Como Ser Criado Por Um Maroto [SENDO REPOSTADA] escrita por MFR


Capítulo 42
A partida


Notas iniciais do capítulo

Eu disse ia postar antes de 2k16, mas um cara passou mal na fazenda e meu pai era o único que podia levá-lo para o hospital e todo mundo da minha casa teve que ir. Eram onze e meia da noite (22:30 aqui onde moro) quando chegamos em nossa cidade (quero dizer, na nossa vila. Isso aqui não é uma cidade) e meu pai ainda resolveu ir na pizzaria.

O pior foi que eu ainda tive revisar o capítulo, e isso me levou mais quatro horas porque eu encontrei coisa de mais errada.

Que saco, sinto muito.

Mas de qualquer forma...

F E L I Z A N O N O V O

°•○●○•°•○●○•°•○●○•°

Eu quero agradecer muito por esse ano maravilhoso. Por tudo que me proporcionaram, todo o carinho e apoio. Cada comentário e cada leitura, por todas as recomendações.

Vocês são muito especiais para mim.

Obrigada a alguns leitores em especial, aqueles que acompanham no grupo, que brigam comigo por capítulos, que discutem sobre shipp...

Cara, vocês me fazem muito feliz.
A M O V O C Ê S

Bom capítulo ;)



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Quando acordo, tudo estava escuro. Minha cabeça zumbia sonolenta enquanto meus músculos pesavam como chumbo. Minha mente estava nublada e processava pequenas informações na velocidade das vassouras de Hogwarts, ou menos.

Havia dor também. Meu olho esquerdo doía de forma constante e meu peito machucava.

Toda vez que inspirava, sentia cheiro de limpeza, como móveis recém limpos ou pratos recém lavados. Sabão, poções... Cheirava como a enfermaria de Hogwarts. Porém, além disso, eu sentia meus pulmões arderem quando puxava oxigênio, parecendo apertados, impedidos de trabalhar e sendo arranhados e limpados com sal. Tudo ao mesmo tempo, enquanto a pele por fora parecia estar se recuperando de uma queimadura bem feia.

Eu conhecia formas de dor, sabia do que estava falando.

No entanto, fora a dor, meu corpo estava muito bem, coberto e apoiado em algo macio. Minhas calças eram macias, minhas meias eram macias, o cobertor era pesado e o calor que me proporcionava era esmagador. Eu podia sentir o ar fresco em minhas bochechas, mas dentro do cobertor era tudo conforto e maciez, e tinha algo em meus olhos também.

Só que ainda estava escuro e eu estava com sede, meu ouvido zumbia muito alto mesmo e respirar era difícil graças a toda a dor e pela coriza que entupia meu nariz.

Pouco a pouco minha consciência ia voltando. Os pensamentos começando a tomar forma e a realidade se firmando em minha mente. Algo soava no fundo da minha imaginação, dando alegria a minha mente lerda, por um momento faço apenas, a memória de uma música. Depois vem luz, e mais luz e então em meus amigos.

Rony e Mione, penso e devo ter dito em voz alta, pois sinto minha garganta coçar e começo a tossir logo.

Duas mãos fortes seguram meus ombros mais alto, me colocando sentado. O movimento desencadeia uma onda de dor vinda do meu tronco, arfo esticando a coluna em reação. Pela dor era mesmo uma queimadura, definitivamente. Mesmo assim, após me colocar numa posição que não doía tanto, meu primeiro instinto é tentar ignorar a crise de tosse e de dor, e brigar contra as mãos invisíveis.

Mas então uma voz muito familiar aparece.

— Calma, filhote, respire. — pede. A voz se infiltra por todas as partes da minha mente, concertando algo que Bellatrix tinha quebrado enquanto tinha as mãos em mim.

A voz do meu pai retumba, suas poucas palavras ecoam por tudo e sinto que cairia, cairia para sempre se ele me deixasse. Era real. Era em inglês, não era uma musiquinha qualquer que eu havia alucinado por dias, era meu pai cuidando de mim.

Tenho vontade de chorar, mas estava ocupado demais cuspindo meus pulmões fora.

Meu peito chiava e meus lábios pareciam tão secos que cairiam, ofegava lutando contra o lamaçal em meus pulmões e já que os cobertores tinham caído, o ar frio passou a bater direto em meu peito me trazendo arrepios, a queimadura parecia estar sendo refeita, tal era dor a que proporcionava.

Não foi fácil a crise passar, mas meu pai teve o bom senso de me cobrir enquanto eu lutava fora da tosse. Quando tinha acabado, meu pai me orientara de volta aos travesseiros e sou coberto devidamente. Minha respiração pesada vai se normalizando com o passar do tempo e ao fim consigo murmurar algo:

— Papai? — chamo, fazendo minha garganta coçar de novo e tossir, desta vez apenas duas vezes, como para avisar que era para eu calar a boca.

— Estou aqui, filhote.

Muita coisa incomodava, estragando um reencontro ideal às vezes sonhado no depósito, porém depois de tudo que passara aquela dor parecia insignificante diante eu ter meu pai ali comigo.

Sua mão se infiltra debaixo dos cobertores procurando a minha, ele segura minha mão ao mesmo tempo em que beija minha testa. Antes que se afaste o seguro ali com o outro braço, ele estava razoavelmente perto do machucado em meu tronco, se ele se aproximasse mais uma polegada eu deveria sentir uma muito horrível dor, mas não me importei.

Sua mão solta a minha e passa a acariciar meu cabelo acima da orelha enquanto a outra segura meu ombro, parecendo saber muito bem que não devia encostar-se a meu peito. Passo o outro braço em seu pescoço e me encolho em seu toque. Era reconfortante, assustadoramente familiar e quente. Ele cheirava (pelo menos o que eu podia sentir com meu nariz tão entupido) como se não tivesse tomado banho a alguns dias - o conhecendo era provável, dada situação - mas os resquícios do cheiro do amaciante que Linkin usava em nossas roupas ainda era perceptível em seu casaco. Sua barba era áspera contra minha bochecha e seu cabelo cobria meu rosto.

Aperto-o mais, querendo ter certeza que ele estaria ali para sempre.

— Pai. — soluço.

— Está tudo bem, acabou, acabou. — ele me tranquiliza, sua voz abafada no meu cabelo.

Soluço, a alegria logo virando uma mistura de emoções. Dor, paz, tristeza, felicidade, alegria, saudade...

— Eu tive tanto medo. — admito me agarrando mais e mais nele.

Ele suspira e beija minha testa e então começa a jurar que tinha acabado, que estava ali, que tudo estava bem, que Hermione e Rony estavam seguros, que eu os tinha protegido, que tio Remus estava com saudade... Ele continua a reafirmar sua presença e como eu estava protegido, por minutos.

Minha garganta coçava e meu nariz devia estar em um estado deplorável, nojento, mas meu pai me segurava com braços de ferro, como se nunca mais fosse me deixar sair de perto dele.

Não seria eu a querer isso.

Porém respirar continuava se tornando mais e mais difícil e logo a tosse volta. A primeira é abafada pela pele do meu pai, me afasto um pouco para a próxima, mas depois vem outra e mais outras.

Peço para não sentar dessa vez, por causa do machucado, mas essa crise dura mais que a outra e vem mais forte. Sinto meus pulmões fechados e começo a lutar pelo oxigênio.

Tudo isso foi um gatilho para que memórias do depósito voltem. Bellatrix sempre me impedia de respirar.

Meu pai, vendo que eu não estava melhorando, grita por ajuda aos curandeiros, passos logo enchem meu ouvido bom, mas na minha mente só se passavam imagens do depósito, tudo sendo revivido de forma muito clara.

Então quando as mãos do meu pai somem tento retirar o que quer estivesse tampando minha visão, mas estava preso, de alguma forma grudada na minha pele. Dói quando tento puxar, como fita adesiva super forte.

Vozes soam incompreensíveis e mãos invisíveis me tocam e nisso me desespero.

A ideia de que vão me machucar se aflora por instinto e começo a me debater, se tornando ainda mais difícil respirar. Não consigo conter. Estapeio, grito e rosno, mal definindo os pedidos dos prováveis curandeiros e do meu pai para que eu me acalmasse.

Eles logo conseguem me segurar na cama, assusto-me ainda mais gritando e não me acalmando nem ao ouvir meu pai dizendo, implorando, que eu parasse, que estava tudo bem, que estava tudo bem.

Senti algo sendo empurrado em minha boca e engoli algum líquido, engasgando no caminho.

Ouvi meu pai, dessa vez realmente, enquanto caía no sono sem sonhos.

Estava tudo bem, estava tudo bem.


.

Ao acordar, não fazendo ideia quantas horas depois, minha cabeça parecia trabalhar com menos velocidade ainda e demoro alguns minutos para realmente despertar e parar de só pensar no quanto o depósito era macio e quentinho.

Mas o depósito nunca fora confortável para mim. Era um universo de dor e sofrimento, ódio e humilhação.

Desespero-me outra vez, me pondo sentado de olhos arregalados, cego, num escuro completo, o ouvido esquerdo zumbindo surdo e meu corpo molenga. Mexo-me sentindo meus pulso e tornozelos presos, debato-me por meio segundo quando mãos me seguram e começo a lutar contra elas.

Não que eu pudesse fazer grande coisa, de qualquer forma. Não preso e dopado.

Mas as mãos fortes logo se tornam braços quentes que me rodeiam e puxam para um abraço firme e a escuridão se enche com o som de uma voz conhecida falando comigo.

— Harry, está tudo bem. Sou eu, Harry, tio Remus. Por favor, sou eu...

Meus gritos (que nem percebera que existiam até o momento) se transformam em soluços e me encolho no abraço do meu tio.

Eu não lembrara que tinha sido achado, que meu pai estava em algum lugar por aqui e que eu não ia mais correr perigo. Que tanto Rony, Mione e eu estávamos com nossas famílias, que estávamos bem.

Não era alucinação, eu estava seguro.

Continuo a chorar no ombro do meu tio, que em momento nenhum se afasta e só tira suas mãos das minhas costas para puxar um cobertor para os meus ombros. Eu não tinha certeza se já havia sido abraçado por ele antes, o que era bastante idiota levando em conta o quão bom era.

Ele tinha o queixo no meu ombro e esfregava o lado do meu braço por cima da coberta. Não demoro muito para parar de chorar, mas não me movo. Só momentos mais tarde deixo a sonolência vencer e finalmente levanto a cabeça, ele me ajuda a voltar aos travesseiros e mais peso e calor cobrem meu corpo quando puxa cobertas para mim.

Ele descansa a mão na minha perna por um momento e então parece mudar de ideia e começa a soltar meus braços e pernas.

A curiosidade do porquê de estar preso mal é registrada pelo meu cérebro meio dopado e logo o sentimento de constrangimento me apossa. Depois do ataque de pelanca que eu dei a última vez que estive acordado, fazia todo sentido ter sido amarrado.

A primeira coisa que faço ao estar livre é tocar os pulsos feridos, não doíam exatamente, tenho certeza que naquele momento bem poucas coisas seriam capazes de doer em meu corpo, mas os fantasmas das amarras estavam ali.

Percebo um momento mais tarde que para tocar os pulsos da forma que eu fazia, com os braços dobrados perto do peito, eu precisava realmente dobrá-los, algo que eu não podia fazer por mais de uma semana no depósito.

Esquadrinho meu braço e sinto-o normal, com uma protuberância no cotovelo, talvez uma cicatriz. Fico tão focado tentando compreender a forma da cicatriz - um triângulo, talvez - que quase me esqueço do meu tio ali, com a mão sobre minha perna coberta de edredons.

— Harry? — ele me chamou.

Pulo um pouco, afastando a mão do meu braço.

— Desculpe... Acho que estou meio chapado. — murmuro lentamente, a garganta reclamando em resposta — Pode- pode pegar um pouco de água?

— É claro. — responde e sinto o movimento na cama quando ele se levanta. Ouço os sons de metal e água antes dele erguer minha cabeça e colocar o cálice de encontro aos meus lábios. — E sobre você estar chapado, é normal. Você tomou algumas poções muito fortes para dormir e para dor. — explica enquanto bebia.

— Obrigado. — agradeço ao terminar e volto para os travesseiros. — Ainda estamos em St. Mungus?

— Sim. — responde simplesmente, sentando-se na minha cama... Bom, leito.

— Posso... posso tirar isso do meu rosto? — peço, incomodado com a falta de visão.

— Não.

— Unh, o senhor vai explicar por quê? — Ele aperta minha e suspira, afirmando que meu olho estava machucado como resposta, sinto-me um pouco ofendido por como sua resposta parece ser para uma criança. — Ok. Onde esta meu pai?

—Conversando com seus curandeiros.

Procuro algo para falar, mordo o lábio e pergunto:

— Ele tomou algum banho nesses dias?

— Fora o há uma semana que eu quase tive que tirar suas roupas e jogar água com sabão para que ele tomasse? Acho que não. — responde.

Rio sem humor.

— Desculpe por isso.

— Por ser sequestrado e preocupar seu pai tanto que eu tive que brigar com ele para que ele tomasse banho? — pergunta crítico.

— Nh, yeah.

— Harry, você se desculpar por isso é coisa mais idiota que já saiu dessa cabeça, o que não é pouca coisa.

Aceito a ofensa com um sorriso plácido e um murmuro:

— Acredite, você perdeu bons momentos.

Antes de falar, ouço-a bufar pelo nariz e as palavras vêm com uma dose dupla de acusação.

— Como o motivo de Rony e Mione não terem nenhum arranhão e você estar nesse estado?

Mexo desconfortável com a crítica, meus braços vão para fora das cobertas. Enquanto o antes-muito-ruim-braço-direiro se estende com o outro mexo em meu cabelo distraidamente.

— É, esse está no top três.

Eu quase o podia ver balançando a cabeça em negação, tento segurar o suspiro de vergonha, não vergonha de ter protegido Rony e Mione, mas vergonha pelo o que eu tinha feito nossas famílias passarem. Antes que eu me enterrasse nesse sentimento sinto um aperto em minha mão, o silêncio dura alguns segundos antes de eu rompê-lo curiosa demais para segurar a pergunta.

— Tio Remus? — chamo.

— Sim?

— Meu pai... está bem?

A resposta não vem tão cedo quanto esperava. Já que eu realmente esperava um "Claro, com certeza" que eu não acreditaria totalmente.

Mas invés disso ele pensa antes de responder, segurando minha mais firme. Me assustando.

— Agora, ele está. — começa, me permito respirar — Está preocupado e sob pressão, só que você está aqui, finalmente. Mas... Harry quando Sirius foi chamado na escola, que contamos que você tinha sumido... Ele ficou muito bravo.

— Bravo como?

— Bravo como gritou com Dumbledore e me deu um soco. — Abro a boca para perguntar, mas ele se adianta — Ele pediu desculpas logo que tinha se acalmado, não é como se eu não o compreendesse de qualquer forma, também. Eu prometi que ia cuidar de você e mesmo assim...

— Não foi sua culpa. — interrompo.

— Não disse que foi. — concorda — Mas a culpa sempre acaba batendo quando a gente se importa. Sirius me culpou, culpou Dumbledore, culpou a si mesmo e, por fim, Lestrange. Os aurores fizeram todo tipo de tentativas para te achar, mas foram semanas. Sirius... Ele não sabia o que fazer. Eu fiquei com ele esses dias, estava com medo dele... — hesita. — fazer alguma besteira.

Eu sabia o que "fazer alguma besteira" significava, mas decido não pensar nisso. Mexo-me nos travesseiros.

— Mas e a escola?

— Eu pedi licença, não iria conseguir dar aula. Você quase me fez perder o resto do meu cabelo de preocupação, Harry. — sorrio constrangido — A escola estava uma bagunça, de qualquer forma. Ano passado o basilisco, nesse vocês três sumiram. Os pais de uma boa parte dos alunos não os deixaram voltar.

— Por minha culpa.

— Por culpa da Lestrange. — corrige sem deixar margem para discussão.

Que seja. Culpar Bellatrix estava muito bom para o eu dopado.

Espero um momento antes de puxar assunto de novo. Tinha certeza que se eu ficasse muito quieto eu dormiria em dois tempos então tento.

— Como é esse lugar?

Meu tio se mexe, talvez se sentando mais confortável, ou sei lá.

— Já esteve em St. Mungus? — Nego com a cabeça. — Bom, é um quarto comum daqui, como a enfermaria de Hogwarts, mas as paredes são mais escuras e não há janelas. Além do seu há mais cinco leitos. Só uma porta, onde no momento estão dois aurores do lado de fora e dois aqui dentro... Eles não ficaram nada felizes em ter um lobisomem aqui.

— Ah, obrigado por avisar que temos companhia. — ironizo sentindo-me corar — Teria sido bem vindo.

— Fique tranquilo, estamos fora do alcance da audição. Então, a não ser que se envergonhe de me abraçar-

Tio Remus se interrompe ao mesmo tempo em que ouço uma porta sendo aberta. Ergo-me pelos cotovelos, como se para ver melhor.

Não foi uma boa ideia porque (1) não aguentei dois segundos antes de fraquejar e cair para trás causando risos no meu tio e (2) eu ia ver o que com os olhos cobertos?

— Acordou há muito tempo, filhote? — a voz do meu pai pergunta.

— Um tempinho. — respondo, sentindo quando ele senta perto da minha cabeça, ouvindo minha cabeceira mexer com ele encostando-se a ela. — Pai, unh, desculpe por ontem... — peço lembrando-me do ataque que dei. — Foi ontem? — pergunto sem noção de tempo.

— Não, na verdade. — meu pai responde mexendo em meu cabelo. — Você acordou pouco antes do meio dia, agora são quase nove da noite. E está tudo bem, sobre mais cedo quero dizer. — garante e me acalmo, pois conseguia definir um sorriso no timbre de sua voz. — Como se sente?

— Unh... Confortável. — respondo acenando e me inclinando contra sua mão em minha cabeça.

— Isso é bom, mas eu preciso saber mais. — uma terceira voz se faz presente, soando gentil e feminina.

Fico tenso em meu lugar, erguendo a cabeça, aperto a mão do meu tio e procuro meu pai com a outra. É instintivo me assustar com a voz desconhecida e feminina, mas dessa vez meu pai me acalma dizendo:

— Está tudo bem, Harry. Essa é curandeira Amélia Lewis, ela está chefiando a equipe de curandeiros que está cuidando de você.

— Por ora, infelizmente. — ela acrescenta com pesar. — Mas é muito bom finalmente ouvi-lo.

— É, unh, prazer. — murmuro engolindo em seco e soltando meu pai e meu tio, volto os braços para debaixo dos cobertores, sentindo-os frios.

— Bom, Sr. Potter, conversei com seu pai e ele escolheu que não devemos esconder nada de você, por isso temos algumas coisas para lhe contar.

Meu estômago cai, com medo. Entro estado de alerta, temendo o que viria. Enquanto eu estava confortável, sem saber o porquê de meus olhos estarem vendados e meu ouvido surdo, da quantidade de poções e porque precisava de quatro aurores na minha porta, eu estaria seguro. Meu coração saberia que eu não precisava me preocupar

Mas se jogassem na cara o que eu teria que enfrentar ainda... bom, eu teria que enfrentar. E eu tinha medo.

Por mais gentil que a curandeira soasse, comigo de olhos tampados e ela com sua voz feminina me trazem arrepios. Aperto os punhos escondidos sob os edredons, entoando um mantra de "não é Bellatrix, não é Bellatrix".

— Algo está errado, não é? — pergunto.

— Está, esta sim.

Afundo ainda mais nos travesseiros e cruzo os braços apertados, puxando um calor.

— Harry, você, Rony e Mione foram encontrados no porão da Dedos de Mel, em Hogsmeade. De acordo com os aurores, toda vez que revistavam a loja, Lestrange aparecia como a falecida senhora Flume e conseguia confundi-los.

— Mas e os dementadores?

— Eles nunca a encontravam em suas rondas, imaginamos que ela conseguia seus horários com ajuda de Peter ou de alguém sob a maldição Imperius e se afastava na hora. O depósito foi repleto de proteções, o feitiço Fidellus foi colocado naquele pequeno espaço, não tinha como achá-los até que ela deixou o feitiço de lado ao destruir a loja.

— Ela lançou a Marca Negra no céu e sumiu antes mesmo dos habitantes da vila perceberem.

— Aurores logo chegaram até vocês, mas você não podia ser movido graças ao seu estado de saúde e tiveram que esperar os curandeiros. O que agravou muito sua situação, pois você não podia ficar exposto ao sol. Você estava inconsciente e demoramos tempo o bastante para jornalistas chegarem enquanto tirávamos você com segurança do lugar.

— Tiraram fotos? — pergunto, realmente um pouco preocupado em aparecer todo ferrado na mídia mundial.

— Muitas. A mídia estava louca com seu sequestro. Jornalistas para todo lado, especulações, veneno e mais veneno. Estavam acampados em Hogsmeade e me encheram o saco o tempo todo, como se já não estivesse ruim o bastante. — meu pai murmura. Suspiro, meu peito comichando com a ação. Eu mesmo não queria me ver no estado que estava, a ideia do mundo inteiro ver... me dava vontade de vomitar.

A curandeira, no entanto, não parece se importar, pois não hesita em começar a falar:

— Depois que você foi encontrado e trazido para St. Mungus tentamos cuidar de você o melhor possível, infelizmente sua condição é complicada. Harry, você foi encontrado com uma grave desnutrição e intoxicação por metais pesados. Também havia sinais hipotermia e seu fígado estava muito danificado, além dos vários tipos de ferimentos. O colocamos em sono profundo, pois não sabíamos como reagiria a um tratamento tão doloroso. Conseguimos curá-lo da maioria dos problemas, mas a exposição à magia negra somada com a falta de alimento e a intoxicação por cobre te deixou muito fraco. Um bruxo adulto saudável pode ficar até dois meses sem alimento, mas como você é muito jovem e teve uma série de outras coisas prejudiciais à saúde você não reagiu tão bem como esperado... — ela deixa as palavras no ar.

— Eu vou ficar bem? — pergunto.

Todos se calam por um momento, mau sinal. Meu pai aperta minha mão outra vez, o que também não parecia bom presságio. Minha audição não estava grande coisa, com meu ouvido esquerdo zumbindo, mas eu tive quase certeza de ter ouvido um respirar fundo.

— Se fosse só isso, Harry, você estaria bem, logo ficaria totalmente curado, mas há... a maldição.

— A maldição? A... — pergunto.

Tento puxar o nome que Bellatrix tinha dito, mas não me vem. Ao invés do nome, me vêm lembranças. Do cântico soando tão errado na boca de Bellatrix, do fogo que girava alto, roxo, queimando minhas mãos, de Rony e Mione presos chorando e lutando para me salvarem.

Me sinto de repente muito menos quente e confortável, e estremeço.

— Você foi amaldiçoado por uma magia muito forte. A Hiyake-me não age imediatamente, ela causa complicações. É como... Metaforicamente, é como um parasita em seu olho esquerdo, cada vez que fica exposto ao sol, a maldição reage e ataca seu corpo.

— Eu já tenho alguma coisa? — pergunto, sentindo-me idiota logo de cara em perguntar para uma desconhecida algo sobre mim mesmo... Cala a boca, Potter, ela é uma curandeira, é para isso que ela serve.

— Seu olho direito foi afetado e seu ouvido esquerdo também, o que comum se tratando da maldição, e você tem pneumonia causada pela maldição. — arfo, isso era muito mais do que eu imaginava, e a curandeira se adianta — Mas acreditamos firmemente que todas essas coisas podem ser revertidas se a maldição for controlada-

— Qual é o tratamento?

— Ele é controlado por-

— Como eu fico curado? — insisto.

— A maldição só pode ser interrompida se extrairmos o lugar que foi amaldiçoado.

— Então... eu vou perder meu olho?

— Não necessariamente. Perder o olho pode tanto acabar com a maldição quanto dificultar o caso. Se o processo não for feito no momento certo, com a maldição muito bem controlada, as chances de você morrer são muito maiores do que se você continuasse com ele. Um caso de Hiyake-me é sempre diferente do outro, o seu é especialmente complicado. Você deve ser o mais jovem portador desde... Bom, eu não encontrei nenhuma ocorrência com bruxos mais novos do que vinte e quatro anos. Então, Harry, tudo depende de como a maldição vai atuar com o tempo e até lá devemos controlar da melhor maneira possível-

— E para saberem eu vou ter que ficar trancado e de olhos vendados? Por quanto tempo? — diante de minhas perguntas, a curandeira fica em silêncio, todos os três ficam. E isso me irrita. — Eu estou cego aqui, dá para pelo menos falarem?

— Harry, se acalme.

— Eu vou morrer ou ficar aleijado! Como quer que eu-

— Harry! — meu pai chama meu nome de forma imperativa. De uma forma que só me resta a alternativa de sentar em silêncio, ofegando. Depois de meu ataque, sinto meus pulmões reclamarem, pedindo por ar, e espetando. Aperto o peito, tinha sido uma dor assim que havia precedido a quebra do meu braço.

Uma mão aparece em minhas costas, fico tenso por meio segundo e mentalmente me questiono se algum dia eu deixaria de me assustar com toques. Mas a mão não se afasta, começando uma série de movimentos circulares que aliviam a dor.

— É a pneumonia, Harry. — tio Remus explica.

— Isso não é contagioso? — pergunto, ainda sentado encolhido.

— Não no seu caso. — meu pai murmura, beijando o lado da minha cabeça e continuando a esfregar minhas costas.

Me constranjo. Era a segunda vez no dia que eu tive um acesso de raiva. Eu havia passado por tantas, mas isso nunca seria desculpa para ser grosseiro com quem não merecia.

— Me desculpe, curandeira. Eu...

— Eu compreendo, senhor Potter. — escuto de forma gentil — Ninguém deve passar pelo o que senhor passou, muito menos uma criança. Eu gostaria de fazer mais, fazer tudo para curá-lo, mas essa maldição é tão rara... — Ouço-a suspirar — Eu não posso fazer isso, eu adoraria ajudá-lo, mas... mas para o seu próprio bem, eu indiquei passar seu caso para um especialista.

— Um especialista? — pergunto curioso. Meu pai não falara nada, o que devia significar que a curandeira já havia conversado com ele sobre o assunto.

— No Japão a incidência dessa maldição é muito maior, então eles estão muito mais preparados. Há uma curandeira especialista em tratar esse tipo de artes das trevas... Ela está aposentada, mas tenho certeza que um pedido fará ela ajudá-lo.

— Pai... — chamo.

— Já estamos cuidando disso, filhote.

— A especialista aceitou?

— O pedido demorou um pouco mais do que deveria, pois se tornou oficial quando o ministério da magia se envolveu. — tio Remus continua — Fudge foi um tanto contra levar o queridinho da Grã Bretanha para ser ajudado fora do continente, mas Sirius e a curandeira Lewis foram bem persuasivos.

— O governo japonês garantiu uma resposta até daqui a dois dias.

— Então o que?

— Como a curandeira está aposentada, ela decide se aceita ou não o caso. Caso essa especialista se recusar, tentaremos outros. Se ela aceitar, foi pedido que ela viesse para cá, porém o embaixador japonês afirmou que é pouco provável, pois Mokusai é um tanto difícil e ela seria contra deixar seu país, então nós iríamos sair.

— Vamos mudar para o Japão?

— Durante seu tratamento, sim.

— Mas e sua empresa? Nossa casa? Minha escola, meus amigos? O tio Remus- — desengato em outra crise de tosse.

Meu pai volta a esfregar minhas costas enquanto luto para puxar o ar.

— O importante, Harry, é que você fique bem. O resto arrumamos com o tempo. — meu pai murmura.

Outra mão se encontra com meu braço, tio Remus aperta-o me confortando.

— Vai ficar tudo bem.

A curandeira encontra seu tempo para fora do quarto quando paro de tossir e volto a deitar, havia ainda muito a se explicar, mas naquele dia eu não queria saber, eu só queria respirar e ter meu pai e tio Remus por perto, e tentar dormir um pouco.

Meu pai não saiu da minha cama, falando comigo sobre o tempo que sumi, de como esteve preocupado e queria que eu voltasse. Ele falou de Rony e Hermione, que ele tinha conversado com os dois e que eles pareciam realmente bem, estavam aguentando as memórias do que passamos muito melhor do que o esperado. Ele contou de como Hanna sentia minha falta e que tia Bina esteve louca de preocupação no Brasil.

Ele mexeu em meu cabelo quando não tinha mais o que dizer. Tio Remus era uma presença silenciosa, que só falara poucas palavras desde que a curandeira tinha saído, sua mão segurava meu braço por cima dos cobertores.

Quando meu pai parou de falar, tio Remus tinha começado a conversar com ele, mas nesse ponto eu já estava quase dormindo.

As palavras desconexas fizeram caminho pelo meu ouvido direito, e me ajudaram a dormir. Dessa vez sem poções ou violência que me obrigavam a ficar desacordado.

.

A reposta chegou dois dias depois, como o prometido.

Mokusai Chiryō-shi havia aceitado tomar meu caso, com a condição que eu fosse para a cidade de Heiwa onde ela aparentemente tinha uma casa e considerava o lugar ideal para o tratamento.

De acordo com meu pai, essa cidade era a única em uma ilha ao norte do Japão e era conhecida como uma das mais seguras do mundo bruxo. O último assassinato criminoso que houve na ilha remetia ao século dezoito, e havia sido uma mulher que matara o marido por ter sido traída.

Era um lugar cheio de protocolos e feitiços de segurança para garantir a segurança da população, era também o lar de uma escola de artes bruxas, que também formava os moradores da ilha com educação bruxa básica.

Heiwa era conhecida mundialmente pelos seus museus, teatros e shows. Era provavelmente o maior centro de cultura bruxa no mundo.

E eu estava indo para lá.

Tivemos que esperar mais uma semana para tudo estar pronto. Tudo tinha que ser no mais absoluto sigilo, desde a abertura do portal, o envio de nossas coisas, até a viagem de Mokusai para Heiwa e a burocracia para a mudança de país. Pouquíssimas pessoas do lado japonês sabiam que eu estaria chegando, desse lado, nem mesmo meus curandeiros souberam o lugar exato.

Foram designados aurores para minha proteção no Japão, eles atuariam principalmente invisíveis e estariam sobre a legislação do país, mas eu teria um esquadrão por perto. Pessoas escolhidas a dedo por seu talento e confiabilidade.

Eu não sabia de mais da metade disso, até que houve a locomoção.

Pouco antes de ser colocado em uma maca, meu pai explicou tudo em meu ouvido.

Era uma noite fria, mesmo na parte mais isolada de St. Mungus. Minha maca era estreita e funda, própria para viagens longas. Tinham faixas que me segurariam enquanto atravessávamos um portal direto para a cidade - uma coisa raríssima, pois qualquer emigrante de países que não estavam em algum tratado estreito com o Japão não tinham permissão para adentrar na ilha sem uma entrevista.

A nossa entrevista seria feita pelo próprio embaixador do Japão, na porta do portal. E se consistiu basicamente em analisar minha varinha, perguntar algumas informações básicas e passar por dois feitiços de confirmação de identidade.

Quando o embaixador se afastou, meu pai e tio Remus voltaram para perto da mim. Papai avisou que eu deveria tomar um tônico relaxante, já que a viagem seria muito desconfortável, e enquanto buscava, meu tio segurava minha mão.

Eu estava meio nervoso, incomodado com a nova mudança, em me afastar de meus amigos e de saber que tudo isso era mesmo necessário, pois eu estava doente.

Nesses dias que eu esperava, a equipe do St. Mungus fez o possivel para cuidar de mim, mas isso não impediu de eu passar incrivelmente mal.

A pneumonia não tinha passado, nem com todas as poções, pois ela não era causada pelo frio que eu passei no depósito, e sim pela Hiyake-me. E quem dera a pneumonia fosse a pior parte, não, ela estava longe disso. Pois mesmo que não tenha ficado minimamente exposta à luz solar, eu tive o que a curandeira Lewis chamou de "crise".

Era um efeito da maldição. A dor começava no olho, o bastante para me tirar o folego e então descia para a marca no peito onde invés de doer como o resultado de uma queimadura, ela dava algo como choques que prejudicavam meu estomago e pulmões. A dor era horrível, mas era uma preparação para o aumento da que já acontecia no olho, os espasmos pela cabeça inteira. Nem todas as poções para dor deram conta de me impedir de agonizar em cada uma das quatro crises que eu tive.

Eu estava impedido de andar também, a vadia da Bellatrix tinha conseguido danificar seriamente um tendão da minha perna com aquela agulha ao mesmo tempo que Hiyake-me se manifestava com dor em meus tornozelos e joelhos.

E ainda estava cego e parcialmente surdo. A dependência que essas ultimas três coisas traziam era humilhante, mais de uma vez durante essa semana eu tive vontade de arrancar a faixa e queima-la. Mas eu não podia, ela tanto protegia meu olho, como impedia que os outros vissem o que, de acordo com a curandeira Lewis, não era agradável.

Ambos meus olhos estavam cegos por ora, então de qualquer forma eu não veria nada retirando a venda. Mantenho meus olhos escondidos. E me irrito toda vez que tinha que ser carregado, nem mesmo urinar eu conseguia fazer sozinho.

Mas por mais que tudo isso fosse complicado, eu ainda era capaz de piorar tudo tendo ataques toda vez que um curandeiro me segurava.

Como eu sempre digo: o universo me odiava. Toda a minha sorte devia ter sido revertida em eu ter sido criado por Sirius Black e em dinheiro em nossas contas.

No entanto, por incrível que pareça, eu não me sentia deprimido. Eu estava realmente feliz em estar vivo. Era chato e difícil, mas comer, estar com minha família, ouvir musica, estar coberto, deixava tudo ultrapassável.

Então, enquanto esperava a hora de entrar no portal, com a poção quase me fazendo dormir e só ouvindo as pessoas a minha volta falarem, eu me sentia bem alem de nervoso, seguro.

Meu pai estaria sempre comigo, tio Remus viria conosco também afirmando que eu precisava dele (estava certíssimo), John havia sido designado como líder do meu esquadrão de proteção e Tonks fazia parte do grupo.

E quando estava quase, quase dormindo, confiando que a próxima vez que acordasse, estaria em solo japonês, papai beija minha testa. Eu não sentia o movimento, era para isso que a maca flutuante servia, mas o ar batia em meu rosto ficando mais forte enquanto chegávamos perto do portal. A coberta que me separava das faixas era macia e quentinha, e enrolo os dedos nela.

Suspiro caindo no sono.

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Notas finais do capítulo

F E L I Z A N O N O V O, de novo.

O que acharam desse capítulo atrasado e que nao ficou como eu pensava de jeito nenhum? Eu quase tive rescreve-lo nessa madrugada, mas no fim eu gostei dele, espero que vocês tbm e...

Eu sei, eu sei. Suspense de novo, que saco. Mas assim vocês criam mais expectativas pelo proximo :D



♦♦♦H i y a k e - m e♦♦♦

Só deixando claro que eu não sou medica, tudo que eu criei foi inventado e pesquisado por cima. Não tem como eu criar uma doença totalmente plausivel.
Porem enquanto eu pensava em quais seriam os efeitos da maldição eu procurei alguma doença para me inspirar, assim seria mais fácil de desenvolver. Procurei canceres, doenças raras, mitos, mas não encontrei muita coisa e resolvi fazer por mim mesma.
Na criação eu comecei a pensar, tinha que ser relacionado com o sol, causasse problemas de locomoção e atacaria órgãos... Minha mãe tem lúpus, uma doença autoimune que no caso dela ataca a pele, o dela é dos mais leves, tudo que precisa é tomar cuidado com o sol (ou seja, ela usa calças, mangas compridas, chapéu e protetor solar o dia inteirinho) e tomar seus remédios, mas em outros casos a pessoa morre antes de descobrir que tem a doença.
Lupus ataca um monte de coisas, ele pode causar pneumonia, problemas nas articulações, problemas comportamentais, depressão... e de quebra é algo que eu já conhecia por causa da minha mãe (que graças a deus nao tem nada disso), era a doença perfeita para usar de inspiração e a burra aqui demorou meses para fazer a ligação *facepalm*
Eu não dei muitos detalhes da condição do Harry nesse capítulo, pois não consegui encaixar, mas os próximos serão principalmente sobre a recuperação do Harry, então vocês saberão.

♦♦♦♦♦♦♦

"Ei, Harry vai ficar bem?" Se voces estivessem no grupo saberiam, aquilo é um mundo de spoilers (eu aviso quando vai ter, claro), então nao vou responder. E n t r e m n o g r u p o.

"Ele ainda vai sofrer?" Sim, ele vai. Mas dessa vez a familia dele estará junto então não será como no depósito.

"Ele esta realmente indo para o Japão?" SIM, ele está. Cara, eu estou tentando pensar num motivo para mandá-lo para o Japão há anos! E tenho essa ilha toooodinha imaginada, da cidade, as casas e a escola!...

"Sirius deu mesmo um soco no Remus?" Arram (sim).

"...Remus deu banho no Sirius?" Embora meu coração de shipper implorasse pelo contrario, não, Remus não deu banho no Sirius - mas estou pensando seriamente em escrever uma one wolfstar (Sirius+Remus) sobre como os dois estavam na epoca que Harry estava sequestrado.

"O próximo capítulo sai daqui duas semanas?" De jeito nenhum.

Para quem esqueceu, eu vou rescrever a fic. Não estou dizendo que vou escrever toda a fic de novo, com tudo refeito e novo, mas sim revisá-la. Arrumando os capítulos aproveitáveis, excluindo os inúteis, fazendo novos... Assim. Isso talvez leve alguns meses, mas estou contando com isso para continuar a escrever a fic, se não acho que não ia aguentar muito antes de desistir.

Relembrando: Eu mudei, eu cresci e descobri mais coisas, então sei melhor como algumas coisas deveriam acontecer e não aconteceram na fic.

♦♦♦♦♦♦♦

Desejo, mais uma vez, tudo de bom para todos vocês. Não tirem cspcum de seus acompanhamentos, o proximo capítulo provavelmente vai ser um aviso de onde cscpum revisado vai ser repostada, ainda no Nyah!, claro.

Todos vocês devem conhecer a nova versão de cscpum, estou cheia de ideias e pensando muito no que fazer - quem do grupo leu o bonus que eu falava da vez que Harry se mudou?

Muito paz, amor e alegria na vida de vocês. Que esse ano seja mu u u u uito melhor que 2015 e que nosso mundo tenha mais amor e respeito.

Conheçam novas coisas, sejam felizes com o que já têm e acima de tudo amem quem são.

Obrigada por tudo nesse ano que passou e por tudo que ainda espero que aconteça. Beijos.