Como Ser Criado Por Um Maroto [SENDO REPOSTADA] escrita por MFR


Capítulo 12
Presente problemático.




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Ótimo, outro puxa saco – penso – agora um importante.

– E o que faz aqui, senhor ministro? - Pergunto.

Ele ri delicadamente tirando o seu chapéu e o girando nas mão de aparência fragil.

– Ouvi boatos de seu aniversário e como eu já desejava falar com o senhor, achei que era uma boa hora. – Ele diz. – Se não for incomoda-lo é claro.

Ah, senhor ministro, – penso – na verdade eu queria comer bolo, por que não volta daqui uns... Cem anos?

– Claro, por que não? – Digo educadamente, o sarcasmo só seria percebido por alguém que realmente me conhecesse.

– Vamos entrar. - Sirius diz segurando o riso.

Sim, ele é um dos que entenderam o sarcasmo.

Trocamos um olhar e mostramos o caminho casa adentro para o ministro e seus seguranças, pedimos para que eles se sentassem e esperamos.

– Bom, primeiramente eu queria pedir perdão por me intrometer em sua festa, mas eu gostaria mesmo de conhecê-los e precisava tratar de um assunto com certa urgência.

O tom doce que ele tentava usar soava falso aos meus ouvidos, como se ele preferisse mandar uma coruja com uma ordem ministerial do que vir ate minha casa.

... ou talvez seja só influencia das criticas que sempre ouvi sobre os políticos brasileiros.

Enfim.

– Sobre o que quer discutir?

– Bom, primeiramente, é um prazer te conhecer senhor Black. Já ouvi muito sobre sua nobre família e penso o quanto cuidar do nosso menino que so...

Sobre – Meu padrinho começa interrompendo e continua falando pausadamente. – o que quer discutir?

Viro devagar minha cabeça para encara-lo. Impertinência tem limite, papai.

– Pode dizer o assunto, por favor, senhor. – Peço voltando minha atenção para o senhor que media o quanto tinha que levar a sério meu padrinho.

– Claro, claro. – Ele murmura ainda meio aéreo e encarando Sirius, e só depois voltando para mim. – Bom, serei bem direto então. Talvez tenham visto as muitas reportagens e comentários que se espalharam quando o senhor Potter entrou para Hogwarts. Foi uma grande explosão, o herói voltou e junto recomeçaram falar e a ovacionar ele, mas assim que as notas dele em Defesa Contra As Artes Das Trevas chegaram ao conhecimento do ministério, muitos dos aurores começaram a dizer que você é um tipo de prodígio.

– Como as notas dele se espalharam? – Sirius pergunta.

– Não sabemos, provavelmente alguém do departamento de educação deve ter deixado escapar.

– Humpf. – Sirius resmunga.

– Continue, senhor. – Peço.

– Sim, é claro. – O ministro concorda – É que todos nós da comunidade bruxa sempre estaremos em dívida com o senhor, Harry, pelo o que fez com Você-Sabe-Quem.

– Senhor, ninguém me deve nada...

– Não vamos entrar nesse assunto, eu não sei como conseguiu derrota-lo e nem pretendo saber. Mas isso sempre vai estar marcado em você e agora que todos ficaram sabendo que você tem notas máximas em DCAT, ótimas notas em feitiços, boas notas em poções queremos você no ministério.

Fico em silêncio confuso.

– O que? Ele tem 12 anos. – Sirius murmura, perdendo parte da compostura e rindo na cara do ministro.

Se Fudge se ofendeu pela cara de pau do meu padrinho, escondeu muito bem e esclareceu:

– Não me expressei de forma certa, eu quero dizer que se for do desejo de Harry ele poderá começar a receber desde cedo aulas de Defesa Contra As Artes Das Trevas.

– Eu já recebo DCAT. – Digo.

– Seria mais um curso, um treinamento intensivo, você sairia de Hogwarts já formado como auror.

Por meio segundo cogito que era tudo uma pegadinha dos gêmeos, mas desconsidero. Eles não eram tão espertos assim afinal.

– Como?

– Você receberá aulas particulares em Hogwarts, um treinamento pesado, que inclui treinamento físico, mental e teórico. Mas nada que o senhor não possa fazer. Rufus Scrimgeour está ansioso em tê-lo em seu departa...

– Espera. – Sirius interrompe erguendo a mão. – O Harry não fará nada disso, ele é um garoto normal e aprenderá como qualquer outro.

– Um garoto normal ele não é. – Um dos seguranças se manifesta e Sirius lhe manda um olhar de "Como fígado humano. Unh, delicia".

– Não entenda mal, senhor Black, pense como a grande oportunidade que é para seu afilhado. Pense como ele pode ser poderoso tendo essas aulas, as pessoas já pensam que ele é um prodígio, só vamos dar uma razão real para que elas pensem isso.

– Eu não quero que as pessoas pensem coisas assim de mim, eu quero ser normal. – Digo com firmeza.

Embora um lado de mim gostasse da ideia de um curso mais puxado de defesa, eu não queria ser um brinquedinho do ministério, Sirius me explicou um pouco sobre politica e de algumas discussões que teve com Dumbledore sobre os motivos faziam ser melhor para mim viver afastado. Nunca foi somente por segurança ou para impedir que a fama me subisse a cabeça, também era por questões politicas que envolviam a imagem que eu representava e o quanto o ministério gostaria de usar ela.

Fudge fica em silêncio um momento e depois insiste.

– Pense bem, senhor Potter, eu posso apostar que você adoraria ser um auror, por que não ser o melhor? Três horas de treinamento por dia cinco dias por semana e você já sairia da escola com um trabalho. Um trabalho que eu tenho certeza que será merecido.

– É claro que eu quero ser auror, só não entendo por que você está me dando isso. Por que esse favoritismo comigo? – Pergunto, mas me arrependo, já sabia a resposta.

– Você derrotou Você-Sabe-Quem. – Diz o ministro e Sirius resmunga. – Mas não é só por isso, queremos garantir que você terá todas as oportunidades que o seu talento merece.

Fudge parece sincero, mas Sirius dá um sorrisinho sarcástico.

– Sem contar, que querem ter certeza que não se tornará outro Voldemort. – Sirius diz.

Fecho os olhos absorvendo o dizer do meu padrinho e só os abro quando o ministro recomeça;

– Isso não é verdade. – O ministro mente, logo se segue um momento de silêncio que é quebrado por Fudge pigarreando. – Aceita, senhor Potter?

Antes que Sirius negue por mim eu o paro.

– Só um segundo, ministro, tenho que pensar, já voltamos. – Digo depressa puxando Sirius pelo braço

– Só me falta você querer aceitar is...

– Espera, Sirius, vamos só pensar no assunto! – Peço. Ele estava visivelmente irritado e provavelmente me faria dar banho no Monstro pelas minhas próximas palavras. – Você sabe o quanto amo Defesa Contra As Artes Das Trevas e essa é uma grande oportunidade.

Meu padrinho me olha, meio ferido meio irritado e pergunta:

– Você não precisa disso.

– Mas eu quero! – Digo.

– Isso é favoritismo, uma injustiça com os outros.

– Falou o homem que usava confundus para sair de encrencas com namorados ciumentos!

Sirius abre a boca para retrucar, inclusive apontando com o dedo, mas se cala.

– Você... – Ele começa com dificuldade. – Você quer aceitar?

– E-eu quero aceitar. – Admito. – Eu aceitaria na hora, mas não acho certo esse favoritismo e eles vão querer me transformar no bonequinho deles. – Me calo e fico olhando para meu padrinho. – Olha, você sabe que eu sempre quis ser auror, provei isso com Quirrel e é uma grande oportunidade.

Tudo bem, admito que eu passei a maior parte do tempo achando que quem queria a Pedra Filosofal era Snape, mas no final foi só Quirrel querendo a pedra para transformar tudo em ouro, "o novo Midas" disse ele. Foi fácil resgatar aquela pedra e devolver para os Flamel’s.

Meu padrinho me encarava e depois de um suspiro diz:

– Você tem razão, é uma oportunidade imperdível. Eu só não quero ver você enfiado no ministério tão jovem, mas podemos combinar que você receba todas as aulas em Hogwarts.

– Isso quer dizer que eu posso? – Pergunto.

Ele sorri um pouco.

– Vamos primeiro conversar com Dumbledore. Ele pode saber de algo...

– Ah, não, esta tudo bem. É uma grande oportunidade para Harry. – Uma voz diz.

Dumbledore aparece fazendo com que eu e Sirius pularmos de susto.

– Droga, professor! – Sirius resmunga.

– Quer nos matar de susto? – pergunto.

Dumbledore sorri se desculpando.

– Desculpem-me. Eu só vim me despedir e ouvi a conversa – Ele se defende não parecendo exatamente arrependido – Voltando ao assunto. Concordo que se for bem planejado é uma grande chance para o Harry.

– Acha que devo aceitar, professor? – Pergunto.

– Acho, - ele diz acenando – e fique tranquilo, Sirius, porque eu vou observar isso tudo de perto e ajudar no que for possível.

Troco um olhar com Sirius, ele sorri acenando.

– Agora eu vou embora. Feliz aniversário outra vez, Harry, até o começo das aulas. – Dumbledore diz nos dando as costas.

– Ele sempre foi estranho. – Sirius murmura enquanto voltamos para a sala.

O ministro estava claramente impaciente com seus seguranças ainda de pé as suas costas.

– Desculpa a demora, senhor. – Peço.

– Tudo bem, meu garoto. – O ministro diz se levantando.

Sirius torce a cara ao ouvir "meu garoto".

– Porém, queremos dizer que eu aceito.

– Ah que bom! – O ministro diz sorrindo.

– Mas... – Sirius o corta, claramente feliz por fazer isso. – Temos que planejar.

– Ãh... Claro – O ministro resmunga.

– Primeiro, o Harry não vai pôr os pés no ministério sem minha permissão ou até que ele seja maior de idade.

– Certo, certo. – O ministro concorda, meio a contra gosto.

– Segundo, ele vai continuar tendo todas as aulas de Hogwarts, menos DCAT e a participar do time de quadribol, o curso de defesa não vai impedi-lo de fazer nada que ele queira.

– Ele poderá fazer o curso depois das aulas sem problemas. – o ministro acena.

– Terceiro, eu quero relatórios de tudo o que ele fazer. – Sirius continua. – Quarto, ele só terá aulas durante o período letivo de Hogwarts, suas férias serão livres. E por ultimo Harry poderá desistir do curso quando quiser.

De onde ele tirou essas regras tão depressa? – raciocino piscando.

– São pedidos muito racionais. Concordo, é claro. – O ministro diz. – Agora acho melhor eu ir embora.

– Foi um prazer conhecê-lo, senhor. – Digo.

– Digo o mesmo, mas antes de ir... – Ele faz suspense, me controlo para não revirar os olhos – Tenho um presente pessoal. Use bem.

O ministro me entrega um envelope e sai junto com seus guardas costas.

– O que é? – Sirius pergunta.

Não respondo e abro o envelope pegando o documento com o selo do ministério e do próprio Fudge e começo a ler.

– "Prezado Senhor Potter,

Eu, Conelius Fudge, por meio desse documento e com a permissão do conselho lhe retiro o Rastro, dando assim permissão para que use sua varinha fora de Hogwarts mesmo sendo de menor, porém o senhor, assim como qualquer bruxo, está proibido de fazer mágicas em frente a trouxas que não sejam de sua família.
Com os melhores votos,
Conelius Fudge, ministro da magia
."

Ergo o olhar para Sirius que observava com a boca apertada.

– Ele só te deu isso para que você gostasse mais do ministério e para você fazer o curso fora da escola. – Sirius diz.

Fico olhando a carta por um minuto.

– Não importa. E-eles não podem me comprar.

Sirius sorri para mim.

– Pelo menos o presente é bom. Que tal agora você ir para os parabéns? Quero o primeiro pedaço do bolo.

Voltamos, e ele ganha o primeiro pedaço, como sempre nos últimos onze anos.


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