P.O.V Scorpius

Perguntava a mim mesmo onde eu poderia ter visto aquele lugar, em algum livro ou revista trouxa talvez, mas eu jamais estive naquela praia que não posso negar que era linda.

A areia, a água azul do mar e principalmente o pôr-do-sol, que era de tirar o fôlego, refletido pela água. O lugar estava aparentemente deserto, resolvi subir em umas pedras enormes que estavam atrapalhando a vista e também para poder ver mais de perto. Acabando de escalá-la, o que pouco demorou, percebi que estava enganado. O lugar não estava totalmente deserto, havia uma pessoa, uma coisa mais inesperada e incrível, uma garota de costas, o vento batia sobre seus cabelos ruivos que balançavam suavemente. Eu poderia sinceramente passar horas a observá-la, somente para o prazer de vê-la e poder admirá-la. Aproximei-me para ver quem era afinal, eu sentia que eu deveria conhecê-la de algum lugar. Não, eu definitivamente a conhecia, mas o que fazia ali? Quando foi que chegou?

Para minha surpresa ela se virou e sorriu, mas que sorriso inocente e encantador. De repente toda a praia perdeu seu brilho, porque o foco do meu olhar era apenas aquela garota. Eu tinha que tocá-la. Passei minhas mãos levemente sobre seu rosto, tinha a pele macia feito pluma. Puxei sua cintura e toquei levemente seus lábios doces, ela passou seus dedos entre meus cabelos, o paraíso era pouco para aquele momento. Até que...

–ACORDA FILHOTE DE DRAGÃO! -Gritava meu melhor amigo, Enzo Zabine. Acordei querendo estuporar aquele idiota, quem acorda as pessoas e ainda há chamam de filhote de dragão?

–Argh! Seu bosta de trasgo, não tinha hora pior para me acordar não?

–Por que, estava sonhando comigo? -Ele disse, dando uma piscada marota para mim. Joguei o travesseiro com toda força na cara dele, que tacou de volta com uma força que eu duvidava que alguém no mundo tinha logo pela manhã.

–Claro, se você for uma certa garota ruiva, que está na mesma turma que a gente! -Dei uma piscada sexy para ele.

–De quem você está falando? -Contava tudo para Enzo, crescemos juntos e depois que fomos para Hogwarts e ficamos na Sonserina, confiava nele.

–Você não vai acreditar, mas quero ouvir seus palpites.

–Ruiva? É... Clara Bonnes?

–É... Não, passou longe cara! -Clara é da casa Lufa-Lufa, bonita, mas já tinha saído com ela, não foi tudo isso.

–Não pode ser a Weasley, né?

–Exatamente, não sei porque, nesse verão venho sonhando com ela... -Seu queixo na mesma hora caiu literalmente.

–Nossa! Mas vocês nem se falam, ainda mais depois do 3º ano, fora que ela é prima do Alvo! –Sim, Alvo Potter, é nosso amigo e é da mesma casa que a gente, ele disse que foi uma surpresa para toda a família pertencente à Grifinória, mas que seus pais haviam ficado muito orgulhosos. Realmente eu não falava com ela, não que fôssemos inimigos, mas indiferentes, no máximo era só um "oi", principalmente pelo fato de que sempre fomos rivais em relação as nossas notas escolares, ela era incrivelmente inteligente e igualmente estudiosa, eu era apenas o Malfoy que tentava superar a imagem que minha família havia ganhado, por mais que ainda fossemos respeitado pelo mundo bruxo, ainda éramos a família que já tinha se unido ao lendário Lorde Voldemort, portanto ser um aluno brilhante seria a melhor forma de superar isso tudo.

–Eu sei, por isso mesmo tem que manter segredo, já é constrangedor contar para você, e olhar para ela vai ser muito difícil por causa dos sonhos, entende? -Enzo começou a dar um ataque de risada, estava pronto para azarar ele.

–Isso só pode ser ironia do destino, Scorpius Malfoy apaixonadinho, o pegador da escola, um cara que herdou do pai o talento de pegar mulher, apaixonado! -Aí ele já estava roxo de tanto rir.

–Não estou apaixonado por ela, foi só um sonho. -Disse emburrado, era óbvio que era só um sonho, mas que sonho, hein? Até agora eu estava com ela na cabeça!

–Para quem disse que "sonhou o verão inteiro", agora é "só um sonho"? -Revirei os olhos.

–Mas não deixa de serem sonhos. - Ele me encarou com uma cara de suspeito.

–Isso é que vamos ver! Chega dessa conversa, vou tomar banho! ― Fui até o banheiro, me arrastando, afinal o bom de morar em um castelo é ter uma suíte.

–E não demora combinei de encontrar com Alvo na plataforma 9 3/4 ! -Gritou ele do quarto, enquanto eu ligava o chuveiro.

–Não enche, cara de hipogrifo!

P.O.V Rose

Tinha que admitir que dava aquele frio na barriga por imaginar que aquele seria meu sexto ano, teria que decidir qual carreira escolher, estudar muito para ir bem nos N.I.E.M.S (no qual não seria problema para mim já que gostava muito de ler e aprender). Mesmo parecendo uma nerd, esse ano eu prometi para minhas melhores amigas, Dominique Weasley, Lilian Potter, Molly II, Roxanne Weasley e Megan Clark que iria me divertir. É lógico que não ia ser fácil, mas ia fazer desse ano inesquecível, mesmo sendo um ano muito decisivo, eu resolvi aproveitar a vida. É claro, ia ser o penúltimo, minha mãe Hermione Weasley sempre diz para eu aproveitar o máximo, os anos escolares dela foram cheios de aventuras e que eu deveria buscar fazer a mesma coisa. É claro que enfrentar um cão de três cabeças não estava incluso, mas ela dizia principalmente para preservar as amizades, que isso é que importa, e era isso que eu ia fazer.

–ROSEEEEE!!! ―Sai bruscamente dos meus pensamentos, o berro muito conhecido estava mais impaciente que o normal.

–Calma pai, desse jeito o senhor me deixa nervosa! Eu nem estou muito atrasada e ainda faltam quarenta e cinco minutos! Calma que vai dar tudo certo, e se não der, você é Rony Weasley, vai dar um jeito e me levar pra escola do mesmo jeito! -Meu pai, Ronald Weasley, queria que eu dirigisse seu carro. Eu já havia tentado antes e não tinha dado muito certo, quase que batemos em um prédio trouxa, mas ele tinha cismado que seria muito útil um dia e era por isso que ele queria sair tão cedo. “Caso aconteça algum acidente Rosinha!” Ele dizia, mas ainda assim ele precisou confundir o avaliador para poder tirar a carta de motorista. Depois de ter acabado de me arrumar, decidi ir reunir com a família, que estavam todos prontos pra minha surpresa.

–Pai, sou muito novo para morrer sabe, acho que preferia voar em um dragão ao estar nesse carro! -Disse Hugo, meu irmão mais novo. Ele é bem parecido comigo: ruivo de cabelos enroladinhos. Ás vezes ele lembra um anjinho, é lógico que só lembrava, porque agora ele parecia um demoniozinho.

–Para de drama Hugo! Eu era muito mais novo que você quando dirigi um desses! -Ele disse se sentindo orgulhoso.

–E vocês quase morreram atropelados pelo trem e não vou nem mencionar o salgueiro lutador -Disse minha mãe.

–Grande apoio mãe! É realmente o que eu preciso agora... -Falei respirando fundo.

–Desculpa querida, mas vai dar certo! Só relaxar e dirigir devagar, não é tão difícil quanto parece, já tentamos antes e quase foi uma missão bem sucedida!

Confirmei com a cabeça, ainda bem que estávamos bem adiantados. Liguei o carro e fomos a caminho do Expresso De Hogwarts.

Até que não foi tão ruim, não atropelei ninguém, não avancei sinal, só quase subi as vezes no meio fio e quase bati em um ciclista, mas mamãe disse que tudo estava absolutamente normal, eu estou completamente realizada e feliz, afinal tinha sido um grande passo, ninguém havia morrido por minha causa, até Hugo fazer mais um drama:

–Terra firme! -Disse se jogando no chão. Balanço a cabeça negativamente e continuo andando.

Assim que cheguei entre as plataformas avistei meu melhor amigo, Alvo Potter, que era mais alto que eu e tinha os olhos verdes iguais ao do tio Harry, que estava do lado dele junto com a tia Gina, James e Lily (que é mais nova que eu, nós nos parecemos muito, tirando fato que é mais baixa e tinha o cabelo ruivo e liso enquanto meu era enrolado nas pontas). Cumprimentamos-nos normalmente, afinal tinha menos de três dias que tínhamos nos encontrado. Após abraçar cada um, escutamos um grito estridente, digno de uma loira com tal característica.

–ROSEEE, LILY, ALVO, JAAMES E HUGOO QUE SAUDADES!! -Gritou lá do outro lado da plataforma. Megan era de perto a mais doida, um pouco mais baixa que eu, loira dos olhos azuis, filha de trouxas, mas muito inteligente e forte. Geralmente a gente se via durante as férias, mas ela foi viajar para o Caribe com a sua família e ficamos sem nos ver e só conversamos por carta.

–Também sentimos sua falta, doida! –Eu disse, abraçando ela e depois meus pais. Logo nós atravessamos a plataforma, torcendo para tudo dar certo. Como sempre a plataforma estava lotada, não estou tão preocupada com a escolha dos vagões porque eu era monitora juntamente com Alvo que provavelmente iria procurar por seus amigos. Despedimos rapidamente dos nossos pais e entramos no trem, para mais um ano letivo.