Como Ser Criado Por Um Maroto [SENDO REPOSTADA] escrita por MFR


Capítulo 28
O pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Bônus para Isahh Di Ângelo

"— Prontinho. — Aviso terminando de amarrar os cadarços de seu All Stars.

— Obrigada. — Harry agradece olhando para o nó duplo que eu dei em seus sapatos. Ele até sabia amarrar, mas, dizendo ele, preferia que eu o fizesse para que não se soltasse durante as aulas.

Inspeciono para ver se esqueci de algo em suas roupas. Camiseta de uniforme, calça também de uniforme (só porque era confortável, se dependesse dele, só usaria jeans) e tênis no exato tom laranja das calças.

Chamativo? Depende do ponto de vista.

— Tudo certo. Sua professora mandou algum bilhete para mim?

— Ahan. — Ele afirma se abaixando lado da cama para pegar sua mochila vermelha de lá. — Aqui. — Harry diz entregando sua cardenitinha.

Procuro pela ultima página usada e antes que eu pudesse ler o bilhete ali colado ouço um pequeno suspiro vindo de meu afilhado. Ignorando começo a ler o conteúdo do recado.

Dia dos Pais. Era um convite para uma apresentação seguida de almoço que aconteceria na escola de Harry.

— Sua escola vai ter festa, é? — Pergunto usando um pouco de animação na voz.

— Vai ser só uma apresentação. — Ele corrige com o começo de um bico na boca. — Você não precisa ir se não quiser.

Franzo as sobrancelhas, curioso, e o empurro devagar para que ele se sentasse na cama.

— Você não quer que eu vá? — Pergunto.

— Não é isso. — Ele corrige depressa com o intuito de não me magoar. — Mas é que... Que...

— Que?... — Encorajo.

Com os olhos nos joelhos e apertando os lençóis com as mãozinhas, Harry responde baixinho:

— Você não é meu pai. E-eu não quero que você vai sem querer.

Suspiro.

— Harry... — começo, mas era difícil falar sobre isso. — Você sabe que não é meu filho, eu sempre quis que você soubesse disso para que não se esquecesse dos seus pais. Só que você tem que entender que não ter meu sangue não significa que eu não te ame como se fosse seu pai.

Ele começa a balançar as pernas, seus pés pequenos quase batiam em mim ajoelhado em sua frente. Harry ainda tinha a cabeça a abaixada e os óculos - que ele, com apenas seis anos, já tinha que usar - quase caíam de seu rosto.

— Na fica triste, padrinho. — Ele pede erguendo a cabeça e empurrando os óculos para o lugar — Eu sei que você me ama também te amo, mas por que eu não tenho meu papai e minha mamãe de verdade comigo?

Aperto suas mãos pigarreando, procurando por uma forma de explicar sem traumatiza-lo.

— Porque eles morreram filhote, estão no céu agora. Te protegendo lá de cima, assim como fizeram quando estavam aqui embaixo.

Harry morde a parte interna do lábio, uma mania que eu estava tentando tirar dele. Mas não seria agora que eu te chamaria a atenção.

— Como que eles foram para lá? — Ele pergunta.

Contenho um suspiro. Me levanto um pouco para me sentar do seu lado na cama macia.

— Vou contar tudo, mas só se prometer que vai ser forte. — Digo e ele balança a cabeça rápido concordando. Respiro fundo passando o braço por seus ombros. — Você sabe que é um bruxo, né? Eu também sou, seu pai e sua mãe também eram. — Começo e ele acena mostrando que estava acompanhando. — Existem muitos bruxos como nós por aí, não tanto quanto os trouxas, mas ainda muitos e nem todos são bonzinhos.

— Existem bruxos maus? — Harry pergunta surpreendido.

— Sim, e muitos. — Respondo. — Na época que você nasceu estava acontecendo uma guerra entre os bruxos bons e os maus.

— Sério? — Ele pergunta animado com história, seus olhos até brilhavam.

— Sim. Eu, seu pai e sua mãe lutávamos no lado dos bonzinhos, assim como muitos amigos nossos. Éramos fortes, mas o lado mau também era. Existiam muitos bruxos maus e eles eram poderosos.

— Muito poderosos?

— Bastante. Principalmente o líder deles, Lord Voldemort.

Eu contava a história como se fosse ficção e se Harry estava de alguma forma assustado, não era um medo maior do que se eu estivesse lendo um livro. Porém, lembranças dessa época passavam pelos meus olhos, algumas não eram felizes.

— Mas também tínhamos um grande mago do nosso lado, um muito maior que Voldemort, que era o Professor Dumbledore. — digo — Muitos bruxos das trevas acabaram morrendo ou sendo presos, e alguns dos bruxos do nosso lado foram mortos.

— Como meus pais? — Ele pergunta e a animação que antes brilhava em seus olhos some.

— Sim. James e Lily, seus pais, eram um dos mais fortes bruxos da nossa época, achamos que isso fez Voldemort querer que eles fossem para o lado das trevas. Lord Voldemort começou a procurar seus pais, se ele os achasse ou James e Lily iam para o lado dele, ou Voldemort os matava.

— Voldemor achou papai e mamãe, né?

— Sim.

— Eles não queriam ser maus, né? — Harry pergunta baixinho.

—Não, eles não queriam. — Confirmo passando a mão em seu cabelo. — Quando seus pais fugiram, eles se esconderam numa cidade pequeninha na Inglaterra e usaram um feitiço que tornava impossível qualquer um achar eles. Com esse feitiço só uma pessoa podia contar onde eles estavam. Seus pais me escolheram para guardar o segredo... — Me interrompo. Era difícil tocar no assunto. — Mas eu tive medo que Voldemort me fizesse falar, então pedi que outra pessoa guardasse... O-o segredo. — Admito, Harry estava calado encarando suas calças. — Escolhemos um amigo que a gente confiava muito, mas ele nos traiu e contou para Voldemort onde seus pais estavam... Não devíamos ter confiado em Pedro e eu também não deveria ter desistido de ficar como guardião do segredo. Agora eu sei que mesmo que me matasse eu não iria trair seus pais. Parte da culpa deles estarem mortos foi minha...

Harry soluça baixo erguendo o rosto e esfregando os olhos com o braço.

— Não foi não! — Harry esbraveja — Foi culpa de Voldemar, você só queria proteger papai e mamãe.

Dou tapinhas no topo de sua cabeça contente.

— Obrigado, Harry. — Agradeço sorrindo tristemente,

— Continua com a história. — Ele pede.

— Tudo bem. Lord Voldemort encontrou seus pais, mas diferente do que imaginavam Voldemort só queria... — Procuro as palavras com cuidado. — Bom, ele queria só você, machucar você.

— Por que eu? — Harry pergunta arregalando os olhos assustado.

— Ninguém sabe. — Digo, omitindo um pouco. — Naquela noite Voldemort matou seus pais, mas não conseguiu te matar.

— Por quê?

— Pois James e Lily nunca deixariam que ele o machucasse. Seus pais te amavam tanto que pediram para morrer no seu lugar, Voldemort os ignorou e os matou mesmo assim. Mas isso criou proteções mágicas em você. — Explico.

Era uma conversa pesada, Harry só tinha seis anos, mas já que eu começara, que a merda fosse toda para o ventilador e que Harry soubesse logo.

— Então como Voldemar morreu? Foi o bruxo bonzinho que acabou com ele?

— Não, Harry. Foi algo muito mais poderoso que Dumbledore.

— O quê? — Ele pergunta cheio de curiosidade, quase socando minhas pernas.

— O amor de seus pais. — Respondo calmamente, a expressão que antes só demonstrava apenas uma forte curiosidade se mostrava completamente surpresa. — Quando Voldemort te atacou, ele encontrou a barreira que a morte de seus pais criou e o feitiço que era para te matar, matou à ele mesmo. Me desculpe, Harry, mas foi um final perfeito para um homem tão mau quanto Voldemort. Foi graças ao amor dos seus pais que Voldemort foi parado e centenas de vidas foram salvas.

— Papai e mamãe foram heróis. — Harry murmura.

— É, também acho. Mas não foram eles que ficaram famosos.

— Anh?

— Você é famoso! — Digo fingindo animação numa tentativa estúpida de fazer ele não ficar deprimido.

— Sou? — Pergunta.

Riu, antes de responder.

— Muito! Aqui nem é tanto, mas na Europa você é conhecido por todos. Você é O Menino que Sobreviveu.

Meu afilhado continua me encarando com os olhos muito abertos, mas então volta a fechar a cara com um bico.

— Isso não é legal... Papai e mamãe é que deviam ser famosos. Eu nem me lembro dessas coisas.

— Harry, você não é apenas amado por ter derrotado Voldemort. Você representa o final da guerra e a paz que o mundo bruxo finalmente teve. Depois que Voldemort se foi as pessoas que morreram pelas mãos dos Comensais da Morte finalmente puderam descansar em paz. Voldemort foi um homem horrível, que machucava os outros por quase nenhum motivo. Ele era um hipócrita que acreditava ser melhor que os outros, que achava que bruxos não deviam se aproximar de trouxas e quem nascesse assim não merecia usar magia.

— Você fala umas coisas difíceis — Harry sussurra.

Ele não fala mais nada, ficando quietinho encostado em mim.

— Tudo bem, filhote? — Pergunto.

— Ahan.

— Desculpe por ter dito tudo isso de uma hora para outra. — Peço bagunçando seu cabelo. — Mas era melhor eu te contar logo.

— Tá. — Ele murmura simplesmente, ficando em silêncio depois. — Padrinho, por que você quis ficar comigo? — Harry pergunta de supetão

— Seus pais pediram que eu cuidasse de você se algo acontecesse com eles. Eu sou seu padrinho afinal... Precisava fazer isso por eles, mas eu também não iria de jeito nenhum te deixar.

— Por que não? — Harry pergunta meio sem emoção.

— Porque você é como meu filho, sempre foi. Mesmo quando seus pais ainda estavam aqui. — Respondo.

Me deito na cama ainda com as pernas de fora e puxo Harry para ver seu rosto. Os olhos muito verdes dele brilhavam com lágrimas, ele não soluçava e já parara de lacrimejar. Afago seu cabelo de novo e empurro os óculos para o lugar.

— Posso faltar na escola? — Ele pergunta de repente.

Riu jogando a cabeça para trás.

— Você não podia pedir isso antes de eu te vestir?

Ele dá um sorriso menos aberto que o normal e então pula em cima de mim tentando puxar meu cabelo."



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Talvez, só talvez, eu deveria ter ido para a aula de Snape, mas ver a cara feia dele só pioraria meu humor que já estava perto do de um enterro.

Hagrid! Por que ele? Não podia ser ele! Tudo bem que ele tinha uma notória fixação por monstros (alguém lembra do Fofo?), mas daí soltar um para machucar os outros não parecia algo que Hagrid faria.

... A não ser que ele realmente acreditava que seu "bichinho" era inocente. É, podia ser isso.

Ou não!– Minha parte racional dizia.

Ou sim!– Meu coração rebatia mostrando a língua.

Suspiro afastando meu rosto do travesseiro. Sentado olho pelo dormitório. As camas dispostas bem afastadas umas das outras com lençóis vermelhos e cortinas, o chão de madeira "decorado" com algumas poucas roupas jogadas, malões e baús abertos e bagunçados, livros colocados de uma forma que não atrapalhassem nas mesas de estudo, com toalhas estendidas nas cadeiras para secar. Nesse dormitório era possível que eu fosse o mais organizado, talvez empatando com Neville, assim como Rony podia empatar com Simas que parecia (des)organizar suas coisas como se elas tivesse explodido de onde realmente deveriam estar.

Eu tinha algumas opções do que fazer. A primeira era ir para a sala de Snape e receber os ultimo vinte minutos de aula... Não. Podia também ir para o salão principal e jantar antes, ou ir dar uma volta pelo castelo, talvez conversar com Sirius pelo espelho mágico - ele não se importaria em saber que eu faltei uma aula, principalmente a do Snape - ou ir visitar Hagrid.

Estupidamente, eu estava com medo de ir visitar Hagrid. Não por achar que ele faria algum mal para mim, mas por simplesmente não saber como encara-lo. Era bem possível que enquanto eu tomava chá acabasse por jogar a merda toda no ventilador e acusa-lo de alguma coisa que um diário falante disse. Não, melhor não.

Desconsiderando qualquer uma das opções que provavelmente meu pai escolheria (ajudar os Weasley em alguma pegadinha ou chamar Gina para explorar a Floresta Proibida) decido simplesmente ler.

Como parte do curso para auror eu era obrigado a ler muito para reunir informações que fortaleceriam minha mente, assim como praticar exercícios físicos e de respiração e meditação, mas alguns dos livros que meus professores me indicavam eram realmente interessantes. Eles me passavam uma lista de títulos e sinopses, eu escolhia e eles me traziam, na ultima vez eu escolhi três.

O primeiro era a biografia de Godric Grifinória, o segundo era um livro de ficção escrito por Rowena Corvinal que tinha como personagem principal um jovem inspirado em Godric, e fiz questão de pedir um exemplar para mundo ultimo. "Duelos de Grifinória" era um livro escrito pelo próprio que contava seus principais duelos! Era perfeito! Contava detalhes das lutas, além dos motivos dos desentendimentos e o que ele pensava na hora. Se meu patrono era metade do que narrava esses três livros, eu estava feliz por meu pai - padrinho, meu padrinho... Ah, foda-se - ter me viciado em coisa grifinórescas.

Eu já tinha lido inteiro e relido algumas partes do de Duelos, estava na metade da Biografia. Mas dês do meu "passeio" com Tom eu havia começado a ler o livro de Rowena.

Sirius sempre me impeliu a ler, tínhamos estantes cheias de livros em casa - que ele tinha lido todos - e me dava alguns especiais que comprava especialmente para mim. Normalmente eram livros não muito longos sobre ficção ou quadrinhos (em inglês, para que eu não enferrujasse na língua), lembro de um dos meus primeiros livros falava sobre um monte de bichos nojentos - acho que esse era o nome do livro, Bichos Nojentos - e eu era fã dos livros dos Karas. Mas de todos os livros que já li, sobre ficção, o O Leonino de Bretão era o meu favorito. Eu também pediria um exemplar desse, mas na primeira vez que falei com Sirius depois de começar a lê-lo ele riu e disse que só em casa tinha dois exemplares (um mais novo em inglês e outro na língua original, a que Rowena escrevia). Eu deveria ter imaginado.

E aqui estou, lendo um capítulo onde Meliodas (o jovem bruxo de ombros largos e cabelos loiros, que fora inspirado em Grifinória) libertara um dragão no decorrer de uma busca por sete relíquias mágicas.

Logo eu teria que sair e jantar, para depois ir para o curso, porém até lá continuaria na companhia de Meliodas.


Depois de alguns momentos com O Leonino eu tive que sair do dormitório. Fui um dos últimos a chegar ao Salão Principal, como não tinha muito tempo, apenas peguei dois pedaços de pão e recheei com um pouco de creme de milho e carne desfiada. Uma delícia, só que fez Hermione discursar como eu precisava comer melhor.

Vou correndo para a sala do curso, era perto então logo chego. Abro a porta e encontro Tonks e John conversando, minha professora colorida estava sentada na mesa. Adoro essa sala. Ela era comprida o bastante para que eu treinasse duelos contra os dois ao mesmo tempo, comigo entre eles. O chão e paredes de pedra eram bons para que eu não tropeçasse ou escorregasse, a única mesa na sala era a que estava perto da janela, no lado oposto da porta, ela era comprida o bastante para que John e Tonks se sentassem lado a lado e eu na frente deles - sim, nós três usávamos a mesma mesa, não era como se escrevêssemos muito. A parede da janela era completamente coberta de armários emoldurando a janela, e nesses armários se encontrava guardadas algumas almofadas usadas para sentarmos para meditar, ou amortecer alguma queda graças a algum feitiço. A sala era iluminada por uma grande luminária de ferro e dois abajures na mesa. Diferente da ultima vez que estive aqui, agora ela contava com um armário fino com duas portas do lado da sala.

— Cheguei — Anúncio.

— Atrasado como sempre. — John me repreende andando até mim e arrumando minha gravata. Nada como um professor metrossexual para me manter sempre arrumado.

— Mas agora ele está aqui! — Tonks diz. Hoje o cabelo dela estava em uns sete tons diferentes de Amarelo — E eu estou com medo no que vai dar hoje.

— Como assim? — Pergunto.

John faz uma careta feia para minha professora. Entendam que John era o superior da Tonks, se ela colocava uma roupa feia ou fazia uma crítica ao ministro, era ele que a repreendia. Então, se a roupa de Tonks estava legal, ela devia ter falado algo errado.

— Você respondeu as questões que passamos ontem? — Ele pergunta sem me responder.

— Sim... — respondo incerto.

— Então, hoje será um exercício prático contra bichos papões. — John explica.

— Ta... Mas eu achei que já tínhamos terminado a matéria do primeiro semestre do terceiro ano. — Digo.

Bicho papões era uma matéria fácil na teoria, não parecia difícil, mas por algum motivo tínhamos pulado o treino prático e seguido com matérias relacionadas.

— Sim, mas na época que ensinamos isso, não conseguimos achar nenhum bicho papão para treinar. — John esclarece — Então, Harry, o que é um bicho papão?

— Um transmorfo que consegue saber qual nosso maior medo e se transformar nele. — Respondo.

— E como vence-lo?

— Usando o feitiço riddikulus e o transformando em algo que nos faça rir. — Respondo.

— Ótimo, você está sabendo bem o conteúdo. Mas hoje a aula é prática.

— Vou mesmo enfrentar um bicho papão? — pergunto começando a me animar.

— Sim, você vai. — John responde com um sorriso.

— Brilhante, mas por que a Tonks está com medo? — Pergunto e meu professor faz uma careta resmungando alguma coisa para depois perguntar:

— Qual seu maior medo Harry?

Ergo as sobrancelhas - o que nunca é uma boa ideia, pois meus óculos quase sempre caiem quando eu faço isso - meio confuso, que tipo de medo eu poderia ter que assustaria Tonks?

Ah, é. Claro. Voldemort.

— V-você quer dizer que o bicho papão pode se transformar em Voldemort? — Pergunto incrédulo. Já não bastava o pesadelo que as vezes me atormentava, não?

— Sem dizer o nome dele, por favor, obrigada. — Tonks pede sem olhar para mim, continuando a encarar o armário "novo" da sala.

— Se esse for seu maior medo, sim ele pode. — John responde.

Fico em silêncio pasmo. Eu poderia encarar algo que dês de que me conheço por gente eu temia?

Minha mão treme indo em direção ao bolso em que guardava a varinha. Suspiro de olhos fechados e depois olho para John.

— Qual a pronuncia exata do feitiço? — Pergunto.

Ele dá um sorrisinho meio maldoso.

— Apenas diga claramente, reprimindo o sotaque brasileiro. — John aconselha me posicionando de frente ao armário novo.

Minha mente fica em branco quando olho diretamente para o armário. Sinto medo. Medo de encarar algo que só vira em sonhos, medo de saber que eu não estava pronto. Medo de ver o rosto verdadeiro de alguém antes só imaginado - não era possível que um bicho papão só usaria imagens inventadas pela cabeça de uma criança.

"Concentre-se" Ouço... Parecendo vir de muito longe.

Puxo o ar enchendo o peito, depois de meses praticando meditação eu teria que conseguir me concentrar.

— Posicione-se — escuto, era John perto do meu ombro.

Ergo a varinha e minha perna se arrasta um pouco para trás. Equilíbrio.

Algo segura meu ombro e eu me contraio até John dizer perto do meu ouvido:

— E não se esqueça que é apenas um bicho papão.

Percebo apenas o som vindo da varinha de Tonks para abrir o armário e então me concentro nas portas se abrindo.

Primeiramente vejo parte de um manto negro até que ele sai completamente; Alto e careca, de olhos fechados ele sorri.

Paraliso ao vê-lo. Como eu poderia encarar um dos maiores bruxos da história quando não conseguia fazer nada? Como se eu e meus amigos não conseguimos nem descobrir o herdeiro de Sonserina? Eu nem ao menos tinha coragem de perguntar algo a Hagrid ou contar algumas coisas ao Sirius!

Até Dobby, um elfo que eu só vi uma única vez, parecia mais capaz no momento, issovestido com uma fronha de travesseiro.

— Olá, Harry. — Voldemort me cumprimenta abrindo os olhos... Se de alguma forma o bicho papão sabia como ele aparentava, descobriu também que ele ter meus olhos me assustaria ainda mais.

Minha mente se enevoa enquanto ele vem em minha direção. Não me mexo, embora minha varinha continue levantada ela tremia, meus ombros estavam contraídos e meus olhos fechados.

Ele tem meus olhos... Os olhos da minha mãe. — Penso.

O som de seus passos era fraco e se aproximava.

Os olhos... Da minha mãe.

Parou de tremer e por um tempo continuo assim, a respiração lenta e compassada contrastava com a tempestade em meu interior.

Hun, um bicho papão idiota com os olhos da minha mãe...

— RIDDIKULUS!

Lançando o feitiço abro os olhos.

O sorrisinho maléfico de Voldemort some enquanto ele encolhe se transformando em um leãozinho de pelúcia.

Sem pensar em risos aplico um chute que o joga para dentro do armário com força, as portas se fecham e eu continuo a olhá-las.

John Singh bate palmas, Tonks se mantém de olhos arregalados.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado desse capítulo, fiz com muito carinho.

O livro 'O Leonino de Bretão" foi uma invenção minha. Depois de ser tão dito como o Herdeiro da Sonserina, Harry precisava de coisas mais grifinórescas. O nome do livro tem a ver com o leão da Grif e o signo do zodíaco, e Bretão é região da Europa que veio meu nome (Morgana) e que se passa a história de Meliodas - eu demorei meia hora para pensar em um nome para esse protagonista inspirado em Godric (até pensei em fazer um concurso no grupo do face para ter ideias) felizmente eu comecei a ouvir a musica Netsujou no Spectrum que é a abertura de um anime chamado Nanatsu no Taizai que eu assisto e lá um dos personagens principais se chama Meliodas como amo esse personagem pervertido/tarado coloquei o nome dele no personagem do livro favorito de Harry.

Sei que tinha muita gente se perguntando como eram as aulas do curso, então, esta aí. É um ambiente bem liberal e divertido (só aqui nesse capítulo que estava meio tenso).

♦ Pergunta: Acham que a educação magica em DCAT de Harry esta muito forçada? Devo ir mais devagar?

Quarta não tem bônus PORQUE NINGUÉM RECOMENDOU, só por isso

Mil beijos