Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 23
Love the way you lie


Notas iniciais do capítulo

Olhem quem voltou!!!
Conselho: Segurem vossos coraçõezinhos!!
Quero agradecer imensamente À LITTLE PINK pela recomendação linda! Vocês deveriam agradecer também, pois graças a ela e às restantes lindas que já recomendaram, estão mais perto da 2ª temporada!
Enjoy!!



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POV Tobias

– O que está acontecendo Will?

Agora que estávamos bem longe do quarto de Tris, acho que é seguro falar. Aquela bonitinha pode ser bem curiosa às vezes. Will cerrou o maxilar. Aquilo não era bom, nada bom.

– Tori desapareceu. – Will diz por fim.

– Minha irmã desapareceu?

Eu o olho incrédulo e disparo em direção do escritório de Caleb. Ele não parece surpreso quando me vê adentrar de rompante. Ele suspira e olha para o lado. Vejo que Susan está no canto, cabisbaixa.

– Eles pegaram ela. – Ela fala para Tobias.

– Como?

Tori não se deixaria pegar tão facilmente. Ela lutaria.

– Eu não consigo ver – Choramingou Susan. – Está tudo nublado. Fumo… Ou nevoeiro. Eu vejo pinheiros. Mas não consigo chegar aos sentimentos dela…

– Isso me parece a floresta – Will fala enquanto fecha a porta. – Onde Lyra e as outras “brujas” gostam de se esconder.

– Está tentando dizer que foram elas Will? – Caleb pergunta cansado.

– Na verdade, eu estou a dizer que eles querem que acreditemos que foram elas.

Eu tento perguntar como raios ele chegou a essa conclusão mas Susan cai no chão aos gritos e tremendo como se estivesse tendo uma convulsão. Caleb, se baixa junto a ela e tenta perceber o que está acontecendo com ela.

– E-e-eu-u – Ela tenta falar.

– Susan, o que se passa? – Caleb segura-a nos braços.

Susan solta um grito angustiante e depois respira fundo, como se estivesse ficando sem ar.

– B-Beatrice! – Ela profere ainda ofegante.

Mal eu ouço o nome de Tris, me aproximo, querendo saber o que ela está falando. Percebendo que dali eu não teria resposta alguma, decido ir atrás dela, no seu quarto.

– Tris? – Chamo ainda no batente de entrada.

Ela não está na cama, onde a deixara antes de seguir para baixo com Will. Bato na porta de banheiro, mas como não recebo resposta, abro a porta. Nem sinal dela. Volto para o quarto e só agora percebo a janela aberta. Tris nunca deixaria a janela aberta durante a noite. Desvio as cortinas esvoaçantes e percebo alguns vestígios de sangue.

– Droga! – Vocifero. Com a raiva, eu pego na sua cadeira e atiro-a ao chão com toda a minha força, deixando-a em pedacinhos. Eu não tenho total noção da força bruta que tenho.

– Onde está Tris? – Will adentra e olha a madeira estilhaçada.

– Ela sumiu também. – Falo num sussurro.

– Isso é sangue? – Will pergunta estarrecido.

– É. – Passo por ele e desço as escadas a caminho da garagem.

– Onde você vai cara? – Will não desiste e vem atrás de mim.

– O que acha? Vou atrás delas. – Respondo e entro na SUV preta todo o terreno.

– Você tem noção que pode ser uma armadilha? – Will tenta fazer-me pensar enquanto se senta no lugar de pendura.

– Ainda assim você está vindo.

– Não vou deixar você na mão, Tobias.

Em pouco tempo estamos num dos acessos à floresta. Não sabemos o que procurar ou onde mas isso não irá demover-me. Abro a bagageira e retiro uma arma incorporada com uma lanterna. Will faz o mesmo.

Passamos meia hora deambulando pela floresta antes de ouvirmos passos. Um vulto sai das sombras, mas logo desaparece, sem mesmo dar conta da nossa presença. Um segundo vulto aparece, mais lentamente, como se não estivesse com pressa. Seu rosto transfigurado em raiva pura. Um sorriso audaz no rosto.

– Tris? – Will chama, tão chocado quanto eu.

Ela ainda estava com sua camisola rosa clara. Seus lábios roxos e rachados pelo frio. Seu cabelo desalinhado tinha gravetos e folhas preso a ele. Sua camisola tinha salpicos de sangue mas eu não sabia dizer se era seu sangue ou de outro alguém. Suas pernas desnudas estavam cobertas de uma mistela de lama e sangue. Só depois eu reparei na arma em sua mão. Quando ela nos ouviu, ela deu um salto para trás e continuou a sua caça.

– O que ela está fazendo?

– Eu não faço ideia – Confesso enquanto nos preparámos para ir atrás dela.

POV Tris

Quando eu acordo, meu corpo parece ter acabado de ser atropelado. Minha cabeça está num turbilhão. Eu só quero adormecer de novo se assim fosse possível não sentir nada. Olho para mim e vejo lama nas minhas pernas, lama me rodeia. Dou um gritinho abafado, pela sujeira onde estou. Quem me largou aqui? Só lembro de estar no quarto, após Tobias sair e alguém me agarrar. Demoro alguns momentos a perceber que Molly está inanimada à minha frente. Quase sinto minhas pupilas dilatarem de ódio quando a vejo. Urro em fúria, o que causa o seu despertar. Quando ela me vê, me encara em questionamento. Eu tento me lançar em cima dela e a meio do movimento, sinto meus joelhos tocarem em algo frio e metálico. Olho na mesma direção. Uma arma. Meus lábios se retorcem num sorriso sádico e deslizo um pouco para baixo para agarrar a pistola.

Quando olho para cima, já Molly havia se levantado e fugido. Ela previu o que eu faria. Sorte a minha, ela não estava tão longe assim. Corro atrás dela a toda a velocidade. Pobre Molly… Com o desespero, nem se lembrou que poderia transformar-se num animal mais veloz do que um humano. Novamente, sorte a minha.

Eu não sei porque preciso tão desesperadamente de ir atrás dela mas eu preciso ir. Eu preciso.

– Tris? – Alguém me chama.

Eu olho para o local de onde provém o som e vejo Will e Tobias. Eles vieram atrás de mim! Eu fico feliz e esqueço de Molly. No entanto meu rosto ainda está distorcido numa expressão de raiva. Eu tento ir na direção dos meninos mas no momento que movo o pé, meu corpo desata outra vez atrás da garota.

Eu pude perceber os passos do meu namorado e do meu amigo atrás de mim. Faço um esforço tremendo para parar e rezo para que ambos me apanhem antes que eu faça algo de que me arrependa. Eu tento gritar para que me ajudem, mas essas não foram as palavras que me saíram da boca.

– Vocês nunca me apanharão viva!

Eu fico horrorizada comigo mesma. Por favor, façam isso parar!

Um corpo choca com o meu e eu embato contra uma árvore. Choramingo de dor. Tobias me prende contra a árvore, não me dando margem para conseguir sair dali. Minha arma cai no chão. Will agarra meu rosto, e eu tento abocanhar sua mão. Meu corpo continua num debate contra Tobias mas sua força é mais que superior à minha.

– Suas pupilas estão completamente dilatadas. – Will me observa – Ela foi envenenada e compelida a fazer o que não quer.

– O que fazemos agora? – Tobias pergunta a seu amigo mas continuando a me observar.

– Consegue segurar ela mais um pouco? Eu vou ligar a Caleb. Não tem muita rede aqui. Droga! Eu vou até ao carro buscar o transmissor.

Eu continuo a tentar fugir inutilmente. Tobias não precisa de grandes esforços para me segurar.

– Me deixa ir gatinho… Eu acabo com ela rapidinho – Ronrono mudando de tática.

– Você não vai acabar com ninguém. – Tobias fala num tom calmo.

– Ah certo… Aquela garota pode quase acabar comigo, as vezes que quiser, mas eu não posso acabar de uma só vez com ela. Que raio de namorado é você? – Minhas palavras são como farpas afiadas mas meu tom suave como veludo.

– Você não está em si mesma – Ele pronuncia, mais para se convencer a si mesmo do que a mim.

– Até pode ser, mas isso é real. – Continuo a provocação, me despedaçando por dentro. – Você é um cachorrinho de Molly. Sempre vai seguir ela como um fiel servo.

– Tris, por favor volte para mim. – Ele abana meus ombros e olha fundo em meus olhos, tentando procurar um resquício de que ainda estava ali algures. – Lute! Volte para mim.

Eu tentei com todas as forças tomar controle de meu corpo.

– Por favor! – Eu o imito infantilmente. – Sabe como você é patético? Como eu troquei Uriah por você? Você se acha forte e indestrutível mas sabe uma coisa? Você sempre será aquele menininho indefeso, doente, preso a uma cama de hospital, dependente para tudo. É ridícula a forma como você acha que esse não é mais você.

Tobias perde a cabeça. Ele ruge e atira meu corpo contra a arvore violentamente. Minha cabeça dói severamente e meu corpo cai no chão. Eu não estou machucada, mas o que fiz com Tobias, o que ele fez comigo, me faz romper num pranto. Só ao perceber que as lágrimas realmente caem pelo meu rosto, é que percebo que estou no meu juízo perfeito e isso me faz chorar mais ainda. Eu me levanto e Tobias toma uma posição defensiva. Eu o abraço com força, desejando não largar nunca.

– Me perdoa! Por favor! Eu não quis dizer nada daquilo – Choramingo contra seu peito.

Reticente, ele devolve meu abraço. Talvez ele pensasse que fosse um truque. E talvez fosse, pois eu senti a arma repousando em minha mão. Olhei com horror, sem saber quando eu voltara a pegar nela, mas não a larguei.

– Eu sabia que isso ia acontecer.

Tanto eu como Tobias olhamos para o lado e vemos Molly de arma em punho, caminhando até nós.

– Mas tenho que confessar, eu achei que você iria “acordar” ela com um momento mais romântico, Tobias, não com violência. – Molly deu um sorriso desdenhoso – Mas eu gostei muito mais assim.

– Molly, o que você está fazendo? – Tobias perguntou levantando um pouco as mãos, em rendição. Eu escondi minha mão com a arma, atrás das costas de Tobias, como se estivesse apenas abraçada a ele.

– Bem, eu pensei que se você visse Tris me tentando matar, estando eu indefesa, você percebesse que você é meu e largasse ela de vez. – Ela me olhou com nojo – Claro que ela sempre tem que estragar tudo…

Ela aponta a arma na minha direção e sei que é hora de sacar minha arma. Tobias olha para ambas as armas e fica petrificado.

– Larguem as armas! – Ele ordenou.

– Eu largo quando ela largar! – Retruco.

– Você queria princesa. Não vou largar porra nenhuma. A sua hora chegou.

Um tiro trovejou pelo silêncio. Tudo pareceu em camara lenta. Uma dor aguda rasgou meu braço. Senti-me cambalear uns passos. Molly me olhou e percebeu que não seria suficiente para me matar.

– Tris? Tobias?

Uriah e Will irrompem das árvores e Molly se vira para eles. Tobias aproveita e se abaixa ao meu lado verificando se eu estava bem. Quando Molly percebeu que meus amigos estavam desarmados, voltou de novo sua atenção em mim. Ela petrificou ao ver Tobias cuidando de mim. Ela chora lágrimas de raiva e desgosto e arma antes apontada para mim, encontra-se agora voltada para meu namorado.

Sem pensar duas vezes, eu disparo contra ela. A primeira coisa que vejo em seus olhos e choque. Depois perceção e dor. Em seu peito, a ferida jorra sangue vermelho vivo. Tobias me larga na hora e corre até Molly. Me levanto um pouco amortecida e me dirijo a eles. Uriah me apoia com seu corpo. Molly está morrendo. Posso perceber, pelo sitio do tiro, pelo sangue derramado, pela palidez da sua pele. A imagem era aterradora. Mas o mais aterrorizante era o facto de que Molly estava no seu leito de morte e mesmo assim não perdera o brilho de raiva e desejo de vingança em seus olhos. Ela iria me odiar até à morte. Os quatro vemos Molly dar seu ultimo suspiro. Quatro… Quatro sombras, como representado na pintura de Cara.

Eu choramingo e tento alcançar Tobias em busca de conforto. Ele me olha e me empurra bruscamente saindo dali e desaparecendo por entre a folhagem. Uriah o olha chocado e me abraça gentilmente enquanto minhas lágrimas se aprofundam.

Ele escolheu Molly. Mesmo na morte, ele escolheu Molly.


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Notas finais do capítulo

Quem dizia que Tris não mataria Molly? Hem? 95% respondeu que Tris não seria capaz. Vocês estavam erradas u.u
Gente, Faltam apenas 3 capitulos para terminar!!! 3!!!
E ainda me faltam 4 recomendações para lançar 2ª temporada! Se apressem meninos e meninas o nada de temporada 2!!