Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 4
You're not alone!


Notas iniciais do capítulo

Hey hey hey! Nyah voltou!! Estava já como um alcoólico sem sua bebida! Eu tinha o capítulo pronto mas devido a este problema no site tivemos todos que esperar... Vocês não atingiram a meta mas conseguiram manter pelo menos a meta dos cinco comentários então, vamos lá! Boa leitura



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– URIAH! – Grito. Todos os cinco se voltam para mim. Uriah olha assustado. Eu acho que ele não percebeu quem eu sou. Mas ignoro isso e o abraço com força a chorar. Ele não retribui, fica estático tentando perceber a situação. Ele me afasta delicadamente e olha para mim desconfiado.

– Desculpa, mas… Eu conheço-te? – Ele pergunta incerto. A esta altura a Christina já estava a meu lado me encarando de olhos arregalados pelos meus atos. Eu dou uma gargalhada histérica e todos se afastam um passo achando que eu sou louca.

– Passam-se se apenas quatros anos e tu já não me reconheces? – Sorrio para ele. Ele me olha e depois sua boca se abre em choque.

– Beatrice?? Oh meu Deus – Ele me puxa e me abraça com carinho. – Estás tão diferente, Tão crescida! Olha para ti!

– Assim me deixas constrangida… - Começo a enrubescer. Ele gargalha e abraça meus ombros.

– Pessoal, essa a Beatrice! – Eles me sorriem me dando tapinhas nas costas e Tobias sorri um pouco mais afastado. – Mas me conta, como vieste parar aqui?

– ahhh – eu olho para o chão em desespero. O que eu ia falar? Apenas fui novamente atacada pelos caras que mataram meus pais? Não podia. – Minha mãe se casou com Eric, se lembra dele?0 E nos mudámos ontem para cá.

– O Eric? É serio? – ele arregalou os olhos – Como a vida dá voltas…

– Eu lamento muito interromper mas o professor vai finalizar a aula. Temos que ir Beatrice. – Christina fala um pouco constrangida.

– Não tem problema, eu já vou. Nos vemos por aí Uriah? – Meu olhar é suplicante.

– Claro! – Ele me dá um abraço de despedida e fala com seu rosto em meu pescoço, me fazendo arrepiar – Não te deixo escapar de novo.

Aceno para os outros e desço a bancada com Christina em direção aos restantes alunos da turma. Marlene está completamente vermelha e suada do esforço mas bastante animada. Ela vem para cima de nós e gritámos tentando afastar-nos dela.

– Vai tomar banho sua malcheirosa! – Christina torce o nariz e eu gargalho.

– Já vou mas primeiro me expliquem, vocês estavam falando com ELES – Ela deu ênfase no “eles”.

– Parece que nossa mais recente colega também conhece o Uriah – Marlene se vira para mim incrédula e eu sou um sorrisinho tímido.

– Ei!! Tris!! – Só uma pessoa ainda me chama Tris e essa pessoa é Uriah. Rodo sobre meus calcanhares e ele está parado na minha frente. Ele arranca meu celular das mãos e disca nele. Em seguida ouço o dele apitar em seu bolso. – Pronto, agora eu tenho seu número e você o meu. Nos vemos por aí. Adeus Marlene, Christina.

– Owwwwnnnnn, ele sabe nossos nomes – Marlene fala babando abraçada a Christina que se encontra do mesmo jeito. Reviro os olhos enquanto elas se recompõem. Olho de novo para as bancadas mas já não havia sinal de nenhum deles.

Marlene vai tomar banho e nós esperamos por ela. Resolvemos esperar no barzinho exterior que tem pois o sol hoje está bem quentinho. Christina tira o casaco, senta-se em cima da mesa e recosta-se para trás, apanhando sol. Ela me faz sinal para me juntar a ela, eu o faço mas mantenho o casaco, apenas o deixo aberto, mostrando um pouco minha barriga descoberta pela regata.

Vejo do outro lado chegar Uriah, Will e Tobias. Eles não repararam na nossa presença. Will e Tobias falavam descontraidamente enquanto Uriah vinha atrás mexendo no seu celular enquanto sorria. Há tanto tempo que não via aquele sorriso e nem sabia para quem era esse sorriso. Aliás eu já não sabia nada sobre ele. Nossas mães nos afastaram quando Eric lhe falou que poderia ser perigoso. Eu nunca entendi o motivo. Para evitar mais ataques? Bem, se foi isso, não resultou. Continuei mirando eles enquanto se dirigiam ao bar e esperavam os seus pedidos encostados no balcão. Nem percebi que alguém se havia aproximado.

– Oi gatinhas! Opa, uma gatinha nova! – falou sedutoramente um garoto alto e musculado na nossa frente. Eu revirei os olhos para ele mas ele apenas ignorou.

– Oi Peter, o que você quer? – Christina bufou de tédio. Ela endireitou a blusa ao ver o olhar do garoto preso nela.

– Eu vim entregar um convite VIP para a festa mais bombástica do ano – Ele falou animado enquanto nos entregava uns convites preto brilhantes. – A minha festa.

– Humm, e quais as regalias de um VIP? – Christina mostrou interesse. Eu apenas bufei e olhei para o lado. Sim, para o lado dos três rapazes. O olhar de Tobias caiu sobre mim e provavelmente ele viu meu aborrecimento já que ele sussurrou para os outros. Agora tinha três a olhar para mim numa mistura de pena e divertimento. Eu apenas desviei o olhar e percebi que o garoto, Peter, estava à espera que eu pegasse no convite. Eu peguei bruscamente e o enfiei na mochila.

– Espero por vocês lá! – Ele falou se afastando e dando uma piscadinha. Eu desci da mesa e me sentei no banco.

– Você podia ter sido mais simpática – Não era uma acusação, eu percebi. Mas me senti mal.

– Errr, me desculpe, acabei me distraindo – confessei.

– Eu sei, aqueles três distraem qualquer uma – Ela falou sonhadoramente.

– O quê? Eu não…. – Deixei a frase morrer e ela gargalhou baixinho. Ouvi meu celular apitar e o retirei do bolso do casaco. Uma mensagem de Uriah:

“ Você vai na festa.”

Apenas isso que ele escreveu. E o que me surpreendeu é que não era uma pergunta, era uma afirmação. Como ele podia ter tanta certeza? Olhei para o bar mas eles já não estavam. Peguei no telemóvel e digitei de volta:

“ Não vou não! Sem chance”

A resposta não demorou mais que uns segundos a chegar e eu abri de imediato.

“ Vai sim porque eu vou buscar você”

Não sei porque, se me perguntassem não saberia porquê, mas meu coração perdeu duas batidas. Christina olho para mim como que se perguntasse se eu estava bem e eu apenas assenti.

– Hum, Christina, eu preciso da sua ajuda – Falei olhando para o chão.

– O que eu puder eu ajudo. – Ela disse reticente. Eu olhei para o telemóvel e percebi que esqueci de responder.

“ Mas você nem sabe onde moro!”

– Eu preciso de algo para vestir na festa! Pode me acompanhar ao shopping? Marlene poderia vir também – O rosto dela se arregalou em choque?

– Você vai?

– Você não? – perguntei confusa. Ela parecia interessada na festa…

– Vou, mas eu pensei que … Você não parecia interessada. – Ela pareceu confusa. Meu telemóvel apitou de novo e apenas uma palavra apareceu: “Detallhes”.

– E não estava com muita vontade, é verdade. Mas… Bem… - Eu comecei a mexer nas pontas do cabelo loiro nervosamente e mostrei a troca de mensagens à morena. – Uriah meio que faz questão que eu vá…

– Menina! – Ela se levantou ainda estupefacta – Ele não convida qualquer uma! Sinta-se privilegiada!

– Isso me soou um insulto… - Ela estava querendo dizer que não estava ao nível das outras?

– Não fofa! Estou a dizer que você ganhará bastantes olhares de ódio – Ela corrigiu e eu assenti.

– Mas…. Você quer dizer que ele sai com várias garotas? – Mal coloquei as palavras para fora desejei apanha-las de volta envergonhada mas Chris apenas sorriu.

– Se ele sai com algumas meninas? Com certeza! Se ele é galinha? Só um pouquinho. Mas uma coisa é certa. Quando está com uma garota, não está com mais nenhuma.

– Isso não me parece tão galinha assim – concordei.

– Você gosta dele? – Ela perguntou de olhos brilhantes.

– Ahhh, nós somos amigos de criança.. Mas não o vejo à alguns anos, então…

– Que história de amor bonitinha! - Ela guinchou me cortando – Anda, vamos ver porque Marlene está demorando tanto.

***

Depois de apanharmos Marlene fomos a pé até ao shopping. Corremos várias lojas até que as três tínhamos tudo o que precisávamos, o que no meu caso era tudo. Fiquei indecisa em comprar maquilhagem. Eu nunca usava e não sabia realmente aplicar ela. Porém, Marlene falou que não precisava, que ela própria me maquilharia. Para isso eu teria que me aprontar em casa dela. Liguei para minha mãe a avisando da festa e ela ficou receosa. E compreensível. Era meu segundo dia aqui e já estava indo numa festa com desconhecidos. Nas então eu lhe disse que foi Uriah que me convidou e que me levaria a casa e ela ficou mais sossegada. Uriah era como um filho para ela. Sabia que podia confiar nele. Mal desliguei me lembrei de mandar uma mensagem a Uriah:

“ Eu pensei facilitar um pouco para você. Eu estou na casa de Marlene. Sabe onde é?”

Larguei o celular na secretária de Marlene e comecei a vestir-me. Eu estava um pouco hesitante na roupa que elas escolheram para mim. Não tinha nada a ver com minha personalidade. Elas iam começar minha maquilhagem e meu cabelo quando ouvi meu celular vibrar na mesa. Me estiquei na cadeira para alcança-lo enquanto elas continuavam o trabalho tagarelando qual melhor tom de sombra, se usaria gloss ou não, o que ficaria bem no cabelo…

“ Eu sei sim onde é! Eu te apanho aí. Ela precisa de carona também?”

– Meninas, vocês vêm connosco? – Perguntei ainda olhando para o aparelho e percebi um silencio de arrepiar. Olhei através do espelho e elas olhavam para mim como se fosse louca.

– Nem pensar! Nós vamos no meu carro. – Marlene falou e arrancou o meu bebé da minha mão. Ela começou a digitar. Tentei me levantar mas Christina me segurou no lugar. Eu bufei. Com um sorriso triunfante, a louca devolveu-mo e eu chequei o que ela havia escrito.

“ Hum, não. Elas safam-se sozinhas ;)”

Eu olhei horrorizada da mensagem para elas e vice –versa várias vezes até elas me mandarem estar quieta para terminarem a “obra prima” delas.

– Prontinho! – as duas gritaram

Eu me levantei e me dirigi para o espelho de corpo inteiro e meus olhos se regalaram. O que elas fizeram comigo? Eu estava… bonita. Elas deixaram meus cabelos soltos mas com algumas ondas. Estava perfeito. Era a única coisa que se parecia realmente comigo: rebelde e contrastante. A saia preta com estampado dourado estava combinada com um top preto de um tecido pomposo e reluzente. Nos pés eu tinha umas sandálias vertiginosas douradas. Para completar eu tinha um colar e uma pulseira também em tons dourados. A bolsa era preta, apenas com um detalhe em ouro. Olhei para meu rosto. Havia um certo contraste entre meus olhos e meus lábios. Enquanto meu olhar estava bem marcado e delineado me dando um olhar penetrante, minha boca estava contornada com um rosa suave. Minhas unhas estavam em cor pérola. Após mais uma inspeção a mim mesma decidi que eu estava muito bem. Estava tão distraída que nem vi a mensagem. Eu a havia recebido faz dez minutos.

“ Tenho a certeza que sim. Eu chego aí em 10 minutos”

Entrei em pânico! Os dez minutos haviam passado e eu ainda não estava emocionalmente preparada. Olhei para as meninas mas elas estavam a vestir-se e nem repararam no meu estado. A campainha tocou e antes que eu me movesse Marlene correu para abrir. Ouvi o som das vozes. Uriah havia chegado. Eu tentei limpar o suor das mãos na saia mas o tecido não era absorvente e eu bufei nervosa.

– Beatrice! – Marlene chamou – Tua carruagem chegou.

Corri mas ao chegar ao campo de visão deles me movimentei devagar e de cabeça baixa para não conseguirem ver minhas bochechas a queimar. Senti o braço de Marlene me puxar para a frente impaciente e eu quase que choquei em Uriah mas consegui evitar a colisão.

– O-olá! – Consegui pronunciar. Vi pelo canto do olho minha amiga revirar os olhos e sair dali em direção ao quarto nos deixando sozinhos.

– Bea tu estás linda – Ele pegou na minha mão e me fez dar uma voltinha. Eu soltei um risinho. Ninguém me chamava via sem ser ele ou meu pai. – Vamos?

Eu assenti e ele saiu à minha frente enquanto eu fechava a porta atras de mim. O contemplei à minha frente. Sem dúvida que estes anos só o tornaram ainda mais bonito. Suas costas eram marcadas por uma camisa branca que contrastava com sua pele morena. Suas calças azul escuro completavam o look lindamente. Ele virou de repente e eu quase dei um passo para trás assustada. Ele gargalhou alto, uma gargalhada rouca, gostosa.

– Relaxa Beatrice! – Ele se aproximou de mim e eu recuei batendo contra a parede lateral. Ele parecia divertir-se com a situação. – Sou apenas eu, certo?

– Certo – Concordei enquanto respirava fundo. Ele passou seu braço por meus ombros e atravessamos a estrada em direção ao seu carro. Eu fiquei maravilhada com o seu carro. Não era um porshe ou algo do género mas era um carro lindo! Um hyndai i30 2014 de um azul elétrico. Ele percebeu que eu olhava para o carro.

– Bonito não é mesmo? – Questionou.

– Lindo! Como um garoto emancipado pode ter dinheiro para um carro assim. – Mal falei tapei minha boca chocada comigo mesma. Sua linguaruda! Ele não pareceu muito afectado pois esboçou um sorriso. Ele entrou no carro e eu ia entrar quando vejo as meninas na janela. Faço uma expressão de fúria para elas e entro no carro.

– Então você já soube disso? – ele pergunta enquanto dá partida no carro. Eu apenas assinto. – É, minha mãe me deu a emancipação, apesar de lhe ter custado. No entanto ela fez questão de continuar a pagar minhas despesas e bem, este carro foi o seu presente de aniversário para mim.

– Mas se você se dá bem com sua mãe, porque pediu isso? E como tem tantos garotos emancipados nessa escola, vivendo todos juntos? É tão surreal…

Percebi que estava falando e perguntado demais pois ele se mexeu desconfortável no banco e apertou com força o volante. Fiquei quieta no meu lugar olhando pela janela inutilmente pois estava escuro demais lá fora para conseguir ver alguma coisa. Uriah ao meu lado suspirou e olhei para ele. Ele parecia estar a debater se com algo.

– Me desculpe, eu fui longe demais – falei depressa demais e um pequeno sorriso apareceu no seu rosto, que logo desapareceu.

– Não, não é isso. – Ele parecia escolher as palavras antes de as proferir. – Eu só pensei que você soubesse.

– Saber o quê? – Eu tinha certeza que o meu rosto apresentava surpresa. Ele permaneceu calado. – Por favor, me responde.

– Não posso. Só lembra-te: Não estás sozinha.

E assim ele encerrou a conversa. Mas o que raio ele queria dizer com aquilo? O que eu tinha a ver com as emancipações em massa? Nesse momento a voz feminina da outra vez voltou na minha cabeça: “ Beatrice, não faça perguntas para as quais não quer ouvir a resposta”. Eu me sobressaltei e dei um salto batendo com a cabeça no teto do carro. Uriah olhou para mim mas não disse nada. Parecia que entendia perfeitamente o que tinha acabado de acontecer. Decidi não fazer perguntas. A voz estava certa da ultima vez quando me ordenou para fugir, ela deveria estar certa agora. Oh meu Deus! Eu estava ficando louca. À nossa frente apareceu um edifício de quatro andares todo iluminado e com musica bastante alta. Tinhamos chegado na festa. Uriah estacionou o carro e entramos na festa sem uma palavra. Alguns rostos olharam na nossa direção mas logo se desinteressaram e continuaram a fazer o que estavam fazendo. Como havia sido meu primeiro dia no colégio eu ainda não conhecia ninguém ali. Começava a achar que era um erro eu estar ali. Percebendo meu receio, meu amigo colocou sua mão em minhas costas e me aproximou de si até que me sussurrou no ouvido:

– Você não está sozinha, lembra? – Eu esbocei um sorriso mas não tinha certeza se ele vira – Isso! Bem melhor Bea.

Ele me conduziu pelos montes de pessoas as cumprimentando e me apresentando a elas. Algumas raparigas me cumprimentavam com um olhar gélido como Chris havia previsto mas os demais eram bem calorosos. Talvez por influência de Uriah. Segundo as meninas ele e os amiguinhos dele eram bem populares no colégio. Por fim nos dirigimos para o bar para beber alguma coisa e pela primeira vez me peguei olhando na decoração. Tudo estava em tons brancos, pretos e dourados. Ironicamente eu estava condizendo com a decoração com exceção do branco. Estava tudo lindo, com véus brancos e dourados que pairavam sobre as nossas cabeças, as mesas cobertas por tecidos lustrosos pretos. Como eu disse: Lindo. Enquanto aproveitávamos a nossa bebida nós dois tentávamos conversar por cima da música mas apenas acabávamos às gargalhadas por nossas tentativas falhadas. Após algum tempo, senti Uriah ficando rígido ao meu lado com uma expressão gelada no rosto olhando para o nada.

– Uriah? Estas bem? – Falei em seu ouvido para que ele conseguisse me ouvir. Nossos peitos se tocaram e senti uma corrente de choques elétricos. E não era aquela cena do arrepiozinho na barriga ou essas coisas que falam quando existe química entre duas pessoas. Eu estou a falar de um choque mesmo. – Aiii!

– Beatrice? – Ele pareceu acordar do transe e me segurou. – Desculpa, eu volto já.

Antes que eu pudesse reclamar ou falar algo ele desapareceu pelo aglomerado de pessoas que dançavam no meio da sala e perdi o seu rasto. Deparei comigo mesmo sozinha ali, olhando para as pessoas ao redor se divertindo. Uma lagrima teimou em cair mas eu a limpei. Eu sabia que a felicidade não estava destinada para mim.

– Oi! – Me virei para ver o dono da voz. Tobias sorria para mim com uma camisa preta e jeans claros. Também Tobias era muito bonito apesar de ser diferente de Uriah. Sua expressão não era tão alegre quanto a de Uriah. Sua expressão era misteriosa, seus olhos penetrantes.

– Oi! – Falei colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha timidamente.

– Eu estou errado ou tu vieste com Uriah? – Questionou enquanto varria a multidão procurava ele.

– Não está errado. – Suspirei e ele arqueou uma sobrancelha à espera que eu continuasse – Ele estava comigo até à poucos minutos. Eu não sei o que aconteceu, ele simplesmente saiu apressado…

– hum…- Não consegui decifrar a expressão de Tobias. – Bem, ele deve voltar logo. Ele não te deixaria sozinha por tempo demais. Quer que fique com você até ele voltar?

– Ahh, não, não se precisa incomodar, de verdade.

– Não é incomodo nenhum! – Algo no seu olhar me fez acreditar que era verdade. Eu assenti e ficamos a falar um pouco sobre coisas banais. Tipo nossas preferências, filmes, músicas, livros… Tobias era bastante agradável.

– … Então eu vi o cão correndo até mim e…. – Eu estava contando para ele que gargalhava junto comigo quando parei.

– O que? O que foi Beatrice? – Ele pareceu preocupado.

– Nada não! Apenas gosto muito desta música. – Eu comecei a balançar subtilmente ao ritmo da musica.

– Então vamos dançar! Anda! – Ele começou a puxar –me enquanto gargalhava mas eu fiz força.

– Não! Eu sou péssima! – Confessei.

– Não pior que eu, porque isso é impossível. Então vem!

Eu me dei por vencida e deixei que ele me conduzisse pelo meio das pessoas que dançavam. Começamos a dançar. O problema é: esta música é uma dança com um estilo de dança bastante provocante então tive que me conter nos movimentos mas a musica me estava contagiando e quando dei por mim eu estava com um braço ao redor do pescoço de Tobias e o outro movimentando ao ritmo do meu corpo que estava descontrolado. Tobias não parecia nem um pouco incomodado com tudo isso e me agarrou a cintura e nossos corpos começaram a mover-se juntos, em sintonia. Tenho que admitir, estava a ser muito divertido. Até ao momento que ouço alguém gritar meu nome. Olho em volta procurando perceber o que se passava e quem me chamava. Dois pares de olhos me olhavam descrentes. Marlene e Christina. Eu logo me separei de Tobias que permaneceu quieto ao meu lado. Eu ia começar a falar mas Marlene me cortou na hora.

– Onde está Uriah? – Ela perguntou com certo veneno na sua voz.

– Eu que devia saber? Ele que me deixou aqui e foi sei lá onde! – Me defendi. Elas se entrolharam e suas expressões se suavizaram e me olharam com remorsos.

Mal sabia eu que muito ainda ia acontecer nessa noite…


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Notas finais do capítulo

Então!!!!! Terminou o capítulo! Como não atingiram a meta vou descer novamente para os cinco comentários MAS.... Eu quero mais que isso! Sim? Beijos fofos