Daqui dois dias é o meu aniversario! Doze anos! Isso!

...Ok, estou exagerando, mas eu amo meus aniversários.

A parte ruim é que eu não posso nem demonstrar direito minha felicidade, por quê? Porque Sirius tem sérios problemas com festas.

Aí vocês pensam "mas por quê?", simples, ele é exagerado ás vezes e meu aniversário sempre esta dentro desse "ás vezes", isso é uma coisa realmente grave!

O que eu gosto em meus aniversários é a sensação de estar mais velho, de ter ultrapassado uma fase em minha vida. Sirius até entende meu lado, só que ele também ama festa, e por ele amar tanto eu tenho que fingir que não gosto para que ele não exagere ainda. Eu era famoso onde morava por ter as melhores festas de aniversário da região, por que Sirius simplesmente extrapolava, convidava todos que via pela frente e fazia uma MEGA festa.

Ano passado eu não tive festa, por que tínhamos nos mudado e Sirius não tinha contato com ninguém, mas agora que tinha feito amigos e ele voltou a falar com antigos conhecidos ele queria fazer algo gigantesco. Estávamos a mais de um mês organizando essa festa; convidar todos meus colegas de Hogwarts que eu me dava bem, decoração, música, acomodações, comidas... Isso tudo era muito chato, eu tinha idealizado que ia passar minhas ferias jogando quadribol - agora que eu entrara para o time de Quadribol da Grifinória e sabia que jogava bem, queria mostrar ao Sirius - e treinando Defesa Contra as Artes das Trevas com Sirius.

Na verdade, em geral eu estou feliz, estava com Sirius e amanhã os convidados honra chegariam: Os Weasley.

Toda a família estava convidada para a festa, mas Rony adorou a ideia de passar uns dias na minha casa, os gêmeos descobriram e quiseram vir e a irmã mais nova deles também quis. Rony não queria que ninguém viesse além dele, mas eu disse para todos virem.

Agora eu descia as escadas do segundo para o primeiro andar apostando corrida com Sirius, ficamos a tarde inteira escolhendo as musicas da festa, isso mesmo a tarde inteira. Ele é realmente exagerado.

– Ah, venci! - Grito me jogando na cadeira da mesa de jantar. - Você devia diminuir a musculação e aumentar a corrida.

– Há-ha engraçadinho. - Sirius diz se sentando na cabeceira da mesa.

Riu da cara dele e Linkin aparece para nos servir.

Depois de duas horas de jantar, de repetir sei lá quantas vezes o prato de macarrão com molho de creme de leite e queijo e de me entupir de coca-cola eu já não conseguia me levantar da mesa.

Bocejo grandemente e me apoio na mesa.

– Esta cansado? - Sirius pergunta com um sorriso fraco.

– Exausto. - Respondo bocejando de novo.

Ele ri.

– Vem, vamos dormir. - Ele diz se levantando. Faço um muxoxo e estendo os braços para ele. - Ah, não! Eu não vou te carregar! - Ele se nega, mas eu continuo fazendo carinha fofa e ele se rende. - Tudo bem, vem.

Ele me ajuda a subir em suas costas e me carrega sobre dois lances de escada até o banheiro exageradamente luxuoso do meu quarto.

– Toma um banho e vai dormir - Sirius diz me tirando de suas costas e bagunçando meu cabelo.

Faço o que ele manda, saio enrolado numa toalha, coloco um short jeans branco e entro debaixo dos meus cobertores.

Alguém aí gosta de levantar cedo nas férias? É, nem eu, mas como eu já disse o Sirius exagera. Dês de que a organização da festa começou ele me obrigava a acordar oito horas da manhã.

Me arrasto para fora das cobertas, vou até o banheiro escovar os dentes e lavar o rosto, depois vou até o armário e pego um moletom fino e preto. Descalço eu vou até o primeiro andar.

– Bom dia. - Murmuro em português me largando na cadeira e me e me debruço na mesa.

Eu ainda mantinha a mania de falar português em casa, uma forma de ligação com o Brasil.

Sirius olha para mim sorrindo, eu não fazia ideia de como exatamente ele conseguia ficar de bom humor dormindo ainda menos que eu, seria alguma poção?

– Ei, Muse traga uma faca, temos um zumbi na sala de jantar. - Sirius implica.

O coitado do elfo leva o aviso a sério e aparece com uma faca enorme, mas Sirius o manda embora.

Depois do café vamos para o segundo andar, onde tinha a sala mais confortável. A sala tinha dois sofás e três poltronas, era decorada de preto e vermelho e tinha uma televisão enorme.

– O que falta ainda? - Pergunto me sentando no sofá.

– Só temos que escolher as bebidas. - Ele diz se sentando do meu lado. - Monstro! - Sirius grita.

É sério, se ele gritar de novo no meu ouvido eu vou pedir a faca do Muse emprestada E A COISA NÃO VAI SER BONITA!

O elfo aparece com duas bandejas de bebidas flutuando atrás de si.

– Aqui, mestre. - O elfo resmunga

Embora ele tenha vivido comigo e com Sirius dês de que a mãe de meu padrinho morreu - dois anos depois dos meus pais - ele nos odeia, até que tentamos tratar ele bem, mas aí Monstro age pior.

O elfo coloca as bandejas gigantes na mesinha de centro e desaparece.

– Você prova a bandeja da esquerda que não tem álcool e eu a da direita, certo? - Sirius diz.

E assim fazemos, em menos de meia hora depois terminamos de escolher.

– Acabou? - Pergunto.

– Sim. - Sirius concorda.

– Ah, finalmente! - Grito me largando no sofá e colocando as pernas no colo de Sirius. - Você podia ter me deixado dormir mais, não é? - Questiono.

– Não, porque eu tinha que mandar a escolha das bebidas antes das nove. - Sirius responde e se levanta. Quando percebe que eu não me levanto ele pergunta - Vai ficar aí?

– Vou. - Resmungo afundando a cara na almofada

– Sirius, seu cachorro maldito! Eu te mato! - Ameaço.

O tão amável padrinho continua dando risada.

– Você tem visitas. – Ele avisa.

Vejo finalmente alguns vultos ruivos, procura seus óculos - que Sirius teve que me alcançar pois eu não ia achar - e sorrio para meus amigos.

– Finalmente chegaram, já estava cansado de conviver só com esse psicopata. – Digo apontando para Sirius.

– É a sexcentésima vigésima quarta vez que você me chama de psicopata desde que suas férias começaram.

– Para você ver como a situação esta feia. ─ Murmuro o encarando emburrado.

Para a sorte do cachorro, ele sai logo da sala desejando que todos se sintam em casa - Cogito jogar uma almofada na nuca dele, mas me contenho.

Depois de uma rodada de cumprimentos trocados entre mim, Jorge, Rony e Fred percebo a irmã caçula deles.

A menina tinha olhos castanhos claros, o cabelo ruivo e quase tão liso quanto o de Sirius – ou seja, escorrido - caía até o fim de suas costas, as bochechas arredondadas estavam vermelhas - se era por eu estar olhando para ela fixamente ou pelo fato de que meu short estar caindo, eu não sabia - mas ela mantinha um sorriso tímido na boca rosada.

Ela era muito fofa, muito mesmo, e parecia delicada demais. Me dava vontade de colocá-la dentro de uma caixa de cristal e alimenta-la só com leite e balas.

– Ah, Harry, essa é a Gina, - Rony diz - eu não queria que ela viesse, mas ela insistiu dizendo que queria muito te conhecer e você...

Rony continua falando sobre como ela não devia estar ali, como ela ia atrapalhar, como ela era chata, como a presença da menina é ruim e etc, etc...

– Fica quieto Rony. - Interrompo olhando para ele que se cala, depois volto a olhar Gina - Ignore o idiota do seu irmão, que bom que veio Gina. Prazer sou o Harry. - Me adianto para apertar sua mão.

– Pra-prazer. - Ela gagueja ficando ainda mais corada.

Solto a mão da garota e me viro para os outros, os irmãos estranham a atenção que eu dou a irmã deles.

– Então, o que querem fazer hoje? Gostam de nadar? - Pergunto tentando mudar a atenção deles.