A Pele do Espírito (versão antiga) escrita por uzubebel


Capítulo 19
O inferno são os outros


Notas iniciais do capítulo

Tá atrasado, mas saiu. capítulo novo, o maior que já escrevi até agora, muita coisa acontecendo pra fechar o arco do capítulo passado. Espero que gostem. Beijos.



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Ah, eu estava novamente no escuro.... Perdido. Jogado no chão daquele salão enorme e vazio, uma metáfora irônica de como eu me sentia por dentro. Um coração cercado por uma angústia sombria.

Um coração? Ninguém me dissera que seria assim. Não devia ser sempre quente e agradável? Como..., como estar com Ela. Como era estar com Ela...

Não conseguia entender como os Mortais podiam passar por isto. O quê faziam com essa dor dentro deles? Havia algum remédio ou magia, como os que usavam para curar seus cortes no corpo? Ela nunca me perdoaria... E quanto mais eu ecoava essas palavras, mais meu peito doía.

Abri os olhos e vi, através das janelas da abóbada, a lua minguando, um sorriso escarnecedor como o de Isméria, mas costurado na escuridão da noite. Meus olhos ardiam, meus pulmões latejavam e, ainda assim, meu peito parecia frio e cheio de um nada tão angustiante e pesado que era quase difícil me levantar e me mover.

De pé, eu cambaleei até o fundo do templo, e entrei no cômodo com a cama que não passava de uma representação qualquer da ligação que eu tinha com aquelas paredes, mas sobre a qual eu jamais dormira. A magia de verdade estava na estátua na parede e no enorme rubi entre suas presas. Era aquele o conjunto que tornavam, a mim e ao templo, um só Corpo e Espírito.

Soltei o rubi da boca de pedra e me sentei no chão, de repente sem forças. Um líquido denso e vermelho manchava minhas mãos onde eu tocava a gema e, dentro dela, algo pulsava num ritmo acelerado e constante. Uma gota límpida caiu em meus dedos, tentando lavar o sangue.

Mas Espíritos não sangravam.

E Espíritos não choravam...

Na noite do festival, ninguém dormiu.

As festividades foram interrompidas no meio da madrugada por uma miscelânea caótica de choro, gritos inconsoláveis e rugidos ferozes vindos do templo, apenas minutos antes de o sol nascer. Todos aqueles ruídos poderiam ter me feito crer que o lugar era, de fato, maldito. Quanto aos outros, não poderia culpa-los por acreditar e temer.... E pior, despertar a loucura dentro de todos.

Algo mudara desde aquela noite, mas não em mim. Não apenas em min.... As pessoas antes temiam o desconhecido que o templo representava, pelas histórias que seus avós haviam lhes contado na hora de ir para a cama, e se mantinham afastados. Mas agora elas haviam presenciado algo. Algo cujo urro seria capaz de inspirar as histórias mais assustadoras, e ressoar as que cada um já trazia consigo. E eu assisti ao medo de todos se transformar numa fúria caótica e generalizada...

Começaram a se perguntar que criatura vivia no templo, se seria perigosa, se estaria faminta... Então, a loucura os levou à conclusão de que se tratava de um monstro, e que ele destruiria a todos nós.

E o plano de todos era atacar primeiro.

– Vocês enlouqueceram?! – Gritei, diante de quase todos amontoados no centro da vila, debatendo o que deveriam fazer. – Vocês querem invadir o templo de um Espírito? O lugar é sagrado! O quê vocês acham que o Espírito fará se desrespeitarmos a casa em que ele vive? Querem mesmo que esse tipo de ira recaia sobre nós?

Meses haviam se passado sem que eu tivesse voltado ao templo; e, tampouco, que Byakko houvesse me procurado.... Ainda me sentia magoada e traída, mas não significava que queria aquelas pessoas fora de si invadindo sua casa ou, pior, atacando-o. Ele preferiria aceitar a culpa para si, a revidar e ferir alguém.

Um grande burburinho se fez quando alguns começaram a ponderar sobre o que eu dissera. Um Espírito menos compreensivo poderia retaliar essa invasão ao seu espaço de maneira violenta ou mesmo cruel. Byakko não o faria, mas eles não poderiam adivinhar; e me entristeci ao pensar que ninguém o conhecia como eu... e provavelmente apenas eu o conhecia.

– Que Espírito? – Lemuel indagou. Era um homem de trinta e poucos anos, corpulento, mas de cabeça quadrada e pequena. Costumava ser intolerante e severo com todos, menos com os próprios filhos, que estavam sempre aprontando por aí. Ele encheu o peito para continuar retrucando:

– Quando nossos tataravós chegaram aqui, não havia ninguém, nem nada além de ruínas. Que Espírito insistiria em viver numa ilha deserta, sem humanos para lhe adorar? Esse tal Espírito já deve ter ido embora há muito tempo e, agora, outra coisa vive naquele templo.

Os cochichos cresceram, todos de repente concordando com Lemuel.

– É isso que você pensa dos Espíritos? Que só estão interessados na adoração que lhes dedicamos?

– É exatamente o que eu faria se tivesse tanto poder em minhas mãos. – Ele respondeu.

Não me segurei e cuspi no chão aos pés dele. Sua cabecinha ficou vermelha de raiva e o vi cerrar os punhos.

– Você me dá nojo! – Completei.

Ele deu uma passada larga na minha direção, mas parou quando Dorothea se levantou e pôs a mão sobre meu ombro, já mais alto do que o dela.

– O quê vai fazer, Lemuel? Bater numa menina ou bater numa velha? – Ela desafiou.

Lemuel pôs o rabo entre as pernas e nos deu as costas, voltando a propagar seu discurso de ódio para os demais.

– Vamos embora daqui – disse Dorothea.

– Mas...

– Vamos.

Depois de nos afastarmos um pouco, ela continuou:

– Sinto muito, querida, mas não há nada que você possa fazer.... Estão todos loucos. E não quero você envolvida nisso. Eles não tem ideia do que estão fazendo, mas vão aprender a não brincar com os Espíritos...

À noite, depois de um longo tempo, tive finalmente coragem para levantar outra vez a taboa solta do assoalho e encarar meus tesouros. Peguei meu caderno, prendendo a respiração, e comecei a ler várias anotações. Todas falavam de Byakko...

Falavam das histórias que ele me contara; das noites em que eu acordava assustada e ele estava na janela, esperando para poder me acalmar; como punha a mão na nuca quando estava nervoso e como não sabia direito o que fazer quando seu cabelo caía no olho; como se escondia debaixo do capuz quando tinha vergonha e como seus olhos pareciam lanternas no escuro. Falava de coisas que o faziam... ele, e diferente de todos os outros. Coisas que eu passara anos observando e absorvendo.

Totalmente imersa naquelas lembranças, eu nem percebi quando o dia virou. E então, no meio da madrugada fria, de repente eu tinha quinze. Quinze anos. Um aniversário no qual ainda não gosto de pensar...

Peguei também, o pingente de pedra que Donnie me dera, e que misteriosamente era uma ponte entre mim e Byakko. Eu o havia tirado aquela noite e nunca mais o havia sequer encarado, mas agora, sem qualquer explicação, o pus de volta no pescoço.

Na mesma hora, Ed veio correndo até a minha janela, mas não para me parabenizar. Lemuel iria para o templo, ele dissera, ofegante, junto com cada pessoa na vila que ele fora capaz de influenciar. Eles queriam matar o monstro e destruir o templo.

Não tive tempo de acordar Dorothea e lhe dizer aonde eu ia; nem de agradecer ao Ed; nem de olhar para trás. Nunca corri tão rápido até a praia, mas as pedras escorregadias se puseram em meu caminho. Consegui transpô-las impacientemente, ralando as mãos e os joelhos nas rochas afiadas, tropeçando diversas vezes. O sal do mar penetrava nas feridas e as fazia queimar.

Cheguei à escadaria e subi cambaleando, deixando pegadas de sangue diluído em água no mármore branco, já que até minhas sandálias haviam se arrebentado no caminho. Escorreguei diante das portas enormes e bati nelas com os punhos fechados, ainda, estando de joelhos. O desespero me mantinha presa ao chão. Ao menos ainda não havia qualquer sinal de Lemuel e dos outros.

– Byakko! – Gritei, socando a porta novamente. – Byakko, me deixa entrar!

Nenhum ruído.

– Por favor, Byakko, eu preciso falar com você!

– Lorena? – Uma voz respondeu, mas não era ele. Era a voz das alabardas que soava pouco acima da minha cabeça. – O quê aconteceu? Você sabe que horas são?

– Preciso falar com Byakko. Por favor, peçam pra ele abrir a porta. Ele corre perigo!

– Menina, o mestre não está aqui... – Disse Um.

– Claro que está! – Retruquei. – Ele mandou vocês dizerem isso, não mandou? Não seria a primeira vez.... Ele deve estar tão magoado pelas coisas que eu disse...

– Nos desculpe, mas é verdade – continuou Dois. – O mestre se foi.... Sumiu faz meses.

– Como assim...? – Perguntei com a voz embargada.

Os dois se entreolharam, inseguros.

– Ele não nos contou nada... – Um começou a contar. – Mas nós nunca o vimos daquele jeito antes. Nem parecia ele mesmo...

– E os ruídos eram horríveis, de partir o coração – Dois disse, e Um o encarou repreensivamente, como se julgasse o comentário inoportuno, e Dois se calou.

– Enfim... – Um continuou. – Ele desapareceu naquela noite. Não nos contou o que estava acontecendo nem aonde ia. Nem se voltaria...

Cada palavra deles caiu sobre mim como o peso do céu. Ruídos horríveis, de partir o coração? Eu sabia, no fundo sabia o que acontecera, e sabia que noite fora. A noite em que o mandara embora, e que surgira o monstro.

– Eu não acredito em vocês... – Sussurrei, letárgica. – Não acredito. Por favor, me deixem entrar! Eu preciso saber!

Então, a porta se abriu lentamente e me enfiei pela pequena fresta.

– Está escuro demais para ver...

E tochas nas paredes se acenderam, iluminando o grande salão. Byakko não estava lá, nem mesmo escondido na penumbra, nem seus olhos brilhavam. Mesmo assim, eu chamei, e a única resposta que tive foi meu próprio eco. Precisei me apoiar numa pilastra próxima, mas ao invés da textura polida do mármore, senti enormes sulcos na pedra. Havia marcas de garras profundas, quatro garras, lado a lado, com quase um palmo meu de distância entre si. Não apenas nesta, mas em outras pilastras, no chão e nas paredes, como se um animal gigantesco estivesse tentando escapar de sua jaula.

– O quê aconteceu aqui...?

– Os rugidos vieram de algum lugar... – As alabardas responderam. – Nunca foi as almas dos mortos. Mas ele nunca aparece nessa forma...

– Mas por quê ele destruiria o templo ao qual está ligado...?

– Nós não sabemos.

– E a pedra...? A magia?

Corri para o fundo do templo. Byakko me contara o que o rubi fazia, o feitiço que ele continha e como era a ligação entre ele e seu templo. Me detive diante da porta aberta do quarto, ainda esperando ver, quando desse o próximo passo, Byakko sentado na cadeira simples, com o pensamento tão distante que sequer me ouvira chamá-lo. Mas quando finalmente entrei, o espelho no canto não refletia a mesma imagem com que me habituara. A boca de pedra estava vazia, havia arranhões menores nas paredes também, e gotas de sangue seco no chão.

Passei os dedos na língua da estátua e eles voltaram sujos de sangue que parecia ressequido há meses. Senti minha cabeça girar e tateei até encontrar a cama para me sentar. Parecia que meu coração queria pular para fora e ver tudo com seus próprios olhos. O quê acontecera? Ele simplesmente não podia acreditar, não era possível...

Quando minhas entranhas não pareciam mais que iam subir pela minha garganta; quando levantei minha cabeça... Vi, sobre a mesa diante de mim, a velha tigela lascada onde Byakko sempre me oferecia comida; que já usara para me acolher da primeira vez que eu procurava e, então, para fazermos as pazes, depois dele ter se afastado de mim por anos quando criança.

Foi quando chorei.

Quando disse a mim mesma que aquele pequeno objeto sobre a mesa era, na verdade, uma promessa.

– Por quê tem gente vindo pra cá? – As vozes de Um e Dois me tiraram de meus devaneios.

Corri para fora com a tigela na mão e, da entrada, pude ver luzinhas ainda distantes, marchando na nossa direção.

– É Lemuel...

– Quem?! – Os dois perguntaram.

– Sem Byakko, ele e os outros vão destruir o templo. Nós precisamos sair daqui.

– Você já reparou que estamos presos, né? Não vamos à lugar algum! – Eles se desesperaram.

Mas eu tive uma ideia.

– Eu vou tirar vocês daí. Volto logo!

E já estava correndo na direção oposta à da multidão com tochas, para minha casa. Minha velha casa. E pela primeira vez estava grata por ela ficar tão distante do resto da vila e tão perto da Praia Velha.

Apesar da casa ter queimado do chão ao teto, o que eu procurava não estava lá dentro, nem queimara junto. Encontrei o machado velho no mesmo lugar, fincado num toco de árvore. Larguei a tigela no chão ao lado, para puxar o machado com as duas mãos, e cambaleei para trás quando consegui soltá-lo. Voltei correndo para o templo, prometendo por tudo que eu voltaria para buscar a tigela depois de ajudar aqueles dois.

Quando voltei, a multidão não estava longe; faltava pouco pra alcançarem as rochas e minha esperança era que elas retardassem seu avanço.

– O quê você vai fazer com isso? – Dois perguntou, olhando o machado.

– Tirar vocês daí.

Os dois gritaram quando dei o primeiro golpe na madeira, que mal fez um arranhão.

– Você ficou maluca?!

– Como foi que vocês acabaram aqui?

Golpeei a porta novamente.

– O quê?!

– Me contem como acabaram presos aí.

Outro golpe.

– Ela ficou mesmo maluca...

– Andem logo!

E o golpe seguinte passou raspando pela cabeça metálica de Um, e atingiu a porta com força, finalmente abrindo um rombo na madeira.

– Nós éramos humanos. – Um começou apressadamente, com medo de eu quase acertá-lo se ficasse mais impaciente. – Nossos pais morreram muito cedo, e vivíamos apenas nós dois e nossa irmã caçula. Nós a criamos... E então, um dia... – Ele pareceu engasgar.

– Ela morreu – Dois completou. –E nós não conseguimos aceitar. Ela era tudo o que nos restava e nós não podíamos aceitar.

– Então, nós tentamos trazê-la de volta.

Na mesma hora, consegui soltar Um, que caiu no chão com um baque metálico. Ele agradeceu. Olhei para trás; dava pra ver agora que eram cerca de cinquenta pessoas armadas de forma tosca, afinal não éramos guerreiros, e carregando tochas acesas. A maré estava subindo de novo e já alcançava as escadarias, e torci para que isso nos ajudasse, atrasando-os só mais um pouquinho, pois já estavam quase na metade do caminho.

Imediatamente comecei a tirar Dois dali, com machadadas cada vez mais desesperadas.

– Continuem contando a história – pedi.

– Nós encontramos a entrada para o Mundo dos Mortos, ludibriamos os Espíritos que tentaram nos impedir de chegar lá, e entramos... – disse Dois.

– Mas não conseguimos salvá-la... – disse Um.

– Por quê não?

– Por causa do irmão de Byakko, Yasuko.

Dois deve ter visto minha cara e meu machado vacilarem, porque completou:

– Se está pensando que ele nunca lhe disse nada sobre ter um irmão, apenas os Espíritos sabem dessa relação. Yasuko já fez coisas terríveis que Byakko jamais aceitou, por isso eles só se veem o bastante para fazerem seus trabalhos... Sendo que Yasuko é o Senhor do Mundo dos Mortos.

– Enquanto alguns Espíritos deviam nos impedir de entrar, Yasuko deve impedir qualquer um de sair.... Então ele nos encontrou e nos puniu por termos invadido seu reino.

– Ele nos arrancou de nossos corpos e nos roubou nossos nomes, nossa identidade, como faz com todos os mortos. E desde então somos apenas Um e Dois, o mais velho e o mais novo, e a única lembrança que Yasuko nos deixou foi a de nossa irmã, para não esquecermos nunca que falhamos...

Eu estava quase conseguindo. Quase. Mas o final da história me fez vacilar por um instante e olhar no fundo dos olhos deles, sem palavras. E então, continuei a tentar libertá-los.

– E como vieram parar aqui?

– Byakko – foi tudo o que disseram.

– Aquele povo tá chegando perto... – Dois estava nervoso.

– Calma – retruquei.

– Lorena!

– Consegui!

Joguei o machado longe, puxei Dois da Porta e apanhei Um no chão.

– E agora, pra onde vamos? – Perguntou Um.

– Pro outro lado! – Respondi.

Pulei das escadas pra água que já batia nos meus joelhos e, ao invés de correr para casa e dar de cara com a multidão furiosa, decidi me esconder no mar.

– Pra onde você está indo?

– Vamos nos esconder na água até irem embora. Talvez nadar para longe.

– Mas você está nos carregando nos braços. Vai se afogar! – Disse Um.

– Eu não tenho mais doze anos – e mergulhei sob uma onda.

Quando emergi, distante, estavam todos no templo. Alguns subiam as escadarias, outros cercavam o lugar, mas apenas um vulto entrou, que julguei ser Lemuel. Minutos depois ele voltou, pisando duro, claramente com raiva, porque afinal não havia nada no templo. Não havia monstro nenhum.

Mais pessoas entraram, e pude ouvir o som da destruição que estavam causando. Dava quase para ver eles destruindo as pilastras esculpidas, depredando os painéis pintados, quebrando as estátuas, pisando nos espelhos d’água como paquidermes selvagens. Então, Lemuel saiu, e o vi jogando algo nas portas e, depois, inclinando a tocha que carregava no mesmo ponto, até o fogo encontrar a madeira e tudo se incendiar numa velocidade que só seria cabível, se o que ele jogara fosse o querosene das lamparinas, ou outro tipo de material combustível e inflamável.

Todos ao redor o imitaram e, num piscar de olhos, todo o lugar estava coberto por chamas.

Comecei a soluçar forte, segurando o choro. Um e Dois também olhavam a cena, perplexos.

Era a minha segunda casa que queimava, do chão ao teto.


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Notas finais do capítulo

Pra onde será que o Byakko foi, heim?



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