Elena riu enquanto girava na cama, Damon mordiscou seu pescoço duas vezes e ergueu o rosto para vê-la.

– É uma boa forma de começar o dia. – ela disse sorridente enquanto acariciava o rosto dele, Damon sorriu e a beijou lentamente.

– Uma ótima forma...

– Mas eu tenho que ir para a aula. – Elena o empurrou e ficou de pé, Damon resmungou e escondeu a cara no travesseiro. – Será que Isabella está se dando bem na casa nova?

Damon engoliu em seco e se remexeu inquieto. Não queria pensar em Isabella e no beijo que aconteceu, nem no fogo azul. Por horas tentou descobrir algo sobre ela, mas era como se Isabella simplesmente não existisse. Não havia registros, nada que marcasse a presença da garota no mundo, uma completa anônima que tinha uma bela moto e os lábios macios.

– Bom, eu tenho prova semana que vem, vou passar a tarde estudando. Quer me ajudar? – Elena terminou de por a calça e olhou para Damon.

– Pode ser. – ele resmungou contra o travesseiro, Elena riu e terminou de se ajeitar. Damon ergueu o rosto apenas para o beijo de despedida, depois Elena saiu do quarto e correu para se encontrar com Caroline que passara a noite fora.

Observando o quarto bagunçado de faculdade, Damon se sentiu nostalgico. Se lembrou das diversas vezes que tentou fazer faculdade apenas para se divertir, desistia na metade do caminho quando as aulas começavam a irritá-lo, então se divertia matando alguém por aí.

Lembrou de Isabella e do beijo, sentia remorso por trair Elena e se perguntou se era errado demais manter isso para si mesmo e estar impressionado pela garota nova, então se lembrou de que Carlisle Cullen, pai adotivo da garota, trabalhava ali.

Levantou-se animado com um propósito. Antes de correr em busca da sala do Professor e Doutor Carlisle, ligou para Enzo em busca de algum “reforço” caso algo saísse ao contrário.

….

Bonnie fechou a porta de casa e se enrolou ao acertar a chave. Sua vida era diferente, mas animada. Pela primeira vez estava feliz e humana, começava a faculdade atrasada e isso a deixava envergonhada e animada.

– Qual é, que droga.-- resmungou consigo mesma e soltou um “yeah!” quando acertou a chave. Depois de trancar a porta, se virou e guardou a chave na bolsa. Antes de dar um passo para fora da sacada, se assustou com a garota que ali estava.

A garota usava jeans surrados, all star rabiscado e uma camiseta branca com algo escrito em preto, os cabelos castanhos de lado e um sorriso branco e enorme.

– Hum... quem é você? – Bonnie perguntou, sentiu um frio na espinha e se afastou mais um passo.

– Sou Isabella Swan. – respondeu a garota. Bonnie fez uma careta de confusão e soltou um riso amarelo depois.

– Ah, a compradora da casa de Elena...

– Isso também. – Bella lambeu os lábios e sorriu. – E você é Bonnie Bennett, melhor amiga de Elena, Ex-bruxa, âncora. Como é sentir a dor de cada morto a cada uma hora? São muitos mortos?

– Como você sabe disso? – Perguntou Bonnie confusa, sentiu falta de seus poderes, agora parecia apenas uma humana indefesa.

– Eu sei de muita coisa, Bon-Bon.

Katherine me chama de Bon-bon pensou Bonnie, fazendo outra careta.

– Bom, sei que hoje é seu primeiro patético dia de aula, mas devo dizer que você não chegará lá hoje, temos algo a resolver.

Antes que Bonnie protestasse, uma nuvem negra se espalhou ao seu redor e a deixou muda, cega e surda. Não conseguiu fazer mais nada, sentiu uma vertigem e caiu no sono.

…

– Eu quero morrer! – Katherine Pierce berrou enquanto Stefan ria no sofá, jogando a cabeça para trás. – Como assim? Olha isso, Stefan! Pare de rir, seu merda. Olhe essa droga.

A humana atrapalhada puxou a pele de sua cintura, revelando a recente estrias e os dois quilos que havia ganhado após tantos doces.

– Como assim fazem essas coisas maravilhosas e se comemos engordamos? Olha isso! Eu, Katherine Pierce, com estrias e gorda.

– Você não está gorda, Katherine. – Stefan tentou, mais uma vez, lhe dizer. Porém era inútil, ela não ligava para a opinião dele. – Tudo bem que ganhou quilo a mais, mas não é o fim do mundo...

Isso apenas serviu para que Katherine ficasse irritada. Ele se encolheu enquanto a garota se aproximava e tentava machucá-lo com as unhas afiadas. Rapidamente, Stefan a prendeu embaixo de si no sofá.

– Me solta, eu quero bater em você por concordar que estou gorda!

– Mas você...

– Me solte! – Berrou o mais alto que pode, Stefan a largou e coçou o ouvido. O grito dela tinha sido estridente demais. – Eu preciso de... como é que se fala, dieta. Não estou tão fora da atualidade, onde tem a droga de um computador? Eu preciso de dieta e... hum... cal... calorias, isso, restrição de calorias. AH, me dê um computador, Stefan, seu lerdo.

Revirando os olhos, Stefan foi até seu quarto e pegou o notebook para Katherine. Ela se sentou no sofá e começou a mexer no google. Stefan apenas ficou parado, a observando. Sentia medo de dizer, mas havia um pontinho vermelho na testa de Katherine e ele sabia o que era – uma espinha, uma espinha grande que nasceria e faria a garota chorar e querer arrancar a cabeça de Stefan, provavelmente.

– Achei! Essa é fácil, são 7 dias. – Atraiu a atenção de Stefan. – Emagrece 5 kg, mas eu só quero 2, então tanto faz. Hum... bom, eu vou precisar de limão.

– Tem bastante na geladeira... – ele se sentou ao lado dela, olhando o computador. - Não acho essa boa. Se quiser, posso marcar um mé...

– Um o quê? Médico? Ia dizer médico? Eu não vou na droga de um médico!

– Calma... Eu posso.. vamos procurar uma saudável.

– Não, eu quero essa e preciso de uma balança e fita métrica.

– Katherine... – Stefan disse baixo enquanto segurava a mão dela. O que era que Elena e Caroline diziam? Como elas emagreciam? Ele precisava de uma ajuda feminina agora... – Essa dieta é perigosa, você é humana agora e precisa comer. É simples, corte todas essas besteiras que você comeu e troque por coisas... mais saudáveis, podemos ir comprar legumes e frutas. Com os exercícios que você faz, vai ficar mais linda do que já é.

– Agradeço o elogio, mas não. Depois eu vejo um... plano alimentar para durar até achar uma forma de ser vampira, mas preciso urgente emagrecer tudo isso. São 5 limões por dia, só suco de limão com adoçante. Vou emagrecer bastante.

– Eu vou comprar uns shake... Caroline e Elena tomaram uma vez...

– Onde tem limão?

O vampiro apenas suspirou enquanto era largado no sofá. Katherine fez seu suco de limão na cozinha e, após tomar 500 ml do suco, veio com uma careta de enjoo para a sala.

– Eu vou pular corda...

E saiu. Stefan balançou a cabeça e continuou largado no sofá, se perguntando se era a hora de ligar para Caroline – novamente – e pedir ajuda sobre Katherine.

…

Bonnie suspirou enquanto olhava para o quarto. Seu nariz coçou e ela não impediu os espirros.

– Desculpe o pó, ainda tenho que limpar essa casa. – Bella se sentou na beira da cama e estendeu um lenço para Bonnie limpar o nariz.

– Que lugar é esse? – Perguntou depois de assoar o nariz, Bella fez uma careta.

– Minha casa nova, sorte que ainda temos esse sofá, mandamos a maioria dos móveis embora e eu tenho que limpar antes que os novos cheguem.

– Hum... – Bonnie olhou ao redor e deu um sorriso de leve, imagens de sua infância com Elena e Caroline penetraram sua mente, mas tudo foi embora ao encarar Isabella novamente. - O que você é?

– Eu sou aquilo que você deve temer e agradecer por existir. – Bella sorriu de leve e fez com que o pano de Bonnie queimassem em um fogo azul, Bonnie se assustou e encarou Isabella de olhos arregalados.

– Como faz isso?

– Gosto do fogo azul. Azul é uma cor linda. E isso me lembrou os olhos de Damon... Ah, Damon, Damon, ele é bem complicado de lidar.

– O que quer comigo? O que veio fazer em Mystic Falls?

– Tantas perguntas chatas e semelhantes. -0 Bella se levantou e andou ao redor do sofá, suspirando. Ergueu sua mão direita e em questão de segundos o chão da casa já estava limpo. Bonnie apenas se sentiu mais confusa. – Achei que fosse mais inteligente, Bon-Bon.

– Katherine me chama de Bon-Bon.

Bella sorriu e se virou para a ex-bruxa.

– Agora sim, Bonnie. Bom, nós temos sérias coisas para conversar.

Isabella se sentou no sofá e ergueu novamente a mão direita, a lareira queimou um fogo azul e todo o pó da casa parecia ter sumido. Uma expressão de cansaço a invadiu, mas logo passou. Bonnie pensou em perguntar novamente, mas decidiu que se deveria ficar calada, esse era o momento.

– Eu preciso de um favor e você não tem escolha a não ser fazê-lo.

Bonnie apenas suspirou mais uma vez e tentou aguentar enquanto Isabella despejava tudo o que precisava.