Winter is Coming escrita por Samantha Stark


Capítulo 17
Capa negra - capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Como o capítulo anterior foi bem extenso, esse eu fiz bem pequeno, assim não fica tão cansativo a leitura



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Winterfell

Sede da casa Stark

 

Jon entrara em seus aposentos depois de um longo treino de espadas. Estava satisfeito por ter vencido o petulante Theon Greyjoy. A malha debaixo de seu gibão de couro fervido, grudava em seu corpo devido ao seu suor. Sentia calor, o que era incomum naquelas terras. Começou a desfazer os nós que prendiam suas roupas, passado algum tempo estava com o peito nu. Ouviu alguém bater a sua porta, não estava a esperar por ninguém. Pensou que podia ser mais um truque de Jenny Poole ou talvez o próprio Greyjoy buscando vingança.

— É o meistre Luwin - informou a voz rouca atrás da porta.

Jon abriu a porta de madeira e se deparou com o velho enrugado.

— chegou um corvo para você, na manhã de ontem, com todo o transtorno de Bran, não tive a oportunidade de entregá-lo - disse meistre Luwin

— como esta a senhora Stark? - perguntou Jon, de fato, estava preocupado com seu estado, dormira desde o incidente e até então não acordara

— ainda dormindo, esta recuperando as energias que perdeu, ela irá ficar bem - tranquilizou o homem cinzento - aqui esta..

Jon pegou a carta das mãos do Meistre e imediatamente reconheceu a letra, estava um pouco trêmula, mas era dela. Carta de Samantha. Um sorriso tomou seu rosto sem consentimento.

— obrigado meistre luwin - disse, por fim, enquanto virava-se para abrir a carta.

O velho fechou a porta com um olhar triste, sabia que a senhora Catellyn havia feito algo ali, as caligrafias eram parecidas, não iguais. Mas Jon imerso em sua alegria momentânea, não repararia em detalhes.

Jon apressou-se para abrir aquela carta, tomado pela emoção e curiosidade. Queria escrever-lhe mil cartas, todas de amor, queria que soubesse o tamanho do seu amor por ela. O jovem de cabelos negros começou a ler as palavras da amada. Uma a Uma.

...Devo me casar no décimo quarto dia de meu nome. Jamais voltarei a vê-lo. Sinto que tenha que ser assim, estou devastada mas tenho um dever com a minha casa e com a minha família.

Jon permaneceu parado olhando a carta, enquanto lágrimas pingavam e molhavam o papel. Eu a perdi, eu a perdi. Repetia a sí mesmo. Um desespero tomou conta de seu corpo, sentiu-se novamente um garotinho rejeitado. O bastardo do norte. Samantha o fazia sentir que deveria estar ali, deveria apesar dos olhares de desprezo da senhora de Winterfell, deveria apesar dos murmúrios que ouvia sobre sua mãe, se era uma prostituta ou uma mulher bem nascida. Sem Samantha, sabia que não pertencia aquele lugar. A que lugar pertence um bastardo? Fora tolo por acreditar que poderia casar com uma donzela como Samantha Stark, filha do senhor protetor do norte e de uma Tully de Correrrio. Sentia-se imponente. Enquanto estava imerso em seus pensamentos, mais lágrimas escorriam pelo seu rosto. Sequer ouviu quando bateram a sua porta.

 

Robb sentiu-se obrigado a entrar mesmo sem ouvir permissão. A cena que encontrou o deixou atordoado por alguns segundos. Seu irmão estava sentado na cama, ao lado de um papel, que parecia ser uma carta, sem expressão, olhando para o vazio das paredes frias do quarto, com o rosto molhado.

— Jon? - chamou Robb cautelosamente enquanto adentrava os aposentos. O rapaz não parecia ouví-lo, então ele aumentou o tom de voz - Jon!

Dessa vez o jovem virou-se para ele, não houve expressão quando o viu. Não demorou mais que um segundo para que voltasse a olhar para as paredes.

Robb se aproximou e pegou a carta, Jon pareceu não se incomodar ou notar. Depois de ler as breves palavras de sua irmã, ele compreendeu o que se passava. Por muitos anos tentou negar e contrariar o romance que surgia entre os dois, mas com o passar do tempo, tornou-se impossível. Ele buscou dentro de sí toda a compreensão do mundo para apoiá-los, mesmo que não acreditasse que teriam um final feliz. E ele estava certo. Samantha estava tomando o rumo que nasceu pra seguir, seria senhora do próprio castelo em algum lugar do sul, bem casada, e teria muitos filhos e filhas para dar continuidade a sua geração.

— você sabia que isso aconteceria, Jon, no fundo sempre soube - Robb tentara buscar palavras de conforto, mas sabia que não o ajudariam - Há outras mulheres em Winterfell, somos jovens, pode se apaixonar de novo e de novo e….

— eu vou vestir o preto - o garoto o interrompeu, dessa  vez, olhando-o nos olhos

— Jon… Não

— Não há nada pra mim em Winterfell, eu sou um bastardo. - cuspiu as palavras, amaldiçoando-as 

— Eu preciso de você ao meu lado, Jon, viu o que houve com Bran, com a minha mãe- Robb insistia

— sua mãe não me quer aqui e faz questão de deixar claro o seu ponto, eu não a culpo. Você não precisa de mim, Robb, terá todo o norte ao seu dispor, você é o lorde de Winterfell enquanto vosso pai estiver ausente. Você sempre soube o seu lugar, eu apenas fantasiei o meu. Acreditava que eu, um bastardo, sem nada a oferecer, podia casar com uma moça bem nascida - ele soltou um sorriso amargo antes de voltar a olhar para o irmão - Preciso encontrar meu lugar, Robb

Robb sabia que ele tinha razão, por mais que quisesse sua presença e sua ajuda, precisava deixá-lo ir. A alegria de Jon sempre fora Samantha, Arya e agora ambas foram embora. O garoto de cabelos vermelhos respirou fundo antes de dizer as palavras.

— então faça uma boa viagem, irmão - disse estendendo a mão

Jon o abraçou. Naquele momento sabiam que eram irmãos, tinham o mesmo sangue, eram melhores amigos. Robb sentiria sua falta, como sentia do restante de sua família.

Passado algum tempo, Robb deixou Jon a sós com seus demônios. O rapaz começou a arrumar suas malas depois de escrever uma carta para o seu pai, Ned stark, dizendo-lhe sobre sua decisão e pedindo permissão para se juntar aos homens da Patrulha da Noite. Colocou a carta junto a seus pertences, para lembrar o motivo de sua decisão. Samantha tinha sido o maior amor de sua vida, jamais deixaria de amá-la, mesmo depois que ela casasse, ela foi a primeira e última mulher de sua vida.


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