Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 15
She Wolf


Notas iniciais do capítulo

Preparem-se!!!!! Mistério dos animais desvendado a seguir!!!!! Espero que gostem! boa leitura!



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Eu olhava para meu novo quarto. De alguma forma ele era simples mas lindo! Em tons de preto, rosa e branco, tinha como grande tema Paris. Mas olhando de perto podíamos reconhecer outras cidades, como na almofada branca com relevos pretos que mostrava um pouco da estátua da liberdade, situada em Nova Iorque. Eu podia afirmar que estava apaixonadíssima pelo quarto. Nem acredito que Caleb se dedicou tanto na construção e decoração de um quarto para mim.

– Wow! Como Caleb manteve algo tão perfeito fechado a sete chaves? – A garota que eu ainda não sabia o nome apareceu junto a Molly, as duas de olhos aguçados.

– O quê? – Perguntei.

– Ele nunca deixou ninguém entrar aí. Era totalmente proibido. Agora percebo porquê. Era o quarto da princesinha misteriosa. – Molly deu uma risadinha mas não achei piada nenhuma. Ela estava insinuando o quê? Que eu era mimada?

– Cara, cala a boca ou o rei irá punir você por incomodar a princesa. – As duas saíram do quarto a rirem-se.

– Só me faltava esta – Resmungo para mim mesma. – Agora tenho duas Molly´s para pegarem no meu pé!

– É impressionante como você acabou de chegar e já está toda irritadinha… - Tobias aparece à minha porta e se encosta no batente.

– Eu não tenho culpa de que, pelos vistos, tenho escrito na testa, saco de boxe! – Falo chateada.

– Saco de boxe? – Ele ri – Não está exagerando? Elas apenas chamaram você de princesa porque seu irmão às vezes é tratado por rei.

– Ainda assim não gostei! – Cruzo os braços infantilmente e recuo para trás com o objetivo de me virar a seguir para a janela.

Como a porcaria da sorte parece ter fugido a sete pés de mim há vários anos já, eu tropeço na mochila que deixei no chão. Ok, admito que não tem nada a ver com sorte desta vez, mas sim da minha própria estupidez. Eu já estava em queda, esperando o momento em que bateria no chão, mas Tobias já me estava segurando em seus braços. Minha respiração estava entrecortada. Talvez não pelo iminente desastre mas sim pela proximidade excessiva. Acho que nem uma mosca passaria entre nós. Suas mãos fortes me seguravam no fundo das costas contra si mesmo.

– T-tu estavas na porta! Como me amparaste?

Basicamente, ele estava num lado do quarto e eu do outro, com a cama no meio e várias malas a ocupar o espaço no chão que o levaria até mim. Nem pensar que ele chegaria a tempo.

– Bem, acho que teu irmão já te contou sobre isso… - Ele me largou vagarosamente e coçou a nuca.

– As mudanças genéticas… - Deduzi. Como não percebi logo isso? – Então a sua é velocidade sobre-humana?

– Isso e as habilidades de luta…- Confessou.

– Me lembre para eu nunca entrar em uma disputa com você – Gracejei.

– Melhor mesmo! – Ele fingiu cara séria. Com a mesma expressão no rosto se afastou uns passos e de repente ele já não estava lá. Apenas papeis se moviam pelo ar que foi movimentado.

– Legal! – Bufei – E eu aqui simplesmente normal.

Olhei em volta do meu quarto e me concentrei o mais que pude e desatei a correr. Não, com certeza eu não tinha super velocidade. Mais parecia uma cria de girafa desengonçada a correr. Felizmente ninguém me viu no corredor. Voltei rapidamente para o quarto mais sem correr dessa vez.

– Que outros tipos de poderes conheço? – Puxei pela cabeça. – Oh sim! Super força!

Eu me concentrei na parede à minha frente e a esmurrei com toda minha força.

– Aiiiii!!!! Essa droga doeu! – Xinguei. Minha mão com toda a certeza teve mais estrago do que a parede que estava ilesa.

Eu poderia ter super inteligência mas não me parecia. Minhas notas eram apenas razoáveis. Eu repassei vários poderes na minha cabeça e nenhum se aplicava. Eu estava ficando cada vez mais frustrada. Desistindo do assunto pelo momento, resolvi descer para comer alguma coisa. Eu passara três horas agoniantes fazendo “experiencias” de poderes.

Não parecia estar ninguém em casa mas, ei, eu não estou reclamando! Mas para variar eu estava errada. Estava alguém em casa. Apenas estavam apenas bastante ocupados para reparar na minha presença. Molly estava deitada e cima de Tobias o beijando nada delicadamente. Eu já não percebia nada. Tobias me garantiu que não tinha nada com ela e lá estavam os dois aos beijos. Eu dei passos de lã até à cozinha para eles não me notarem. Fui bem-sucedida. Bem, que sabe meu poder é de invisibilidade? Meu Deus, eu preciso parar de me torturar com isso. A fórmula não resultou em mim, ponto final.

Abri o frigorífico e os armários à procura de algo apetitoso para comer. Eu estava com uma fome danada. Peguei numa taça, virei um pote de iogurte nela, cereais e despedacei umas bolachas com pepitas de chocolate para dentro da taça. Misturei tudo e provei. Faltava algo… Sim! Framboesas. Busquei-as e as coloquei na minha receita instantânea. Provei de novo e dessa vez estava no ponto, com a acidez da framboesa a cortar um pouco da doçura dos pedaços de bolachas. Me preparei para voltar ao quarto sem fazer barulho. Comecei a caminhar vagarosamente. Está quase Beatrice, só mais 3 metros até à escada.

– Tobias, acha que eu fico melhor como? Em forma de lobo ou de cobra? – Eu parei repentinamente.

– Molly – Seu tom era repreendedor e a puxou para fora de seu colo. – Não brinque com isso. Você podia ter machucado Beatrice!

– Aff, a princesinha vai precisar aprender a defender-se. Eu só dei um empurrãozinho para ela perceber isso. – Ela falou sem fazer caso.

– ERA VOCÊ? – Guinchei, assustando ambos. Ela se encolheu ao lado de Tobias, procurando a proteção dele. – FALA GAROTA!

– É! Fui eu, e daí? – Ela me enfrentou e levantou-se.

– Porque você fez isso? – Perguntei escandalizada. – Você queria me matar?

– Ahh princesa, nem tudo gira à sua volta! – Ela responde – Você apenas me apanhou em meio de minhas metamorfoses.

– E me atacar também foi coincidência? – Nesse instante lembro-me de algumas conversas com Mar – É Isso! Foi o que aconteceu com as outras garotas, não é mesmo? A maldição de Tobias. Era você, sempre foi você! Você não suporta que mais ninguém se aproxime dele.

– Isso não é problema seu! – Ela rugiu. Tobias estava ao lado dela, quieto, aturdido pela discussão.

– Os diabos que não é! – Firmei. – Você viu o que fez comigo! Aliás, eu mostrei a todo mundo no ônibus lembra? Ou precisa que mostre de novo? Eu estava com Uriah, eu não era um problema entre você e Tobias!

– É! Mas pelos vistos duas vezes não chegou para você – Ela ignora todo meu raciocínio – Você quer tentar uma terceira? – Ela ameaça.

– É mesmo? – Eu a desafio. – Então espera um momento que eu lhe darei um motivo decente para você me atacar.

Num impulso passei por ela, em direção a Tobias. Eu puxei-o pela nuca para ficar mais ao meu nível e o beijei. Ele, atordoado, cai para trás, no sofá. Eu caio junto, no seu colo sem quebrar o beijo. Era bom, muito bom, na verdade. Mas durou pouco pois Molly agarrou meus cabelos e me puxou para trás. Porém não me atacou. Apenas me encarava com expressão furiosa. Eu ajeitei meu cabelo e subi as escadas como se nada tivesse acabado de acontecer.

Uma coisa era certa. Ou eu era suicida ou eu afinal não era uma princesinha. Era uma guerreira que não se deixava abater. Como precaução, mal cheguei ao quarto tranquei a porta e as janelas. Porém, quem sabe se ela não poderia se transformar num pequeno inseto e entrar na mesma em meu quarto. Tentarei não pensar nisso.

Eu estava prestes a deitar na cama com meu pc nas mãos quando alguém bate na porta. E aproximo da mesma apreensivamente.

– Beatrice! Abre a porta! – Tobias ordena do outro lado. Eu respiro fundo e destranco a porta.

– Você perdeu a cabeça? – Ele irrompe pelo quarto irritado.

– O que foi? – Pergunto ingenuamente – Caso não tenha percebido foi ela que me tentou matar.

– E você ainda agravou a situação provocando ela! Você é louca?

– Não, eu só não gosto que as pessoas podem fazer de mim o que quiserem! – Esbracejo – Desculpe se irritei você mas eu já passei por muito para me rebaixar agora!

Ele me encara um momento enquanto eu tento me controlar. Eu estou uma pilha de nervos. Sua expressão irritada se suaviza e Tobias se aproxima. Sua mão acaricia meu rosto e me olha nos olhos, sem me deixar perder contato. Seu rosto está próximo ao meu, de maneira que sinto sua respiração. Seu nariz roça no meu lentamente e não se atreve a tentar mais. Mas eu sinto necessidade de mais, eu não sei explicar. É algo que me atingiu no momento. Eu uni nossos lábios num beijo doce, frágil. Nada como aconteceu na sala ou no meu sonho. Foi apenas um beijo carinhoso.


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Notas finais do capítulo

E então???? Gostaram? Odiaram? Querem me xingar?
Quero uma recomendaçãozinha para postar próximo capitulo em que:
— Descobriremos quem é namorada de Caleb.
— Poderes de Tris são revelados



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