Como Ser Criado Por Um Maroto [SENDO REPOSTADA] escrita por MFR


Capítulo 25
Viva o dia dos caraçõezinhos de chocolate!


Notas iniciais do capítulo

Bônus para Brisingrrr

"'E o jogo começa! A seleção brasileira começa chutando e dando início ao primeiro jogo da copa do mundo de..."

Desligo a TV.

Se eu queria assistir o jogo? É, eu queria. Se estava torcendo para o Brasil? É, eu estava. Se eu daria muita coisa para estar no estádio vendo o primeiro joga da copa? Eu sei como tirar dinheiro da minha conta.

Mas eu não vou ao jogo. Não por falta de ingressos e passagens, Sirius os arrumou a meses - ele estava tão animado quanto eu. Só que ontem (um dia antes do jogo) eu comecei a passar mal e a ficar com febre (o que me causou desespero - perder o jogo não era uma possibilidade) então de tarde eu tive uma significativa melhora, mas de noite vomitei mais do que dormi. E meu sonho de assistir a abertura da copa foi para o espaço.

Agora eu estou no hospital tomando soro na veia e esperando descobrirem o que eu tenho. Até tinha uma TV no meu quarto, só que a qualidade da tela era tanta que eu corria o risco de torcer para o time errado.

Suspiro fechando os olhos e deixando minha cabeça cair sobre o travesseiro duro... Sinceramente, pelo preço que esse hospital cobrava eu merecia uma TV boa e um travesseiro e um colchão macios

Ouço alguém passando pela porta e abro os olhos. Sirius entra me dando um sorriso cansado. Ele dormiu tanto quanto eu.

— E aí? — Pergunto com a voz fraca, minha garganta parecia que ia se rasgar.

— Descobriram ser só uma gripe de época, mas ela vai te derrubar por alguns dias... — Ele começa indo se sentar ao meu lado na cama. — Ou, pelo menos até que eu consiga fazer alguma poção. — Sirius completa coçando a nuca meio que embaraçado.

Dou outro suspiro, um bem demorando que fez minhas costelas reclamarem.

— Queria ir embora. — Digo. — ainda daria para ver a maior parte do jogo.

Meu padrinho revira os olhor e pergunta:

— Harry, você está com febre e todo dolorido e, ainda por cima, preocupado com o jogo?

Faço um muxoxo concordando.

— Eu perder o jogo por estar doente é horrível, mas fazer você perder... Eu só atrapalho.

— Harry, eu não trocaria seu bem estar nem por todos os jogos do mundo. — Sirius diz e eu olho para ele. — Agora vê se cala a boca e dorme. Vou estar aqui quando acordar.

Ainda não muito estava feliz com a situação, mas mesmo assim me viro de lado tentando dormir. Fico minutos acordado com o rosto perto da coxa de meu padrinho - que ainda não saíra dali - até que percebendo que eu não conseguia dormir, Sirius começa mexer em meu cabelo cantarolando "Alecrim Dourado", uma musiquinha de ninar. Não era como se ele cantasse maravilhosamente bem, mas baixinho e devagar a música acaba me acalmando o bastante para que eu dormisse e deixasse esses pensamentos negativos de lado."



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O sol agora voltou a brilhar palidamente sobre Hogwarts. O que era bom, mesmo eu não podendo mais brincar na neve.

No interior do castelo, as pessoas se sentiam mais esperançosas. Não houve mais ataques desde os de Justino e Nick Quase Sem Cabeça, e Profª. Sprout tinha o prazer de informar que as mandrágoras estavam ficando imprevisíveis e cheias de segredinhos, o que significava que iam deixando depressa a infância.

— Quando desaparecer a acne delas, estarão prontas para serem reenvasadas — ouviu ela dizer gentilmente ao Filch uma certa tarde. — E depois disso, iremos cortá-las e cozinhá-las. Num instante você terá a sua Madame Nor-r-ra de volta.

Talvez o herdeiro de Slytherin tenha perdido a coragem. Devia estar-se tornando cada vez mais arriscado abrir a Câmara Secreta, com a escola tão atenta e desconfiada. Talvez o monstro, fosse o que fosse, estivesse neste mesmo momento se aninhando para hibernar outros cinquenta anos...

Ernie Mcmillan da Lufa-Lufa não concordava com essa visão otimista. Continuava convencido de que eu era o culpado, que eu “me denunciara” no Clube dos Duelos. Pirraça não estava ajudando nada; a toda hora aparecia nos corredores cheios de alunos, cantando: “Ah, Potter podre...”, agora com um número de dança para acompanhar.

E Gilderoy Lockhart parecia pensar que, sozinho, fizera os ataques pararem. Ouvimos ele dizer isso à Profª. McGonagall quando os alunos da Grifinória faziam fila para ir à aula de Transformações.

— Acho que não vai haver mais problemas, Minerva — disse ele, dando um tapinha no nariz e uma piscadela com ar de quem sabe das coisas. — Acho que a Câmara foi fechada para sempre desta vez. O culpado deve ter sentido que era apenas uma questão de tempo até nós o pegarmos. Achou mais sensato parar agora, antes que eu o liquidasse. Sabe, o que a escola precisa agora é de uma injeção no moral. Esquecer as lembranças do período passado! Não vou dizer mais nada por ora, mas acho que sei exatamente o que...

E dando outra pancadinha no nariz se afastou decidido. Eca.

A ideia que Lockhart fazia de uma injeção no moral tornou-se clara no café de hoje.

Eu não estou lá muito bem humorado hoje, não dormi o suficiente por causa das aulas do curso que duraram até tarde ontem e também teve a corrida matinal com Tonks cedo demais para mim, e meus olhos e cabeça doíam por ontem eu ter lido por horas uns pergaminhos antigos que John me deu para ler - realmente, custava tão caro assim fazer umas letras maiores? Eu tenho astigmatismo, droga!

Chegando como sempre meio atrasado ao Salão Comunal tudo o que eu queria era voltar a dormir.

As paredes estavam cobertas com grandes flores rosa-berrante. E pior ainda, de um teto azul-celeste caía coraçãozinhos. Chacolha a cabeça, mas infelizmente não era um pesadelo e fui para a mesa da Grifinória, onde Rony estava sentado com cara de enjoo, e Hermione parecia não conseguir parar de rir.

— Que que está acontecendo? — pergunto ao me jogar numa das poltronas e depois limpando o confete idiota do meu bacon.

Rony apontou para a mesa dos professores, aparentemente nauseado demais para falar.

Lockhart, usando vestes rosa-berrante para combinar com a decoração - tudo bem, isso era engraçado - gesticulava pedindo silêncio. Os professores, de cada lado dele, estavam impassíveis. De onde estou, podia ver um músculo tremendo na bochecha da Profª. McGonagall. E Snape parecia que tinha acabado de tomar um grande copo de shampoo - isso também era legal.

— Feliz Dia dos Namorados! — exclamou Lockhart. — E será que posso agradecer às quarenta e seis pessoas que me mandaram cartões até o momento? Claro, tomei a liberdade de fazer esta surpresinha para vocês, e ela não acaba aqui!

Lockhart bateu palmas e, pela porta que abria para o saguão de entrada, entraram onze anões de cara amarrada. Mas não eram uns anões quaisquer. Anões vestidos com asas douradas e trazendo harpas.

— Os meus cupidos, entregadores de cartões! — sorriu Lockhart. — Eles vão circular pela escola durante o dia de hoje entregando os cartões dos namorados. E a brincadeira não termina aí! Tenho certeza de que os meus colegas vão querer entrar no espírito festivo da data! Por que não pedir ao Prof. Snape para lhes ensinar a preparar uma Poção de Amor! E por falar nisso, o Prof. Flitwick conhece mais Feitiços de Fascinação do que qualquer outro mago que eu conheça, o santinho!

O Prof. Flitwick escondeu o rosto nas mãos. Snape fez cara de que obrigaria a beber veneno o primeiro aluno que lhe pedisse uma Poção de Amor.

— Por favor, Mione, me diga que você não foi uma das quarenta e seis — pediu Rony ao deixarem o Salão Principal para assistir à primeira aula. E minha amiga de repente ficou muito interessada em procurar na mochila o seu horário e não respondeu, mesmo ela sabendo o horário de cabeça.


O dia inteiro os anões não pararam de invadir as salas de aula e entregar cartões para irritação dos professores

E acredita que eu recebi uns chocolates de umas Lufanas do primeiro ano? Foi legal da parte delas, Sirius ia adorar saber.

No fim daquela tarde, quando nós alunos da Grifinória subiamos para a aula de Feitiços, um dos anões me alcançou.

— Oi, você! “Arry” Potter! — gritou um anão particularmente mal-encarado, que abria caminho às cotoveladas para chegar até mim.

Cheio de cheio só de pensar em receber um cartão do dia dos namorados na frente de uma fileira de alunos de primeiro ano, que por acaso incluía Gina - a tão fofa, inocente e perfeitinha Gina - tentei escapar. O anão, porém, meteu-se por entre a garotada chutando as canelas de todos e me alcançou antes que eu pudesse me afastar dois passos.

— Tenho um cartão musical para entregar a “Arry” Potter em pessoa — ele diz, empunhando a harpa de um jeito meio assustador.

— Aqui não — sibilo, tentando escapar.

— Fique parado! — grunhiu o anão, agarrando minha mochila e puxando de volta.

— Argh! — rosno, puxando. Com um barulho de pano rasgado, a mochila se rompe ao meio. Os livros, a varinha, o pergaminho e a pena se espalharam pelo chão, e o vidro de tinta se derrama por cima de tudo.

Viro para todos os lados, tentando reunir tudo antes que o anão começasse a cantar, causando um certo engarrafamento no corredor.

— Que é que está acontecendo aqui? — se escuta a voz fria e arrastada de Draco Malfoy.

Começo a enfiar tudo febrilmente na mochila rasgada, desesperado para sair dali antes que Draco pudesse ouvir o cartão musical.

— Que confusão é essa? — pergunta outra voz conhecida. Era Percy Weasley que se aproximava.

Desisto e me ergo olhando para o anão cupido mal-educado.

— Muito bem. Cante. — Rosno.

— “Você é pra mim a coisa mais linda.

Ter você é um sonho a ser realizado,

É a realidade que quero todo dia,

Você tem a força que desejei,

É o amor que nunca amei.

Tudo isso é você meu garoto divino

Minha luz.”

Mordo o lábio envergonhado, então todos ao meu redor riem, aceno com a cabeça irritado para o anão que se vira para procurar outro idiota, enquanto Percy Weasley fazia o possível para dispersar os alunos, alguns chorando de tanto rir.

— Vão andando, vão andando, a sineta tocou há cinco minutos, já para a aula — diz o monitor, espantando os alunos mais novos. — E você, Malfoy...

Ergo a cabeça, vejo Draco se abaixar e apanhar alguma coisa. Mostrou, debochando, a Crabbe e Goyle, e percebo que ele se apossara do meu tão precioso diário de Riddle.

— Devolva isso aqui — disse, controlado.

— Que será que Potter andou escrevendo nisso? — diz Draco, que obviamente não reparara na data impressa na capa e pensava que o diário era meu. Idiota.

Fez-se silêncio entre os presentes. Gina olhava do diário para mim, com cara de terror.

— Devolva, Malfoy — disse Percy com severidade.

— Depois que eu olhar — disse Draco, agitando o diário no ar para enraivecer.

Percy falou:

— Como monitor...

Mas perco a paciência. Se essa doninha acha que pode brincar comigo...

Expelliarmus! — Grito.

E Draco viu o diário sair voando de sua mão. Rony, com um grande sorriso, o pegou.

— Harry! — diz Percy em voz alta. — Nada de mágica nos corredores. Vou ter que reportar isso, sabe!

— Não importa, ganhei mais uma vez de Draco e isso vale cinco pontos da Grifinória em qualquer dia. — Digo e os que escutam riem.

Draco fica furioso e, quando Gina passou por ele para entrar na sala de aula, grita despeitado:

— Acho que Potter não gostou muito do seu cartão!

Gina cobre o rosto com as mãos e corre para dentro da sala. Rosnando, Rony puxou a varinha também, mas o seguro. Ele não merecia o tempo perdido.

Somente quando chegamos à sala de aula do Prof. Flitwick foi que noto uma coisa muito estranha no diário de Riddle. Todos os meus livros estavam ensopados de tinta vermelha. O diário, porém, continuava tão limpo como antes do tinteiro quebrar em cima dele. Tentei dizer isto a Rony, mas ele ainda estava enraivecido por Draco e não estava muito interessado em nada mais.


A noite voltei para o salão comunal e para o dormitório depois que todos já dormiam. Em parte porque queria evitar Fred e Jorge cantando “Tudo isso é você meu garoto divino” e também pelas aulas do curso que mais uma vez demoraram. Ao menos eu sabia que amanhã eu poderia acordar um pouco mais tarde, pois ganhei uma dispensa das aulas da manhã de John.

Saio suspirando do banheiro, estava cansado, minhas costas doíam e quase caio pois não pudia colocar meus óculos - se tem algo que eu realmente não recomendo é deixar óculos no banheiro enquanto toma banho, eles ficam embaçados e depois molhados.

Assim que chego a minha cama ligo a luminária fraca pensando em ler um pouco. Só que ao ver a caixa de chocolate que ganhei das Lufaninhas esqueço dos livros e da meditação noturna que eu devia fazer. E comendo os bombons em forma de coraçãozinhos, meu sono vai chegando até que eu só tenho coragem de afastar a caixinha de chocolate e tirar meus óculos, limpar um pouco a boca que antes eu já tinha inutilmente lavado.

Me embrulho nas cobertas e torço com todas as forças que eu não tenha pesadelos, apenas sono pesado, muito escuro.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu volto a pedir desculpas pelo sumiço da semana passada.

...

CHEGUAMOS A +200 LEITORES!!! UHUUUL!
Pode não ser grande coisa para muitos... Mas para mim é, COM CERTEZA É. OBRIGADA ♥.♥
Estou pensando em fazer algo para quarta, um bônus. Não uma história, mas... não esperem grande coisa.

♦♦Então galera, só uma perguntinha:
♦ De zero á dez, que nota dão para os ultimos capítulos?

• Astigmatismo é o problema de visão que eu tenho, e como eu nunca soube o que Harry tem, ele vai ter o que eu quiser, no caso o mesmo que eu. Ah, a palavra astigmatismo no capítulo é um link para como enxergamos, mais ou menos