso fazer?

– Você é o porta-voz dos rebeldes, alguém estimado por eles. Hoje você foi convocado para uma reunião com as pessoas mais importantes do D13; convença-os e exija a presença de Katniss. Fale que não vai colaborar enquanto ela não estiver aqui. Dê um jeito. – ele praticamente grita e eu o olho desconfiado.

– Porque está dizendo isso?

Ele me olha surpreso e indignado.

– Porque se eu tivesse a oportunidade de fazer isso pela mulher que amo, eu faria.

– O que você quer dizer?

Ele suspira e olha para o chão.

– Porque Annie está na mesma situação de Katniss. – Annie. A Vencedora louca. Então Finnick a ama. – E se eu pudesse fazer algo para salvá-la e tirá-la das mãos de Snow, eu faria. – ele diz de punhos fechados. Uma ideia surge em minha cabeça e um sorriso desenha meus lábios.

– Finnick? – ele levanta a cabeça e fala um breve “hum?”. – Vou dar um jeito nisso.

***

Eu repassei, e continuava a repassar, mil vezes em minha cabeça o que iria dizer. Eu estava na sala de reunião e as únicas pessoas que eu conhecia eram Gale e Finnick, sendo que a primeira não era muito agradável. O caçador me encarava com ódio e eu o olhava da mesma forma. Se ele acha que vou me acanhar só porque ele sabe usar um arco e flechas, está muito enganado.

Todos na sala estavam impacientes à espera da Presidenta Coin. Estávamos tomando café para nos aquecer, mas a espera era agonizante. Finalmente uma mulher alta e de cabelos prateados entrou. Era Coin. Finnick me falou dela. Todos ficam de pé e eu apenas repito o movimento; quando ela senta, todos sentam novamente.

– Gostaria de lembrá-los que essa reunião foi uma ação de emergência devido a uma atitude infantil de dois de nossos atuais hóspedes: soldado Hawthorne e senhor Mellark.

Fico corado quando todos olham pra mim como se estivessem me acusando. Diferente de mim, Gale está de pé e furioso.

– É tudo culpa dele. – aponta o dedo pra mim. Eu também fico de pé. – Eu não sei porque ele está aqui. Katniss é o rosto da Revolução, era pra ela estar aqui. Não esse idiota de plantão.

Eu concordo com ele, porém não vou demonstrá-lo. Espalmo a mão na mesa que nos separa, fazendo um alto barulho. Estou prestes a responder suas provocações quando a presidente nos interrompe.

– Sentem-se os dois. – manda autoritária. Ambos obedecemos. – Não quero saber de brigas entre vocês. Caso aconteça, serão punidos. Os dois. Independente de quem começou a confusão. – pontua. Ela vira-se para Gale. – Quem decide quem vai ser resgatado ou não sou eu. Espero não escutar mais objeções sobre esse assunto do senhor, soldado Hawthorne.

– Mas...

– Sem objeções ou serei obrigada a pedir que se retire. – Gale fica calado e emburrado. Eu tento esconder o sorriso que quer habitar meus lábios. – E você, senhor Mellark, foi preferido por que sabe como usar as palavras e dar poder a elas. É por isso que está aqui. Todos que vivem nesse Distrito têm uma função. A sua será ser o porta-voz da revolução. – explana.

– Eu entendo, senhora Presidenta e acho justo. – hora de por o plano em prática. – Mas eu tenho três exigências.

– Como assim exigências? – parece indignada.

– Para eu funcionar, preciso dessas três coisas. – digo firme, mostrando a ela que essas coisas são indispensáveis.

Ela me encara longamente e aposto que ela está pesando o preço disso.

– Exponha suas propostas.

– Primeiro: quero que tire essa pulseira de “Mentalmente Desorientado” e parem de me dopar como se eu fosse uma criança de 5 anos...

– Que infantil. – Gale corta em alto e bom som.

– ...que não sabe se controlar igual ao soldado Hawthorne. - Ele me olha indignado. Todos na sala preferem nos ignorar. Eu observo em expectativa a decisão de Coin.

– Dá para fazer tal coisa. O que mais?

– Como sou o porta-voz, quero participar efetivamente das decisões da rebelião. Importo-me com isso e quero estar por dentro de tudo.

Todos no local parecem surpresos por querer realmente ajudá-los.

– Tudo bem, isso podemos fazer. E por fim... – incentiva. Agora o bicho pega.

– Quero o resgate de Katniss Everdeen e dos outros tributos que estão nas mãos da Capital.

Todos agora me olham chocados, incluindo Gale. Ele é um idiota se achava que eu ia ficar olhando pro teto enquanto Katniss está nas mãos de Snow.

Então começa uma grande discussão. Eles diziam que não podiam por que iria estragar disfarces, gastar um dinheiro que não tínhamos além de ser perigoso. Eu falava que nada podia fazer se eu não soubesse que ela estava bem, e que não estaria nas mãos de Snow. O debate se seguiu por muito tempo, ganhei Finnick e Gale como meus aliados. No final consegui o que queria.

Prepare-se, Presidente Snow, porque o tordo líder e o caçador se uniram. E se não tivermos nossa Katniss aqui, a chama da rebelião vai aumentar; se nós queimarmos, você queima também.


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