Gotta Be Brave escrita por Batsu


Capítulo 6
Assédio


Notas iniciais do capítulo

Acho engraçado que no processo de escrita do capítulo (cerca de 5 dias, pq não consigo escrever tudo direto), fico imaginando o que vou escrever nas notas. Quando vou postar o capítulo, eu NUNCA sei o que escrever nas notas c:
Agradecimentos especiais a divindade da Akemihime por ter recomendado a história. Divindade sim, se vocês nunca leram algo dela, não sabem o pq fiquei eufórica!! Enfim, esse capítulo é pra você Akemi, apesar de não ter tido momentos do seu OTP, so sorry não foi intencional ç.ç
LERAM O CAPÍTULO DO MANGÁ DESSA SEMANA?! HAUAHUAHAUHAUAHAUHU aí gente ó, não vou dar spoilers, mas pensando seriamente em colocar aquela personalidade do Franky aqui na história -q
AAAH, apreciem as novas capas por favor cof cof
Troquei tudo pq sou birrenta, daqui uns 7 capítulos ou menos eu enjoo e faço novas huehue
No more, leiam e comentem ~



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Luffy não tinha onde dormir. Não literalmente, a questão era que ninguém o queria por perto. Havia somente uma cama de casal no quarto, e Franky implorara por mais um colchão na recepção. Onde o ciborgue dormiria, faltava espaço até para ele, estava fora de cogitação enfiar mais um garoto folgado ali. A única opção viável seria dividir a cama com Nami e Chopper, mas nenhum dos companheiros aprovou essa ideia, conheciam bem o capitão e não teriam uma noite agradável caso cedessem sua vontade.

— Então onde vou dormir? — o moreno perguntou formando um beicinho.

— Como se isso importasse! — Chopper dizia indiferente. Já vira o capitão dormir em lugares e horas tão importunas que não entendia o motivo da relevância no momento.

— Posso forrar umas cobertas no chão. — Nami sugeriu. — Essa ilha tem uma densidade calórica muito grande, ainda estou analisando isso, mas duvido que esfrie durante a noite! O que me diz?!

— Pode ser...

Depois da breve discussão sobre onde o capitão dormiria, finalmente o grupo descansava.

Nami abraçava a rena na cama, sem cobertas devido elas estarem emprestadas para Luffy que as usava como forro. Vestia apenas um short de malha leve laranja e uma regata branca, os outros não se importaram em deitar com suas roupas atuais. A ruiva obrigou o capitão a tirar o terno e dormir apenas com a calça sem cinto, amassaria o tecido e era necessário que parecesse o mais formal possível no dia seguinte. Não muito feliz com a ideia, ele cedeu à ordem da navegadora. Ninguém se importou com o como Franky dormiria, ele era um enorme ser cibernético, andando com o terno amassado ou não, chamaria atenção da mesma forma.

Passada poucas horas a rena de nariz inconfundível acordou com uma sede insuportável. Desvencilhou-se dos braços de Nami, colocando-os sobre ela mesma para poder sair sem acordá-la, passando em seguida pelos dois companheiros desmaiados no chão, indo procurar um copo de água para molhar sua garganta no frigobar. Ao refazer seu caminho de volta, se pegou rindo do como seu capitão idiota dormia, ele parecia incomodado com a falta de travesseiros, não parava quieto em nenhuma posição. Aquilo de certa forma incomodou o médico também, e o mesmo cutucou Luffy para que ele deitasse na cama. O moreno mal abriu os olhos, se levantando como um zumbi e caindo sobre a cama, ao lado de Nami. Acabou que Chopper perdera seu lugar, ele riu mais uma vez antes de assumir sua forma animal e deitar-se encolhido onde o capitão estava. Uma ruiva ficaria louca ao amanhecer.

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Zoro perdera os companheiros de vista, a última vez que vira Luffy, ele estava em um concurso de comilança. Nada fora do comum. Não via Sanji desde manhã, quando o loiro saíra junto com os outros companheiros na primeira expedição, o mesmo valia para Nami, Franky e Brook. Os únicos que voltaram ao navio como prometido, eram Luffy e Chopper, o que só o induzia a pensar que estavam encrencados. O espadachim não se encontrava nas melhores situações, e apesar de negar a si mesmo, estava perdido.

— Merda. — murmurou voltando a descer as escadas de mais um prédio que subira inteiro, sem ao menos olhar se era hotel.

Ao sair, reconheceu a praça onde se separou dos companheiros mais cedo, estava esvaziando-se aos poucos, provavelmente o povo voltava às suas casas, era tarde, somente ele não encontrara um lugar para ficar.

Encontrou um banco afastado de iluminação, sentando ali mesmo, pendeu a cabeça sobre si, logo fechando os olhos. Suas mãos encontraram suas katanas, e ainda que dormisse num lugar visivelmente calmo e vazio, não baixaria as guardas.

Zoro estava prestes a cair no sono, quando um som curioso invadiu o ambiente. Soava como uma espécie de alarme era grave e lembrava o som de um saxofone em loop. As pessoas na praça se agitaram, algumas correram outras puxaram seus parentes e amigos pelo braço, deixando o lugar inteiramente vazio em questão de dois minutos. O espadachim se perguntou se aquele som não fosse um toque de recolher. Voltou a ignorar tudo a sua volta, fechando os olhos novamente, apesar de ainda achar incomum um país tão desenvolvido ter uma regra tão tola como esta.

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A noite de Usopp fora a mais agitada. Enquanto fugia furtivamente pela praça, alguns moradores o acharam e o perseguiram até uma papelaria abandonada. Por sorte, entrou sem ser visto, decidindo ficar ali mesmo. Enquanto preparava uma cama provisória com rolos de papel velhos, ouviu passos vindos do corredor. O prédio não tinha luz, nem ele próprio encontrara um corredor ali. Foi o suficiente para entrar em modo vibratório.

— O-o-o-oi?! - gaguejou mirando o kabuto na escuridão. — Só p-para deix-ar claro, s-s-sou um bravo guerreiro do mar, com m-milhares de seguidores!

— Abaixe essa arma jovem, não farei mal nenhum a você. — uma voz mais velha se pronunciou debochadamente.

— Quem g-garante? — continuou na ofensiva.

— Sou apenas um velho. — acendeu um isqueiro, clareando seu rosto envelhecido.

Seu nome era Ibrahim, dono da antiga papelaria, descendente dos primeiros moradores de Shima- shi. Ele não se importou de Usopp passar a noite ali, parecia ser um homem gentil.

Enquanto dividiam uma sopa rala, um estranho alarme soou por toda a ilha.

— É hora de dormir. — o mais velho levantou-se apagando o fogo que usara para cozinhar. — Ou pelo menos fingir. — sorriu torto.

— Por quê? — o narigudo indagou curioso. — Quer dizer, parece que todo mundo tá voltando, só por que essa buzina tá tocando! — puxava a cortina olhando o lado de fora.

— Você não é daqui?! — Ibrahim questionou um pouco assustado. — Deveria imaginar por esses estranhos acessórios e... seu nariz. — terminou virando para puxá-lo da janela. — Notou o tanto de comércios e prédios abandonados que tem por aqui?

— Hm... acho que sim. — Usopp não tinha notado.

— Os donos desses lugares tiveram suas casas e lojas perdidas por que foram pegos depois do toque de recolher. — estalou os dedos enrugados. — Inclusive eu. Nai-sama é o governante daqui, ele propôs isso como solução para o crescimento em massa de moradias e outros estabelecimentos... mas não é bem essa a verdade.

O velho continuou a contar a Usopp alguns dos podres da ilha que poucos conheciam. Como o porquê dali ser incrivelmente quente, era devido à produção excessiva de papel. Com muitas fábricas juntas em funcionamento 24h por dia, obviamente o ar se tornaria mais pesado com tanto gás carbônico vindo de uma única ilha. Outro fato interessante, era o como se desfaziam do lixo de sobras e materiais inutilizados, era tudo jogado no oceano e em campos mais limpos que poucos tinham acesso. Shima-shi era gloriosa aos olhos cegos de um visitante, mas só os moradores mais antigos e os mais racionais sabiam desmascarar a verdade por trás da poluição e imundice do país.

Nai-sama estabeleceu o toque de recolher para que nenhum morador estivesse acordado quando o caminhão de lixo deixasse as fábricas no lado proibido da ilha. Apenas omitiu sua verdadeira intenção com uma mentira qualquer sobre o crescimento de moradias por ali.

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Amanhecera e poucos raios solares de um dia quente atravessou a janela do quarto que o grupo de Franky dormia. O som contínuo de ronco e respiração ainda preenchia o ambiente e juntamente com a claridade, fez Nami dar os primeiros indícios de que acordaria em breve.

A ruiva mexeu-se com certa dificuldade, levando a destra aos olhos, esfregando-os em seguida e repousando a mão sobre os cabelos embaraçados mesmo. Algo a incomodava, mas não estava consciente o suficiente para importar-se.

Do lado de fora o barulho de conversa matinal e o tilintar da companhia da recepção também ajudou para que a bela navegadora despertar-se. Forçou os olhos repuxando os lábios ao mesmo tempo, abriu seus olhos com dificuldade, fechando-os várias vezes seguidamente não acostumada com a luminosidade. Sentiu o mesmo incômodo de antes, algo pesava em sua perna. Levantou a mão mais próxima tateando o que havia ali. Era algo macio. A textura lembrava cabelo, mas Chopper não tinha pêlo comprido. E se não fosse Chopper, quem seria?

Os olhos de Nami abriram-se em um estalo quando sentiu uma mão no cós de seu short, fez a mulher erguer a cabeça e olhar por cima o que era. O susto não foi maior que a baba escorrida pela sua coxa. Luffy estava estirado numa posição horizontal na cama, deitado em sua coxa e uma das mãos repousava em sua barriga. A ruiva pensou em gritar e atirá-lo longe, mas isso acordaria os outros companheiros, e tudo o que ela menos desejava era que alguém soubesse dessa cena constrangedora. Até ela não queria saber disso.

— Luffy! — puxou-o pelo cabelo falando baixo. — O que você tá fazendo na cama? Em cima de mim?! — moderava a raiva.

— Aí aí aí aí — fazia careta. — O Chopper pediu pra eu... me solta tá doendo! ... Ir pra cama de noite! Nami, tá doendo!! — choramingou fazendo biquinho. Nami percebeu que de certa forma, ele não tinha culpa no que aconteceu. Acabou soltando o vendo acariciar a cabeça dolorida.

— Olha aqui... — bufou nervosa, continuando em um tom mais baixo. — Você me babou toda! Não quero acordar os outros, mas minha vontade é de te bater! — falou mostrando o punho fechado.

— Desculpa. — baixou a cabeça chateado. — Vou limpar! — agarrou a perna molhada da navegadora passando as mãos ali para tirar o excesso de saliva. Nami só pôde entrar em choque com aquela atitude inesperada, seus músculos se paralisaram impedindo-a de espancar o capitão, ou fazer qualquer coisa do tipo. Por instinto puxou as pernas do alcance do capitão envergonhada. Ele sem entender, se jogou em cima de Nami novamente. — Oi Nami, desculpa, mas fica quieta pra eu poder limpar! — ainda assediava a mulher.

— Luffy! — gritou empurrando o garoto para longe. — Não precisa limpar, seu idiota! — nesse instante Franky e Chopper levantaram assustados procurando o porquê da confusão.

— Nami, você está com febre de novo?! — o médico perguntou inocentemente, estava tão confuso quanto o próprio Luffy.

— Não! — a ruiva ergueu-se da cama apressada, procurando sua roupa e algum sapato para ir se vestir no banheiro. Após fechar a porta, os companheiros ouviram alguns barulhos de coisas caindo e em seguida Nami abriu novamente a porta, atirando as roupas do capitão nele mesmo.

Alguns minutos se passaram, os garotos se trocaram juntos, no quarto mesmo e Nami aproveitou para tomar um banho. Depois de usar o clima tact para criar sua ducha, sua mente foi tomada por pensamentos. Todos tinham o rosto de Luffy estampado e isso a incomodou profundamente, não era legal pensar tanto em seu capitão, não gostava de pensar em homem algum por um tempo excessivo, culpava seu orgulho feminino por isso. Ela chegou à conclusão de que o que aconteceu não passou de uma situação engraçada, onde mais uma vez a inocência de seu capitão falou mais alto. Suspirou rindo. Ele realmente não entenderia o que tinha feito, não deveria se preocupar em pedir explicações, e ela também não se importava tanto com isso. Ou pelo menos tentava parecer não se importar.

Colocou um vestido de cetim florido e azul, a escolha certa para disfarçar-se no meio da ilha e não passar calor. Ficava acima do joelho, expondo suas pernas torneadas e sendo de um tecido leve, não era grudado ao corpo. Puxou seus fios alaranjados em um rabo mal despojado e completando tudo com um salto baixinho. Saiu do banheiro terminando de calçar a sandália, e logo os meninos a encararam como se toda aquela produção não fosse necessária.

— Nee-chan — Franky colocou a mão no ombro da mulher, dando um tom brincalhão. — pelo menos você tá usando alguma coisa que comprou...

— É, estou. — fugiu do braço do ciborgue, ignorando sua piadinha. — Luffy, vem cá. — chamou-o com a mão. O moreninho engoliu em seco, levantando da cama em passos cuidadosos. Franky parou de prestar atenção enquanto polia parte de sua lataria, e Chopper arrumava poucas coisas em sua mochilinha.

Quando o capitão aproximou-se o suficiente para que ambos pudessem ouvir suas respirações, viu Nami sorrir de canto puxando-o pela gola do terno.

— Você não parece saber colocar uma gravata. — riu enquanto ajeitava a camisa com o terno, havia puxado a gravata para colocá-la novamente da maneira correta.

Chopper viu os companheiros e riu lembrando-se do que Robin tinha dito ontem quando Usopp pediu que ela arrumasse a gravata do capitão, finalmente entendera o sentido de isso é trabalho de outra mulher.

— Yosh! — Luffy disse puxando seu chapéu, a navegadora havia terminado de arrumá-lo. — Vamos procurar mais aventura! — pulou batendo os pés no ar empolgado.

— Vamos ter que te acompanhar então... — a ruiva juntou-se cruzando os braços autoritariamente.

— Estamos SUPER disfarçados como moradores daqui mesmo, não vejo problemas!

— Certo! — o moreno voltou a falar. — Mas antes preciso ir a um lugar sozinho, comprar uma coisa. — os companheiros encararam Luffy sem muito entender, imaginaram ser comida.

O grupo ficou ainda mais confuso quando Luffy correu sozinho para um lado depois de saírem, não conseguiram acompanhá-lo, perderam-no em meio à multidão elegante da ilha.


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Notas finais do capítulo

PENSEM EM UMA PESSOA ESCREVENDO E RINDO RETARDADAMENTE EM SALA DE AULA, fui eu escrevendo a cena do 'assédio' ahuahauahuahua
Acho que esse capítulo foi o que mais me fez rir, talvez o que eu mais tenha curtido escrever também, espero que tenham gostado :v
Eu tô comendo miojo enquanto escrevo e véi, não tá dando certo, vou parar de enrolar antes que meu teclado do notebook de tilte '-'
Comentários, críticas e sugestões são bem vindas! XD
Até a próxima atualização~