Sobrevivendo ao inferno escrita por Kiara Hale


Capítulo 8
Sempre Juntos


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, eu acho que eu devo desculpas pelo mesmo motivo pelo qual me desculpei no capítulo anterior, eu não tenho tido tempo para escrever, por isso a demora. Mas enfim, espero que gostem do capítulo. Boa leitura! Beijos.



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Chegamos novamente ao prédio, Carl por algum motivo não parecia tão assustado quanto antes. Fiquei preocupada, Merle falava muitas besteiras e o conhecendo o suficiente eu sabia que ele não havia ficado calado durante aquela viagem.

Desci da moto, e no mesmo momento vi Carl descer da picape, ele me encarava como se quisesse me dizer algo, mas eu não queria perguntá-lo nada. Eu sabia que ele precisava de um tempo, tanto quanto nós.

–Carl! –Rick atravessou as portas do prédio, correndo em direção ao filho. –

–Pai , eu estou bem. –Dizia ele com a voz abafada pelo abraço quase sufocante de Rick.-

–Obrigado. –Rick se dirigiu à Daryl e eu, fazendo Carl se livrar do abraço. –

–Não foi nada. –Respondi. –Na verdade, acho que nós devíamos nos desculpar.

–Não vai expulsá-los, vai pai? –Carl questionou ao pai interrompendo todos. –

–Acho que eu não deveria não é mesmo? –Rick disse sorrindo para nós. –Por mais que Merle possa ter causado problemas, eu posso ver que vocês não farão o mesmo.

–Odeio interromper, mas eu ainda estou aqui. –Merle nos encarava com o sorriso cínico de sempre. –

–É, por enquanto. –Rick se dirigiu à ele secamente. –

–Xerife, pense bem, é muita idiotice me expulsar. Não fui eu quem matei seu melhor amigo. Só para deixar claro o suficiente, Alice o matou. Mas para ser sincero...

–Merle cale a boca!

–Esperem, quando vocês pretendiam me contar que Shane estava lá? E que ele está morto. –Rick questionou. –

–Rick, me desculpe. Quando chegamos nenhum de nós fazia ideia de que Shane estava lá, e eu...

–Alice, isso não é nada de mais. Acredite, você e Daryl não foram os únicos que Shane já tentou matar. Vocês fizeram o que tinham que fazer, Shane era perigoso, eu sempre soube disso.

–Obrigado. –Carl disse me dando um abraço. –

–Hey Carl, se seu pai concordar, Alice e eu podemos te ensinar a atirar. Tenho certeza de que nunca atirou uma flecha não é ? –Daryl disse, e Carl olhou diretamente para o pai disfarçando um sorriso. –

–Eu não vejo problema. –Rick respondeu, retribuindo o sorriso ao filho. –E Merle, vou te dar mais uma chance, mas chegue perto de um de nós com a mão no gatilho novamente, e eu irei matá-lo. Sem hesitar, entendeu?

Merle riu sem emoção, e concordou. Naquele momento, ouvimos um tiro vindo da garagem, antes que algum de nós pudesse entender o que estava exatamente acontecendo, uma horda se aproximou, quase não tivemos tempo de correr.

–Vão para o terraço! Agora! –Rick gritou para nós. –

–Pai, o que vai fazer?! –Carl gritou. –

–Carl, confie em mim! Vá para o terraço!

–Vamos Carl. –Eu disse à ele, quase tendo que arrastá-lo até as escadas. –

Nós quatro subimos as escadas, arrombamos a porta que estava com uma corrente na maçaneta de ferro. Chegamos e todo o grupo estava tentando afastar a horda que se aproximava cada vez mais, as dúzias de errantes empurravam as portas do edifício.

Passei as correntes e cadeado de volta na maçaneta, travando a porta com uma machadinha por garantia.

–Vocês estão bem? –T-dog perguntou deixando a espingarda no chão. –

–Estamos bem. –Respondemos juntos. –

Pegamos algumas armas e fomos ajudar o resto do grupo a matar os errantes lá embaixo.

–Meu Deus, é como a Times Square lá embaixo! –Maggie exclamou parando de atirar por um instante. –

–Meu pai não está aqui? –Carl questionou colocando o silenciador em sua arma. –

–Nós não o vimos. –Beth respondeu. –

–Não se preocupe, seu pai com certeza pode se cuidar sozinho. –Eu lhe disse. –

Em meio a todos os tiros ouvimos a porta do terraço ser empurrada, eram mais errantes.

–Merda. –Merle disse matando alguns dos errantes que empurravam a porta. –

–O que vamos fazer? –Beth perguntou parecendo assustada enquanto alguns zumbis tentavam ultrapassar as correntes. –

–Não vai adiantar matá-los, eles não acabam, têm muitos deles subindo as escadas. –Não tem como sairmos. –Eu disse à todos fazendo o possível para afastá-los da porta.-

–Estou sem munição! –Maggie pronunciou, largando sua arma. –A sua acabou? –Ela perguntou para Glenn. –

–Ainda tenho uns cinco tiros. –Respondeu. –

–Não importa o quanto ainda temos de munição, isso não vai adiantar, eles são muitos. –Daryl disse me ajudando a afastar os zumbis da porta. –

–Pessoal, o elevador! –Glenn apontou. –

–O elevador não vai ajudar, não temos energia. E se eles entrarem não vai fazer diferença. –Disse à ele. –

–O que foi isso? –Beth nos interrompeu, fazendo todos ficarem em silêncio por um tempo. –

Eram tiros, na verdade Carl reconheceu o que, ou melhor, quem era. Estava vindo das escadas, era Rick.

Poucos minutos se passaram e vimos zumbis caídos no chão a frente da porta. Rick arrebentou as correntes, abriu a porta e veio ao nosso encontro.

–Não há mais nenhum deles bloqueando a porta, podemos dar a volta pela garagem quando chegarmos lá em baixo. –Rick tinha razão, a porta estava livre. –

***

Quando chegamos à garagem, conseguimos distrair os errantes que ainda estavam por lá, e pegamos os carros, e as armas que estavam escondidas . Olhamos para trás e um pouco depois de sairmos os errantes tomaram o prédio. Estava infestado, não podíamos mais voltar.

Rodamos na estrada por um bom tempo, já estava escurecendo. E não podíamos continuar, também estávamos quase sem gasolina.

Paramos no meio da estrada enquanto tentávamos arrumar uma solução. Acabamos acampando em uma casa abandonada, era bem longe do prédio onde estávamos, o que era uma vantagem.

Com vantagem eu quero dizer que, pelo menos estando um pouco afastados não era preciso vigiar o perímetro a noite inteira. Mas de qualquer forma, nós decidimos revezar o perímetro, para ter certeza de que não teríamos que fugir novamente.

Tinha quase certeza de que já era tarde quando meu turno de vigia chegou, como tudo que temos para manter o perímetro é o telhado, armas e um binóculo, nós realmente não tínhamos que reclamar.

Fui para o telhado, peguei minhas armas,o arco e algumas flechas por precaução. Estava quase morrendo de frio lá fora, naquele momento senti inveja dos mortos vagando por aí, inveja por não sentirem nada, muito menos frio.

Já estava começando a parecer que eu estava lá há quase um século, e estava realmente congelando, estava tudo tão monótono que eu quase desisti de lutar contra o sono. Foi quando ouvi alguém subindo as escadas para o telhado.

Como já era mais que óbvio que não era um zumbi, eu peguei uma flecha e ergui o arco.

–É a segunda vez que tem a menção de me matar, acho melhor eu mandar um sinalizador antes de vir falar com você. –Era Daryl, e sim, era mesmo a segunda vez que isso havia acontecido, me obriguei a conter o riso quando percebi que ele tinha razão. –

–Podemos conversar? –Ele perguntou se sentando ao meu lado. –

–O que houve?

–Eu estava preocupado com você. Não conversamos desde que Merle sequestrou Carl e eu queria saber se você estava bem com tudo isso.

–Para ser sincera nem mesmo eu tinha chegado a pensar sobre como eu estou, então, obrigada. –Respondi. –

–Se quer saber, eu estou feliz que você esteja aqui. Te conheço a tempo o suficiente para saber que você não suporta quando duvidam de você. Por esse motivo, no exato momento em que Shane fez isso eu sabia que ele era um homem morto.

–Minha intenção não era matá-lo, quer dizer, não naquele momento. Mas eu fiz o que era preciso para sobreviver. Todos fizemos.

–Não sei se isso vai mudar alguma coisa mas, acho que ia ser importante se você soubesse que se você não tivesse feito o que fez, se não tivesse matado Shane, se tivesse sido ao contrário...

–Daryl, eu estou aqui, tá legal?

–Mas é que não sei exatamente o que eu faria se te perdesse.

–Bom, acho que não iria fazer muita diferença, já nos separamos muitas vezes, e além disso você tem o Merle.

–Alice, você sabe que faria diferença, Merle é meu irmão, mas isso não muda o fato de que ele não é você. Caso você ainda não tenha percebido, todas as vezes que nos separamos eu nunca deixei de te procurar, mas te procurar sabendo que não iria ter você de volta, eu não saberia o que fazer.

–Daryl, você não vai mais precisar me procurar, nunca mais. Porque não vamos nos separar de novo, até por que tenho certeza de que eu ia sentir sua falta. –Nós rimos. –

–Quer saber? Merle está certo. –Ele disse. –

–Sobre o que? –Questionei curiosa. –

–Sobre o que eu sinto por você.

–Hã, e o que é exatamente?

Daryl era uma das únicas pessoas que conseguia me surpreender, e como quase sempre, foi o que ele fez. Mas se ele queria me deixar sem palavras, eu quero dizer literalmente. Ele conseguiu.

Antes que eu pudesse questionar sobre qualquer tipo de resposta para minha pergunta, ele me beijou. Não tive tempo muito menos raciocínio para pensar no que estava acontecendo, eu apenas retribui.

Depois disso, eu não precisava mais de uma resposta especificamente verbal, na verdade a resposta para aquela pergunta sempre esteve ali, mas a questão é que tanto eu quanto Daryl nunca tivemos coragem o suficiente para querer saber qual era. Ou talvez fosse só o fato de que ambos éramos orgulhosos demais para admitir qualquer tipo de sentimento um pelo outro. Mas esse orgulho não existe mais.

Eu o amo, e fico feliz em saber que ele sente o mesmo. E mais feliz em saber que ambos conseguimos admitir isso agora.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu fiquei muito feliz em escrever esse capítulo, então adoraria saber da opinião de vocês nos comentários! Beijos, até o próximo.



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