Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 24
Silent!


Notas iniciais do capítulo

AMORES, MUITOS ANUNCIOS ENTÃO POR FAVOR, LEIAM NOTAS FINAIS.
BOA LEITURA



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Eu choramingo e tento alcançar Tobias em busca de conforto. Ele me olha e me empurra bruscamente saindo dali e desaparecendo por entre a folhagem. Uriah o olha chocado e me abraça gentilmente enquanto minhas lágrimas se aprofundam.

Ele escolheu Molly. Mesmo na morte, ele escolheu Molly.

Uriah continua me segurando enquanto Will se permanece calado. Me recomponho rapidamente e começo a caminhar, sem saber ao certo para onde ir. No momento nem me importava, só queria era sair dali.

– Espera, o carro fica por este lado – Will segura meu ombro.

– Vocês vieram de carro? – Uriah pergunta o que me fez dar um clique na cabeça.

– Vocês não vieram juntos?

– Não. Eu liguei a Caleb e logo Uriah estava aqui. – Will explicou.

Ah sim. A porcaria da velocidade sobre-humana. Admira-me que Tobias tivesse vindo à minha procura de carro quando claramente chegaria mais depressa a correr. Ou talvez ele não estivesse com tanta pressa assim.

– Não interessa – Suspiro. – Vamos embora.

Will foi na frente, mostrando o caminho. Uriah caminha a meu lado me lançando olhares fugazes, à espera que eu tivesse um ataque de choro ou algo assim. Eu não queria que me vissem assim. Eu não queria ser a garota birrenta que desmorona a cada obstáculo. Mas essa era eu e não havia forma de, magicamente, me tornar uma guerreira, corajosa. Isso era coisa de filme. Uma menininha frágil que se torna uma “bad ass”. Para inicio de conversa, eu não era assim tão frágil! Só um pouco insegura.

O ar frio da noite me fez arrepiar e eu quis me encolher num canto e abraçar meu corpo para me aquecer. Mas não foi necessário fazer algo tão extremo pois Uriah fez questão de colocar seu casaco sobre mim.

– Tudo vai ficar bem Tris – Ele tenta consolar, mas tem o efeito contrário. Sinto-me tentada a chorar.

– Silêncio! – Will sussurra e os três paramos.

Observo a folhagem e o arvoredo que nos envolve e é apenas isso que vejo. Arvores e folhas. Fico alerta, tentando entender o que Will ouviu. Ele dá um passo em frente para ouvir melhor o que quer que ele esteja ouvindo e eu não. Olho para Uriah à procura de respostas mas ele dá de ombros. Claramente, ele também não está ouvindo nada. Após um longo momento em que eu não consegui descontrair o nervosismo, Will dá um sorriso aliviado. Percebendo cada vez menos, eu arqueio as sobrancelhas.

– Os outros estão aqui. – Ele afirma. – Mas estão mais a Este.

Enquanto ele aponta a direção onde os outros supostamente estão, percebo o que ele estava ouvindo. Susan estava falando com ele como já fizera comigo. Pensando bem, era um sistema de comunicação bem mais seguro. Quer dizer, não é como se Eric ou Peter pudessem detetar a “transmissão”. Retomamos o andamento, dessa vez em direção a Este. Meus pés estão machucados. Umas meras pantufas não são o ideal para uma caminhada noturna no bosque, diria eu. Então, eu sentia as pontas afiadas das pedras e gravetos no chão.

– Quem está aqui com Susan? Caleb? – Pergunto, quebrando o silêncio assombrado.

– E Cara. Ela veio junto. – Will afirma.

Cara também veio… Uriah, Will, Caleb, Susan, Tobias e eu. Estávamos todos nesse maldito bosque. Pelo menos estávamos. Eu não fazia ideia de onde estava Tobias agora. Mas… se ele estivesse aqui… Então…

– É uma armadilha! – Eu paro de me mover enquanto os dois rapazes me encaram como se eu estivesse bêbada ou louca.

– Cara? Como ela pode ser uma armadilha? – Uriah questionou num tom meio trocista.

– Não ela! Isso! – Esbracejo como se isso fosse aclarar melhor as ideias na cabeça dos dois.

– Pode ser um dos efeitos do veneno – Will sugere para Uriah.

Ah Boa! Agora eles acham que eu sou uma tresloucada. Fantástico. Dá para melhorar? Eu não acho. Suspiro, tentando reordenar as ideias e explicar meu raciocínio.

– Ouçam bem. – Eu me aproximo deles em tom conspiratório. – Molly apareceu logo depois que você saiu para ligar a Caleb, certo?

Will assentiu mesmo não percebendo ainda onde eu queria chegar.

– Ela sabia que você ligaria a Caleb e ele viria correndo para cá, assim como os restantes. Ainda assim, ela não o impediu! Vocês não percebem? Ela queria todos nós aqui.

– Porque ela iria querer isso? – Uriah intercedeu meu raciocínio. Ele não parecia estar de acordo com o que eu dizia.

– Para se vingar, oras!

Will e Uriah se entreolharam. Eu não gostei desse olhar. Era como um daqueles programas, “Tris, nós amamos você e é por isso que estamos fazendo isso. Você precisa de uma intervenção.”Não, eu não era aquela garota. Eu não precisava de uma intervenção. Eu não era louca!

– Tris, ela só queria vingar-se de você. Não de nós.

– Mentira! Ela queria se vingar de todo o mundo porque Caleb a expulsou e ninguém tentou impedir. Ela nos odeia. Não a mim, mas a todos.

– Mesmo que isso fosse verdade, já não importa. Ela está morta. – Will engasgou um pouco ao falar. – Então ela não pode fazer o que quer que ela estivesse planeando.

Will estava tentando acalmar meu medo mas eu percebi que ele também não havia dado muita importância à minha teoria de conspiração. “Coitadinha da Princesa, louca e abandonada…”. Ahh, quer saber, eu estou me lixando para o que eles estivessem pensando.

– Como queiram – Falo com brusquidão. – Vamos lá.

Sem esperar por eles, desbravei o caminho, usando a irritação e transformando-a em força de vontade. Ainda estava frio mas meu orgulho mesquinho me fez atirar o casaco de Uriah de volta. Ele suspirou cansado, mas não discutiu. Melhor assim. Mesmo meus pés implorando por um descanso, eu me forcei em frente. Eu só pararia quando estivesse, pelo menos, no conforto do carro.

Eu que antes adorava nossas escapadas familiares até locais recatados e intocados pelo homem, passara a odiar tal coisa. Desde aquele verão em que tudo mudou. O Verão que reivindicara meu pai e a presença de Caleb na minha vida. Eu passara a ter verdadeiros problemas para sequer pensar em voltar a um lugar como esse. Com o tempo comecei a lutar contra o trauma mas até hoje me dá um friozinho na barriga. É involuntário.

“Onde vocês estão?”

Ouço Susan em minha mente, me deixando momentaneamente perturbada. Não me acostumarei com isso nunca.

“ Indo para Este. Daqui a nada estamos aí”

“ Despachem-se”

“Sim madame! Hum você não terá uma ideia de onde Tobias está?”

Fico à espera de alguma resposta até perceber que provavelmente ela desconectou-se comigo. Legal, fiz papel de uma menina boba desesperada. Será que ela não respondeu de propósito? Isso faria sentido. Talvez ele tenha pedido para me manter longe dele. Meu peito martelou dolorosamente com a possibilidade.

– Você estava falando com Susan? – Uriah me puxa para a realidade através de sua voz.

– Como adivinhou?

– Sua expressão. – Will intervém. – Você estava muito concentrada e dispersa ao mesmo tempo.

– Ahh. Sim, ela perguntou onde estávamos e para nos apressarmos.

Eles assentiram.

– Bem, pelas coordenadas que ela me passou eu acho que estamos…

Eu não pude ouvir Will terminar a frase pois o chão mesmo a poucos metros de nós, se espremia numa explosão violenta quem com tal intensidade, nos atirou para o chão. Meu cotovelo bateu numa aresta irregular de uma pedra e já não via nada. Estava escuro à minha volta, não escuro como a noite com lua que se fazia presente, mas escuro como breu.

– Eu falei que era uma armadilha – Gemi para quem quisesse ouvir.

– Tris? Will? – Uriah chamou.

– Aqui! – Respondemos os dois.

– O que raios aconteceu? – Perguntei.

Minha visão estava voltando gradualmente e via aglomerados de chamas por todo o lado devido à explosão. Eu me sentei massageando o cotovelo ferido e quando o senti molhado, percebi que tinha um corte.

– Molly plantou armadilhas? – Will questionou incrédulo enquanto revolvia seus cabelos desgrenhados.

– Eu não sei mais o que pensar – Confesso. – Mas acho que temos de continuar.

A custo, nos levantamos, ainda zonzos, e nossos ouvidos ainda zunindo. Evitando passar nos locais ainda chamuscantes, continuamos rumo a Este. Eu não fazia ideia que horas eram, mas pelo quase impercebível aclaramento do céu, diria que era por volta das quatro da manhã. Todos nós respirávamos com dificuldade pelo ar agora poluído com o fumo intoxicante. Eu tossia e tossia, desejando água para acalmar minha garganta arranhada. Cheguei a um ponto que tive que me recorrer a meu amigo e me segurar nele. Eu só precisava descansar. Todos nós precisávamos. Num acordo mudo acabamos por nos sentar num pequeno rochedo, de cabeça entre as mãos e arfando por ar. Honestamente, nenhum de nós sabia já por onde ia. Já não sabíamos se estávamos na direção certa para chegar a meu irmão. E daí eu lembrei.

– Droga! – Levantei a cabeça num rompante atraindo a atenção dos garotos. – Susan não me respondeu quando fiz uma pergunta e não a senti mais. Pensei que fosse porque ela tinha algo mais em mãos mas… e se eles também sofreram um ataque?

– Pode ser – Uriah confirma pesarosamente – Mas também pode não ter acontecido nada com eles. Não tem como saber, Tris.

A sua resposta não me reconfortou. Pelo contrário, me fez desatar a correr em busca deles para ter certeza que estavam bem.

LEIAM NOTAS FINAIS!!!


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Notas finais do capítulo

ENTÃO MEUS AMORES:
1º - Lamento por minha ausência do fundo do coração. Eu ainda responderei a todos os comentários.
2º - Bem vindos a 2015
3º - Infelizmente, eu não farei uma segunda temporada.... Eu peço desculpa e JURO que não é por não terem alcançado a meta de recomendações.Eu postaria se fosse esse o problema. A questão é que a faculdade é cada vez mais intensa e os códigos e constituições consomem 90% do meu tempo. Dessa forma eu prefiro acrescentar um ou dois capítulos na fic e encerrar do que continuar com a ideia da segunda temporada e daí perder a qualidade da história...
Eu espero que vocês me entendam e não fiquem irritadas comigp por favor...
Amo vocês! Beijos fofos!