Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 13
The Witches


Notas iniciais do capítulo

OIIII CÀ ESTÁ MAIS UM!!! ENJOY! ;D

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!



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– Eu vou para a escola – Afirmo.

– Não acho boa ideia. – Tobias fala através do celular.

– A mim parece-me uma boa ideia – Garanto. – Qual é, você sabe que não vou ficar aqui fechada.

– Acho que você ainda não entendeu a gravidade de tudo isso Tris – Ele suspira.

– Como posso entender a gravidade de algo que ninguém fez questão de me contar? É como fugir de um inimigo invisível.

Eu o ouço bufar do outro lado da linha. No fundo ele sabia que eu tinha razão. Para além disso, as pessoas começariam a suspeitar que algo estava errado se eu simplesmente deixasse de ir na escola. Um típico ambiente juvenil repleto de hormonas seria bom para mim, um pouco de normalidade.

– Tudo bem – Anuncia por fim – Mas mantenha-se longe das atenções.

– Claro. Não será difícil – Passara minha vida toda sendo ninguém.

Desligo o celular e o deixo no criado mudo enquanto me dirijo ao banheiro para um duche quente. Marlene tinha deixado lá todo o tipo de produtos para eu usar. Uma grande variedade de shampoos, sabonetes, máscaras, cremes… E eu que achava que Christina era a que tinha mais cuidado com a imagem…

Abro a tampa de vários para sentir seu cheiro. Acabei por usar um shampoo de jasmim e cereja, sabonete líquido de frutos vermelhos e uma mascara hidratante para o cabelo. Eu cheirava como nova! Não com os cheiros aborrecidos de antes. Saí do banho enrolada numa toalha. Mar havia trazido um monte gigantesco de roupa para eu escolher. Escolhi uma sweater as riscas cinza claro e cinza rato que mostrava o ventre, uns jeans azuis-escuros básicos e um casaco de pele vermelho. Conjuguei com uns botins pretos com correntes e fivelas. Minha manicura que Chris fez noite anterior até que conjugava bem com o outfit. Prendi a parte superior do meu cabelo. Desci até à cozinha encontrando as meninas. Os pais de mar já tinham saído. Pelo que Mar me disse, eles eram ambos corretores financeiros. Emprego de altos lucros mas também de altos riscos.

– Bom dia – Cumprimento. Elas fizeram o mesmo e a conversa morreu aí. Ainda estávamos chocadas com o incidente de ontem. Antes de irmos dormir, elas me examinaram pormenorizadamente meu corpo à procura do local de onde viera o sangue na minha blusa. Eu falei que provavelmente caí sobre um animal morto por ali. Uma lebre, um rato selvagem, sei lá. Era a resposta mais plausível. Elas acabaram por concordar comigo e me deixaram quieta. Mas ainda havia a questão de quem fizera aquilo. Não foi um acidente. Eu sabia disso e elas também. Só não sabiam que eu era o alvo e que provavelmente era obra de meu padrasto. Mas não tinha como eu contar isso para elas. Não por falta de confiança, eu sabia que guardariam segredo. Mas elas podiam achar que eu era louca. Ou então eu poderia estar a colocar elas em perigo ao contar. Então eu achei que o melhor para elas era mantê-las na ignorância.

Quando chegámos na escola, nada parecia diferente. Mas estava. E eu me apercebi disso quando vi meu irmão passar de terno no corredor mais à frente. Eu não dei mais um passo, tentando controlar minha ansiedade.

– O que foi? – Mar voltou para trás quando percebeu que eu não a seguia.

– Hum, nada não. – Forcei um sorriso. – Pareceu –me ver uma pessoa que eu conhecia em Kentucky.

– Um namorado que você abandonou quando veio para cá? – Ela sugeriu maliciosamente.

– Nem perto disso. – Sorri. Vamos para a sala.

– Vamos. Encontramos com você na cafetaria – Ela informou Chris que não tinha a mesma aula agora.

– Sorte a dela que não tem biologia de manhã… - Suspirei pesarosamente e me arrastei para a sala. Parte do problema de ir para biologia era que tinha aula com Uriah e não o queria ver. Não depois dos últimos acontecimentos e bem… do sonho.

– Ei, Beatrice! – Alguém me chamou de fora quando cruzei a porta. Olhei para trás e vi Peter.

– Oi Peter – Cumprimentei.

– Como você está? – Eu gelei.

– O-o q-quê? – Gaguejei. Será que já se sabia sobre minha mãe? Sobre o incidente ontem?

Mar, me olhou em alerta também. Claramente o acidente de ontem a afetou emocionalmente.

– Seu pé. Você foi mordida por uma cobra? – Ele riu divertido com minha cara de confusão. A cobra… Parecia um eternidade desde a visita de estudo, mas fora apenas na sexta –feira.

– Ahh sim, melhorou bastante. Como novo.

– Ainda bem. Você e os animais devem ter um historial e peras. Eu sugeria a você não arranjar um animal de estimação. – Ele gargalhou da própria piada. Eu sorri levemente e me sentei com Mar a meu lado.

– Que inferno – Deixei cair a cabeça na bancada.

– Tris, posso falar com você? – Levantei a cabeça para ver quem falara comigo e deixei ela cair de novo ao constatar que era Uriah.

– Ela não quer falar com você agora – Marlene veio em meu auxilio.

– Mas eu só…. – Ele tentou.

– Tente mais tarde! – Ela cortou o assunto. O senti a movimentar-se e sentar atrás de mim.

A turma se silenciou e percebi que a professora chegara mas me mantive na mesma posição. Mar me deu uma cotovela e limitei-me a grunhir. Não satisfeita ela voltou a acotovelar-me.

– Temos um novo professor e ele parece bem gostoso. – Suas palavras me deixaram alerta. Professor novo?

– Bom dia turma. Eu sou o novo professor de biologia de vocês. Me chamo Caleb Prior. – Eu arregalei os olhos ao ver meu irmão na minha frente. Como professor.

– Prior? – A morena questionou. – Você não é Prior?

– É…. – suspirei. – E esse é meu irmão Caleb.

Ela olhava de boca escancarada de mim para ele. Eu me senti desconfortável no banquinho.

– Eu não me sinto bem… - Aviso Marlene. Pego minha bolsa e saio pela porta fora, com os olhos da turma postos em mim. Me sentei do lado de fora da sala olhando para o teto, esperando que a aula acabasse.

Eu estava com meu livro de cálculo no colo exercitando um pouco quando deu sinal de saída. Arrumei tudo e esperei minha amiga sair da aula e saí dali quase correndo e arrastando ela junto.

– Não entendo… - Apontou ela – Você não me parece muito feliz de reencontrar seu irmão.

– E não estou – Falo com demasiada arrogância - Ele me abandonou. Abandonou minha mãe e nunca mais deu notícias.

– Certo – Ela não parecia querer encerrar o assunto. – Percebo porque está magoada mas talvez ele tenha uma boa justificação.

Eu pensei um pouco sobre isso.

– Não há nada nesse mundo que justifique isso. – Declaro quando chegámos à cafetaria.

“Não seja tão dura com ele. Tudo o que ele fez foi porque te amava e amava sua mãe”

Quando a voz fala comigo de novo na mente eu dou um salto assustada. Tem várias semanas que ela não me tem incomodado. Marlene acaricia meu ombro me chamando para a realidade.

– Você está bem? O que aconteceu?

– Nada… Acho que foi um arrepio…

Ela assente e nos dirigimos para a fila de almoço. Chris se junta a nós e após nossos pedidos, nos sentámos todas numa mesa. Como o tempo estava bem chuvoso e escuro lá fora, as luzes do refeitório estavam acesas.

– Oh merda… - Chris palavreou.

– O que foi? – Nenhuma me respondeu. Apenas olharam para um ponto especifico e baixaram a cabeça. Sem perceber eu olhei na mesma direção.

Primeiro, vi apenas os garotos e Molly com um grupo considerável de jovens, a maior parte com o uniforme da torcida ou do time. Provavelmente eram aqueles denominados populares. Mas não achei que foi isso que assustou tanto elas. Então olhei mais adiante. Então vi. Três garotascaminhando com firmeza, olhos vidrados em mim. Elas me davam arrepios. A do meio sobressaia-se pelo cabelo verde e lábios vermelhos. As outras eu consideraria mais normais se não fosse a maquilhagem super escura e carregada, dando um aspeto sombrio a elas. Elas pareciam uma mistura entre meninas góticas e meninas de Beverly Hill (como aquele filme). Me dava um arrepio só de olhar para elas.

Elas se aproximaram da nossa mesa, nos encarando. O refeitório parecia ter ficado todo em silêncio, esperando pelo que viria a seguir.

– Olh, olha se não é a nova garotinha! – A de cabelo verde falou. – Está gostando da escola?

– Sim – Disse simplesmente.

– Oh, você está? – Ela e as outras se entreolham com sorrisinhos cínicos. – Mas você tem muito azar. Já foi atacada por um lobo, mordida por uma cobra e ainda levar com um tabuleiro de comida em cima!

– Mas eu não levei com nenhum tabuleiro. – Mal eu havia terminado de falar, ela pega no meu prato de empadão e o vira sobre minha cabeça.

– O que você estava dizendo? - Pergunta inocentemente – Ups!

Algo no meu peito acende. Fúria. Eu estava ficando brava, muito brava. As amigas me acenam falsamente. Cerro os dentes com tanta força que a mandibula começa até a doer. Quando dou conta, a lâmpada por cima de nossas cabeças explode e eu acordo do transe. As três garotas dão um passo atrás assustadas, me olham e desaparecem, sem tirar os olhos arregalados de mim. Eu fico olhando para o local onde outrora estava a lâmpada. Bendita hora que ela resolveu estourar! Não podia ser um pouco mais cedo não?

Minhas amigas me seguram os braços e me levam até um banheiro. Eu já cheirava horrivelmente a carne.

– Quem são elas? – Pergunto exasperada enquanto elas me ajudam a limpar o cabelo.

– As bruxas.

– AS bruxas?

– É como as pessoas as chamam, pelas suas vestimentas e bem, por não serem tão amigáveis assim. – Mar esclarece.

– A loira é a Megan, a morena Miriam e a de cabelo super creepy verde é a Lyra. – Chris completa.

Eu assinto e me concentro a retirar os restos de comida. Molly entra com seu saco de desporto.

– Toma, acho que vais precisar – Ela me atira ele. Eu olho para ela perplexa. Desde quando ela é simpática comigo? Ela está com umas calças jeans, um top preto e o casaco do time da escola: Bulls.

– Para mim? – Pergunto ainda na duvida.

– Sim garota. Ou você prefere feder a comida o dia todo? – Ela bufa.

– Obrigada – Digo com sinceridade. Ela assente.

Coloco a mão dentro do saco e tiro de lá o uniforme do time de torcida.

– Está brincando! – Eu falo.

– Era a única coisa que tinha no armário. – Ela se defende – Talvez suas amigas tenham algo melhor.

Elas negam com a cabeça. Suspiro e me forço a vestir. (O da esquerda)

Coloco a roupa suja num saco de plástico bem apertado para não libertar cheiro e coloco na mochila para depois meter no armário.

– Até que não ficou tão mau! – Mar fala e eu fuzilo-a com os olhos.

– Bom, minha boa ação do dia está feita. Adeus – Molly desaparece.

– Até que ela foi bem legal – Admito.

– Super! – Chris falou. – Ainda bem que não estavas com o casaco vestido. Aqui, veste ele.

Peguei o casaco e até que não destoava de todo do conjunto. Respirei fundo e saí do banheiro, com elas do meu lado. Assobios ecoam e eu me tento esconder dentro do casaco mas claro que não adiantou nem um pouco.

– Se eu soubesse que era esse o resultado, eu mesmo tinha virado a comida nela! – Um nogento falou quando passei e ao redor, outros nojentos acenaram em concordância. Arghh. Passamos pelas líderes de torcida e restantes. Tobias dá um sorriso trocista e eu mostro a língua. Não tinha nem sinal de Uriah.

– Ei! – Uma líder de torcida loira platinada chama – Você não têm autorização para andar de uniforme garota!

– Fui eu que emprestei a ela! – Molly se interpõe. – É uma exceção, então fica na sua Katlyn.

Eu continuo andando, farta das atenções voltadas para mim. Então me lembro do que Tobias falou no celular “Mas mantenha-se longe das atenções”.

Já é tarde para isso, penso.


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Notas finais do capítulo

GOSTARAM????? Bem, então, 5 Comentários e 1 recomendação e terão o próximo capitulo!!!! É isso mesmo. E para ficarem mais motivadas darei uns pequeninos spoilers:
"-Eu sabia que era você!"
" - Você fez o que? Caleb, me responde agora!"
"- Se eu fizer isso, o que acontecerá comigo?"
Aguçou a curiosidade? Não? E se eu disser que próximo Capitulo desvendarei o mistério dos animais? u.u
SABEM O QUE FAZER! KISS
P.S.: AS "BRUXAS":
—http://www.vogeek.com.br/wp-content/uploads/2014/05/Black-Milk-Witch-Please_13.jpg
—http://www.vogeek.com.br/wp-content/uploads/2014/05/Black-Milk-Witch-Please_04.jpg



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