Winter is Coming escrita por Samantha Stark


Capítulo 13
Chegada a Porto Real - capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, quarta-feira, capítulo novo. Ia ser as 14:20 mas não deu pra agendar no mesmo dia, então postei logo.



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A única razão de sermos tão apegados a memórias,

é que elas não mudam mesmo

que as pessoas tenham mudado.

— Dean Winchester, Supernatural.

 

Ned decidira seguir viagem com as filhas e sua comitiva, a frente da família real, afim de apartar a crescente tensão entre ambos. Sam viajava com as irmãs e Septã Mordane na casa rolante, o calor do sul a consumia por inteiro e sentia seus lábios secos, tomou um longo gole de água da garrafa que trazia consigo e percebeu que estava quente, teve vontade de cuspí-la mas sabia que aquilo seria uma afronta aos ensinamentos sobre etiqueta da roliça Septã, então forçou-se a engolir aquele liquido quente e de gosto amargo. Seu passeio com lorde Renly Baratheon havia sido adiado e ela não o vira desde então, separara um de seus melhores vestidos para a ocasião, não podia esquecer-se de que era ele um nobre, irmão do próprio rei, não queria ser motivo de vergonha a sua família, ainda que não fosse de sua natureza importar-se com opiniões alheias, mas sua mãe iria querer isso e sua irmã Sansa ficara tão feliz quando a morena contara-lhe a respeito do convite que Sam precisava fazer isso, precisava ser bela e gentil, por elas. Sansa penteara os cabelos ruivos até brilhar, dizia que deveria estar em sua melhor aparência quando chegassem a Porto Real, afinal era ela a prometida do príncipe e futura rainha de Westeros, sentia que era sua obrigação ser uma imagem de beleza e confiança ao povo, precisava que eles soubessem que era seria boa em seu reinado ao lado do galante Joffrey, como fora Rhaella Targaryen e Elia Martell em suas épocas ou Cersei Lannister, a atual rainha. Arya por outro lado, trajava sedas purpuras que vestira de má fé a mando de Septã Mordane, o rosto longo estava inchado pelas noites que passara chorando, a cada dia que se passava parecia mais infeliz e carrancuda. Sam esperava que pudesse mudar isto ao fim da viagem, mas temia que estivessem no mesmo barco. Desde a noite em que as lobas foram poupadas e o menino Mycah fora brutalmente assassinado pelo Cão de Caça, tentara não mais pensar em Winterfell, ou seus irmãos, ou Jon. Não chorara desde então. Mas, havia ainda um vazio dentro de sí que parecia nunca se esvair.

— Chegamos, chegamos! Vejam Sam, chegamos! - Sansa dera pulinhos de alegria, enfiando a cabeça para fora da casa rolante.

As carruagens geralmente não possuíam janelas, mas Arya gostava de apreciar a paisagem e Sam temia lugares fechados, então Eddard Stark pedira que construíssem uma especialmente para elas, no final até Sansa concordou que estava melhor dessa forma. Sam colocara a cabeça na outra janela, que ficava na extremidade oposta, Sansa estava certa, tinham chegado.

A fortaleza vermelha se erguia a sua frente, era magnífica, feita de pedras vermelhas. Fora construída por Aegon, o conquistador e finalizada por Maegor, o cruel. Ficava no topo na colina mais alta, a colina de Aegon e possuía sete torres, Sam deduziu que uma delas seria a Torre da Mão e pediu aos deuses que fosse a mais afastada da cidade, tiveram que passar pela baixada das pulgas no caminho até o castelo, a cidade cheirava como um animal morto, Arya apostara que fedia ainda mais. Alyssia a prevenira a muito que as fezes eram jogadas nas ruas por uma incompetência por parte do rei. A cidadela poderia ser bonita, se não fosse o lugar mais povoado que Sam já vira, possuía mais bordéis e casas que conseguira contar, vendedores ambulantes estavam por todos os lugares e um até tentara vender-lhe uma pulseira feita com pedras das cidades livres, estavam perto do porto pois o cheiro inconfundível de peixe pairava no ar. Os grandes portões de bronze da Fortaleza Vermelha já estavam abertos, o senhor seu pai chegara primeiro e Sam imaginava que estivesse descansando em seu quarto, afinal a viagem fora longa e cansativa. Jory abriu a porta, era capitão da guarda da Mão, acompanhara-os desde Winterfell, fora ele quem encontrara Arya depois dos incidentes no Tridente, e conforme a pequena lhe contara, a ajudou a afugentar Nymeria jogando-lhe pedras. Sam sorriu ao homem que tomou sua mão, ao descer ela percebeu que o castelo não só parecia como de fato era gigantesco, as paredes eram vermelhas e havia guardas por toda parte, criados e ajudantes corriam pelos corredores a todo pique. Quanto mais andava mais sentia que aquele lugar não tinha um fim, os corredores mudavam a medida que se aproximava do interior da fortaleza, ora claros, ora escuros, ora largos, ora estreitos, ora cheios, ora desertos. Era um lugar assustador. O calor emanava onde quer que esteja, as sedas que usava naquela manhã não eram especiais e grudavam em seu corpo. Sam notou, com pavor, que estava perdida. Em que momento começara a se afastar tanto de suas irmãs e Jory? Tentou voltar pelo caminho que acreditava ter percorrido mas isso só a fez sentir-se ainda mais perdida, estava arfando, não de cansaço mas sim de medo. Não conhecia aquele lugar, nem ninguém que pudesse ajudá-la. Ouviu passos a distância e tentara correr na direção que acreditava que estavam vindo.

— Olá? - gritou, mas não ouve resposta

Sentiu calafrios e um arrepio percorreu seu corpo. Sentia os olhos encherem-se de lágrimas. Estava pronta para gritar por socorro, ainda que não estivesse em apuros, quando uma mão pousou em seu ombro. Com um susto Sam virou-se e se deparou com aqueles belos olhos azuis.

— Como veio parar aqui, Samantha? - perguntou gentilmente

— Eu me perdi, estava conhecendo o lugar e quando dei por mim, estava longe de todos.

— Venha, vou levar-lhe até sua comitiva

— Obrigada... Renly

O cavaleiro verde a levou até seus aposentos, suas bagagens já haviam sido colocadas organizadamente acima de sua cama. Septã Mordane sempre ensinara que uma dama deveria esvaziar seus baús, porém Sam estava exausta, o caminho fora longo, nem percebera que andara tanto, além disso, Renly Baratheon ainda estava lá. Parecia examinar o quarto, a garota se perguntava o que o atraía tanto. Como sempre, o homem estava impecável, mesmo após algum tempo ainda era o homem mais belo que Sam já vira. Pensou, com um quê de humor, que eram deveras parecidos, os cabelos negros, olhos azuis, a pele alva.

— Uma pena que nosso passeio tivera de ser adiado - ele a tirou de seus devaneios

— Sim - foi tudo que conseguira dizer

— Mas agora que chegamos, posso levá-la para conhecer a cidade ou mesmo a fortaleza vermelha - Renly sorriu - o que prefere?

— Os dois - Sam esperava que sua súbita animação não fosse interpretada de maneira errada. Tudo o que menos desejava era que o lorde pensasse pouco dela, ou que a tomasse por uma mulher vulgar.

Sentiu um breve alívio tomar-lhe o corpo quando Renly riu. Então, ele aproximou-se, ficando poucos centímetros de seu rosto, tão perto que conseguiam ouvir o coração um do outro, e sentir sua respiração. Sam corou quando a mão do rapaz tocou-lhe o rosto. Nunca ficara tão próxima de outro homem que não fora Jon, ele era o único que a tocava, que a tinha tão perto.

— Esta bem então, primeiro a levarei até cidade, aos melhores lugares, irá gostar - Renly sorriu mais uma vez antes de se afastar e deixá-la sozinha em seus aposentos.

O quarto era demasiado grande para uma garota tão pequena, a cama jazia forrada com mantos brancos, as paredes eram claras, beges, porém uma ganhava destaque, ficava próxima a janela e havia sido pintada de uma cor vinho, tinha cortinas nas janelas e elas eram brancas, havia prateleiras, uma escrivaninha, mesa de pentear, um enorme tapete de pele de urso no centro e também uma pequena mesa de vidro que dava lugar a duas ou três pessoas. Sam não podia negar que quem decorara o quarto tinha muito bom gosto. Começara a desfazer as malas quando o sol ainda entrava pela janela, quando terminou, já era noite. Os últimos pertences eram as pinturas de sua família, nunca dera muita atenção a elas, todos estavam lá exceto Jon, Lady Catelyn decidira que seria um insulto à família ter a pintura de um bastardo na casa, nesse dia Samantha quebrara um vaso ao discutir com a senhora sua mãe. Colocara eles dentro de uma gaveta, olhar apenas aumentaria seu sofrimento e a faria chorar. Tomara um susto quando alguém batera na porta, a figura colocara o rosto para dentro e Sam suspirou aliviada.

— Pai, pregou-me um susto - ela sorriu

— peço desculpas, não sabia se ainda estava em seu quarto - a expressão de Ned se fechou ao terminar a frase - Precisamos conversar, querida

Sam sentiu o estômago dar voltas, algo de ruim estava para chegar, ela sabia.

— É sobre Bran? - perguntou com receio - Jon?

— Não, acalme-se, eles estão bem

— Então...

— É sobre o rapaz, Renly Baratheon, vejo que ele está interessado em você

— Bem, talvez, mas de quê isso importa, pai?

— Sam, já tem idade para casar, e... E talvez Renly seja um bom partido, ele é sempre gentil com você, estou errado?

— Não, mas...

— Então ele seria um bom marido, além disso daria a você um bom futuro e tens tempo para... digamos, conhecê-lo

— Pai, não estou pronta para casar, não o amo, não posso fazer isso, não pode.

— Já dispensou tantos pretendentes, um atrás do outro tal como sua tia Lyanna, é selvagem como ela sabia? Tem toda sua beleza, porém herdou sua rebeldia também

— Não estou sendo rebelde, apenas quero um casamento feliz como o seu e da mãe

— Eu nem ao menos conhecia Catelyn quando casamos, ela estava prometida ao meu irmão, seu tio Brandon.

— Conheço essa história - Sam concordou infeliz

— O que quero dizer é, pense a respeito do rapaz, ele é bom. Não precisa apressar-se, não estou pronto para ver minha filha nos braços de um homem.

Sam riu disso e Ned sorrira antes de dar-lhe um beijo na testa

— Deveria ser sua mãe nessa conversa... - ele começou - porém ela não está conosco agora e sinto que deve estar preparada

— Do que o senhor está falando?

— Sabe filha... - Ned parecia tão desconfortável com a situação que nem a olhava nos olhos - existe um momento, quando o homem e a mulher se casam...

Sam teria vomitado se tivesse algo em seu estômago, sabia onde o pai queria chegar com isso e tudo que não precisava era desse momento constrangedor.

— Não! Pai, não precisamos ter A conversa, a mamãe já fez isso, no décimo terceiro dia de meu nome - Sam falou rapidamente - Não precisa continuar

Ned deixou todo o ar sair de seus pulmões, estava tão agradecido por isto. Por fim sorriu e acompanhou sua filha pelo corredor até a Pequeno Salão, onde uma espessa sopa de abóbora os esperava.


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Notas finais do capítulo

O que querem no próximo capítulo? O passeio com o tão gentil Renly Baratheon? O que acharam do Ned tentando ter A conversa? KKKK
Enfim, cumpri com o prometido e juro que sábado terá mais, estarei agendando na sexta justamente para não ter a desculpa que sai no sábado por isso não postei, ok?
Espero que tenham gostado, deixem seus comentários
Beijos!



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