Como Ser Criado Por Um Maroto [SENDO REPOSTADA] escrita por MFR


Capítulo 27
O mestiço


Notas iniciais do capítulo

Bônus para Felipe Potter Medrado

"— Fico feliz por ter você aqui num momento desses, Harry. — A coordenadora diz com um sorriso aliviado.

— Não tem problema, professora. — Digo.

— Foi mesmo um azar contribuidores do projeto de esportes virem logo quando as professoras de Inglês estão fora. — Ela afirma.

— É sério, professora, não precisa se preocupar. — Começo e me interrompo quando chegamos a coordenação, onde os gringos estavam esperando. — Meu padrinho diz que meu inglês é melhor que meu português então...

A porta é aberta, dentro dois homens... Melhor, dois bruxos. A roupa era meio óbvia.

— Harry, esses são os senhores...

— Com licença professora, mas acho melhor eu mesmo me apresentar e eles mesmo se apresentarem. — Digo entrando em certo desespero. Meio que empurro ela para fora da sala dizendo — Fique tranquila, professora, darei meu melhor e eu mesmo apresentarei todo o projeto de esportes.

"Afinal eu ainda sou maior contribuidor do projeto, além ser o que mais praticava esportes nele"... Eu continuaria, mas já tinha fechado a porta na cara dela.

— Olá, senhor Potter. — Um dos mais senhores me cumprimenta.

— Eu sou...

— Não me interessa quem são vocês e de onde vêem. — Corto-os — O que querem? — Pergunto cruzando os braços.

Os dois se olham por um segundo, meio que impressionados com minha audácia.

— Bom, somos jornalistas uma entrevista seria ótimo, uma reportagem completa melhor ainda.

Observo eles por um momento.

— A quatro anos atrás jornalistas como vocês baterem na porta da minha casa, fizeram perguntas sobre a morte dos meus pais e sobre uma noite que eu nem ao menos lembro e muito menos entendo. Na mesma época o ministério da magia deixou claro que não era para me procurarem, existem dezenas de bruxos das trevas que ainda estão atrás de mim, jornalistas como vocês só me colocam em perigo. Então vão embora e simplesmente esqueçam que sabem onde vivo.

Eles talvez não se importassem como meu pequeno discurso, mas eu lhes dou as costas.

— Harry? — A mesma coordenadora que antes me levara até os bruxos.

— Professora, eles apenas queriam fazer umas perguntas sobre o projeto. Ao que parecem eles gostaram de ouvir a opinião de um aluno, então já foram embora. — Respondo."



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No outro dia acordo depois das nove. Eu posso até me cansar com as aulas do curso, mas poder acordar tarde de vez em quando... Era maravilhoso.

Sento em minha cama me espreguiçando. Acabo percebendo as coisas largadas em minha cama, a caixa de bombons que ganhara na tarde anterior estava lá, mas vazia – Rony – assim como minha mochila toda suja de tinta. Depois de coçar os olhos e alcançando meus óculos e vendo as coisas ali outra vez lembro-me de ontem perceber que o diário não havia se sujado.

Folheio as páginas em branco, nenhuma das quais tinha sequer vestígio de tinta vermelha. Então tiro um tinteiro novo do armário ao lado da cama, molho a pena e deixou cair um pingo na primeira página do diário.

A tinta brilhou bastanteno papel durante um segundo e em seguida foi "chupada" pela página, desaparecendo.

— Epa — Sorrio.

Me animo e torno a molhar a pena uma segunda vez e escrevo: “Meu nome é Harry Potter.”

As palavras brilharam momentaneamente na página e também desapareceram sem deixar vestígios. Então, finalmente, aconteceu uma coisa.

Filtrando-se de volta à página, com minha própria tinta, surgiram palavras que nunca escrevi.

“Olá, Harry Potter! Meu nome é Tom Riddle. Como foi que você encontrou o meu diário?”

Essas palavras também se dissolveram, mas não antes que eu recomeçasse a escrever.

“Alguém tentou se desfazer dele no vaso sanitário.”

Espero, ansioso, pela resposta de Riddle.

“Que sorte que registrei minhas memórias em algo mais durável que a tinta. Mas sempre soube que haveria gente que não ia querer que este diário fosse lido.”

“O que quer dizer com isso?”, escrevo.

“Quero dizer que este diário guarda memórias de coisas terríveis. Coisas que foram abafadas. Coisas que aconteceram na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.”

“É onde eu estou agora”, respondo depressa. “Estou em Hogwarts e coisas terríveis estão acontecendo. Sabe alguma coisa sobre a Câmara Secreta?”

Meu coração batia forte. A resposta de Riddle veio depressa, a caligrafia mais desleixada, como se estivesse correndo para contar tudo o que sabia.

“Claro que sei alguma coisa sobre a Câmara Secreta. No meu tempo, disseram à gente que era uma lenda, que não existia. Mas era uma mentira. No meu quinto ano, a Câmara foi aberta e o monstro atacou vários alunos e finalmente matou um. Peguei a pessoa que tinha aberto a Câmara e ela foi expulsa. Mas o diretor, Prof. Dippet, constrangido porque uma coisa dessas acontecera em Hogwarts, proibiu-me de contar a verdade. A história que foi divulgada é que a menina morrera em um acidente imprevisível. Eles me deram um troféu bonito, reluzente e gravado, pelo meu trabalho, e me avisaram para ficar de boca fechada. O monstro continuou vivo, e aquele que tinha o poder de libertá-lo não foi preso.”

Quase derrubo o tinteiro na pressa de responder.

“Está acontecendo outra vez agora. Houve três ataques, e ninguém parece saber quem está por trás deles. Quem foi da última vez?”

“Posso lhe mostrar, se você quiser”. Veio a resposta de Riddle. “Você não precisa acreditar no que digo. Posso levá-lo à minha lembrança da noite em que o peguei.”

Hesitei com a pena suspensa sobre o diário. Que é que Riddle queria dizer? Como ele me levaria para dentro da lembrança de outra pessoa? Olho nervoso, para a porta do dormitório, era horário de aulas, ninguém viria. Quando tornei a olhar para o diário, vejo novas palavras se formando.

“Deixe eu lhe mostrar.”

Paro por um segundo... Meu padrinho me mataria caso soubesse o que eu estava prestes a fazer.

“OK.” Escrevo

As páginas do diário começaram a virar como se tivessem sido apanhadas por um vendaval e pararam na metade do mês de junho. Estreitando meus olhos, encaro o quadradinho correspondente ao dia treze de junho que parecia ter-se transformado numa telinha de televisão. Ergo o livro para encostar a lente do óculos na janelinha e antes que entendesse o que estava acontecendo, me vejo inclinado para frente; a janela foi se alargando, sinto meu corpo abandonar a cama e mergulhar de cabeça na abertura da página, num rodamoinho de cores e sombras.

Mas logo sinto meus pés baterem em chão firme e fico parado, tonto, e as formas borradas à minha volta entram de repente em foco.

Percebo imediatamente onde me achava. Essa sala circular com os retratos que cochilavam era o escritório de Dumbledore, mas não era Dumbledore quem se sentava à escrivaninha. Um bruxo magrelo e frágil, careca, exceto por alguns fiapos de cabelos brancos, lia uma carta à luz da vela.

— Mas que droga... – Murmuro. E então pigarreio e recomeço - Sinto muito — Digo, fingindo que estava constrangido. — não tive intenção de entrar assim...

Mas o bruxo não ergueu a cabeça. Continuou a ler, franzindo ligeiramente a testa.

Me aproximou mais da escrivaninha e gaguejou:

— Hum... Senhor? – Chamo me aproximando da mesa. Nada. – Tá... Acho que vou me retirar, posso?

O bruxo continuou a não me dar atenção. Nem parecia me ouvir. Então dobrou a carta com um suspiro, levantou-se, passou por mim sem me olhar e foi abrir as cortinas da janela.

O céu lá fora estava cor de rubi; parecia ser o pôr-do-sol. O senhor voltou à escrivaninha, sentou-se e ficou girando os polegares, de olho na porta.

Corro o olhar pela sala. Não havia Fawkes, a fênix – nem mecanismos barulhentos de prata. Era a Hogwarts que Riddle conhecera, o que significava que este bruxo desconhecido era o diretor em vez de Dumbledore, e que eu era pouco mais do que um fantasma, completamente invisível às pessoas de cinquenta anos atrás.

Rony realmente adoraria ouvir essa história.

Alguém bate à porta da sala.

— Entre — diz o velho bruxo com a voz fraca.

Um menino de uns dezesseis anos entrou tirando o chapéu cônico. Um distintivo de monitor brilhava em seu peito. Ele era bem mais alto que eu, mas seus cabelos também eram muito negros.

— Ah, Riddle — exclama o diretor.

— O senhor queria me ver, Prof. Dippet — diz o garoto, que parecia nervoso.

— Sente-se — convida Dippet. — Acabei de ler a carta que você me mandou.

— Ah — diz Riddle, e se sentou apertando as mãos com força.

— Meu caro rapaz — começa Dippet bondosamente. — Não posso deixá-lo permanecer na escola durante o verão. Com certeza você quer ir para a casa passar as férias?

— Não — respondeu Riddle na mesma hora. — Preferia continuar em Hogwarts do que voltar para aquele... Aquele...

— Você mora num orfanato de trouxas nas férias, não é? — pergunta Dippet, curioso.

— Moro, sim, senhor — respondeu Riddle, corando ligeiramente.

— Você nasceu trouxa?

— Mestiço. Pai trouxa e mãe bruxa.

— E seus pais...

— Minha mãe morreu logo depois que eu nasci. Me disseram no orfanato que ela só viveu o tempo suficiente para me dar um nome... Tom, em homenagem ao meu pai, Servolo, ao meu avô.

Dippet da um muxoxo de simpatia.

— O problema é, Tom — suspira ele — que talvez pudéssemos tomar providências para acomodá-lo, mas nas atuais circunstâncias...

— O senhor se refere aos ataques? — pergunta Riddle, ando em direção ao rapaz, talvez muito mais perto do que eu normalmente ficaria de um cara.

— Precisamente — Concorda o diretor. — Meu rapaz, você deve entender que seria muito insensato de minha parte permitir que você permaneça no castelo quando terminar o ano letivo. Principalmente à luz da recente tragédia... A morte daquela pobre menininha... Você estará muito mais seguro no seu orfanato. Aliás, o Ministério da Magia está neste momento falando em fechar a escola. Não estamos nem perto de identificar a... Hum... Fonte de todos esses contratempos...

Os olhos de Riddle se arregalam.

— Diretor, se a pessoa fosse apanhada, se tudo isso acabasse...

— Que quer dizer? — pergunta Dippet esganiçando a voz e aprumando-se na cadeira. — Riddle, você está me dizendo que sabe alguma coisa sobre esses ataques?

— Não, senhor — responde Riddle depressa.

Solto um riso, descrente. Tenho certeza de que era o mesmo tipo de “não” que eu próprio já dissera para tantos professores.

Dippet se recostou parecendo ligeiramente desapontado.

— Pode ir, Tom...

Riddle se levanta escorregando para fora da cadeira e saiu acabrunhado da sala. Suspiro acompanhando-o.

Descemos pela escada em caracol e saíramos ao lado da gárgula no corredor que escurecia. Riddle parou, faço o mesmo observando-o. Era visível que Riddle estava pensando em coisas serias. Mordia o lábio e franzia a testa.

Então, como se tivesse repentinamente chegado a uma decisão, afastou-se depressa, e deslizo silenciosamente atrás dele. Não vejo mais ninguém até chegarmos ao saguão de entrada, onde um bruxo alto, com barba e longos cabelos acajus que cascateavam pelos seus ombros, chama Riddle da escadaria de mármore.

— O que você está fazendo, andando por aí tão tarde, Tom?

Fico boquiaberto ao reconhecer o bruxo. Não era outro senão Dumbledore, cinquenta anos mais novo.

— Tive que ir ver o diretor.

— Então vá logo para a cama — diz Dumbledore, fixando em Riddle exatamente o tipo de olhar penetrante que eu conhecia tão bem. Pobre Tom. — É melhor não perambular pelos corredores hoje em dia. Não desde que...

Ele solta um pesado suspiro, desejou boa noite a Riddle e foi-se embora. O rapaz observou-o desaparecer de vista e então, andando depressa, rumou direto para a escada de pedra que levava às masmorras, comigo nos seus calcanhares.

Mas para desapontamento meu desapontamento, Riddle não me leva nem a um corredor oculto nem a um túnel secreto, mas a mesmíssima masmorra em que eu tinha aula de Poções com Snape. Os archotes não tinham sido acesos e, quando Riddle empurrou a porta quase fechada, só consigo distinguir que ele parara imóvel à porta, vigiando o corredor.

Pareceu para mim que ficaram ali no mínimo uma hora – Solto alguns palavrões em português, enquanto esperava sentado apoiado na parede. Só o que via era o vulto de Riddle à porta, espiando pela fresta, esperando como uma estátua. O corredor estava muito escuro e minha maior vontade era dar um soco no bonitinho escondido.

Quando estava quase erguendo a cabeça para pedir para embora, ouço alguma coisa do lado de fora da porta.

Alguém estava andando sorrateiramente pelo corredor.

Esse alguém passou pela masmorra em que Riddle estava escondido. Riddle, silencioso como uma sombra, esgueirou-se pela porta e seguiu a pessoa. Acompanho-o agradecendo aos céus por algum movimento.

Por uns cinco minutos, talvez, os dois seguiram as pegadas, até que Riddle parou subitamente, a cabeça inclinada, atento a novos ruídos. Ouço uma porta se abrir com um rangido, e alguém falar num sussurro rouco.

— Vamos... Preciso sair daqui... Vamos logo... Para a caixa...

Havia alguma coisa familiar naquela voz... Muito.

Em um salto Riddle contornou um canto. Vou atrás e vejo a silhueta escura de um garoto enorme, agachado diante de uma porta aberta, com uma grande caixa ao lado.

— Boa noite, Rúbeo — diz Riddle rispidamente.

O garoto bate a porta e se levantou.

— Que é que você está fazendo aqui em baixo, Tom?

Riddle se aproxima

— Acabou — Sentencia. — Vou ter que entregá-lo, Rúbeo. Estão falando em fechar Hogwarts se os ataques não pararem.

— O que é que...

— Acho que você não teve intenção de matar ninguém. Mas monstros não são bichinhos de estimação. Imagino que você o tenha soltado para fazer exercício e...

— Ele nunca mataria ninguém! — diz o garotão, recuando contra a porta fechada.

Por trás dele saia uns cliques esquisitos... Como pinças.

— Vamos, Rúbeo — fala Riddle, aproximando-se ainda mais. — Os pais da garota morta estarão aqui amanhã. O mínimo que Hogwarts pode fazer é garantir que a coisa que matou a filha deles seja abatida...

— Não foi ele! — ruge o garoto, a voz ecoando no corredor escuro. — Ele não faria isso! Nunca!

— Afaste-se — Riddle pede, puxando a varinha.

Seu feitiço iluminou repentinamente o corredor com uma luz flamejante. A porta atrás do garotão se escancarou com tal força que o empurrou contra a parede oposta. E pelo vão saiu uma coisa que me fez soltar um grito curto que ninguém ouviu...

Um corpanzil baixo e peludo e um emaranhado de pernas pretas; um brilho de muitos olhos e um par de pinças afiadíssimas – Riddle tornou a erguer a varinha, mas demorou demais. A coisa derrubou-o e fugiu, desembestou pelo corredor e desapareceu de vista. Riddle levantou-se correndo, procurando a coisa; ergueu a varinha, mas o garotão pulou em cima dele, tirou-lhe a varinha e o derrubou de novo no chão gritando:

— NÃÃÃÃÃÃÃO!

A cena girou, a escuridão foi total; Sinto-me caindo e, com um baque, aterrissei de braços e pernas abertas em minha cama, com o diário de Riddle aberto sobre a barriga.

Antes que tivesse tempo de recuperar o fôlego, a porta do dormitório se abriu e Rony entrou.

— Ah, é aqui que você está! — diz.

Me sento dando um soco no colchão.

— Mas que droga.

— Que aconteceu? — perguntou Rony, olhando-o preocupado.

— Foi Hagrid, Rony. Hagrid abriu a porta da Câmara Secreta há cinquenta anos.


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Notas finais do capítulo

Unh, o que acharam? ... Hein?
Bom, obrigada por ler, realmente obrigada.
Volto a pedir que divulguem a fic em seus faces, twitter's, grupos do whatts, essas coisas kkk Agradecendo desde já ^-^

Comentem algo! Um "continue", ou um "adorei", ou pode apenas copiar e colar a parte que mais gostou (se gostou de algo) e eu AMO criticas construtivas!

♦ Pergunta básica:
... Estou sem perguntas hoje, tchau