Gotta Be Brave escrita por Batsu


Capítulo 2
Presente


Notas iniciais do capítulo

AHUAHAUHA AÍ COMO EU SOU LECAL :v
Atualizei rápido pra kct, me amem! Então, o capítulo podia ter sido postado no domingo, mas decidi enrolar um pouco pq... HOJE É ANIVERSÁRIO DO NOSSO AMADO LUFFY! cof cof
Não que isso vá mudar algo na história, mas era só pra ser comemorativo mesmo HUE
Então, feliz aniversário Luffy (?) ♥



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Depois daquele estranho ato de desculpas, Nami se afastou de Luffy pelo resto da manhã. Não se sentiu bem depois daquilo, era estranho ficar ao lado de alguém tão humilde, alguém tão oposto a si mesma.

— Calados! — a ruiva berrou para Usopp e Brook, os únicos animados que inventavam músicas pelo convés.

— Mas Nami, - o narigudo contestou. — não tem nada pra fazer!

— Nami-san, estávamos apenas cantando! Yohohoho – se explicou.

— Não quero saber, estão me irritando. — deitou-se numa das espreguiçadeiras. — Sanji-kun! — chamou pelo cozinheiro.

Ela mal pôde piscar e logo uma silhueta flutuante com olhos em formas de coração surgiu em sua frente.

— Meus ouvidos captaram a doce voz de uma dama me chamar! — dizia exaltado. — Nami-swan. — curvou-se esperando alguma ordem.

— Está ficando calor, poderia me trazer um copo de suco bem gelado? — pediu delicadamente levando um dedo até os lábios, fazendo uma pose sugestiva.

— É CLARO, TUDO PARA VOCÊ! — correu em disparada a cozinha, cantarolava algo meloso.

O convés do Sunny estava absurdamente parado. Algo que não vinha a acontecer com frequência, afinal, eram a tripulação dos Chapéus de Palha. A navegadora percebeu um barulhinho irritante, abriu os olhos pronta para xingar os amigos que lhe faziam companhia, mas o problema era em seu Log Pose.

— Merda. — sibilou baixinho.

— As agulhas do Log Pose estão loucas! — Usopp se aproximou. — Tem alguma ideia de que ilha está se aproximando? — perguntou roendo as unhas.

— Se acalme idiota! — ela observava as bússolas próprias para o mar que estavam. — Estão girando normais. — bufou virando-se para ele e o esqueleto em sua frente. — Não sei, preciso checar alguns mapas e ver com Franky a direção que o Sunny está.

— Estávamos para o sul ontem, Nami-san. — Brook informou educadamente.

— Como assim, para o sul ontem?! — enfatizou encarando assustadoramente o companheiro.

— Yohoho, eu não sei... — encolheu-se rindo desconcertado. — Zoro-san quem disse! — apontou desesperado para o espadachim que dormia tranquilamente do outro lado.

Nami percorreu a curta distância entre eles batendo os pés estressada. Como mudaram o curso do navio sem mesmo avisá-la? Logo ela, a própria navegadora! Acordou o esverdeado com um soco forte, o fez pular no lugar com o susto.

— Sua bruxa! — gritou acariciando o lugar afetado. — Por que fez isso?!

— Por que você mudou o curso em que estávamos?! — gritava mais alto que ele. — E por que não me avisou?!

Assim iniciaram uma extensa discussão.

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Em outro canto do navio, encontrava-se Franky juntamente com o capitão. O ciborgue havia prometido ajudar Luffy num projeto dele. A ideia era criar um peixe mecânico que apartasse a briga dos peixes maiores no aquário deles.

— Foi você quem teve essa ideia mesmo?! — Franky perguntou enquanto soldava algumas placas na mesinha.

— Não! Shishishi — estava sentado de pernas cruzadas num banco ao lado. — Ouvi a Nami reclamar que os peixes grandes davam muito trabalho e ela ainda está brava comigo. — sua última frase foi dita com menos empolgação.

— Oi Luffy, o que você fez foi...

— Errado, eu sei. — interrompeu. — Eu pedi desculpas, mas parece não ter sido o suficiente, por isso quero dar esse presente para ela! E por isso pedi sua ajuda.

Franky deixou uma lágrima emocionada escorrer, aquilo tocou profundamente seu coração. Daria o seu melhor naquele protótipo.

Era engraçado ver Luffy daquela maneira, preocupado. Estava silencioso e se colocava de prontidão toda vez que seu carpinteiro pedia alguma ferramenta, mesmo quando deixava algo cair atrapalhando-o de certa forma.

— Ei Franky... — balbuciou com a voz arrastada. — Vai demorar muito?! — abaixou a cabeça em cima dos braços apoiados na mesa cheia de bagunça.

— Luffy, este é um SUPER projeto, tenho que fazê-lo sem pressa! — disse animado. — Vá até o deque conversar um pouco com a nee-chan¹ para não levantar suspeitas. — sugeriu vendo o capitão melhorar o humor no mesmo instante, atividades muito paradas sempre o deixavam assim.

— Yosh!

O garoto saltou do banco de madeira segurando seu chapéu, acelerando seus passos em uma corrida não ritmada. Enquanto andava apressado, esboçou um grande sorriso, imaginando a reação de sua navegadora ao ganhar o presente. Isso fazia parte de seu gênio, não gostava de ver ninguém triste, muito menos Nami. Ela foi a primeira mulher que se juntou a sua tripulação, até mesmo os traiu. Mas Luffy não tinha a escolhido pelo acaso, não mesmo, e se os problemas pessoais a impedissem, ele resolveria seus problemas por ela. Por isso destruiu aquele quarto, por isso devastou Arlong Park. Para que ela pudesse se ver livre de toda aquela maldição, e pudesse então se juntar a ele.

É claro que Luffy não era egoísta, apesar de querer se tornar o Rei dos Piratas mais do que tudo, desejava também poder realizar cada sonho de seus companheiros. Tornaria Zoro o melhor espadachim do mundo; Usopp seria um bravo guerreiro do mar; levaria Sanji para o All Blue; Chopper descobriria a cura para todas as doenças; não sabia como, mas ajudaria Robin a achar o Rio Poneglyph; Franky construiria um navio capaz de navegar por todos os mares; faria Brook cumprir sua promessa com Laboon nunca mais o deixando sem companheiros. E claro, passaria por todos os lugares da Grand Line, incluindo sua outra metade, o Novo Mundo, para que Nami os mapeasse e concluísse seu sonho de fazer seu próprio mapa mundi.

Enquanto tinha seus devaneios, viu uma ruiva esquentada entrar por onde ele sairia. Luffy arregalou os olhos, não queria nem imaginar o motivo daquela face assustadora. Assim ela passou, como um furacão nervoso quase levando seu ombro junto num esbarrão. Pensou que a ruiva iria virar para a biblioteca, mas seu sangue ferveu quando a viu se preparar para descer ao deque inferior, a oficina onde Franky se encontrava.

— Nami! — esticou seus braços envolvendo a cintura da companheira. — Você não pode descer! — trouxe-a para mais perto, afastando ela do alçapão.

— Me solta! — foi tudo o que pôde dizer antes de ter seu corpo chocado contra o do seu capitão.

Foi um pequeno impacto onde Luffy se desequilibrou, batendo com as costas na parede rústica do corredor e ficando apoiado por ali mesmo. Um calafrio percorreu sua espinha ao ouvir sua navegadora bufar, havia irritado ainda mais Nami, outra de suas especialidades não descobertas.

— Luffy, — sibilou ainda envolta por seus braços. — por que me impediu de descer dessa forma? — girou sobre calcanhares encurralando o garoto face a face.

— Oi Nami... — engoliu em seco, teria que se opor caso quisesse que sua surpresa continuasse como surpresa. — Eu sou s-seu capitão e não quero q-que você desça! — sua voz saiu tão falhada quanto cômica.

Nami soltou um riso abafado, prendendo-o inicialmente com as mãos, mas não aguentando depois e gargalhando tanto a ponto de chorar e segurar seu estômago.

— Qual o problema?! — Luffy questionou aparentemente ofendido. – Eu sou o capitão mesmo e... — um dedo da navegadora ainda afetada pela crise de riso o impediu de continuar.

— Sim, senhor capitão. — enxugou o canto dos olhos com a costa da mão. — Mas eu preciso falar com Franky... — calmamente voltava a sua postura costumeira. — Segundo o maldito do Zoro, foi ele quem percebeu o navio ter mudado a direção ontem na tempestade.

Nami ter tocado no assunto da tempestade de ontem, o fez lembrar-se de alguns momentos desagradáveis por quais passou com a ruiva. Acabou deixando que uma careta de desgosto assumisse sua feição.

— Eu falo com ele por você. — deu as costas, dirigindo-se de onde acabara de sair.

— Seu idiota! — desferiu um soco por sua cabeça, derrubando o chapéu do menino. — Você não entende bulhufas de navegação, mesmo que ele te passe as informações duvido que vá conseguir me passar. — suspirou cansada. — Eu desço e falo.

— Você não pode Nami! — acariciava o local atingido, onde nasceu um pequeno galo.

— Por quê? — cruzou os braços numa pose impaciente. — Você é meu capitão eu sei, mas é um assunto sério sobre o rumo que o Sunny está tomando! Você não entende dessas coisas.

— Porque o Franky está construindo um presente pra você que eu pedi, e não quero que ninguém saiba!! — debateu.

Viram uma porta se abrir, Robin saía da biblioteca com uma feição engraçada, esteve ali ouvindo os dois desde o início. Sua risada meiga atravessou por eles assim como ela, simplesmente se divertia com seus companheiros.

— Você... — massageava as têmporas ainda pensando sobre isso. — Acabou de contar que vai me dar um presente.

Era admirável como as coisas fluíam contra suas vontades. Luffy pendeu sua cabeça para trás e depois jogou-a para frente desanimado, estragou mais uma boa ideia. Era incrível que por mais que tentasse, nenhum de seus tiros atingia o alvo. Frustrou-se por um instante, depois deu passagem para a navegadora ir até onde desejava, não tinha mais o que esconder.

Nami preferiu manter o silêncio, apesar de estar rindo em seu interior. Ao se aproximar do alçapão para descer as escadas, uma explosão aconteceu, tremendo um pouco o chão. Virou-se assustada para o capitão, mas ele se encontrava como ela, sem entender nada. Logo um ciborgue com as mãos sem a pele artificial mostrando seu lado mecânico subiu dali, a ponta de seu cabelo azul estava chamuscada também.

— Luffy, você me deu álcool ao em vez de óleo hidratado. — Franky disse apagando as chamas em seu topete.

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A tripulação se reuniu para uma pequena comemoração deles. Agora se encontravam no Novo Mundo, deveriam comemorar suas vidas enquanto pudessem.

— Aí, — Usopp contava animado. — o Luffy disse que era um presente pra ela! — fez Chopper e Brook caírem literalmente na gargalhada.

O episódio da tarde acabou se espalhando através de Robin que contara em segredo para Zoro, claro que o espadachim não esconderia isso, era uma ótima forma de entreter a todos e rir de seu capitão. Nami não se contentou muito, mas desde que não usassem seu nome como piada, ficaria bem. Ao contrário de Luffy, que fingia não se importar, mas hora ou outra se colocava na discussão justificando algo.

— Eu não disse isso! — gritou no seu lugar cuspindo carne. — Só disse que era melhor ela não descer, porque o Franky estava ocupado! — Robin que estava sentada ao seu lado, usou algumas de suas mãos para cobrir seu rosto dos pedaços involuntários que saiam da boca do menino.

— Luffy, isso são modos de falar perto de uma dama?! — Sanji o repreendeu da pia, estava terminando de colocar a comida na mesa.

— Não importa o que você disse Luffy, mas isso foi muita burrice! — Usopp se pôs a rir de novo, acompanhado por Robin que disfarçava um pouco.

Franky entrou na cozinha completamente desajeitado, suas mãos cheiravam a cola e aquilo incomodou a tripulação.

— Oi Franky, porque está isso está cheirando mais forte que o normal?! — Zoro indagou virando um copo de bebida na boca.

— Precisei restaurar minha mão, já que boa parte da pele se queimou. — lançou um olhar indiferente para Luffy.

— Agora isso é minha culpa também?! — o capitão bateu na mesa, não aguentava mais as piadinhas.

— Luffy, apenas se cale. — era a vez de Nami se pronunciar assustadoramente do outro canto da mesa. — Tenho algo importante a dizer. — todos ali focaram a atenção na navegadora. — Temos um novo destino, estamos nos aproximando de uma ilha. — sorriu.

Não foi preciso mais que isso para os homens comemorassem e fizessem mais bagunça, esquecendo de zoarem mais com o capitão.

— Calados! — Sanji gritou vendo a ruiva se estressar outra vez. — Nami-swan ainda tem mais a dizer.

— Obrigada, Sanji-kun. — inspirou e expirou pronta para falar novamente. — Segundo Robin, a próxima ilha será um pouco excêntrica, então precisamos nos preparar. Não tenho certeza, mas acho que seu clima é tão louco quanto o próprio mar que estamos, como disse, melhor nos prepararmos e... — foi interrompida.

— AVENTURA! — Luffy foi quem a interrompeu.

Tudo parecia irritar aquela ruiva, até quando decidiu lhe dar um presente ela ficou estressada, mesmo sem tê-lo dado da maneira certa. Após a comida ser toda posta à mesa, o jantar seguiu normalmente como sempre acontece, uma bagunça. Brook se queixou de ter sua carne roubada e seu copo de bebida também. Ao acabarem, todos foram fazer suas últimas atividades e se preparem para dormir.

Brook tocou um pouco de violino no deque principal, acabou adormecendo ali mesmo, Robin se encarregou de levar Chopper para cama com ela, ignorando o músico e Usopp que também dormiam. Zoro iria ficar mais uma noite no ninho da gávea, era incrível a falta de sono noturna dele, pelo menos sabia que poderia repô-la durante o dia.

Luffy foi obrigado a escovar os dentes, mas Franky estava ocupando o banheiro masculino. Pedir para usar o do dormitório feminino estava fora de questão, Sanji o mataria por incomodar suas damas. Decidiu então subir e usar o lavabo do piso superior. Enquanto escalava a escada inclinada, escutou barulho de chuveiro e água vindo do outro lado da porta, alguém usava a banheira.

Não queria incomodar. Abriu o pequeno armário da parede e procurou sua escova, acabou se descuidando batendo com força excessiva a portinha, o necessário pra fazer barulho e derrubar tudo o que tinha ali dentro. Abaixou-se para recolher sua bagunça e ao se levantar socou a cabeça na pia. Ótimo, adeus a sua ideia de tentar ser silencioso.

Luffy?! — era Nami quem tomava banho, chamou por ele do outro lado da porta.

— Como voxe sabe que xou eu?! — perguntou segurando algumas coisas com a boca.

Só você pra fazer essa barulheira toda... — sua voz era abafada pela parede. — Preciso de um favor seu! — pedia quase implorando. — Eu esqueci minha toalha aí desse lado, pega pra mim?

— Claro! — notou a toalha azul claro pendurada ao lado da porta.

Sua inocência e talvez a força de vontade de ajudar sua navegadora, o fez imaginar que poderia simplesmente entrar no banheiro e entregá-la pra ela sem que nada acontecesse, pobre Luffy.

Assim o fez, girou a maçaneta e adentrou o local repleto de vapor. Não demorou em que enxergasse a ruiva sentada na grande bacia de porcelana. Ele sorriu ao vê-la estranhando sua vermelhidão, mas isso não o impediu de caminhar até lá e entregar a toalha diretamente em suas mãos.

— Obrigada idiota! — foi tudo o que ouviu antes que caísse desacordado.


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Notas finais do capítulo

nee-chan¹: pode ser como “mocinha”, a Nami não curte muito, mas pelo menos no anime o Franky costuma chamar ela assim de vez em quando.

A propósito, não se acostumem com atualizações rápidas, sério .-.
Acontece que senti vontade de escrever, fui e escrevi, simples assim huehue
Fiquei muito feliz com todos os reviews e favoritos do capítulo passado! Foram poucos, mas eu nem esperava tudo aquilo ahauhua
Claro, os q não apareceram lá, podem se manifestar aqui, tem Bats pra todo mundo ♥
Até a próxima ^^