Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 10
Dúvidas desesperadoras


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, eu gostaria de expressar minha tristeza ao contar que meus leitores estão deixando de comentar. Isso é bastante desanimador. E por isso esse capitulo demorou mais tempo a ser postado. Pois estava sem vontade de postar.
Mas aí está o capitulo e espero que gostem,
Meu abraço e agradecimento a Irys Nathalia por sempre me apoiar e continuar comigo. Muito obrigada fofa.



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Eu acordei com a cabeça pesando. Nunca tive um sonho tão estranho. Foi horrível. Pior que Caleb aparecia no meu sonho. Não o vi, não vi sua aparência, talvez por ser um sonho e eu nem ter ideia de como ele seria agora. Ou pelo facto de que no sonho eu não via mesmo nada. Minha visão tinha sido privada de mim. Por outro lado eu sentia o dobro. Me recordei em como meu corpo parecia mergulhado em chamas, como se de uma bruxa condenada à morte se tratasse. Eu tinha gritado tanto que se não fosse um sonho eu estaria rouca. Tentei abrir os olhos mas a luz forte me machucava e tornei a fechar eles. Lentamente tentei me sentar na cama. Ela parecia tão dura abaixo de mim. Antes que pudesse processar alguma coisa, uma tontura forte se apoderou de mim e me obrigou a deitar de novo. Respirei profundamente e tateei o espaço com minha mão esquerda. A superfície era plana, fria e não macia e quente. Alarmada tentei mexer com a mão direita mas ela parecia estar presa. Comecei a entrar em pânico e a me remexer. Abri os olhos e olhei para meu lado direito. Eu não estava presa. Era Uriah que segurava minha mão enquanto dormia pesada e desconfortavelmente numa cadeira ao meu lado.

– Uriah – Sufoquei ao falar. Ele não me ouviu então chamei mais alto. Dessa vez ele me ouviu e acordou meio estremunhado.

– Você acordou! – Ele tentou sorrir mas foi difícil quando foi apanhado por um bocejo. – Você está bem?

– Tão bem como que se fosse atropelada por um camião – Gracejei mas vi Uriah fechar sua expressão. – O que foi?

– Bea, o que você se lembra? – Ele perguntou se aproximando mais. Tão próximo que eu sentia sua respiração na minha pele.

– Não de muito realmente – Confessei. – Algo que eu devesse saber? O que aconteceu? Porque estou numa…. Maca!

Ele olhou para o chão.

– Uriah! – chamei.

Nada. Nem uma reação, olhar, nada. Comecei a ficar alarmada. Me estiquei sobre ele tentando consolar ele, mesmo não sabendo o porque dele estar tão cabisbaixo. No processo eu estiquei o braço. Uma faixa branca o enrolava na parte superior. Gaze. Espontaneamente, eu olhei para o tornozelo. Também ele estava enfaixado.

– Oh – O que quer que eu iria dizer, ficou entalado na garganta.

O ataque em minha casa não havia sido um sonho. Minha mãe estava realmente morta. Assassinada por meu padrasto que me havia também tentado matar. Eu corpo confirmava isso.

– Tris, eu lamento muito. – Ele me abraçou forte e só aí percebi que lágrimas minhas rolavam e molhavam sua camisa.

Eu reproduzi tudo na minha cabeça tentando perceber o que era verdade ou um sonho. Uriah me levara o telemóvel e consequentemente, me salvado e afugentado Eric. Os rapazes tentaram ir atras dele. Eles me trouxeram para esse lugar. Eu passei um inferno de dor. Uriah me apoiara, ficando a meu lado. Prendi a respiração quando apanhei o ultimo pormenor antes de apagar completamente. Eles me trouxeram até Caleb.

Me sentindo traída, puxei Uriah para trás com tanta força que ele cambaleou.

– Beatrice? – Ele perguntou confuso.

– VOCÊ SABIA! VOCÊ SABIA! – Eu gritei com as lágrimas brotando cada vez com mais intensidade.

– O que você está falando?

– Você sabia que Caleb era tudo para mim! – Balbuciei entre o choro – Todo esse tempo você sabia onde ele estava… E você me escondeu!

– Tris, eu não podia… - Ele tentou se aproximar e colocar suas mãos nos meus ombros.

– ME LARGA! – saltei fora da cama ignorando as tonturas. Eram mais fáceis de suportar do que a traição dele.

– Tenta compreender! – Ele avançou uns passos. Eu balancei a cabeça sem conseguir botar para fora uma palavra que fosse. Minha garganta apertava e sentia um bolo obstruindo ela. Bati de costas com a porta e a abri de imediato, correndo para fora. – TRIS!

Ele corria atrás de mim mas tal era meu desespero, minhas pernas ganharam velocidade. Quando o corredor terminou e me levou a outro comodo travei. Na sala de estar, Will, Tobias, Molly e uma outra garota me encaravam numa mistura de surpresa e susto. Enquanto eu retribuía o olhar, o moreno me alcançou. Mas eu dei um salto para a frente e me virei de frente ignorando os restantes.

– ME LARGA! – Gritei – EU TE ODEIO! OUVIU? TE ODEIO?

Limpei meu nariz à manga da enorme camisola com que eu estava vestida. Eu devia parecer uma louca mas no momento não me importava nem um pouco.

– Ela te odeia por você ter salvo ela? – Will pareceu incrédulo – Tudo bem que isso veio com uns acréscimos mas ainda assim é vantajoso, não acha? Afinal, está viva!

– Will… - O tom de Uriah era cortante e Will logo se calou.

– Acréscimos? – Eu gritei

– Ohh, ela não sabia… - Ele coçou a nuca. – Então porque está tão agitada?

– Will, deixa eles se acertarem – Tobias pediu num tom mais neutro que Uriah.

– Eu não te podia contar! – Ele começou mas eu ignorava ele, apenas abanando a cabeça como criança.

– PORQUE NÃO? ELE É MEU IRMÃO! – Continuei gritando.

– Porque eu dei ordens a ele para não o fazer. – Olhei para o lado e vi Caleb a descer as escadas. Claro que não era o Caleb que eu conhecia. Seu rosto mais amadurecido, seu corpo mais másculo, mas ainda assim era meu irmão.

– PÁRA TUDO! – Molly se levantou do sofá onde estava até então. – Tris é irmã de Caleb?

– Essa eu não previa – Will se pronunciou. Mas eu estava mais atenta a Caleb.

– Você nem um sinal de vida deu…. – Choraminguei. – Nós pensávamos que você estava morto!

– Era melhor assim – Ele falou sem qualquer emoção.

– Melhor? – Guinchei – Para quem? Toda a sexta feira mamãe preparava seu café da manha favorito, mesmo sabendo que eu odiava e que você não estava lá. Ela sempre ia seu quarto limpar o que já estava limpo e dobrar sua roupa já dobrada. Nós temos vivendo um inferno! Mamãe está morta! E você aqui mesmo ao nosso alcance e nem… Nem…

Eu me engasgo na última parte e começo a soluçar. Ninguém se move desconfortável.

– Eu continuo sendo seu irmão – Ele quebra o silêncio. – Eu cuidarei de você agora.

– Não, você não é! – Acuso – Meu irmão está morto assim como toda minha família. Você é um desconhecido.

Ele não diz nada e fica me olhando.

– Você queira ou não, você agora corre perigo e eu vou proteger você – Ele avança.

– Faça o que fez até agora e se mantenha longe de mim – Me aproximo dele e lhe dou um tapa, tão forte que quase machuco a mão. – Prefiro me virar sozinha.

Avisto a saída e corro até lá com as lágrimas voltando. Esse não era meu irmão. Esse era uma pessoa sem coração. Ele nem pestanejou à menção da morte da nossa mãe. Que tipo de monstro é capaz de algo assim? Meu coração estava dividido. Por um lado batia descompassadamente por ter encontrado quem eu tanto procurei e por outro, encontrar alguém que outrora eu conhecera mas que agora era um estranho para mim.

Com um olhar percebi que estávamos na periferia da cidade, onde os prédios eram substituídos por casas, bem afastadas umas das outras. Não importa. Escolhi um caminho aleatório. A sensação do vento chicoteando no meu rosto era incrivelmente reconfortante. Eu não queria pensar, em nada. E o uivo do vento me facilitava isso. Com ele retumbando nos meus ouvidos era impossível concentrar e isso era bom. Quando me apercebo, tem uma orla de uma floresta bem do meu lado esquerdo. Umas mesas de piquenique tomavam algum espaço da orla e uns banquinhos. Um pouco mais distanciado, um pequeno gralhador em mau estado, provavelmente devido ao mau uso e às condições climatéricas. Com meu calcanhar machucado, decido me sentar numa das mesas e descansar um pouco e pensar no que farei agora. Por mais que não queira admitir, eu sabia que Eric estaria ainda no meu encalço. Mas eu era demasiado orgulhosa para aceitar a ajuda de Caleb agora. Eu estava muito machucada, não só por fora. Meu coração também sangrava.

Algum tempo depois e ainda sem qualquer resolução, ouço o som de pneus travarem no solo terroso. Olho na direção do som e vejo um Opel Mokka vermelho parar na minha frente. Dele sai Tobias. Sem uma palavra sequer ele se senta à minha frente, com apenas uma mesa entre nós.

– Como sabia que eu estava aqui? – questionei.

– Na verdade esse é o meu local preferido para passar um tempo sozinho.

– Então você não estava me procurando? – Pergunto com uma sobrancelha arqueada em duvida.

– Eu estava. – Confessa – E pensei que talvez você não resistisse a esse lugar quando cruzasse por aqui.

– E como sabe que eu vim por este lado e não pelo outro?

– Rastreei seu cheiro – Ele sorriu um pouco e soube que estava brincando é claro. Humanos não rastreavam cheiro.

– Então e agora? – Suspirei pesadamente – Vamos passar à frente a parte que me recuso ir com você e você me leva à força para seu carro?

Ele me olhou nos olhos e pude jurar que vi um relampejo de duvida em seu olhar.

– Você realmente não quer ir não é? – Ele adivinhou.

– É muita coisa na minha cabeça… - Desabafei. – Não consigo fingir que tudo está bem e que somos uma família feliz. Não consigo Tobias.

– Eu te entendo. – ele assente. – E que tal… Eu te emprestar meu celular e você ligar para Chris ou Marlene?

– Para quê? – Não entendi onde ele queria chegar.

– Para pedir para passar um tempo na casa dela. Dada sua recente situação não me parece que ela irá recusar. Então eu a levo até lá e falo para os outros que não achei você.

Eu olhei para ele com os olhos brilhando.

– Você faria isso por mim?

– Sem pestanejar.


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Notas finais do capítulo

OK! Gostaram? Novos tempos vêm aí na fic e ainda existe muito a ser desvendado.
AGORA! COMO TEMPOS DRÁSTICOS REQUEREM MEDIDAS DRÁSTICAS, EU SÓ POSTAREI PRÓXIMO CAPITULO COM 10 COMENTÁRIOS OU EU JURO QUE EXCLUIREI A FIC .
Não custa nada deixar um "gostei" ou " não gostei". Eu fiz minha parte. Agora espero que façam a vossa.