Let it be escrita por Algodão doce


Capítulo 23
Ninja ciumenta... Combinação letal


Notas iniciais do capítulo

Ai a pessoa passa tipo duas semanas sem postar e publica um capítulo mini desses, haha. Podem me julgar, vocês tão no direito! É que sábado passado estive tão ocupada, na verdade, a semana inteira. Era testes, aniversários (parece que todo mundo completa ano em setembro, geente), acordar cedinho para ir pro curso... Ufa! Mas aqui está a Alice, e esse capítulo já está valendo por essa semana, ok? Boa leitura! Ah, e álias, cadê aqueles voluntários lindos que eu pedi, hein? Necessito de uma capa nova ;(



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Acordei às onze e meia da noite com um telefonema. Corri para pegar meu celular, que estava em cima da penteadeira cor de rosa do meu quarto. Era a Mel ligando. Ok, eu estava esperando o pior.

– Ai, não! Foi a Britney? – perguntei, quando apertei o botão atender do iphone. Britney é a cachorrinha da Melissa, uma monstrinha, mas a Mel é apegada a ela. É uma daquelas Yorkshire, peludinha e irritante. Uma vez quase a esmaguei.

– O que? Não, a Brit está bem. Desculpe se te assustei! É só que precisamos conversar.

– Precisamos conversar de madrugada? Amanhã temos aula, sua doida! E vão exibir aqueles trabalhos que a gente fez, não quero ser aplaudida cheia de olheiras. – falei.

– Own, sorry! É que o Pedro e eu...

– Mel, seja o que for, acha que dá para deixar para amanhã. Boa noite!

– All, por favor! Nós terminamos!

– Quem terminamos? – exclamei, assustada, pouco ligando para a concordância verbal.

– Eu e o Pedro! Eu terminei. Mas não queria que fosse desse jeito, sabe? Eu fiquei louca de ciúmes e explodi. Aí, eu disse que não aguentava mais e ponto.

– Melissa, você é maluca? Porque alguém em sã consciência ficaria com o Pedro? Não há motivo para você ter ciúmes dele! Ai, mereço. Quando isso aconteceu?

– Agora. – ela disse, choramingando. – E eu amo ele.

– Ah, isso é ótimo. Vai dormir, vai. Deixa para resolver isso amanhã! Tchau, tchau. – ouvi um “não” baixinho e arrastado um pouco antes de desligar, mas não podia fazer mais nada por ela agora. Então, resolvi me deitar e dormir.

Consciência pesada é uma droga. Certo, meus pais estavam dormindo. Eu estava de pijama, e ele tinha estampa de girafa. Sério! É um daqueles macacões divertidos. Ok, voltando. Os pais do Pedro deveriam também estar dormindo. Mas, mesmo assim, calcei minhas pantufas de coelho (pois é, combinou totalmente) e desci tentando fazer o mínimo de barulho possível a escada. Abri a porta lá de baixo e consegui sair de casa. Uh, sou uma ninja. Fui caminhando até a casa do Pedro, o condomínio estava totalmente escuro.

Não ia fazer aquela coisa brega de jogar pedrinhas na janela da casa dele, obviamente. Sou esperta, todo mundo deixa as chaves de casa debaixo do tapete. Até a família do Pedro. Meus duendes. Eu estava me sentindo uma invasora, e eu estava tipo uma, entretanto precisava fazer aquilo. Subi até o quarto do Pedro, mas aquela porta sim estava trancada. Dei batinhas de leve na porta do quarto dele, até o retardado abrir.

– Hã, desculpe. A Mel parecia mal no telefone. Eu sei que não é o momento apropriado para uma visita, é que... Ai, me deixa entrar? – pedi, sem nem esperar uma resposta e invadindo o quarto do garoto.

– Como você entrou aqui? – ele perguntou, surpreso.

– Do mesmo jeito que um ladrão pode entrar. Vocês deveriam tomar mais cuidado! – eu disse – Então, vocês terminaram. Por quê?

Ela terminou. Por causa da prima do Jake, que...

– Oi? O dragão ocidental está envolvido nessa história também? Ai não, né! Esse menino me persegue! Agora, prossiga. Prima do Jake? A que quebrou o braço dele um dia desses?

– Essa mesmo. Ela estava lá no dia em que gravamos aquele vídeo de Romeu e Julieta, lembra? – eu não lembrava, mas não interrompi – Ela pediu o meu telefone para o... O que você disse, dragão ocidental? Bem, tanto faz. O Jake deu meu número a ela, e ela me ligou quando a Melissa estava comigo. Eu atendi, claro, e a Melissa simplesmente enlouqueceu depois disso.

– Já não gostei dessa menina. Tem um mau gosto danado! De qualquer forma, a Mel também não tinha razão em pirar. Devo me meter nessa história?

– Se você puder.

– Mas quero provas de que você e a prima do Jake não tem nada.

– Não temos nada, Alice. É sério. – ele disse, e eu não deveria acreditar, mas não há como desacreditar no cabeça de palmito.

– Ta, que seja. Resolvo tudo amanhã. – falei. – Boa noite, sonhe comigo!

Eu estava prestes a sair do quarto, quando o pai e a mãe do Pedro apareceram no corredor. A porta estava só encostada, então supus que eles não tinham me visto. Murmurei um “o que eu faço agora?” para o Pedro, e ele apontou pro banheiro. Me enfiei lá. Certo, eu sou realmente uma ninja. Estou aceitando ser contratada para detetive.

* * *

Não deu tempo de conversar com a Melissa nem com o Jake antes da aula, o que me deixou nervosa os primeiros horários inteiros. Depois era português, ou seja, iam ser exibidos aqueles vídeos sobre os livros que nos inspiraram e tal. Agora eu estava realmente... Com vergonha? Era esquisito eu ser a Julieta e o Jake o Romeu.

O primeiro vídeo exibido foi o das meninas, a Mel, a bruxa da Priscila e o resto da gangue. Elas ficaram fazendo caras e bocas para a câmera, como se fossem realmente bonitas. A Melissa é a única que salva, por favor né. Elas haviam escolhido Fazendo Meu Filme, da brasileira Paula Pimenta. Até que adquiri certa vontade de ler o livro. O nosso seria o terceiro trabalho a ser apresentado, de acordo com o sorteio que a professora fez. Minhas mãos estavam suando. Depois do vídeo dos meninos do fundão, o Jake se levantou e foi entregar nosso CD a professora.

Houve risadas. Muitos “humm”. Palavras que prefiro não transcrever. E, no fim, aplausos.

– Realmente ótimo! – a professora exclamou, com um sorriso alegre e satisfeito. Olá, nota dez. – Incrível, amei! Obrigada pelo trabalho duro, amores. Vocês do grupo podem subir aqui um instante? Ah, Alice, você estava maravilhosa como Julieta. Você e o Jake combinam tanto quanto o casal de Shakespeare! Venham, podem falar talvez um pouco mais sobre o livro!

Oh, droga. Não, eu não queria mesmo falar sobre o livro! E pessoas alegres me irritam. Escondi meu rosto em minhas mãos, como uma mãe que brinca de “achou!” com o seu bebê. Por favor, não me vejam, só finjam que eu não existo, me deixem em paz, pensei, enquanto a professora continuava a nos elogiar com sua voz num tom de voz quase meigo, mas falsificado.

– Alice, nós ainda estamos te vendo. – ela continuou – Venha, docinho!

– Aqui não é a Alice – falei – É um clone dela. O clone pode, por favor, ir ao banheiro?

– O clone terá que esperar.

– Professora, você não entende. Eu não posso esperar, sabe? É urgente!

– Volte logo. – ela respondeu.

O poder dos clones.

* * *

Tentar convencer a Melissa de que o Pedro não tinha nada com a tal prima do Jake foi realmente difícil. Não entendo essas pessoas ciumentas... Até parece que, caso eu tivesse um namorado, meu boy preferiria outra qualquer a mim. Sou evoluída. Ciúme é para pessoas fracas e com falta de confiança... Ah, espera. Aquele é o dragão ocidental? Conversando com a Valentina cabelo de fogo? O que, por acaso eles esqueceram que estão em um ambiente escolar?

– Alice, heloo! – a Mel me chamou – Está tudo bem?

– É claro. Eu não pareço bem? Tem marcas de expressão no meu rosto? Ai meus duendes, estou com olheiras? Eu disse para mamãe: preciso de um corretivo novo, e ela só respondeu é claro que você não precisa, você tem um pele perfeita! E eu acreditei nela, mas ai nossa eu to com uma espinha?

– Menina, se acalma! –a Melissa exclamou, depois do meu surto. Não dava para me acalmar, eu precisava de um espelho! A Valentina estava melhor na fita do que eu! – Você está como sempre. Fabulosa.

– Ufa! – suspirei, voltando a respirar. – Acho que vou ali.

Apontei com a cabeça para onde estavam o Jake e a Valentina e me levantei. Eu realmente não sabia o que falar quando chegasse lá. Talvez um “ei, chega pro lado” e me metesse bem no meio dos dois ou “olá, sou do censo e gostaria fazer uma pesquisa com vocês. Estão namorando? Pretendem se casar? Querem ter filhos? Em caso de resposta afirmativa poderiam, por favor, tipo assim, SE MATAR AGORA?!!!!”. Ok, eu sou uma hipócrita. Estou com ciúmes do dragão ocidental. Ai meus deuses, estou com ciúmes do dragão ocidental. Droga!

Dei meia volta antes de chegar ao meu destino. O que tenho que fazer agora é... Pensar. Nada de besteiras, Alice. Sem declarações bobas até ter certeza. Mas, sabe, se eu gosto mesmo do dragão ocidental – o que até agora é apenas uma hipótese – talvez seja melhor guardar para mim. Ai minha nossa senhora do chuveiro elétrico, dai me resistência.


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Notas finais do capítulo

Hehe, o título faz um pouco mais de sentido agora? Espero que tenham gostado. Comentem falando o que acharam, hein? Beijos! Até o próximo sábado, que é só da próxima semana mesmo, ta? Curtam muito o FDS e votem com sabedoria (ou digam isso para os seus pais né) ;)
PS: Qualquer erro me avisem, que eu tava com preguiça nivel master de revisar.