A Natureza das Ondas escrita por Enki


Capítulo 10
Capítulo 10 - O Farol




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/499710/chapter/10

“Você tem certeza? Confira de novo. ” Cooper pediu.

Ele estava em sua cabine quando eu e Dale entramos. Aquela não era uma boa notícia.

“Já fiz isso. Cinco vezes. Acho que nós navegamos por quase uma semana para oeste e nos afastamos do continente demais. Ultrapassamos as Ilhas de Fogo e demos a volta no Arquipélago de Gosset. Agora estamos seguindo por águas desconhecidas a provavelmente uns dois dias. A corrente nos leva cada vez mais para oeste e está rápida. O vento corre para o norte então é quase impossível dar meia volta. ”

“Isso Não é bom. ” O Capitão falou. “Como estão as provisões? ”

“Precisaremos racionar a partir de agora. De água temos o suficiente para duas semanas, mas a comida, apenas uma semana e poucos dias. Não sabemos quanto tempo a mais ficaremos no mar ainda, talvez posse bom pescar e dar alguns peixes aos homens. ”

“Não. O peixe salgado iria dar muita sede e acabaria com a nossa água. Racionem a água e a comida, se ela acabar nós veremos o que fazer. Deixem que 3 quartos da tripulação descansem hoje, precisamos nos recuperar da tempestade. ”

“Mas senhor, isso só nos atrasaria mais ainda. ” Dale interviu.

“Senhor Dale Clark, a tripulação não fará nada se estiver exausta. Deixemos os homens terem uma folga e depois poderemos trabalhar a todo vapor, sim? ” Ele saiu da cabine e subiu para o convés. Nós também voltamos aos nossos postos e as ordens do Capitão foram seguidas. As horas passaram, o dia virou e lá estávamos nós ainda. O mar não mudara sua vontade e o vento também não. Cada vez nos afastávamos mais do continente sem saber aonde íamos. Na metade do dia ouvi Colby, o vigia, gritar:

“Terra à vista!! Duas léguas a estibordo! ”

Dirigimo-nos imediatamente para a direção indicada. Aos poucos, a terra apareceu para o resto de nós. Era uma ilha comum, com uma vegetação bastante presente, o que nos animou para encontrar frutas e animais para caçar. Por outro lado, um grande farol apagado se encontrava no sul da ilha, onde a terra se elevava em rochas. O Capitão ainda viu um pequeno cais na praia. Nós descemos âncora ao chegarmos perto e enviamos dois botes com seis homens cada. Eu, o Capitão e Dale estávamos entre eles. Nós descemos na praia, não muito distante das rochas e olhamos em volta. Parecia deserto o local. Nós deixamos os homens irem procurar suprimentos para reabastecer o navio e fomos ao cais. Estava muito mal cuidado, como se não fosse mais usado. Andávamos com cuidado pois a madeira rangia tanto que parecia querer quebrar a qualquer momento. Voltamos pra praia e procuramos alguma estrada. Deveria ter alguma civilização ali para que houvesse essas construções e era isso o que nós procurávamos. A princípio para saber que tipo de tratamento teríamos, amigos ou inimigos. Não achamos nada. Resolvemos ir ao farol.

O farol fora feito de pedras de calcário sobrepostas como em uma torre no formato de um prisma. Parecia ser bastante resistente, como se é esperado de uma construção da encosta. A porta de entrada estava trancada, mas, por ser velha, nós conseguimos arrombá-la. A situação era a mesma, tudo abandonado. Subimos até o topo, encontramos a lanterna seca, os recipientes de óleo vazios e empeirados, como se nada ali não fosse usado a muito tempo. Sem ter o que fazer ali e nenhuma pista sobre a mais sobre a existência de pessoas na ilha, nós descemos. Entardecia e a maré começava a subir. Os homens ainda não tinham voltado, então puxamos o bote para a areia, a fim de evitar que a maré não o levasse. Como estava escurecendo, decidimos que não seria bom voltar a água e começamos a preparar um acampamento enquanto os homens retornavam. Ascendemos uma fogueira e passamos a noite. Nossos três marujos que tinham ido conosco para ilha retornaram com uma boa caça. Tinham encontrado vários frutos e conseguiram capturar alguns coelhos, dois porcos e uma cabra. Nós ascendemos uma fogueira, cozinhamos e comemos os coelhos e cantamos felizes, pois agora nós poderíamos resistir por mais tempo ao mar. Dale não tinha voltado ainda pela noite. Ele tinha se separado, queria explorar um pouco a ilha, saber melhor suas dimensões. Como navegador, a descoberta da ilha, era algo em que ele estava bastante interessado. Provavelmente ele tentaria observar ao máximo de as praias para posteriormente colocar no papel. Nós não nos preocupamos muito. Resolvemos dormir enquanto um ficava de guarda a noite para qualquer caso. Eu peguei o primeiro turno pois não estava tão cansado. Todos já dormiam e deveria ser por volta de onze ou zero horas quando escutei um longo grito surgir da floresta.

Era a voz de Dale. Não precisei acordar ninguém pois todos os outros levantaram na mesma hora, tão alto foi o grito que nosso navegador deu. Olhamos em volta, mas ninguém tinha certeza de onde tinha vindo o som. E, de repente, uma luz amarela, cortando a noite e nos cegando por instantes, surgiu do alto. O farol fora acesso e sua luz pousava sobre nós.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Natureza das Ondas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.