Comfort escrita por Mari N


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Hmm... O quê dizer aqui? Não sei. Só sei que é muito bom voltar à essa categoria com algo tão gostoso *~* E voltar com um casal diferente é mais delicioso ainda :3
Tinha muitas opções sobre o que postar essa semana, mas no fim resolvi postar essa mesmo porque já estava morrendo de vontade de postar essa one-shot. Quem vai ficar muito feliz é a DeathPepper, não é, Lis? *foge*
Não tenho muito o que escrever aqui nessas notas iniciais. Amei escrever essa one-shot e foi muito gostoso, acredite. Bem... Eu gostei, pelo menos.
Sim, eu revisei. Mas provavelmente haverá, com certeza, algum erro ou alguns, portanto, já peço desculpas antecipadas.

Bem, sem mais enrolação por aqui, não sei nem se alguém lê essa merda u.u
Boa leitura! E nos vemos nas notas finais (?)~



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Realmente ser técnica de um time de basquete não era nem um pouco fácil. Ser professora de educação física da mesma escola a qual defendia também não era fácil. Ela liderava um time de brutamontes, ela sabia disso. Mas ela tinha experiência. Porque no passado havia jogado, incrivelmente, com um bando de idiotas que não eram muito distantes de ser considerado um bando de brutamontes. A experiência ela carregava também na idade que já vinha sendo marcada em seu rosto e em seu corpo, que já não tinha a mesma vivacidade que possuía na juventude. E ela sentia que poderia ter aproveitado mais. Ela sentia que poderia ter se divertido mais. Ela sentia que poderia ter sentido mais, de tudo. Não era fácil envelhecer. E era ainda mais difícil perceber que se está envelhecendo.

Ela percebia isso ao acompanhar aqueles rapazes. Ela percebia que alguns deles queriam levar muito a sério a vida. Levavam muito a sério o esporte que praticavam e as coisas não funcionavam bem assim. Ela só esperava, do fundo do coração cansado, que eles percebessem isso. Mas ela notara que eles no fundo já haviam percebido o mesmo que ela. E ver aquele gigante dos cabelos arroxeados mostrou a ela isso. E ainda a fizera perceber, que não importa a estatura do indivíduo, qualquer um pode chorar, porque qualquer um tem sentimentos. Inclusive ela, por mais durona que pudesse ser, por mais forte que quisesse transparecer ser. Ninguém está livre de sentimentos. Todos são capazes de sentir. Aquela criança grande dera a ela a certeza desse fato. Homens não são isentos de lágrimas.

Murasakibara explodiu. Ele estava voltando a perceber que ele não era tão forte quanto sua altura queria mostrar que ele fosse. Ele não estava livre de derrotas. Porque ele não era absoluto. Porque ele não era insensível. A casca não era tão dura como todos imaginavam ser. Ele era uma criança como qualquer outro pirralho e um metro de cinquenta em qualquer outro bairro e qualquer outra rua. E não importava o quanto ela acreditava que seu coração fosse resistente. Assisti-lo chorar havia derrubado alguma barreira ao redor dela. E vê-lo ali, sentado no chão com o corpo por entre as pernas dela e com os braços ao redor de sua cintura, havia mostrado a ela que ele era humano quanto qualquer outro garoto, e que ele estava desmoronando. Dava a ela a certeza de que ele agora sabia que não era invencível. E dizia a ela que como qualquer outro pirralho ele precisava de um afago de uma vez ou outra, talvez um afago que não pudesse mais ter de uma mãe que agora estava muito distante.

– Oe, Murasakibara, você já pode se levantar, você é pesado, você sabe... – E era verdade, ele era pesado. Embora ele precisasse de um carinho ela precisava aliviar suas pernas. E por mais que ela houvesse dito aquilo, ele não havia movido um músculo sequer para sair daquela posição desconfortável para ela, isso fez que uma veia saltasse de sua testa. – Murasakibara... Eu só espero, realmente espero, que você não tenha dormido no meu colo! – O silêncio dele já estava deixando-a irritada.

– Hmm... – Finalmente ele havia resolvido se pronunciar, porque ela realmente não iria conseguir carregá-lo, e isso era um fato que simplesmente não precisaria ser provado, bastava olhar para ele e para ela. – Só mais um pouco, Masako-chin.

E a voz ainda um pouco embargada dele havia a derretido completamente naquele instante. E só por mais um pouco ela aguentaria a dormência das pernas. Por mais que ela soubesse que aquilo a custaria ser carregada por ele mais tarde. Sim, ela sabia que não conseguiria levantar daquele banco. E isso a deixava um pouco desconfortável apenas de imaginar sendo carregada nos braços por um aluno e jogador de basquete de seu time.

Respirou fundo, engoliu o orgulho e com a mão direita continuou a acariciar os fios arroxeados dos cabelos dele. Aquela criança completamente indefesa com a cabeça apoiada em sua barriga. Uma cena que, em outras circunstâncias, seria considerada, no mínimo, comprometedora. E aquilo a fazia sentir suas bochechas ruborizarem. E de repente ela se viu gostando de acariciar os fios compridos dos cabelos dele, que eram extremamente macios e confortáveis de deslizar os dedos por entre. E ficou ainda mais surpresa ao se ver gostando de ouvir a voz dele, abafada pelo tecido de sua roupa.

Após alguns minutos Masako percebeu que a respiração dele já havia voltado ao normal e aparentemente as lágrimas já haviam cessado por completo. Mas ela sabia que mais tarde, ao cair da noite e quando ele estivesse sozinho elas voltariam, porque seria difícil para ele engolir uma derrota como aquela. Ela percebeu então que ainda acariciava os cabelos do maior e percebeu ainda que não se importava com isso e em seu interior ainda havia a vontade de fazer isso mais vezes. Doía saber que ela não poderia e continuar com aquilo. Era loucura porque já não era uma adolescente e que evitava a todo custo se apaixonar, por mais que aquele ser ali despertasse o interesse dela. Para ela já não era mais possível se envolver. Ela se importava com a idade, sim, era algo marcante para ela, algo que a lembrava de que o tempo passou e que ela não era mais a mesma, nunca mais seria. Ela desejava esquecer sua idade. Queria jogar tudo para o alto e aproveitar a vida que ainda lhe restava. Porque era tudo tão findo. E tudo o que ela menos queria naquele momento era sucumbir às lágrimas, não na frente de Murasakibara. Ele já tinha muito o que carregar.

Masako sentiu a enorme mão de Murasakibara lhe acariciar as costas. Ela se surpreendeu. E então ela quis chorar, de verdade. Porque ela percebeu que ali, naquele banco, naquele momento, não havia confortante e confortado, havia conforto mútuo. E que ambos precisavam. Por mais que ele fosse infantil, ele não era idiota. E ele conseguia sentir por observar, por se interessar. Por perceber que ela se sentia triste e cansada. Mas aquele era um péssimo momento para pensar em coisas complicadas. Seria uma longa noite aquela.

– Desculpe, Masa-chin. – Ele levantou a cabeça de seu colo e a olhou nos olhos. Naquelas palavras estava muito mais do que ele queria dizer. E ambos sabiam disso.

– Não se preocupe com isso, moleque. Eu sei como é perder... – Ela suspirou e deu um tapa na parte de trás da cabeça do maior. – Agora vá para casa e descanse, é disso que você precisa.

– Tem certeza disso? – Ele arqueou um de suas sobrancelhas. – Às vezes não é disso que eu realmente precise...

– Não fala merda, Murasakibara. Agora levante porque você é muito pesado. – Ela já estava ficando irritada e não estava gostando nem um pouco do rumo daquela conversa.

– Eu quero mais... O resto não me interessa. – Foi o comentário simples que ele fez a ela com aquela voz que tinha um misto de rouquidão e um pouco falha pelo choro relativamente recente.

Ela apenas olhou nos olhos dele em resposta. Ela simplesmente não tinha resposta, palavras não se formavam e não saíam de sua boca. Porque ele havia percebido coisas que ninguém mais perceberia se não ela mesma. Talvez o comportamento infantil e relaxado escondesse algo muito mais profundo sobre ele mesmo que talvez nem ele soubesse. Mas Masako queria saber. E, como ele, ela queria mais. Ela só pensava se poderia deixar todo o resto, assim, de lado, apenas para satisfazer um capricho tão íntimo. E naquele momento quem estava tendo um comportamento infantil era ela, talvez nem mesmo uma criança pudesse ser tão evasiva quanto ela. Porque ela empurrou o corpo de Murasakibara pra frente de forma que ela pudesse levantar e pudesse ir para longe dele o mais rápido possível. Contudo havia um detalhe crucial... Que aquele maldito fizera questão de verbalizar.

– Não consegue se levantar, Masa-chin? – Ela pôde identificar o tom na voz dele. CÍNICO. – Quer ajuda? – MALDITO SEJA.

– Eu agradeceria... – Ela simplesmente não podia perder a compostura, embora uma veia saltasse em sua testa.

Mas o que ela perdeu logo em seguida não foi a compostura, realmente, fora o chão. Porque Murasakibara simplesmente a pegara nos braços em estilo noiva, e ela não sabia onde esconder o rosto. Provavelmente se fosse possível e permitido furaria um buraco no chão e entraria dentro. Mordeu a língua para segurar todos os xingamentos possíveis. Ele carregava também as bolsas de ambos. Logo estava dentro de um taxi que primeiro se dirigiu para a casa da mulher e logo em seguida deixou o rapaz em sua casa. Sendo o mais alto o responsável por pagar corrida, visto que todo o constrangimento fora inteira culpa dele.

Mais tarde deitada em sua cama, Masako não conseguia dormir. Depois de tomar um merecido banho, resolvera deitar mais cedo devido ao cansaço. Mas o jovem dos cabelos roxos permanecia em sua mente, assim como as suas palavras. E ela provavelmente estava à beira de perder a sanidade por estar pensando tanto naquilo e por estar ponderando as possibilidades. Fora desperta de seus pensamentos pelo barulho de seu celular. E quem raios poderia estar ligando para ela em plena dez horas da noite? O coração da mulher falhou uma batida assim que sua resposta fora respondida ao ver o nome do autor da chamada escrito na tela do celular. Atsushi M.

– O que é que você quer, Murasakibara? – Ela perguntou atendendo a chamada, coisa que não era nem para ter feito. A voz dela estando um pouco exasperada.

– Você. – Fora simples resposta dele, com uma voz calma e decidida, ao contrário da dela.

O silêncio reinou em todo o ambiente, a ligação parecendo que havia ficado muda. Para ela o mundo parecia estar saindo de rota e ela ainda havia ficado meio perdida. Mas ela podia sentir presente aquele rubor na face. Um misto de vergonha e satisfação. Ela não sabia o que falar. Ela não sabia coisa alguma naquele momento. Ela também o queria, mas... Havia tanto entre eles.

– Onde você está? – A voz dele quebrou o silêncio, como sempre.

– Em casa...

– Então abra a porta pra mim.

Mas o que raios...?!

– Não me diga que você...

– Você ouviu bem. Vai abrir a porta ou não? – A voz dele não deixava dúvidas, ela sabia disso. Ela sabia que ele estava ali. Ela só precisava abrir a porta. Aquele maldito pedaço de madeira. Aquele pedaço de madeira que representaria a quebra de uma barreira ainda muito maior.

Ela queria, com todo o seu ser, abrir aquela porta, mas ela sabia o que significava aquele ato. Ela sabia, simplesmente sabia, o que viria depois. E não haveria volta depois que a decisão fosse tomada. Mas ela queria mais. Ela queria mias de si e queria mais da vida. Então ela se levantou da cama e andou pelo apartamento até chegar à porta e abri-la. Assim, sem ponderar, sem pensar. Apenas abriu. E isso já significava muita coisa.

E ali estava ele, de pé em frente a ela com uma sacola em mãos, de alguma loja de conveniência aberta vinte e quatro horas e com o celular na outra mão.

– Posso saber onde eu estaria a uma hora dessas?

– Não faço idéia...

Ele simplesmente entrou no apartamento dela como se fosse a coisa mais simples do mundo a se fazer. Ele passou por ela e colocou a sacola e o celular em cima da mesa. Ela fechou a porta e passou a tranca logo em seguida.

Antes que ela pudesse perceber ele já tinha envolvido um braço por sua cintura e a levantado do chão, como se fosse algo tão leve quanto a sacola que ele antes carregava. Ela envolveu as longas pernas ao redor a cintura dele e agora era prensada contra a parede. Um suspiro escapou pelos lábios da morena. Atsushi aproximou o nariz para a pele do pescoço da mulher inalando aquela fragrância suave pós banho e tudo o que ele desejava era ter aquele cheiro impregnado por todo o seu corpo. Depositou uma mordida no local entre o pescoço e o ombro dela. Masako apenas respirou fundo e apertou as mãos nos ombros dele. Ainda não era suficiente. Eles queriam mais.

As bocas se encontraram sôfregas e as línguas desejosas e sedentas. As mãos procuravam os lugares certos onde tocar e apalpar. A camisola que ela usava se perdeu pelo caminho entre a sala e o quarto. A camisa dele caiu sobre algum móvel da sala, talvez a mesa, talvez o sofá, não importava mais. A única coisa que realmente importava ali era o corpo dela sendo deliciosamente afundado no colchão de sua cama de casal. O que importava era o contato. Era o toque. A pele. O que importava eram os dedos dela nos cabelos dele, puxando sem piedade os fios arroxeados. O carinho podia ficar para depois. O que imperava era a urgência, era a vontade. O que importava era o desejo. O importante era o conforto sendo transmitido entre os corpos tão perfeitamente juntos. Depois eles se preocupariam com as marcas de unhas e dedos. Aliás, eles não tinham motivo para se preocuparem com isso. O complicado de verdade eles deixariam para depois. Agora o importante eram os sons que saiam de suas bocas, os sussurros e os gemidos. O que importava eram as palavras sem nexo e as frases inacabadas. O importante mesmo era o sentimento. O resto era o resto, e ficaria para depois, bem depois.

Mais tarde, já satisfeitos e exaustos, os corpos repousavam sobre a cama cobertos por um edredom, mas eles já não sentiam o frio do inverno lá fora, eles ainda sentiam o calor dos corpos e aquela sensação era o que importava. E o deslizar dos dedos longos pelas costas femininas, sem pressa, sem preocupação. Ela se aconchegou contra ele e passou o braço pela cintura masculina. Dali ela podia ouvir os batimentos cardíacos dele, calmos e ritmados. E ela se sentia aliviada, como se um peso fosse tirado de suas costas. No fundo ela sabia que aquilo era tudo o que ela precisava. Tudo o que ela estivera precisando durante tanto tempo. Ela quisera aquilo que acontecia ali. E ela queria mais.

– Eu não ligo para esse tipo de coisa, Masa-chin. – Ouvi-lo chamando-a daquele jeito depois do que acontecera ali era quase vergonhoso.

– Que tipo de coisa, Murasakibara? – Ela estava um pouco apreensiva e curiosa.

– Atsushi.

– Huh?

– Quero que me chame pelo meu nome.

– Certo... Que tipo de coisa, Atsushi? – Ela gostara de pronunciar o nome dele. Era doce. E ele gostava de ouvir seu nome sendo pronunciado pelos lábios dela. Era delicioso de se ouvir.

– Eu não ligo para sua idade. Isso nada importa pra mim se eu puder fazer você feliz. Você me permite? – Agora os dedos dele estavam por entre os fios negros dos cabelos dela.

– Certo... – Ela já estava ficando sonolenta, mas estava consciente da resposta que dera. O complicado eles enfrentariam depois. Tudo o que eles precisavam agora era de aceitação mútua. Porque conforto eles já tinham encontrado nos braços um do outro. O resto viria com o tempo. Porque ela sabia que ele seria capaz de fazê-la feliz. Ela estava feliz, muito. Os medos ela deixaria para depois, bem depois. – Hmm... O que você trouxe naquela sacola?

Ele soltou uma risada suave e espontânea. E ela simplesmente amou aquele som.

– Chocolates meio amargos, para combinar com o seu humor e para adoçar a sua vida ao mesmo tempo.

Ela podia ver claramente o sorriso nos lábios tentadores. Deu um beliscão no braço dele e ele deu um leve puxão nos cabelos dela.

– Eu não precisava ir pra casa descansar, eu precisava de você. – A voz despreocupada dele irrompeu o silêncio. – Bem... O adicional é muito bem vindo.

– Idiota. Então agora dorme porque eu estou muito cansada. – A voz dela já denunciava tudo, estava se rendendo ao sono pouco a pouco e era embalada por ele. Só sabia que estava amando aquela sensação. – Boa noite, Atsushi.

– ‘Noite, Masako. – Ouvir seu nome nos lábios dele mais uma vez lhe dava um arrepio gostoso, diferente daquele que ela sentiu na realização do ato anterior em meio a tantos sentimentos e sensações. Essa era uma sensação confortante.

E eles tinham a simples certeza de que estariam ali na manhã seguinte. E apenas isso já bastava. O resto viria depois.


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Notas finais do capítulo

MuraMasa ♥ Pois é, quem diria...
Classifiquei como 16+ por segurança mesmo.
Ficou enorme, eu sei. Eu até pensei em dividir em dois capítulos, mas não, não quis.

E então... Gostaram? Amaram? Odiaram? Detestaram?
Deixem reviews.
Achou uma merda? Me diga também, será uma honra, acredite. Apenas, me deixe saber sua opinião.

Não sei se vai surgir algo mais com esse casal, mas enfim... Nunca se sabe.

Beijos e até uma próxima, quem sabe (;