Winter is Coming escrita por Samantha Stark


Capítulo 15
capítulo 13 - Winterfell


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo se passa no Norte, sob as perspectivas de Jon e Catelyn
Espero que gostem!!



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Quando se procura geralmente se encontra alguma coisa, sem dúvida, mas nem sempre o que estávamos procurando

— O Hobbit




Winterfell

Sede da casa Stark




As manhãs em Winterfell eram demasiadamente frias, mas aquela, em especial, estava diferente. Jon Snow podia sentir o gélido ar da mata dos lobos encher seus pulmões. o inverno está para chegar, pensou consigo mesmo. Aquelas eram as palavras Stark que, diferente das demais grandes casas de Westeros, não remetiam a tempos heróicos, de glória ou bravura, se tratava de um aviso, mais antigo do que o próprio castelo. A velha ama contava-lhe histórias quando era criança, Jon e Robb adoravam ouví-las, lendas sobre os Outros, criaturas feitas do próprio gelo, vazias de alma ou qualquer vestígio de humanidade. Seu irmão fingia não acreditar mas Jon podia sentir o medo crescendo dentro dele. Ela falava-lhes sobre a Longa Noite, quando essas aberrações ameaçaram destruir o mundo conhecido. Dizia-lhes que a escuridão tomou os céus durante uma geração inteira, com o inverno mais forte que os homens já vivenciaram. Crianças morriam de fome nos braços das mães que choravam e sentiam as lágrimas congelar em seus rostos. Jon sentiu um tremor pelo seu corpo e encolheu-se na capa de pele de urso que pendia em seus ombros. Continuou a andar pelo pátio de Winterfell, o qual parecia estranhamente vazio desde a ida do senhor seu pai, suas irmãs e Samantha. Viu-se novamente pensando em Samantha e na falta que sentia de tê-la por perto. Tentara não pensar no tempo que passariam separados ou mesmo, questionar-se se, de fato, um dia voltariam a estar juntos.

 

Em uma torre de pedras, não muito distante, estava Catelyn Tully ao lado do seu filho quebrado, Bran, ele parecia tão miúdo debaixo de todas aquelas cobertas, pensou, e pálido. Meistre Luwin dissera que o perigo maior já tinha passado mas Catelyn não acreditava, não, e se aquele fosse o último momento com seu amado rebento? e se Bran precisasse dela e não a encontrasse? não, ela não podia deixá-lo. Sentia a exaustão e o medo consumindo-a, não dormira desde a queda de Bran.

com sua licença, minha senhora, há assuntos que requerem vossa atenção - ouviu uma voz vinda da porta.

Virou-se para fitar o homem que jazia em pé nos aposentos. Era pequeno, com poucos cabelos cinzentos na cabeça. Meistre Luwin.

Não há tempo para discutir números e frivolidades agora, Luwin, deixe-me a sós - vociferou Catelyn.mas, minha senhora… - começou o meistre - nomeações precisam ser feitas, os nossos armazéns precisam ser abastecidos novamente, além disso, corvos chegaram de Porto Real, cartas da senhora Samantha, acredito que possam alegrá-la.

A ideia de saber sobre sua família no sul a apavorava, estava constantemente aflita com a possibilidade do pior acontecer. Mas, mesmo assim, ergueu a mão para pegar a carta. Meistre Luwin tirou de um dos bolsos costurados em seu manto de lã escura, a carta que pertencia a senhora de Winterfell. Suas mãos desajeitadas e velhas tiraram mais do que apenas uma escrita, a segunda carta, cujo remetente estava desenhado com os finos traços da garoto lobo, caiu no chão. O velho homem apressou-se para pegar o papel caído, porém os olhos atentos de Catelyn foram capazes de identificar uma letra. Sentiu seu corpo arder.

entregue- me a carta, Luwin - exigiu Catelyn

Luwin colocou a primeira carta na mão da senhora Stark, que manteve um semblante duro. Ela continuou com a mão estendida, como quem espera por mais.

todas - disse calmamente minha senhora, essa carta está destinada a outra pessoa, vossa filha queria que fosse entregue particularmente. entregue-me, agora, é uma ordem - insistiu

Diante de tal comando, o velho nada podia fazer senão atender aos desejos de sua senhora. Trabalhava para os Starks por tanto tempo, trouxera ao mundo todos os filhos do senhor Eddard Stark, acompanhara o crescimento de todas aquelas crianças. Sabia bem o que aquela carta os custaria, mesmo sem ler o conteúdo, podia imaginar.

deixe-me a sós, Meistre Luwin - disse Catelyn friamente

O homem arrastou-se até a porta e depois de fazer uma sutil reverência, em sinal de respeito, se retirou e fechou a grande porta.

Catelyn olhou aquela carta lacrada, o nome escrito com tinta preta. Podia sentir a raiva tomando conta de sí. Jon Snow. Sequer procurou um abridor, com as próprias mãos rasgou o papel. Um pequeno texto com poucas palavras. Dizia-lhe que sentia saudades de casa, que o Sul fedia e era demasiado povoado, que logo voltaria para a árvore coração, logo voltaria para o Bosque Sagrado. Catelyn passou os olhos por aquelas linhas novamente e novamente, sabia que estava deixando algo passar, sentia em seu coração. Foi então que ela lembrou. Lembrou da infância dos meninos, quando Samantha estava magoada, costumava se isolar no bosque sagrado e, durante algum tempo, só aceitava a companhia de Jon. Um dia, a mulher foi atrás da filha depois de uma discussão que tiveram, Sam já não era mais uma menina, era quase uma mulher formada agora. Quando chegou, percebeu seu atraso, ele havia chegado antes. Então, Catelyn observou, o modo como ele segurava as mãos pálidas de sua filha, como tinham longos olhares cheios de ternura, a maneira que ele tocava-lhe os cabelos enquanto falava algo que Catelyn não podia ouvir. Ela sabia o que estava acontecendo, mas como acreditar? Jon Snow nunca pertencera àquele lugar, era um bastardo, devia ter sido criado junto a mãe, o mais longe possível da visão da senhora Stark. Soube, naquele instante, o verdadeiro significado da carta. Não conseguiria jamais dizer aquelas palavras em voz alta, ela o ama. Sentiu sua garganta fechar, como se o ar fugisse do seu alcance. Não. Sua filha jamais se casaria com um bastardo ou muito menos um meio-irmão. O que seriam? Os Targaryen?. Essa atrocidade seria vista como um crime aos olhos dos deuses, jamais seria permitido. Mas e se sua menina fugisse junto ao bastardo do norte? se ele a levasse embora pra sempre? para viver uma vida pobre, sem títulos. Não. Ela não podia deixar que isso acontecesse. Precisava tomar uma medida urgente. Olhou para Bran novamente para certificar-se que ele estava bem. Levantou-se e foi até a escrivaninha, olhando de relance para o filho de tempos em tempos. Catelyn, particularmente, ensinara seus filhos a escrever, sendo a mais velha das meninas, Samantha aprendera uma caligrafia deveras parecida com a da senhora sua mãe. Agora, Cat via a vantagem nisso. Pegou uma pena e a molhou no pote de tinta negra, tentou afastar a raiva para poder pensar melhor. Começou escrevendo da mesma forma que estava na carta original, mas, ao chegar nas linhas que contavam sobre sua experiência no Sul, a mulher alterou algumas palavras.

...O Sul é demasiado povoado, mas tenho apreciado sentir o calor do sol na capital, tão diferente de Winterfell. Jon, gostaria de poder estar com você mas as coisas nem sempre saem conforme o planejado. Estou prometida, Jon, a um lorde. Devo me casar no décimo quarto dia de meu nome. Jamais voltarei a vê-lo. Sinto que tenha que ser assim, estou devastada mas tenho um dever com a minha casa e com a minha família.

Voltou a ler aquelas palavras, letras tão parecidas com a de vossa filha. Sabia que estava fazendo o necessário, dessa forma Jon casaria com alguma camponesa e viveria longe de sua família. Sua filha seria muito bem casada, teria muitos filhos legítimos. Samantha aprenderia a amar o homem a quem será prometida, como a própria Catelyn aprendeu. Fora jurada ao irmão do senhor seu marido, Brandon Stark, porém após o assassinato do mesmo pelas mãos do rei Aerys Targaryen, ela casou-se com o filho do meio de Rickon Stark, o, agora, herdeiro de Winterfell, Eddard Stark. Engravidou rapidamente depois de desposada, do seu primeiro filho, Robb. Então, Ned partiu para a Rebelião de Robert e voltara com o filho de outra mulher. Mas Catelyn teria sido capaz de perdoar mil bastardos de Ned, se ele não o tivesse trazido para o norte e dito a todos que aquele era o seu filho, por isso, ela jamais conseguiria perdoá-lo. Não foi difícil para ela amar Ned de todo o coração apesar de sua traição assombrá-la diariamente, não seria para Samantha também.

Caminhou até a porta, sentindo a raiva ainda arder em seu corpo, Meistre Luwin a aguardava atrás da madeira. Ele tornou a falar sobre as necessidades do castelo, quando entrou. Catelyn entregou-lhe a carta lacrada e disse-lhe que mudou seus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Depois desses acontecimentos, quem leu o livro ou assistiu a série lembra da tentativa de assassinato a Bran. Pronto, é isso o que acontece depois desse capítulo. Se vocês sentirem necessidade de um capítulo especificando essas coisas, só falar!
Deixem suas opiniões!!



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