Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 21
Chocolate Cake


Notas iniciais do capítulo

Heyyyy!!!
APENAS UM AVISO! LEIAM NOTAS FINAIS!
Boa leitura!



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Eu podia sentir minha mente ser puxada para longe do meu corpo, para longe do que nós chamamos de realidade. Eu estava a um passo metafísico do tão desejado país dos sonhos. Eu podia sentir, eu estava tão, mas tão perto…

– Senhorita Prior! – Meu professor de história surgiu ao meu lado com um semblante sério. Eu sei que isso só pioraria as coisas para o meu lado, mas não consegui deixar de bocejar. Seu rosto se tornou avermelhado.

– Desculpe professor - Tento amenizar a situação. – Eu não estou me sentindo muito bem…

Todo mundo no colégio sabia que o professor tinha aversão a doenças e germes, e eu não demorei tanto tempo assim a perceber isso.

– Vá para a enfermaria depressa – Ele arredou pé de mim – Esse seu pé machucado pode ter sido a porta de entrada para um vírus ou infeção.

Aceitei a sua ordem e juntei minhas coisas feliz. Quando passei ao seu lado, pude ver ele se encolher contra a parede. Esse homem tinha um problema. Saí para o corredor deserto, agradecida pelo ar fresco. A sala estava quente demais. Dirigi-me com calma para a enfermaria para a dona Rosalina dar uma olhada na mordida de tubarão Molly. Eu sabia que o professor passaria ali no fim da aula para ter certeza que eu lá estive. Como eu disse, ele tinha um problema. Bati na porta, à espera da confirmação para entrar.

– Ora, ora. Menina Beatrice! – Ela me saudou alegremente. – O que te trás por aqui?

– Bem, eu senti-me indisposta na aula e o Professor Santos achou que podia ser por uma infeção disso – Eu disse abanando meu pé na direção da mulher de cabelos já grisalhos.

– Vamos dar uma olhada então minha querida – Ela respondeu num tom amável e maternal.

Me deu uma súbita tristeza pois ela me fez lembrar minha mãe. Com tanta coisa acontecendo, eu não tive realmente oportunidade de chorar sua morte. Agora, isso me parece egoísta da minha parte. Como é possível eu deixar a morte da minha mãe em segundo plano quando tudo o que ela fez por toda a sua vida foi por mim e por meu irmão? Eu tentava me convencer de que onde quer que ela estivesse, ela teria compreendido e não guardado mágoa. Mas isso não me fazia sentir melhor. Eu perdi minha mãe, minha melhor amiga, meu suporte. Ela era tudo o que eu tinha. Pelo menos até reencontrar meu irmão.

– Pronto linda, podes ficar descansada, sua ferida está a cicatrizar perfeitamente e está bem esterilizada. – Ela sorri para mim e me dá um tapinha na perna. – Sem risco de infeção.

– Muito obrigada dona Rosalina – Eu agradeço, já me levantando.

– Ora essa Beatrice. Foi um prazer ter você aqui fazendo-me companhia por um bocadinho.

– Se é assim, passarei cá mais vezes.

– De preferência só conversar mesmo. Não quero ver você machucada de novo.

Seu olhar é tão ternurento que eu não consigo deixar de sorrir.

– Eu tentarei manter-me inteira – Prometo. – Até à próxima.

Ela me acena em despedida e eu saio. Vejo as horas no celular e noto que em alguns minutos, os corredores passarão de vazios a caóticos. Mando mensagem às meninas a avisar que esperarei por elas no bar exterior, onde infelizmente, conhecera Peter. Após o incidente no parque/floresta, nunca mais o vi no colégio. Isso foi um alívio. Eu não sabia como conseguiria manter-me calma e passiva sabendo que ela estaria no mesmo espaço que eu. Eu sei que ele não tentaria nada em público, mas o medo não é racional.

Aumento um pouco o ritmo das minhas passadas a fim de conseguir uma mesa antes que sejam todas ocupadas. Estou prestes a conseguir uma quando vejo a silhueta de Tobias de cotas para mim, do outro lado do corredor que dá para o interior. Esqueço a mesa e desato atrás dele. Ele nunca está em casa e eu odeio esse clima. Não sei se está tudo bem, se não está. Porque ele me lançara um olhar reprovador quando não interpus a favor de Molly? Eu tinha que tirar isso a limpo, pelo bem ou pelo mal.

– Tobias, espere! – Chamo. Ele pára de imediato e se vira para trás. Eu o alcanço e fico ao seu lado enquanto ele retoma o passo, mais lento do que outrora. – Você está irritado comigo?

Ele vacila o passo e me olha profundamente com seus olhos negros.

– Não Tris. – Ele suspira. – Desculpa. Eu não sei o que me deu. Eu não achei que Caleb tomaria uma decisão tão drástica.

– Ela tentou me matar… - Eu digo num sussurro.

– Sim, o que ela fez foi imperdoável – Ele concorda comigo – Só fui apanhado de surpresa. Desculpe se dei a impressão errada.

– Mas se você está dizendo que o problema não sou eu, porque me tem evitado todo esse tempo?

Eu queria realmente saber. Talvez lá no fundo o problema era realmente comigo.

– Porque eu precisava me afastar, pensar… - Ele retoma o passo e eu caminho a seu lado – Eu…

– Você ainda tem sentimentos pela Molly – Completo.

– Não! – Ele diz depressa demais. Eu ergo as sobrancelhas em questionamento e ele oscila – É complicado.

– Tudo bem… Eu entendo – Afirmo embora meu peito doesse.

Começo a dar meia volta para percorrer o caminho por onde vim. Tobias segura meu braço com cuidado para não fazer pressão demais. Eu quase tropeço nos meus próprios pés e caio sobre ele, me apoiando em seu peito. Envergonhada, me recomponho e afasto-me um pouco. Ele esboça um lindo sorriso que se apaga quando sua expressão torna-se séria.

– Você não entende coisa nenhuma – Ele fala devagar e a rouquidão de sua voz fazem minhas pernas parecerem gelatina, tal maneira que elas tremem. – Eu ainda me preocupo com ela, temo por ela. É meio que um reflexo. Eu tive ela por perto desde que me tornei no que sou hoje. Evoluímos juntos. Não dá para simplesmente apagar tudo isso. Ela é boa pessoa, só que teve uma infância difícil. Eu sei, isso não é desculpa para tudo o que ela fez com você. Mas tem que compreender Tris, ela significa muito para mim e é óbvio que me custa ver ela nesta situação.

Eu fiquei um momento em silêncio absorvendo tudo o que ele falou. Entretanto, ouvimos a campainha soar no espaço. Tobias me puxa para mais perto da parede, e consequentemente, dele, para não ser derrubada por estudantes apressados e desejosos de libertar alguma energia acumulada.

– O que sinto por você não mudou Bea – Tris fala baixo, para que apenas eu possa ouvir e instantaneamente me viro na sua direção. – Você ainda é a minha birrenta.

– Tem certeza? – Pergunto ainda duvidosa.

– Eu tenho certeza Beatrice – Ele volta a esboçar aquele sorriso largo que eu adoro.

Sorridente, eu dou um leve e rápido beijo na bochecha. Porém, sua mão fecha-se em volta da minha nuca, segurando meus cabelos loiros. Eu vejo sua intenção nos seus olhos. Tobias acaricia minha bochecha e meu queixo com a mão livre. Eu anseio que ele me beije. Eu preciso disso, como uma flor precisa de sol. E ele parece disposto a atender meu pedido silencioso. Eu sei que ele consegue ler meus olhos brilhantes, minha boca entreaberta, recetiva ao seu sabor. Eu queria ele e não me importava onde estávamos.

– Estivemos feito loucas procurando você no bar Beatrice! – Christina chega de mão na cintura.

Eu bufo, chateada por ela ter estragado meu quase beijo com Tobias. Já ele, acha tudo isso engraçado. Parece que me ver em sofrimento, em ansia de o ter, o deixa feliz, seu ego inflado. Ele dá uma gargalhada subtil, beija o topo dos meus cabelos e desaparece por entre a multidão que se amontoa pelos corredores.

– Tobias Eaton? – Marlene sorri maliciosamente.

– Menina! Primeiro Uriah e agora o Eaton? – Chris leva as mãos à cabeça num gesto teatral.

Eu reviro os olhos, não disposta a contar toda a história, que por sinal, poderia deixar elas apreensivas, se relatasse por integral.

– Aconteceu… - Digo apenas.

– Claramente aconteceu! – Mar ri e Chris assente freneticamente. – Essas vadiazinhas da escola já devem estar a descabelar-se por você já ter pegado dois dos mais gatos do colégio!

– Se você pega Will, estarei de relações cortadas com você criatura! – Chris diz num tom de brincadeira mas eu sinto ali um quê de verdade. Desde que cá cheguei que senti que ela babava por ele.

– Ei, eu não estou a pensar em pegar todos os caras daqui! – Digo meio ofendida. – Eu e Uriah somos destinados a ser amigos. E ele entendeu isso. Tobias… ah, eu não sei. Ele tanto faz meu coração bater descompassadamente como fazer ele falhar umas batidas…

– Owwnn, sinto que alguém aqui está apaixonada…

– Ah pára com isso Chris! – Peço, já sentindo minhas bochechas queimar.

* * *

– Não tem bolo de chocolate! – Exclamo, ao constatar no buffet a falta da minha sobremesa predileta.

– Eu não disse a você que o segundo tempo de almoço é uma droga? – Mar bufou sentindo a mesma exaltação que eu.

Desanimada, examino as outras opções mas torço o nariz. Nada se iguala ao meu delicioso bolo de chocolate.

– Você é a Beatrice Prior?

Olho em volta para ver quem falava comigo e um pouco lenta, percebo que é um dos funcionários que trabalham no Buffet. Seus olhos cinzentos me encaram à espera da minha resposta.

– Sim, sou eu mesma. – Respondo por fim.

– Espere aqui um segundo.

Ele desaparece pelas portas duplas pintadas de branco. Eu troco olhares com minhas amigas mas elas parecem tão perdidas quanto eu. Elas dão de ombros. Poucos instantes depois, o funcionário volta e trás consigo um pratinho com meu insubstituível bolo de chocolate.

– Um garoto bonito pediu para guardar para você. Ele disse que seu nome era Tobias Eaton.

Se eu estava babando pelo bolo de chocolate, agora estava babando pelo gesto carinhoso de Tobias. Eu agradeço e me sento numa mesa livre com as meninas. Tobias e os restantes não estavam por ali.

– Ahh eu quero um namorado que também se certifique que nunca me falte bolo de chocolate! – Mar fala com expressão sonhadora, olhando para meu bolo.

– Vá, eu divido com você Marlene – Dou minha palavra.

– Assim está melhor.

Começamos a comer e a deitar papo fora. Quando estamos já a começar a sobremesa, os meninos entram no refeitório. Tobias acena para nós. Ele diz qualquer coisa a Uriah que olha na nossa direção e cumprimenta-nos também. Ele se senta com os amigos e Tobias vem até nós. Marlene rouba uma garfada do meu bolo antes mesmo de ele chegar. Uma menina o intercede pelo caminho. Eu me lembro dela. Chris me falou dela no primeiro dia. Era difícil esquecer daquelas tatuagens que cobriam seu corpo. Na altura ela estava com Tobias e Uriah. Mas agora que penso nisso, nunca mais a vira por ali. Qual era seu nome mesmo? Tita? Não… Tânia… TORI! Lembro também que Christina falou que ela era uma boa pessoa. Então relaxei um pouco na cadeira. Só um pouco. Tobias podia falar com garotas. Eu não seria daquelas miúdas ciumentas que obrigam os namorados a cortar contato com todas as amigas femininas. Aliás, nós não tínhamos uma relação definida. Eles conversaram um pouco e depois ambos se dirigiram até nossa mesa o que me apanhou de surpresa. Tobias sentou-se ao meu lado, arrastando uma cadeira. E Tori entre Tobias e Marlene.

– Olá – Ele cumprimentou com um sorriso genuíno. Depois seu olhar se deteve em mim. – Você é a novata! Beatrice, acertei?

– Isso mesmo. – Eu retribuo seu sorriso.

– E a menina que finalmente arrebatou aqui o coração do nosso Tobias! – Ela não parecia resignada. Parecia realmente feliz por ele.

– Eu acho que vou me emancipar também para viver nessa casa ode sonhos se podem realizar – Chris suspirou pensativamente.

– O que? – Tori pareceu confusa e seu olhar indagava Tobias.

– Tori, ela é Beatrice Prior – Os olhos da menina pareceram arregalar-se de entendimento.

– Irmão do Caleb – Ela completou a sentença.

Eu assenti. Fiquei pensando se ela não seria uma de nós, mesmo que não vivesse com a gente. Decidi não pensar muito no assunto. Olhei para meu bolo. Ele já tinha umas dentadas, embora eu não tivesse dado uma trinca sequer. Marlene estava deliciada então não me importei. Fui eu que sugeri dividir.

– Já agora, Obrigada pelo bolo, Tobias. O funcionário disse-me que foste tu que pediste para guardar o bolo. Salvaste-me a vida! – Falei dramaticamente enquanto colocava um pedaço na boca e o mastigava lentamente, saboreando.

– Tris – Ele me olhou muito sério. – Eu não pedi para guardar bolo nenhum.

Ouço Mar tossir e olho para ela. Ela começa a ficar vermelha, e depois roxa. Ela tenta tossir, mas o ar parece que não passa. Ela leva as mãos ao pescoço o que confirma que ela não consegue respirar.

– Beatrice, coloque tudo para fora já! – Tobias grita enquanto me segura, para deitar o bolo para fora do meu sistema.

Ouço os gritos assustados de Christina, os fôlegos desesperados de Marlene. Uriah aparece imediatamente ao nosso lado e carrega minha amiga para fora, empurrando a multidão que nos cercava. Chris foi atrás deles, me deixando com Tori e Tobias. Eu cuspo tudo para um guardanapo enquanto Tobias me agarra os cabelos para trás.

– Melhor levar ela também para enfermaria. – Tori sugere. – Não sabemos o que continha o bolo e se já entrou no sistema dela.

Sem uma palavra, Tobias me segura a mão e me encaminha para longe do refeitório e de volta para a dona Rosalina.

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Notas finais do capítulo

GENTE!!!!!! LEIAM!!!!
Então... o que quero dizer -vos é o seguinte:
1º A história já está a entrar na reta final. Terá no máximo, mais uns seis capítulos, com sorte, mais um ou outro.
2º Eu estou a editar esta história, fazendo-a mais coerente e complexa a nível literário, pois eu irei enviá-la para várias editoras para ver se tenho talento ou não para publicar. Claro que terei de fazer as modificações literárias. NOTA: Gostava de saber desde já vossa opinião. Sejam absolutamente sinceros, sem medo de magoar meus sentimentos, acham que vale a pena tentar ou é perda de tempo?
3º Entretanto, esta fic/história não terá um final. Ou seja, terá segunda temporada/livro, já totalmente planeada e esquematizada. Eu postarei a continuação aqui, como uma história independente, mas como seguimento (eu coloco lá 2º parte para saberem.) Então, se eu receber 10 recomendações até ao ultimo capitulo, eu faço continuação. Colocarei o link da nova história no ultimo cap, antes de fechar esta fic. Caso contrário, escreverei apenas para a publicação de editora, sem continuação aqui.
4º Já viram que eu dei as caras na foto de perfil aqui no nyah? Hehehehe Achei que era o momento de me conhecerem hehehhe então... Essa aí sou eu :D
BEM, EU ACHO QUE DISSE TUDO O QUE QUERIA DIZER ENTÃO.... BEIJOS E ESPERO VOSSA ACEITAÇÃO :d